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PAPEL DO PEDAGOGO NAS ORGANIZAÇÕES21

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PAPEL DO PEDAGOGO 
NAS ORGANIZAÇÕES
PROFª. ME. JACIGUARA QUEIROZ PASTANA DE OLIVEIRA
1 A Natureza e a Identidade da 
Pedagogia
 Pedagogia: ciência da educação. Seu objeto de estudo e
sua relação com as demais ciências da educação.
 A pedagogia tem como objeto de investigação a educação
como prática social. Diferencia-se das demais ciências da
educação não só porque investiga a problemática
educativa na sua totalidade e historicidade, mas também e,
principalmente, porque busca elaborar uma diretriz
orientadora para a ação educativa. É uma ciência prática.
Parte da prática e a ela se dirige.
2 A ação Pedagógica e seu Caráter 
Social e Político
 A prática educativa é uma ação intencional e, como tal, sempre inclui as
finalidades da formação. Sempre estão presentes: a visão de mundo, as escolhas,
os valores, os compromissos éticos do educador e/ou dos projetos dos quais faz
parte. A pedagogia, assim, busca compreender as finalidades da ação educativa.
 Como prática social, a educação só pode ser entendida a partir da sociedade da
qual faz parte. Isso faz com que a pedagogia tenha, necessariamente, um
compromisso com a crítica e a transformação dessas relações conflitantes que
impedem a humanização plena e a emancipação dos homens.
 A Pedagogia, assim, lida com o fenômeno educativo como
expressão de interesses sociais em conflito e, por isso, analisa as
finalidades sociais e políticas presentes nas diferentes ações
educativas. É nesse sentido que a pedagogia deve se posicionar
sobre a direção social e política que a ação educativa deve tomar
e sobre que tipo de homem pretende formar.
 Esta ciência busca: analisar os objetivos e as intencionalidades
sociais e políticas desses processos, compreender/descrever sua
especificidade, além de propor formas de intervenção
metodológicas e organizacionais para implementar práticas
educativas direcionadas à emancipação humana.
A Identidade da Atuação do Pedagogo - A Diferença 
entre a Ação Docente e a Ação Pedagógica
 As práticas educativas não se realizam apenas nos espaços escolares. Elas
acontecem na sociedade como um todo (na família, no trabalho, na rua, nos
meios de comunicação, nos hospitais, na política, nas fábricas, nos museus,
etc.) e estão cada vez mais presentes na contemporaneidade. A pedagogia,
portanto, não se refere apenas ao ensino e à escola, mas ao conjunto das
práticas educativas.
 As práticas educativas ocorrem em todos os contextos e âmbitos da existência
individual e social, em instituições ou não, sob várias modalidades. Algumas
práticas acontecem de forma dispersa, nas quais o processo de
construção/reconstrução de saberes ocorre de forma não intencional,
configurando a educação informal.
 Outras práticas educativas ocorrem em instituições não convencionais de
educação, mas incluem um certo nível de intencionalidade e sistematização,
tais como as que ocorrem nas empresas, nos meios de comunicação, nas
ONGs. Trata-se de educação não formal.
 Por fim, existem as práticas educativas com maior intencionalidade,
sistematização e institucionalização. São as que se realizam nas escolas ou
em outras instituições de ensino, compreendendo a educação formal
Para Libâneo (1996, p.120), o trabalho pedagógico
não se reduz ao trabalho escolar e docente, embora
todo trabalho docente seja um trabalho pedagógico.
O trabalho docente é pedagógico porque é uma
atividade intencional, implicando uma direção.
Todo ensino supõe uma direção pedagógica,
intencional, consciente, organizada.
 Distinguir ação pedagógica de ação didática. O didático se refere
especificamente ao trabalho docente, à teoria e prática do ensino
e aprendizagem, considerando o ensino como um tipo de prática
educativa, uma das modalidades de trabalho pedagógico.
 Entretanto, os conteúdos da educação são, antes de mais nada,
conhecimentos pedagógicos, não necessariamente relacionados
ao ensino estritamente escolar. A base da identidade profissional
do educador é, portanto, a ação pedagógica, não a ação docente.
 A ação pedagógica corresponde ao processo intencional de
transmissão/apropriação ativa de saberes e modos de ação,
considerando os objetivos da formação humana em cada
contexto histórico e social.
4 O Pedagogo: suas Esferas de Formação e sua 
Atuação. O Pedagogo: Conceito e Tipos
 O pedagogo é o profissional que atua em várias instâncias da prática
educativa, indireta ou diretamente vinculadas à organização e aos processos
de aquisição de saberes e modos de ação, com base em objetivos de
formação humana definidos em sua contextualização histórica.
 Com base nessa conceituação, Libâneo (2001, p.11) conclui sobre a
existência de três tipos de pedagogos.
 Primeiro tipo
O primeiro tipo é o que ele denomina de pedagogo lato sensu, que inclui todos os
profissionais envolvidos com a prática educativa em suas várias manifestações e
modalidades. São os professores de todos os níveis e modalidades de ensino.
 Segundo tipo
O segundo tipo é chamado pelo autor de pedagogo stricto sensu, relativo aos profissionais
que não restringem sua atuação profissional ao ensino e trabalham com “atividades de
pesquisa, documentação, formação profissional, educação especial, gestão de sistemas
escolares e escolas, coordenação pedagógica, animação sociocultural, formação continuada
em empresas, escolas e outras instituições”.
 Terceiro tipo
No terceiro grupo estariam os pedagogos ocasionais, que dedicam apenas parte
do seu tempo a atividades relacionadas à “assimilação e reconstrução de uma
diversidade de saberes”. O curso de Pedagogia, na atualidade, forma um
profissional qualificado para atuar em vários campos educativos, atendendo a
demandas de educação formal, não formal e informal.
E isso, é claro, inclui as demandas da atual sociedade pedagógica, isto é, inclui
atuação nos seguintes âmbitos: educação ambiental, novas tecnologias da
informação e comunicação, movimentos sociais, lazer e animação cultural,
programas sociais, qualificação profissional, produção de vídeos e filmes,
editoras etc.
 Assim, em todo espaço onde houver uma ação
educativa intencional existirá ação pedagógica e,
consequentemente, haverá lugar para a atuação do
pedagogo.
5 As Esferas da Ação Educativa
 Libâneo (2001, p.12-13) identifica ainda duas esferas de ação educativa: 
A escolar e a extraescolar. 
No campo da ação pedagógica escolar há três tipos de atividades que se 
distinguem:
 professores do ensino público e privado, de todos os níveis de ensino e
dos que exercem atividades correlatas fora da escola convencional;
 especialistas da ação educativa escolar operando nos níveis centrais,
intermediários e locais dos sistemas de ensino (supervisores pedagógicos,
gestores, administradores escolares, planejadores, coordenadores,
orientadores educacionais etc.);
 especialistas em atividades pedagógicas para escolares atuando em 
órgãos públicos, privados e públicos não estatais, envolvendo 
associações populares, educação de adultos, clínicas de orientação 
pedagógica/psicológica, entidades de recuperação de portadores de 
necessidades especiais etc.
 (instrutores, técnicos, animadores, consultores, orientadores, clínicos, 
psicopedagogos etc.).
No campo da ação pedagógica há profissionais que exercem sistematicamente 
atividades pedagógicas e os que ocupam apenas parte de seu tempo nessas 
atividades:
 1) formadores, animadores, instrutores, organizadores, técnicos, consultores, orientadores,
que desenvolvem atividades pedagógicas (não escolares), em órgãos públicos, privados e
públicos não estatais, ligadas às empresas, à cultura, aos serviços de saúde, alimentação,
promoção social etc.;
 2) formadores ocasionais, que ocupam parte de seu tempo em atividades pedagógicas, em
órgãos públicos estatais, não estatais e empresas, referentes à transmissão de saberes e
técnicas ligados a outra atividade profissional especializada. por exemplo, de engenheiros,
supervisoresde trabalho, técnicos etc., que dedicam boa parte de seu tempo a
supervisionar ou ensinar trabalhadores no local de trabalho, orientar estagiários etc.
 O curso de pedagogia, certamente, não irá formar todos os tipos de profissionais que atuam 
em todas essas esferas, sobretudo na esfera extraescolar. Muitos profissionais mencionados 
nesta esfera são pedagogos apenas em sentido amplo. Apenas realizam uma atividade de 
caráter pedagógico. 
 Para alguns deles, deveriam até ser pensadas certas alternativas de capacitação profissional, 
na área pedagógica, tais como cursos de aperfeiçoamento, atualização etc. (LIBÂNEO, 1996, 
p.125).
6 A Formação do Pedagogo
 O curso de Pedagogia na atualidade forma os legítimos profissionais da educação, os
pedagogos, especialistas e docentes. O curso de Pedagogia está destinado à formação
de profissionais que realizam estudos do campo teórico-investigativo da educação e
atuam no exercício técnico-profissional, como pedagogos no sistema de ensino, nas
escolas e em outras instituições educacionais, inclusive as não escolares. (LIBÂNEO;
PIMENTA, 1999) .Foi uma longa história até que esse perfil de formação fosse assumido
para os pedagogos. Uma história repleta de ambiguidades.
 A primeira regulamentação do curso de Pedagogia ocorre em 1939 e prevê a formação do
bacharel (técnico em educação) e do licenciado em Pedagogia. Era um esquema de
formação com blocos separados para o bacharelado e a licenciatura.
 Os professores dos antigos primário e pré-primário eram formados nas escolas normais e
os professores do ginasial e colegial nos cursos de licenciatura.
 A legislação posterior, o parecer CFE 251/62, em atendimento à LDB 4024/61, estabelece
para o curso de pedagogia o encargo de formar professores para os cursos normais e
“profissionais destinados às funções não docentes do setor educacional”, os chamados
técnicos de educação ou especialistas de educação, tais como: supervisores, orientadores
e administradores educacionais. Assim, fica mantido o bacharelado para formar os
especialistas em educação.
 Entretanto, apoiado na ideia de “formar o especialista no professor”, o formado no curso de
Pedagogia passa a receber o título de licenciado. (LIBÂNEO, 1996).
 Posteriormente, o Parecer nº252/96 define a estrutura curricular do curso de
Pedagogia que vigorou até a LDB de 1996. A função do curso era formar
professores para o ensino Normal, e especialistas para as atividades de: orientação,
administração, supervisão e inspeção no âmbito das escolas e dos sistemas
escolares. O currículo mínimo compreendia uma parte comum a todas as habilitações e
outra, diversificada, em função da habilitação específica escolhida pelo aluno. Embora fosse
possível que o licenciado em Pedagogia também exercesse o magistério das séries iniciais,
não foi prevista uma habilitação específica para lecionar nessas séries.
 As críticas a esse esquema de formação foram muitas. O curso de Pedagogia foi
considerado “tecnicista”, introdutor da divisão técnica do trabalho na escola (já que separava
os especialistas – que concebiam o trabalho pedagógico – dos docentes – que apenas
executavam, sem refletir, as práticas docentes), além de responsável pela fragmentação da
formação do pedagogo, reproduzindo a separação entre teoria e prática (COELHO, 1998).
 Ainda ao longo dos anos 80, no contexto de democratização do país, tomam
vulto os debates em torno da proposta de formação defendida pela Anfope,
centrada na discussão da especificidade do curso de Pedagogia.
 Na pauta da reivindicação da Anfope estavam: a exigência de formação em
nível superior dos professores da 1ª à 4ª série, a valorização profissional do
professor, a gestão democrática da escola e a docência como base da
formação de todo educador.
7 As Diretrizes Curriculares Nacionais para 
o Curso de Pedagogia
 As controvérsias em torno da formação do pedagogo foram, de certo modo, parcialmente
encerradas com a promulgação das Diretrizes Curriculares nacionais para o Curso de
Pedagogia, Resolução CNE/CP nº 1, de 15 de maio de 2006.
 As Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) para o curso de Pedagogia aplicam-se:
• à formação inicial para o exercício da docência na educação infantil e nos anos iniciais do
ensino fundamental;
• aos cursos de ensino médio de modalidade normal e em cursos de educação profissional;
• na área de serviços e apoio escolar;
• em outras áreas nas quais sejam previstos conhecimentos pedagógicos (BRASIL, 2006).
A formação, assim, abrange de forma integrada a docência, a participação da gestão e
avaliação de sistemas e instituições de ensino em geral, a elaboração, a execução, o
acompanhamento de programas e as atividades educativas.
 As DCN rompem com visões fragmentadas sobre a organização escolar e os sistemas de
ensino, superando os modelos de organização curricular estruturados para formação por
“habilitação”, que culminavam na formação dos denominados “especialistas em
educação”, como o supervisor, o orientador, o administrador, o inspetor educacional,
entre outros (AGUIAR et al., 2006).
 É possível constatar, então, que a formação do licenciado em pedagogia
fundamenta-se no trabalho pedagógico realizado em espaços escolares e não
escolares, tendo a docência como base. A docência ganha um sentido ampliado,
não ficando restrita a ministrar aulas. O trabalho docente implica uma articulação com
o contexto mais amplo, com os processos pedagógicos e os espaços educativos em que
se desenvolvem, assim como demandam a capacidade de reflexão crítica da
realidade em que se situam. (AGUIAR etal., 2006).
 As DCN propõem para o pedagogo uma formação abrangente, o que supõe
situar a pedagogia em um contexto mais amplo das práticas sociais construídas
no processo de vida real dos homens. Parte-se da ideia de que a prática
educativa na atualidade desenvolve-se no contexto mais amplo da educação,
da escola e da própria sociedade, e, sendo assim, a formação para tal exercício
profissional deve fornecer elementos para o domínio desse contexto.
 Constata-se ainda que o foco para o pedagogo uma formação abrangente, o 
que supõe situar a pedagogia em um contexto mais amplo das práticas sociais 
construídas no processo de vida real dos homens. Parte-se da ideia de que a 
prática educativa na atualidade desenvolve-se no contexto mais amplo da 
educação, da escola e da própria sociedade, e, sendo assim, a formação para 
tal exercício profissional deve fornecer elementos para o domínio desse 
contexto.
 Constata-se ainda que o foco do trabalho do pedagogo está centrado
nas atividades de: planejar, executar, coordenar, acompanhar e avaliar
projetos e experiências educativas. Além dessas atividades, é central na
atuação do pedagogo a responsabilidade pela produção e difusão do
conhecimento científico-tecnológico do campo educacional. São essas
as atividades a serem realizadas pelo profissional em educação, quer
aconteçam em contextos escolares ou em contextos não escolares.
 O curso de pedagogia é definido pelas DCN como um curso de
licenciatura. Para Aguiar et al. (2006), o curso implica uma sólida
formação teórica, fundada no estudo das práticas educativas escolares
e não escolares e no desenvolvimento do pensamento crítico, reflexivo,
realizado com base na contribuição das diferentes ciências e dos
campos de saberes que atravessam o campo da pedagogia.
 Entretanto, na medida em que, de acordo com as DCN, o curso forma o
profissional da educação para atuar no ensino, na organização e gestão de
sistemas, unidades e projetos educacionais e na produção e difusão do
conhecimento, em diversas áreas da educação, ele acaba sendo, de fato, uma
licenciatura – formação de professores – e um bacharelado – formação de
educadores/cientistas da educação. Com esse entendimento, para a autora, não
faz sentido nesta formação manter a histórica dicotomia entre bacharelado e
licenciatura (SCHEIBE, 2007).
 Assim, Sheibe (2007) afirmaque dois grandes princípios de natureza
epistemológica foram considerados fundamentais ou representativos nas DCN
para o desenvolvimento de uma formação adequada para o pedagogo:
 a docência como base dessa formação; e a unidade da licenciatura e do 
bacharelado nos cursos de Pedagogia. Entretanto, a disputa em torno do tema 
sobre a formação do pedagogo está inconclusa. Alguns autores continuam a 
criticar a concepção de formação posta nas DCN, tais como Rodrigues e Kuenzer
(2007) e Libâneo(2006). 
8 O Pedagogo nas Instituições Não 
Escolares
 Vimos como a atividade profissional do pedagogo se desenvolve em um amplo leque de práticas educativas
(informais, não formais e formais) e que ele pode atuar em vários espaços: nos sistemas de ensino (gestores,
supervisores, administradores, planejadores de políticas educacionais, pesquisadores ou outros); nas escolas
(professores, gestores, coordenadores pedagógicos, pesquisadores, formadores etc.); nas instâncias
educativas não escolares (formadores, consultores, técnicos, orientadores que ocupam de atividades
pedagógicas em empresas, órgãos públicos, movimentos sociais, meios de comunicação; na produção de
vídeos, filmes, brinquedos, nas editoras, na formação profissional etc.).
 E vimos também como as DCN referendam essa concepção, definindo para o profissional as atividades de
produção e difusão do conhecimento científico, além do planejamento, execução, coordenação,
acompanhamento e avaliação das práticas educativas intencionais. Essas atividades são centrais na atuação
do pedagogo, em qualquer que seja seu espaço de atuação. Pensem que, em qualquer espaço onde houver
uma atividade que envolva um processo intencional de transmissão/assimilação ativa de saberes e modos de
ação, haverá lugar para a atuação do pedagogo.
9 O Pedagogo nas Organizações do Terceiro Setor
 Dentre os possíveis espaços de atuação profissional do pedagogo, ganharam destaque,
na literatura da atualidade, dois tipos de organizações: as ONGs e as empresas. As
primeiras surgem e se intensificam em função dos processos de Reforma do Estado, que
ocorreram a partir dos anos 90, no contexto da ascensão do neoliberalismo e da
globalização.
 Ceroni (2006), em pesquisa realizada com o objetivo de definir o perfil do Pedagogo que
exerce suas atividades profissionais em espaços não escolares, identificou que, em
ONGs, os pedagogos exercem funções mais diversificadas, com predominância na área
de projetos, seja na coordenação ou execução.
 Vale destacar que, entre os pedagogos que atuam em ONGs, muitos responderam à
pesquisa da autora relatando que o curso de Pedagogia os auxiliou no planejamento e
organização dos conteúdos e na prática docente desenvolvida no Terceiro Setor. Para os
profissionais pesquisados, o conhecimento de teóricos estudados no curso de Pedagogia
ofereceu subsídio para a compreensão de toda a dinâmica social e os estudos realizados
na graduação foram de grande valia para o cargo que ocupam atualmente.
10 O Pedagogo nas Organizações 
Empresariais
 Nas empresas, por sua vez, o papel do pedagogo vem assumindo maior destaque em
função dos processos de reestruturação produtiva e de emergência do paradigma
flexível que vem trazendo um novo perfil para o trabalhador. No atual paradigma
produtivo, com a introdução de inovações tecnológicas e organizacionais, se constrói,
no centro da produção, um novo tipo de profissional, com novos atributos. Um
profissional capaz de se antecipar, prevenir e solucionar problemas; trabalhar em
equipe; introduzir inovações e melhorias; ter mais autonomia e criatividade.
 Um profissional com mais conhecimentos, com capacidade de liderar e
se comunicar, com mais responsabilidade, conhecimento do processo
de trabalho e capacidade de aprendizagem contínua. Agora,
diferentemente do fordismo, onde o processo de acumulação capitalista
dependia da força física dos trabalhadores, a acumulação flexível se faz
com base na subjetividade operária. As taxas de lucratividade
dependem da capacidade do trabalhador de criar, inovar e usar suas
capacidades e características próprias a favor da empresa.
 Ceroni (2206) encerra o relato de sua pesquisa identificando alguns indicadores para o perfil
do pedagogo em sua atuação em espaços não escolares que, de acordo com a autora, já
haviam sido também sinalizados pelas Diretrizes Curriculares do curso. São eles:
 Flexibilidade em suas ações;
 conhecimento e experiências relativos à gestão participativa; competência e habilidade na
busca de soluções para os impasses enfrentados, com compreensão do processo histórico,
social, administrativo e operacional em que está inserido;
 comprometimento e envolvimento com o trabalho; ter preparo para administrar conflitos;
 zelar pelo bom relacionamento interpessoal; gostar de trabalhar com pessoas; comunicação
eficaz;
 conhecimento de princípios de educação popular; ter competência e habilidade para
planejar, organizar, liderar, monitorar, empreender.
 Esse contexto do mundo do trabalho que apenas esboçamos neste
momento será aprofundado ao longo das próximas aulas. Por ora, é
importante destacar que o conjunto dessas mudanças, dá um enorme
destaque ao papel do pedagogo na formação profissional nas
organizações.
11 O Pedagogo: Outros Lócus de Atuação e Diferentes Públicos
 Embora tenhamos destacado, no âmbito dos espaços não escolares a
importância do papel do pedagogo em ONGs e empresas, sabemos que sua
atuação ocorre onde quer que haja uma prática educativa sistematizada. Logo,
do ponto de vista do seu lócus de atuação, este profissional poderá trabalhar
nas organizações as mais diversas, tais como: associações, sindicatos,
clubes, empresas, parques e unidades de conservação, igrejas, entre outras.
Do ponto de vista da diversidade de campos de atuação, o pedagogo pode
desempenhar atividades distintas no que se refere à especificidade do trabalho
pedagógico - planejar, executar, coordenar, acompanhar e avaliar projetos e
experiências educativas de acordo com as mais diversas necessidades da
“sociedade pedagógica”.
 Portanto, seu saber fazer permite que atue na educação ambiental;
com tecnologias educacionais, produzindo programas, projetos e
materiais educativos; na educação profissional; em programas sociais,
responsabilizando-se por projetos de alfabetização e escolarização; na
área de inclusão digital, entre outras possibilidades.
 Além disso, cumpre ressaltar que este seu saber fazer pedagógico terá lugar
quando qualquer instituição/organização sistematizar e propuser um processo
educativo voltado para seus diferentes “públicos” (partes interessadas): para
os seus funcionários, clientes, comunidades de seu entorno e/ou até mesmo
para os seus fornecedores. Sendo assim, podemos refletir sobre as inúmeras
possibilidades de atuação do pedagogo. Em um simples exercício mental
podemos combinar diversos lócus de sua atuação, diversas atividades
pedagógicas, diferentes campos de atuação, para diferentes públicos das
diversas instituições onde poderá trabalhar!
 Por exemplo, um projeto de educação ambiental pode ser estruturado para os
funcionários de uma empresa;
 para seus clientes e fornecedores, no intuito de ensinar como atuar de forma
ambientalmente justa;
 assim como para as comunidades que estão no entorno da empresa a fim de
que possam saber dos riscos e problemas ambientais associados às atividades
produtivas com as quais convivem.
 Esta mesma lógica pode ser aplicada a outros tipos de organizações se
pensarmos na educação ambiental, por exemplo: programas para parques e
unidades de conservação; associações de moradores; sindicatos; TV educativa
etc. Este mesmo raciocínio poderá ser adotado se pensarmos ainda em
programas de formação profissional; programas de inclusão digital, ensino a
distância, entre outros campos de atuação do pedagogo.
 A esta altura você deve já ter se surpreendido com o amplo leque de
possibilidadesde atuação desse profissional que acima de tudo deve ser um
educador crítico e reflexivo! Vejamos a seguir algumas questões sobre as
dimensões políticas e éticas do trabalho do pedagogo, ocorrendo este em um
espaço escolar ou não escolar.
12 O Processo de Transformação e Emancipação Humana e 
a Atuação do Pedagogo: Algumas Considerações Iniciais
Ao pedagogo se colocam questões novas e instigantes, tais como:
 Em qualquer espaço onde atue, o pedagogo deve procurar descrever, explicar,
compreender e intervir no fenômeno educativo. Além disso e, principalmente,
deve estar preparado para assumir uma postura crítica e coerente com os
princípios norteadores da sua prática, na busca constante de formulação de
mecanismos de democratização das relações e dos espaços sociais.
 É pela mediação da especificidade de seu trabalho pedagógico, ou seja, dos
processos de construção/reconstrução de saberes e modos, de ação que o
pedagogo reafirma seu compromisso com os processos de transformação social
 Libâneo (2001) arrola alguns desafios e buscas que se colocam para o
pedagogo na atualidade. Em primeiro lugar, como vimos, o pedagogo
deve reafirmar seu compromisso com a autonomia, com a liberdade
política e os processos de emancipação humana.
 Como educadores comprometidos com o processo de transformação
social, é fundamental lutar por uma educação democrática, inclusiva e
integral, capaz de formar cidadãos críticos e autônomos. Formar
indivíduos conscientes de seu papel político na sociedade, capazes de
lutar por seus interesses e de lutar por uma sociedade menos desigual,
onde todos tenham voz e vez.
 Em segundo lugar, importa lutar contra as propostas neoliberais que definem
qualidade de educação a partir de um critério mercadológico, concebendo-a
como articulada apenas à eficiência da gestão dos sistemas e ao uso de novas
práticas administrativas e tecnológicas, adequando os processos de trabalho da
escola aos padrões de produção e consumo. Para Libâneo (2001, p.19), ao
contrário desta visão, educação de qualidade é aquela emque: a escola
promove para todos o domínio de conhecimentos e o desenvolvimento de
capacidades cognitivas eafetivas necessários ao atendimento de necessidades
individuais e sociais dos alunos, à inserção no mundo do trabalho, à constituição
da cidadania (inclusive como poder de participação), tendo em vista a
construção de uma sociedade mais justa e igualitária.
 Em terceiro lugar, o autor propõe que os pedagogos construam uma escola
como um espaço ”entre a cultura experienciada, que acontece numa cidade,
nos meios de comunicação e muitos outros aportes culturais, e aultura formal”
(LIBÂNEO, 2001, p. 20). A ideia é que os alunos possam recolher, analisar e atribuir
significados pessoais à informação, de modo a viabilizar os processos de
construção do conhecimento.
 Vivemos em um mundo da informação, mas é necessário ir além
da informação: chegar ao conhecimento. Mas para que a
informação possa se transformar em conhecimento, precisa ser
trabalhada e analisada criticamente. É preciso realizar uma leitura
crítica da informação. E essa é uma das tarefas da escola e um
dos principiais desafios que os pedagogos têm que enfrentar.
 Assim, é possível pensar no pedagogo atuando em vários campos: em um canal
de TV, fazendo parte da equipe que elabora programas educativos; em um
centro comunitário, planejando propostas de educação e animação cultural para
a terceira idade; em órgãos públicos da área de saúde, planejando campanhas
de educação e esclarecimento sobre vacinação; em indústrias de brinquedos,
planejando jogos educativos;
 Em uma empresa, coordenando programas de formação profissional de
funcionários ou planejando projetos de educação ambiental; em uma ONG,
coordenando cursos de informática em projetos de inclusão digital para jovens em
situação de risco;
 Em um hospital, implementando classes hospitalares para as crianças internadas
ou planejando programas de formação continuada para os funcionários desta
instituição; na área de turismo, planejando propostas de turismo educacional, ou
seja, buscando estratégias que levem os turistas a aprender sobre as diferentes
culturas e a valorizar os saberes de cada região etc.

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