Buscar

Ética Médica Aplicada

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

ÉTICA MÉDICA
CASO 01
Paciente de 13 anos, é atendida na UBS, desacompanhada. Refere atividade sexual com namorado de 18 anos e pede prescrição de anticoncepcional oral.
CP Art. 217-A. Crime ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 (catorze) anos.
Lei das Contravenções Penais, Art. 66. II. Deixar de comunicar à autoridade competente: II – crime de ação pública, de que teve conhecimento no exercício da medicina ou de outra profissão sanitária, desde que a ação penal não dependa de representação e a comunicação não exponha o cliente a procedimento criminal.
CEM Art. 73. Revelar fato de que tenha conhecimento em virtude do exercício de sua profissão, salvo por motivo justo, dever legal ou consentimento, por escrito, do paciente.
CEM Art. 74. Revelar sigilo profissional relacionado a paciente criança ou adolescente, desde que estes tenham capacidade de discernimento, inclusive a seus pais ou representantes legais, salvo quando a não revelação possa acarretar dano ao paciente.
CASO 02
Adolescente de 15 anos é estuprada, fica grávida e não deseja levar a gestação a termo. Procura um hospital do SUS para se submeter ao abortamento legal. Seus pais, ao serem comunicados, não dão consentimento para interrupção da gravidez.
CV Art. 3. São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil os menores de 16 (dezesseis) anos.
CEM Art. 15. Descumprir legislação específica nos casos de transplantes de órgãos ou de tecidos, esterilização, fecundação artificial, abortamento, manipulação ou terapia genética.
CEM Art. 22. Deixar de obter consentimento do paciente ou de seu representante legal após esclarecê-lo sobre o procedimento a ser realizado, salvo em caso de risco iminente de morte.
CEM Art. 31. Desrespeitar o direito do paciente ou de seu representante legal de decidir livremente sobre a execução de práticas diagnósticas ou terapêuticas, salvo em caso de iminente risco de morte
CEM Art. 74. Revelar sigilo profissional relacionado a paciente criança ou adolescente, desde que estes tenham capacidade de discernimento, inclusive a seus pais ou representantes legais, salvo quando a não revelação possa acarretar dano ao paciente.
CP Art. 128, II. Não se pune o aborto praticado por médico se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento da gestante ou, quando incapaz, de seu representante legal.
CASO 03
Dra. Mariana atende, na UBS, consulta agendada de Natiele, 14 anos, estudante do 9° ano. Iniciou atividade no Jovem Aprendiz há poucos meses. Está desacompanhada. Refere que está namorando há 6 meses, com consentimento da família, Igor, 15 anos. O motivo da consulta é anticoncepção. A paciente é avaliada e são discutidas as possibilidades adequadas e disponíveis de anticoncepção. É feita escolha do método, orientado sobre dupla proteção e orientada a vir acompanhada na próxima consulta.
Após uma semana, a mãe da paciente vem à UBS e solicita informações sobre a consulta da filha.
CEM Art. 42. Desrespeitar o direito do paciente de decidir livremente sobre método contraceptivo, devendo sempre esclarecê-lo sobre indicação, segurança, reversibilidade e risco de cada método.
CEM Art. 74. Revelar sigilo profissional relacionado a paciente criança ou adolescente, desde que estes tenham capacidade de discernimento, inclusive a seus pais ou representantes legais, salvo quando a não revelação possa acarretar dano ao paciente.
CASO 04
Paciente, 13 anos, atendida na emergência há dois dias por tentativa de suicídio – enforcamento, está em abrigo por determinação do Ministério Público, internada na enfermaria. Solicitado avaliação da paciente por especialidade: orientado contato com responsável do abrigo para estar presente na instituição. Agendado com residente a entrevista com responsável, com a paciente para efetivar a avaliação médica (entrevista, exame física).
Em ambiente seguro e privado é processada a entrevista, após iniciado avaliação física. A paciente refere dificuldade em aceitar o exame de genitais. No diálogo sobre o procedimento ela refere dificuldade pela presença do residente.
CEM Art. 24. Deixar de garantir ao paciente o exercício do direito de decidir livremente sobre sua pessoa ou seu bem-estar, bem como exercer sua autoridade para limitá-lo.
CEM Art. 31. Desrespeitar o direito do paciente ou de seu representante legal de decidir livremente sobre a execução de práticas diagnósticas ou terapêuticas, salvo em caso de iminente risco de morte
ECA Art. 17. O direito ao respeito consiste na inviolabilidade da integridade física, psíquica e moral da criança e do adolescente, abrangendo a preservação da imagem, da identidade, da autonomia, dos valores, ideias e crenças, dos espaços e objetos pessoais.
ECA Art. 18. É dever de todos velar pela dignidade da criança e do adolescente, pondo-os a salvo de qualquer tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor.
CASO 05
Criança de 07 anos é atendida na emergência, com trauma – fratura de tíbia. Estava na prática desportiva, sendo atendido no local pelo SAMU. Após avaliação e diagnóstico, foi realizada a imobilização e orientação. No acompanhamento, é retirada a imobilização e encaminhado para fisioterapia. Após retorno para avaliação de alta, o paciente refere medo de retornar à prática desportiva. O médico acolhe e observa a situação: o paciente refere que neste trauma foi agredido e este é o terceiro episódio de agressão física. Tem medo de contar para os professores e para os pais, porque está sendo ameaçado.
CEM Art. 74. Revelar sigilo profissional relacionado a paciente criança ou adolescente, desde que estes tenham capacidade de discernimento, inclusive a seus pais ou representantes legais, salvo quando a não revelação possa acarretar dano ao paciente.
ECA Art. 18. É dever de todos velar pela dignidade da criança e do adolescente, pondo-os a salvo de qualquer tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor.
CASO 06
Ao término do atendimento na UBS, a agente comunitária de saúde solicita auxílio ao profissional médico: refere que seu filho de dois anos está com febre, inapetência, tosse leve e que visualizou a orofaringe e está com “infecção”. – Doutor, o senhor prescreve o antibiótico?
CEM Art. 37. Prescrever tratamento e outros procedimentos sem exame direto do paciente, salvo em casos de urgência ou emergência e impossibilidade comprovada de realizá-lo, devendo, nesse caso, fazê-lo imediatamente depois de cessado o impedimento, assim como consultar, diagnosticar ou prescrever por qualquer meio de comunicação de massa.
CEM Art. 80. Expedir documento médico sem ter praticado ato profissional que o justifique, que seja tendencioso ou que não corresponda à verdade.
CASO 07
Os médicos neonatologistas de Hospital X têm enfrentado, com frequência, a situação de questionamento e recusa dos pais de recém-nascidos, sob seus cuidados, para realização de procedimentos de rotinas como administração de vitamina K intramuscular e credeização. Essas condutas, que devem ser realizadas nas primeiras horas após o nascimento, são recomendadas pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), Academia Americana de Pediatria e de outras associações internacionais
A vitamina K é profilática para a Doença Hemorrágica do RN, potencialmente fatal ou risco de sequela definitiva, e o uso do colírio de Nitrato de Prata ou Iodopovidona previne oftalmia neonatal (passível de cegueira).
ECA Art. 7. A criança e adolescente têm direito a proteção à vida e à saúde, mediante a efetivação de políticas sociais públicas que permitam o nascimento e o desenvolvimento sadio e harmonioso, em condições dignas de existência.Siglas:
CEM – Código de Ética Médico
CP – Código Penal
CV – Código Civil
ECA – Estatuto da Criança e Adolescente

Continue navegando