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Oftalmologia Nathália Machado – Tut 01 – MedFTC 22.1 Exame Ocular anamnese Composta por: Identificação: Nome, Idade, Sexo, Naturalidade, Procedência. QP: HMA: Investigar durante a consulta: - Sintomas principais: olho vermelho, baixa de acuidade visual, dor, diplopia; - Sintomas associados - Início: agudo, subagudo, recorrente - Duração do quadro e sintomas - Fatores associados e desencadeantes - Histórico de trauma ocular (incluindo cirurgia, laser, etc) Antecedentes Patológicos: Oculares: uso de óculos, colírios, cirurgias, laser, oclusão, doenças oculares. Sistêmicos: DM, HAS, coronariopatias, doenças infecciosas, tabagismo, etilismo, doenças inflamatórias. Antecedentes fisiológicos: Estrabismo, erros refracionais, glaucoma, descolamento de retina, distropias. Exame ocular Composto por: 1. Acuidade Visual 2. Exame das Pupilas 3. Motilidade ocular extrínseca 4. Exame ocular externo 5. Biomicroscopia 6. Tonometria 7. Gonioscopia 8. Oftalmoscopia Acuidade Visual ➔ Aferir com e sem correção, medir para longe e para perto, realizar refração. Existem diversos tipos de tabelas, será escolhida de acordo com o paciente e sua escolaridade. Lembrando que o teste será feito usando apenas um olho por vez. Tabela de Snellen e LEA. A tabela de LEA é utilizada para crianças e pessoas não alfabetizadas. Oftalmologia Nathália Machado – Tut 01 – MedFTC 22.1 Nessa tabela temos J1 para a melhor visão e J6 para pior visão, quanto mais progride de 1 -> 6, pior a acuidade visual. As notações podem ser métricas (20/20) ou aritmética (1,0) Como ler: o paciente 20/20 é aquele que enxerga em uma distância de 20, o que ele deveria enxergar em uma distância de 20, então sua acuidade está preservada. Paciente 20/40 é o paciente que enxerga apenas em uma distância de 20 o que ele deveria enxergar em uma distância de 40, ou seja, existe uma redução da acuidade visual. Se o paciente não enxergar em 20/400: Nesse caso, como a tabela fica a 4 metros, começaremos a apresentar números usando os dedos da mão, em uma distância de 4 metros. Se o paciente não conseguir contar, aproximar até que ele consiga. Exemplo: paciente consegue contar dedos a partir de 1.5m, então adicionar ao prontuário que o paciente conta dedos a 1.5m. Se o paciente não consegue, mesmo com distância curta, contar a quantidade de dedos e ele visualiza apenas os movimentos das mãos, o paciente será MM de visão. Se o paciente não consegue distinguir movimentos, mas consegue perceber a luz, temos um paciente com percepção luminosa. Se o paciente não consegue identificar nem a luz, será sem percepção luminosa. Refração: Desvio da onda eletromagnética ao atravessar determinado material, esse atraso-retardo é típico de cada estrutura e para comprimento de onda. Oftalmologia Nathália Machado – Tut 01 – MedFTC 22.1 Utilizado também para medir a acuidade visual. ➔ Objetiva - Esquiascopia/retinoscopia - Autorrefrator Na objetiva o profissional que realiza a avaliação da refração. Avaliação confiável muito usada em crianças. A esquiascopia/retinoscopia define o grau da visão através da emissão de uma faixa de luz na retina. O padrão do reflexo da faixa luminosa determina o grau ocular. O autorrefrator se trata do exame em que o paciente olha uma determinada imagem em um aparelho, e esse aparelho verifica o grau ocular. Após verificar, esse grau será utilizado no Greens que é um exame com maior acurácia. ➔ Subjetiva - Greens Depois de verificar a refração na objetiva, coloca-se essa refração no Greens e o paciente escolhe em qual lente a visão fica melhor. O famoso “melhor antes ou melhor agora?” Exame da pupila Compreende: - Inspeção - Exame externo - Leucocoria - Reflexos Fotomotores A pupila geralmente possui 3mm de diâmetro quando contraída e 7mm de diâmetro quando dilatada. Verificar se existe uma diferença de tamanho do diâmetro entre os dois olhos. Exame do reflexo vermelho: É um exame obrigatório no berçário, realizado pelo pediatra, onde ele dilata pupila e avalia com um oftalmoscópio direto ou com luz direta. Oftalmologia Nathália Machado – Tut 01 – MedFTC 22.1 ➔ Esse reflexo vermelho é o reflexo da coloração da retina. Se o paciente não tiver o reflexo vermelho, significa que tem alguma opacidade impedindo esse reflexo. Exame importante que ajuda a diagnosticar patologias importantes, como a catarata congênita, síndrome do vítreo primário hiperplásico, retinoblastoma, dentre outras. Motilidade ocular extrínseca Avaliação feita principalmente em crianças para verificar se há algum desvio ocular. Nessa avaliação usamos a técnica de cover-uncover, tapa-se um olho e avalia se o outro olho apresentará desvio e vice-versa. Quando tapamos um lado e o outro sofre desvio significa que o olho tapado funciona como um fixador. Hirschberg: utilizado em crianças ou indivíduos com baixa de visão importante, ou seja, em pacientes que não fixam direito. Nesse será avaliado emitindo um feixe luminoso para verificar se o reflexo da lanterna cai no mesmo ponto nos dois olhos, isto é, no centro da pupila. Verificar se existe alguma limitação ou hipofunção de músculos oculares responsáveis pela motilidade. Como avaliar: Temos 6 músculos responsáveis pela motilidade extrínseca: 4 retos e 2 oblíquos. Esses 6 músculos são inervados por 3 pares de nervos cranianos; IIIº par - Oculomotor Inerva 3 músculos retos e 1 oblíquo, além de inervar o músculo esfíncter. IVº par - Troclear Responsável pela inervação do músculo: VIº par - Abducente Responsável pela inervação do músculo: Funções dos músculos: Reto medial: adução do olho Reto lateral: abdução do olho Superior: elevação Inferior: depressão Oblíquo superior: função primária de inciclodução e secundária de depressão. Oblíquo inferior: função primária de exciclodução e secundária de elevação. Oftalmologia Nathália Machado – Tut 01 – MedFTC 22.1 Exame ocular externo Inspeção: macroscópica, pálpebras, supercílios, cílios, globo ocular, órbita, fenda palpebral, córnea, conjuntiva. Palpação: buscar nódulos, tumorações, aparelho lacrimal, crepitação (quando existe uma fístula que causa uma congestão do sistema vascular do olho), pulsação (também tem relação com congestão vascular). Biomicroscopia: Exame realizado através da lâmpada de fenda. ➔ Nele é feita a inspeção das estruturas oculares por corte óptico. Iniciar a avaliação pelas estruturas mais externas e prosseguir em direção as mais internas, avaliar: Pálpebras: trofia, flacidez, lesões, sinais flogísticos, posição. Cílios: posição, número e descamação. Esclera/episclera: hiperemia, afilamento, escurecimento e nódulos. Conjuntiva: hiperemia, reação papilar, folicular, pterígeo e pinguécula. Córnea: transparência, opacidades, leucomas, ceratites, erosões, úlceras, nódulos, bolhas, espessura, afilamento, ceratocone. Câmara anterior: profundidade (pela fenda é possível saber o tamanho da profundidade), presença de células inflamatórias, hemorragia ou pus. Íris: trofia, regularidade da borda pupilar, sinequias (íris e cristalino grudados ou íris grudada com a córnea). Cristalino: transparência, integridade, posicionamento. Vítreo anterior: reação inflamatória, tobacco-dust. Tobacco-dust: paciente que sofreu um rasgo da retina que causou um descolamento, avaliação feita com base no aparecimento de pigmentos ao exame. Oftalmologia Nathália Machado – Tut 01 – MedFTC 22.1 A biomicroscopia permite também avaliar a presença de corpo estranho, úlcera de córnea, melanose,melanoma, carcinomas, hipópio, catarata Tonometria Avaliação da pressão intraocular (PIO). Se não for possível utilizar um equipamento oftalmológico, a pressão pode ser avaliada pela tensão óculo- digital, comparando os olhos. A PIO discretamente aumentada, como no glaucoma, não será detectada nesse tipo, mas pode detectar elevações grandes de PIO. A tonometria de Goldmann consegue aferir a PIO. Gonioscopia O objetivo é avaliar o ângulo entre a córnea e a íris e quais estruturas são visíveis. Exame importante para avaliação de glaucoma. Oftalmoscopia Serve para avaliar o fundo do olho e é realizada na maioria dos pacientes. A avaliação pode ser direta ou indireta: ➔ Direta: É utilizado um oftalmoscópio direto, muito usado por neurologistas e pouco pelos oftalmologistas, Pode ser feita sem midríase, embora sob midríase seja mais fácil. Imagem direta, maior aumento e menor campo, ou seja, o zoom é maior e o campo de visão restrito, Oftalmologia Nathália Machado – Tut 01 – MedFTC 22.1 então basicamente se enxerga apenas o nervo óptico. ➔ Indireta: Necessita de lentes auxiliares e utiliza-se a lâmpada de fenda ou capacete de Skepens. Imavem invertida, menor aumento e maior campo, dessa forma, será possível analisar mais estruturas. É possível analisar o nervo óptico, a artéria e veia, a fóvea, a mácula. Nessa avaliação é possível identificar várias doenças, como o glaucoma (buraquinho do nervo mais escavado), oclusão vascular, dentre outros. Capacete de Skepens Lâmpada de fenda
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