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Exame físico dos olhos As porções do olho visíveis ao exame clínico são: Pálpebras, Íris, Pupila, Esclera, Conjuntivas e Córnea. Esse líquido forma um filme protetor sobre a conjuntiva e a córnea, protegendo-as do ressecamento. Além disso, inibe o crescimento bacteriano e mantém a superfície ótica lisa. Os olhos são movimentados graças à ação de seis músculos em cada olho: reto superior, reto inferior, reto lateral, reto medial, oblíquo inferior e oblíquo superior Técnicas de Exame Supercílios: Avaliam-se simetria, cicatrizes, queda parcial ou total dos pelos (encontradas em condições como sífilis, hanseníase, esclerodermia ou cicatrizes localizadas) e presença de descamação por dermatite atópica. Pálpebras: As fendas palpebrais devem ser simétricas. Observar: Exoftalmia, Enoftalmia, Ptose, Presença de prega cantal, Coloração, Sinais flogísticos, Edema das pálpebras ou ao redor delas, Bolsas de acúmulo de gordura (frequentes em idosos), Xantelasmas (depósitos amarelados, de ácidos graxos, logo abaixo da epiderme), Adequação do fechamento palpebral Esclera e conjuntivas: Puxe suavemente a pálpebra inferior, expondo a conjuntiva palpebral, preferencialmente pedindo ao paciente para olhar para cima. Verifique: Coloração, Padrão vascular, Edema, Nódulos, Pterígio, Presença de lágrimas ou secreção Íris e pupilas: Avaliadas simultaneamente, em comparação entre os dois lados. Avalie tamanho, formato, simetria e reatividade à luz. Atente para a presença de anéis em torno da córnea. Avalie o aspecto e formato das pupilas. Idealmente, meça as pupilas – com o auxílio de um pupilômetro, que pode ser encontrado em forma de régua, estampado em dorso de canetas e outros instrumentos Pupilas com diâmetro acima de 5 mm podem ser consideradas dilatadas (midríase); abaixo de 3 mm, contraídas (miose) A diferença de diâmetro entre as pupilas se denomina anisocoria Teste a contratilidade pupilar aplicando luz indiretamente ao olho do paciente, com o ambiente escurecido – pelo menos parcialmente. Não direcione a luz para o interior do olho, mas sim obliquamente em direção à pupila, para não causar desconforto visual ao paciente. Mobilidade das pupilas também pode ser denominada mobilidade ocular intrínseca. Deve-se testar a resposta do próprio olho à luz (reflexo direto) e do olho oposto (reflexo consensual). Córnea e cristalino: Podem ser avaliados com o uso de lanterna oblíqua, em busca de opacificações, mas preferencialmente devem ser avaliados pelo oftalmologista, com instrumentos específicos. Mobilidade ocular extrínseca: Teste a movimentação dos olhos com algumas manobras. Peça ao paciente para acompanhar o movimento dos dedos do examinador nas várias direções, enquanto mantém sua cabeça imóvel, além de testar a capacidade de convergência do olhar. Avaliando a acuidade visual Durante a anamnese, inclua questões como “como está sua visão? Percebeu alguma mudança recente?”. Se obtiver resposta positiva, investigue os detalhes. Questione se as alterações são uni ou bilaterais, parciais ou completas, se o déficit foi de instalação gradual ou súbita, se tem algum diagnóstico prévio (com especial ênfase para DM, hipertensão arterial, infecções crônicas – especialmente pelo HIV), se há dor ocular associada.. Se houve perda do reconhecimento facial dos familiares, se afeta a capacidade de leitura ou execução das atividades habituais. *Perda visual unilateral, súbita e indolor sugere descolamento de retina, hemorragia vítrea, oclusão da veia ou artéria retiniana, degeneração macular. Questione se houve trauma precedendo ou se o paciente é diabético – ambas as condições favorecem a hipótese de descolamento da retina ou hemorragia vítrea. Perda visual unilateral com dor: aponta principalmente para lesões da córnea e da câmara anterior do olho, como úlceras de córnea, perfuração ocular, uveíte, hifema, glaucoma agudo, neurite óptica. Sempre indica avaliação oftalmológica urgente. Perda visual bilateral súbita: condição rara. Quando indolor, pode estar associada a AVC occipital (do córtex visual), alterações de refração por uso de certos medicamentos (p. ex., anticolinérgicos) ou intoxicação por metanol. Se houver dor ocular associada, pensar em exposição dos olhos a produtos químicos ou a radiação. Avalie a acuidade visual para perto e para longe e o campo visual do paciente. Observe se há turvação do cristalino. Complemente o exame com oftalmoscopia, buscando, alterações do exame do fundo de olho, como variação da pigmentação da retina Teste de Snellen: Colocam-se cartazes padronizados com letras, distribuídas em linhas, com tamanhos padronizados e progressivamente menores, a distância padronizada. Habitualmente, usam-se 6 m. Examina-se cada olho separadamente e se considera correta uma linha em que o paciente consiga ler mais de metade das letras corretamente.. Ao lado de cada linha há uma escala – que compara o resultado do desempenho do paciente ao de um indivíduo de visão normal. Por exemplo, um paciente que obtenha o resultado 20/200 enxerga a 20 pés aquilo que um indivíduo de boa visão vê a 200 pés (ou 60 m) de distância.. Resultados piores que 20/50 devem ser encaminhados – quanto maior o valor do denominador dessa fração, pior a visão do paciente. Legalmente se considera um paciente com visão de 20/200 no melhor olho como cego. Oftalmoscopia A oftalmoscopia é o exame do fundo de olho, realizado com uso do oftalmoscópio. Está indicada nas consultas de rotina dos pacientes diabéticos e hipertensos, e é importante como avaliação complementar nos pacientes com diagnósticos de HIV, sífilis, colagenoses e nas avaliações de pacientes com queixa de perda visual. O aparelho consiste em um conjunto de lentes de aumento que permite ajustar o foco, uma pequena lâmpada, que projeta luz para o interior do olho do paciente, e um cabo por onde é seguro e direcionado. Preferencialmente, o exame deve ser feito em ambiente escurecido, para que haja a maior dilatação possível das pupilas. Eventualmente, pode ser utilizado um colírio midriático (ou seja, que induz à dilatação das pupilas), para facilitar o exame e permitir a avaliação de porções mais periféricas da retina. O examinador se posiciona na mesma altura do paciente e examina com um olho apenas – o mesmo olho que está sendo examinado, pois vai precisar se aproximar bastante do rosto do paciente (a cerca de 30 cm de seu rosto), e eventualmente precisará se aproximar mais para focar a imagem. Segure o aparelho com a mão do mesmo lado examinado, para não se chocar contra o nariz (seu e do paciente). Peça ao paciente para tentar fixar o olhar em um ponto fixo na parede atrás de onde você se encontra, acima do seu ombro. Projete então a luz obliquamente, em direção à retina, e se aproxime do paciente A retina normal será refletida em tons de laranja, com os vasos sanguíneos bem destacados. Caso necessário, ajuste as dioptrias do oftalmoscópio até conseguir uma imagem nítida. É possível diferenciar as veias das artérias, pela tonalidade mais clara do sangue arterial. Além disso, as artérias são mais estreitas que as veias e refletem a luz mais intensamente – achado que se intensifica no caso de hipertensão arterial. Localizados os vasos, direciona-se a luz para o ponto de onde emergem (siga na direção em que se tornam mais calibrosos), e logo será possível encontrar o disco óptico – no ponto de emergência dos vasos, de formato oval a arredondado, um pouco mais claro que o restante da retina (amarelo a rosa) Avalie os vasos nas várias direções, os cruzamentos arteriovenosos (AV), o tamanho e a distribuição dos vasos. Observe a retina ao redor dos vasos, em busca de alterações. Avalie também a fóvea e a mácula. Para avaliar a fóvea, peça ao paciente que olhe diretamente para a luz. Pode haver uma pequena área de reflexo da luz no centro da fóvea. A mácula é a região mais sensível da retina, com grande concentração de terminações nervosas e se localiza na face lateral, de cor amarelo-pálida Achados possíveis Papiledema (ou edema de papila),Cruzamentos AV patológicos (sinal de Gunn), Manchas na retina, Exsudatos duros e exsudatos algodonosos, Microaneurismas, Moscas volantes, Catarata
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