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Livro de Auditoria Finanaceira e Controlo Interno[1]

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Todas as marcas ou nomes de empresa referidos neste manual servem única e exclusivamente propósitos pedagógicos e nunca devem 
ser considerados infracção à propriedade intelectual de qualquer dos proprietários. 
 
GOVERNO DA REPÚBLICA PORTUGUESA
Ficha Técnica 
 
 
 
 
Título: Auditoria Financeira e Controlo Interno 
Autor: Paulo Correia 
Editor: Companhia Própria – Formação e Consultoria, Lda. 
Edifício World Trade Center, Avenida do Brasil, n.º 1 - 2.º, 1749 – 008 LISBOA 
Tel: 217 923 811; Fax: 217 923 812/ 3701 
www.companhiapropria.pt 
info@companhiapropria.pt 
rdidacticos@companhiapropria.pt 
 
Entidades Promotoras e Apoios: 
 
 
Companhia Própria – Formação e Consultoria Lda e Programa Operacional 
Emprego, Formação e Desenvolvimento Social (POEFDS), co-financiado 
pelo Estado Português e pela União Europeia, através do Fundo Social 
Europeu. 
Ministério da Segurança Social e do Trabalho. 
Coordenador: Ana Pinheiro e Luís Ferreira 
Equipa Técnica: 
 
SBI Consulting – Consultoria de Gestão, SA 
Avenida 5 de Outubro, n.º 10 – 8.º andar, 1050 – 056, LISBOA 
Tel: 213 505 128; Fax: 213 143 492 
www.sbi-consulting.com 
geral@ sbi-consulting.com 
Revisão, Projecto Gráfico, 
Design e Paginação: 
 
e-Ventos CDACE 
Pólo Tecnológico de Lisboa, Lote 1 – Edifício CID 
Estradado Paço do Lumiar, 1600 – 546 LISBOA 
Tel: 217 101 141; Fax: 217 101 103 
info@e-Ventos.pt 
 
© Companhia Própria – Formação & Consultoria, Lda, 2004, 1.ª edição 
 
 
 
 
 
Manual subsidiado pelo Fundo Social Europeu e pelo Estado Português 
Auditoria Financeira 
 
Companhia Própria – Formação & Consultoria, Lda 2 
Índice 
 
ÍNDICE 2 
ENQUADRAMENTO 6 
ÁREA PROFISSIONAL 6 
CURSO / SAÍDA PROFISSIONAL 7 
NÍVEL DE FORMAÇÃO / QUALIFICAÇÃO 7 
COMPONENTE DE FORMAÇÃO 7 
UNIDADES DE FORMAÇÃO E DURAÇÃO 8 
CONTEÚDOS TEMÁTICOS 8 
OBJECTIVOS GLOBAIS 10 
CONTEXTUALIZAÇÃO DA SAÍDA PROFISSIONAL 11 
OBJECTIVOS E CONTEÚDOS 11 
1 O CONCEITO DE AUDITORIA 15 
AUDITORIA 15 
2 PRINCÍPIOS E CONCEITOS FUNDAMENTAIS DE AUDITORIA 17 
OBJECTIVOS E CONTEÚDOS DO CAPÍTULO 17 
PRINCÍPIOS CONTABILÍSTICOS GERALMENTE ACEITES 17 
EFICIÊNCIA DO CONTROLO 20 
3 OBJECTIVOS, CONCEITOS E TÉCNICAS 22 
O QUE SE ESPERA DO TRABALHO DOS AUDITORES 22 
PROCEDIMENTOS GERAIS DE AUDITORIA 23 
Auditoria Financeira 
 
Companhia Própria – Formação & Consultoria, Lda 3 
O RISCO EM AUDITORIA 28 
4 CONTROLO INTERNO 30 
O CONCEITO DE CONTROLO INTERNO 30 
OS PROCEDIMENTOS DO CONTROLO INTERNO 32 
4.1 ÁREA DE CAIXA E DEPÓSITOS BANCÁRIOS 33 
 
4.2 ÁREA DE VENDAS E OUTRAS OPERAÇÕES COM CLIENTES 36 
4.3 ÁREA DE COMPRAS E OUTRAS OPERAÇÕES COM FORNECEDORES 39 
4.4 ÁREA DE CUSTOS E OPERAÇÕES COM O PESSOAL 43 
4.5 ÁREA DE EXISTÊNCIAS 47 
4.6 ÁREA DE IMOBILIZAÇÕES INCORPÓREAS E CUSTOS DIFERENCIADOS 
 53 
4.7 ÁREA DE MOBILIZAÇÕES CORPÓREAS 55 
4.8 ÁREA DE INVESTIMENTOS FINANCEIROS 57 
 
4.9 ÁREA DE EMPRÉSTIMOS OBTIDOS 59 
LIMITAÇÕES DO CONTROLO INTERNO 60 
5 METODOLOGIAS DE AVALIAÇÃO DO CONTROLO INTERNO 62 
AVALIAÇÃO PRELIMINAR DO RISCO DE CONTROL 62 
COMPREENSÃO DOS SISTEMAS CONTABILÍSTICO E DE CONTROLO INTERNO
 63 
TESTES DE CONTROLO 66 
RELATÓRIO COM SUGESTÕES 67 
6 PAPÉIS DE TRABALHO 69 
PAPÉIS DE TRABALHO 69 
Auditoria Financeira 
 
Companhia Própria – Formação & Consultoria, Lda 4 
6.1 DOSSIER PERMANENTE 71 
6.2 DOSSIER CORRENTE 72 
7 AUDITORIA ÀS ÁREAS OPERACIONAIS 74 
ÁREA DE IMOBILIZAÇÕES INCORPÓREAS 74 
ÁREA DE IMOBILIZAÇÕES CORPÓREAS 76 
ÁREA DE INVESTIMENTOS FINANCEIROS 78 
ÁREA DE EXISTÊNCIAS 80 
ÁREA DE VENDAS E CONTAS A RECEBER 82 
ÁREA DE DISPONIBILIDADES 84 
ÁREA DE CAPITAL PRÓPRIO 85 
ÁREA PROVISÕES E DIFERIMENTOS 86 
ÁREA EMPRÉSTIMOS OBTIDOS 89 
ÁREA DE COMPRAS E CONTAS A PAGAR 90 
ÁREA DE IMPOSTOS 93 
8 PREVENÇÃO E DETECÇÃO DE FRAUDES E ERROS 95 
FRAUDE E ERRO 95 
PROTECÇÃO CONTRA A FRAUDE 97 
9 CONCEITO DE “VALUE FOR MONEY” 101 
VALUE FOR MONEY 101 
DETERMINAÇÃO DO VALUE FOR MONEY 102 
OBTER UM BOM VALUE FOR MONEY 102 
VANTAGENS DO VALUE FOR MONEY 103 
Auditoria Financeira 
 
Companhia Própria – Formação & Consultoria, Lda 5 
10 DA AUDITORIA FINANCEIRA À AUDITORIA DE GESTÃO 105 
A NECESSIDADE DE INFORMAÇÃO FINANCEIRA CREDÍVEL 105 
OUTROS TIPOS DE AUDITORIA 106 
10.1 AUDITORIA INTERNA 106 
10.2 AUDITORIA OPERACIONAL 107 
10.3 AUDITORIA DE GESTÃO 108 
11 ENUNCIADOS DOS EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO 109 
12 RESOLUÇÃO DOS EXERCÍCIOS 126 
13 RESOLUÇÃO DOS EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO 135 
14 BIBLIOGRAFIA 174 
 
 
 
 
Auditoria Financeira 
 
Companhia Própria – Formação & Consultoria, Lda 6 
 
Enquadramento 
 
O presente manual tem como propósito primeiro o acompanhamento do 
curso de formação profissional em Auditoria Financeira e Controlo 
Interno. Por outro lado, permite a qualquer interessado nos conceitos e 
técnicas relacionados com a implementação e desenvolvimento de 
sistemas de auditoria nas empresas, um guia fiável e de acesso célere a 
um conjunto de metodologias a considerar na definição deste tipo de 
sistemas. Assim, pretende fornecer uma visão abrangente dos 
objectivos, dificuldades e valências inerentes à aplicação de uma 
ferramenta administrativa e financeira de primordial importância na 
gestão empresarial moderna. 
Em síntese, o manual de Auditoria Financeira e Controlo Interno permite 
uma introdução simples aos conceitos e técnicas fundamentais para o 
exercício da profissão de auditor. 
 
ÁREA PROFISSIONAL 
 
Este manual enquadra-se na área profissional de Organização e Gestão 
de Empresas, e visa familiarizar os alunos com os conceitos e técnicas de 
auditoria financeira e controlo interno, sensibilizando-os para a 
importância e o papel da auditoria nas organizações. 
Este manual foi especialmente concebido para todos os executivos, 
quadros dirigentes, empresários, gestores funcionais e técnicos, que 
desenvolvem a sua actividade nas diversas áreas funcionais da empresa(finanças e contabilidade, gestão global, aprovisionamentos, produção e 
logística, comercial e marketing, recursos humanos, investigação e 
desenvolvimento, informática, etc.) e de qualquer sector de actividade. É 
particularmente atraente para todos os profissionais que têm um forte 
relacionamento com a gestão e que são utilizadores da informação 
produzida pela contabilidade. 
 
 
Auditoria Financeira 
 
Companhia Própria – Formação & Consultoria, Lda 7 
CURSO / SAÍDA PROFISSIONAL 
O objectivo deste curso consiste em proporcionar aos participantes 
conhecimentos e ferramentas de auditoria financeira que lhes permita 
garantir a fiabilidade e a no futuro a prática de funções de auditoria e 
análise contabilística das organizações. 
Este curso destina-se essencialmente a profissionais especialistas nas 
áreas de Contabilidade e Finanças, que desenvolvem ou venham a 
desenvolver a sua actividade em áreas financeiras das empresas. 
O curso está orientado em conteúdos e metodologia especialmente para 
Gestores e Quadros de Pequenas e Médias Empresas bem como para 
Profissionais Liberais. 
No que respeita à empregabilidade, o formando do curso poderá 
desempenhar funções de auditoria externa em auditoras ou desenvolver 
a actividade em qualquer organização numa vertente de auditoria 
interna. Apesar de o curso incidir no domínio financeiro, poderá constituir 
um interessante complemento para outros tipos de auditoria (qualidade, 
recursos humanos, etc.). 
Todos os participantes poderão reunir competências no âmbito desta 
área e obter saídas profissionais a desempenhar funções de Auditor 
Contabilístico, Auditor Financeiro, Técnico de Auditoria. 
 
NÍVEL DE FORMAÇÃO / QUALIFICAÇÃO 
Poderão frequentar as acções de formação apoiadas neste manual, 
indivíduos com qualificações de nível IV e V, independentemente da área 
vocacional, cumprindo no entanto um conjunto de pré-requisitos em 
termos de conhecimentos de gestão de empresas. 
 
COMPONENTE DE FORMAÇÃO 
 
Através deste manual poderão ser leccionados cursos como: 
 Auditoria Financeira e Controlo Financeiro 
 Controlo Interno na Actividade Empresarial 
Auditoria Financeira 
 
Companhia Própria – Formação & Consultoria, Lda 8 
A Formação a decorrer, tendo este manual como auxiliar, pretende criar 
competências ao nível da percepção do conjunto de instrumentos básicos 
para a preparação e elaboração de auditorias externas e internas em 
empresas e outros organismos. 
 
UNIDADES DE FORMAÇÃO E DURAÇÃO 
 
 Fundamentos de Auditoria (1 hora) 
 Controlo Interno e Metodologias de Avaliação (15 horas) 
 Papéis de Trabalho (1 hora) 
 Auditoria às Áreas Funcionais (25 horas) 
 Prevenção e Detecção de Erros e Fraudes (1 hora) 
 Value for Money (1 hora) 
 Da Auditoria Financeira à Auditoria de Gestão (1 hora) 
 
CONTEÚDOS TEMÁTICOS 
 
Princípios e Conceitos Fundamentais de Auditoria: 
 Princípios e Conceitos Fundamentais de Auditoria 
 Eficiência do Controlo 
Objectivos, Conceitos e Técnicas: 
 O que se espera dos Auditores 
 Procedimentos Gerais de Auditoria 
 O Risco em Auditoria 
Controlo Interno: 
 O Conceito de Controlo Interno 
 Os Procedimentos de Controlo Interno 
 Limitações do Controlo Interno 
Auditoria Financeira 
 
Companhia Própria – Formação & Consultoria, Lda 9 
Metodologias de Controlo Interno: 
 Avaliação Preliminar do Risco de Controlo 
 Compreensão dos Sistemas Contabilístico e de Controlo 
Interno 
 Relatório com Sugestões 
Papéis de Trabalho: 
 Papéis de Trabalho 
 Auditoria às Áreas Operacionais 
 Área de Imobilizações Incorpóreas 
 Área de Imobilizações Corpóreas 
 Área de Investimentos Financeiros 
 Área de Existências 
 Área de Vendas e Contas a Receber 
 Área de Disponibilidades 
 Área de Capital Próprio 
 Área de Acréscimos e Diferimentos 
 Área de Empréstimos Obtidos 
 Área de Compras e Contas a Pagar 
 Área de Impostos 
 Prevenção e Detecção de Fraudes e Erros: 
Value for Money: 
 O Conceito de Value for Money 
 Determinação do Value for Money 
 Obter um bom Value for Money 
 Vantagens do Value for Money 
Auditoria Financeira 
 
Companhia Própria – Formação & Consultoria, Lda 10 
 Da Auditoria Financeira à Auditoria de Gestão: 
 A Necessidade de Informação Financeira Credível 
 Outros Tipos de Auditoria 
 
OBJECTIVOS GLOBAIS 
No final da formação, o formando deve estar apto a: 
 Compreender a importância dos fundamentos e princípios de 
auditoria; 
 Perceber a utilidade da auditoria na gestão das organizações; 
 Dominar os conceitos e técnicas de auditoria; 
 Compreender o risco de auditoria; 
 Reconhecer o controlo interno como uma ferramenta de extrema 
importância na fiabilidade da informação financeira; 
 Dominar os procedimentos do controlo interno no que respeita a cada 
área operacional da empresa; 
 Reconhecer as dificuldades inerentes à implementação de um sistema 
de controlo interno; 
 Avaliar o sistema de controlo interno de uma empresa; 
 Perceber os objectivos, riscos e procedimentos de uma auditoria às 
áreas funcionais, e conceber os documentos demonstrativos do 
trabalho efectuado; 
 Conhecer e aplicar as medidas de prevenção e detecção de práticas 
erróneas e fraudulentas no domínio do registo contabilístico; 
 Assimilar o conceito de Value for Money na prática da auditoria e 
controlo interno; 
 Apurar a importância da auditoria de gestão enquanto extensão da 
auditoria financeira e da auditoria operacional. 
 
Auditoria Financeira 
 
Companhia Própria – Formação & Consultoria, Lda 11 
CONTEXTUALIZAÇÃO DA SAÍDA PROFISSIONAL 
A natureza do trabalho do auditor financeiro consiste na análise das 
contas das empresas, de modo a averiguar a conformidade destas com 
os princípios e normas que regem a preparação e apresentação da 
informação contabilística e financeira. Para tal, o auditor procede à 
avaliação dos documentos e mapas financeiros, estabelecendo também 
contactos com os diversos elementos das organizações auditadas. 
 
As principais entidades empregadoras dos auditores são as empresas 
multinacionais de auditoria, bem como sociedades de revisores oficiais de 
contas, e outras empresas que desenvolvam trabalhos de auditoria 
interna. 
 
Os auditores, para além de conhecimentos na área financeira das 
empresas (Contabilidade, Auditoria e Fiscalidade), deverão dominar pelo 
menos uma língua estrangeira (inglês, preferencialmente) e informática 
na óptica do utilizador. 
 
OBJECTIVOS E CONTEÚDOS 
Conteúdos Objectivos Gerais 
1. O Conceito de Auditoria 
1.1. Auditoria 
− Conhecer a origem da Auditoria 
− Definir Auditoria 
2. Princípios e Conceitos 
Fundamentais de Auditoria 
2.1. Princípios Contabilísticos 
Geralmente Aceites 
2.2. Eficiência do Controle 
− Perceber a importância da 
normalização contabilística 
− Reconhecer as implicações dos 
PCGA nos registos contabilísticos 
− Inteirar-se do âmbito de 
actuação dos auditores 
3. Objectivos, Conceitos e Técnicas 
3.1. O que se espera do 
− Conhecer algumas das funções 
do auditor 
Auditoria Financeira 
 
Companhia Própria – Formação & Consultoria, Lda 12 
Trabalho dos Auditores 
3.2. Procedimentos Gerais 
de Auditoria 
3.3. O Risco em Auditoria 
− Classificar os procedimentos 
comuns de auditoria 
− Perceber e interpretar os 
diversos tipos e origens de risco 
no trabalho de auditoria 
4. Controlo Interno 
4.1. O Conceito de Controlo 
Interno 
4.2. Os Procedimentos de 
Controlo Interno 
4.3. Limitações do Controlo 
Interno 
− Definir controlo interno 
− Conhecer os elementos a 
observar para a implementação 
de um sistema de controlo 
interno 
− Distinguir controlo interno 
Administrativo de controlo 
interno contabilístico 
− Compreender a utilidade dos 
procedimentos de controlo 
interno para as empresas 
− Conhecer os procedimentos os 
diferentes aspectos de cada área 
do património da empresa. 
− Identificar as principais 
limitações à implementação de 
um sistema de controlo interno 
5.Metodologias de Avaliação do 
Controlo Interno 
5.1. Avaliação Preliminar do 
Risco de Controlo 
5.2. Compreender os 
Sistemas Contabilístico e de 
Controlo Interno 
5.3. Testes de Controlo 
5.4. Relatórios com 
− Dominar o conceito de risco de 
controlo 
− Identificar e compreender as 
formas de verificação dos 
sistemas contabilístico e de 
controlo interno 
− Perceber a relevância dos testes 
de controlo 
− Compreender os aspectos a 
Auditoria Financeira 
 
Companhia Própria – Formação & Consultoria, Lda 13 
Sugestões mencionar nos relatórios com 
sugestões 
6. Papéis de Trabalho 
6.1. Papéis de Trabalho 
− Compreender a importância da 
concepção e utilização de 
documentos de trabalho em 
auditoria 
− Distinguir dossier permanente de 
dossier corrente 
7. Auditoria às Áreas Operacionais 
7.1. Área de Imobilizações 
Incorpóreas 
7.2. Área de Imobilizações 
Corpóreas 
7.3. Área de Investimentos 
Financeiros 
7.4. Área de Existências 
7.5. Área de Vendas e 
Contas a Receber 
7.6. Área de 
Disponibilidades 
7.7. Área de Capital Próprio 
7.8. Área de Provisões e 
Diferimentos 
7.9. Área de Empréstimos 
Obtidos 
7.10. Área de Compras e 
Contas a Pagar 
7.11. Área de Impostos 
− Compreender os objectivos de 
auditoria para cada área 
operacional 
− Identificar os riscos e problemas 
potenciais inerentes a cada área 
− Conhecer os procedimentos a 
efectuar para cada área 
8. Prevenção e Detecção de Fraudes 
e Erros 
8.1. Fraude e Erro 
− Distinguir fraude de erro 
− Identificar os tipos de fraude 
comuns passíveis de ocorrência 
Auditoria Financeira 
 
Companhia Própria – Formação & Consultoria, Lda 14 
8.2. Protecção contra a Fraude nas demonstrações financeiras 
− Conhecer os meios e 
mecanismos de prevenção da 
ocorrência da fraude 
9. Conceito de “Value For Money” 
9.1. “Value for Money” 
9.2. Determinação do Value for 
Money 
9.3. A Obtenção de um bom 
Value for Money 
9.4. Vantagens do Value for 
Money 
− Definir o conceito value for 
money 
− O value for money e os 3 E 
− Conhecer os instrumentos para 
determinar o value for money 
− Compreender as políticas para 
um value for money elevado 
− Enumerar as vantagens do value 
for money 
10. Da Auditoria Financeira à 
Auditoria de Gestão 
10.1. A Necessidade de 
Informação Financeira 
Credível 
10.2. Outros Tipos de Auditoria 
− Compreender a importância da 
credibilidade da informação 
financeira produzida 
− Perceber a relevância da 
independência do auditor 
− Distinguir auditoria interna, 
auditoria operacional e auditoria 
de gestão 
 
Auditoria Financeira 
 
Companhia Própria – Formação & Consultoria, Lda 15 
1 
O Conceito de Auditoria 
 
 
OBJECTIVOS E CONTEÚDOS DO CAPÍTULO 
O presente capítulo reveste um cariz introdutório pretendendo a 
compreensão pelo formando da génese e relevância do significado do 
conceito de auditoria e a sua implicação na gestão. 
 
AUDITORIA 
 
Etimologicamente a palavra “auditoria” tem a sua origem no verbo latino 
“audire”, que significa “ouvir”, e que conduziu à criação da palavra 
“auditor” (do latim “auditore”) como sendo aquele que ouve. Isto pelo 
facto de nos primórdios da auditoria os auditores tirarem as suas 
conclusões fundamentalmente com base nas informações verbais que 
lhes eram transmitidas. 
Actualmente atribui-se à auditoria um conjunto mais alargado de 
importantes funções, abrangendo todo o organismo da empresa e dos 
seus órgãos de gestão, com a finalidade de efectuar críticas e emitir 
opiniões sobre as situações patrimoniais e sobre os resultados de ambos. 
Mas afinal, o que é a auditoria? Veja-se a este respeito algumas 
definições clássicas do termo: 
“A auditoria é o exame de demonstrações e registos administrativos em 
que o auditor observa a exactidão, integridade e autenticidade de tais 
demonstrações, registos e documentos”. 
Holmes 
“A auditoria é o exame dos livros contabilísticos, comprovativos e demais 
registos de um organismo (...) com o objectivo de averiguar a correcção 
Auditoria Financeira 
 
Companhia Própria – Formação & Consultoria, Lda 16 
ou incorrecção dos registos e expressar opinião sobre os documentos 
analisados, comummente em forma de certificação”. 
Arthur Hanson 
Em Portugal, Joaquim Raúl e Jorge Seoane definem auditoria como a 
“revisão sistemática dos registos contabilísticos de uma empresa ou 
organismo económico de qualquer tipo, envolvendo: 
 A verificação da exactidão das operações; 
 O exame dos comprovativos para estabelecer a sua 
autenticidade e devida autorização; 
 A exactidão do diário e da classificação de contas; 
 A manutenção de princípios sãos e científicos.” 
Concluindo, auditoria é um exame das contas, relatórios, projectos, 
obras, ou qualquer outra situação auditável, bem como de toda a 
documentação de suporte; realizado em conformidade com determinadas 
normas, métodos, procedimentos e princípios geralmente reconhecidos e 
aceites; por um profissional qualificado e independente, com qualificação 
técnica e profissional, independência física, hierárquica e mental; com o 
objectivo de expressar a sua opinião sobre a correcção, a clareza e a 
suficiência das situações e documentos objecto de análise. 
 BIBLIOGRAFIA ACONSELHADA 
 ALMEIDA, MARCELO CAVALCANTI, Auditoria Contábil: teoria e 
prática, Atlas, Lisboa, 1996. 
 ARENS, ALVIN A., LOEBBECKE, JAMES K., Auditing, 7ª Edição, 
Prentice Hall, New Jersey, 1997 
 COSTA, CARLOS BAPTISTA DA, Auditoria Financeira: teoria e 
prática, Rei dos Livros, Lisboa, 2000. 
 
Auditoria Financeira 
 
Companhia Própria – Formação & Consultoria, Lda 17 
 
2 
Princípios e Conceitos 
Fundamentais de Auditoria 
Princípios Contabilísticos Geralmente Aceites 
 
OBJECTIVOS E CONTEÚDOS DO CAPÍTULO 
Este capítulo procura a sensibilização do formando para a questão da 
normalização contabilística e da actuação do auditor, incidindo na 
abordagem dos princípios contabilísticos geralmente aceites. No âmbito 
da actuação do auditor, é introduzida a noção de eficiência do controlo no 
desenvolvimento da sua actividade. 
 
PRINCÍPIOS CONTABILÍSTICOS GERALMENTE ACEITES 
Sendo o objectivo primordial de uma auditoria a verificação da fiabilidade 
e relevância da informação patrimonial constante nas demonstrações 
financeiras, e que seja normalizada com as demais empresas, estão 
definidas regras basilares que permitem a obtenção de uma imagem 
verdadeira e apropriada da situação financeira da empresa - os Princípios 
Contabilísticos Geralmente Aceites. 
Os Princípios Contabilísticos Geralmente Aceites são um conjunto de 
normas que balizam a preparação das demonstrações financeiras por 
parte dos contabilistas. Constituem portanto, um elenco de elementos 
disciplinadores do registo e mensuração dos factos contabilísticos, bem 
como um conjunto de regras respeitantes à forma de apresentação das 
demonstrações financeiras. 
Auditoria Financeira 
 
Companhia Própria – Formação & Consultoria, Lda 18 
 
Um dos aspectos mais importantes na implementação dos Princípios 
Contabilísticos Geralmente Aceites na actividade contabilística reside na 
harmonização da informação financeira produzida pelas empresas. Esta 
harmonização permite uma uniformização dos critérios a adoptar a 
elaboração das demonstrações financeiras, e por conseguinte, uma 
comparação estatística entre as diversas empresas do mesmo sector, 
região, dimensão, forma jurídica, etc. 
A harmonização contabilística é uma preocupação de todos os 
organismos tutelares de mecanismos e métodos de controlo e 
fiscalização da actividade económica. A nível internacional podem ser 
nomeados: 
 Comissão Europeia (4ª e 7ª Directivas) 
 IASC – International Accounting Standards Comitte 
 OCDE – Organização de Cooperação e Desenvolvimento 
Económico 
 União Europeia de Peritos Contabilísticos 
 
PRINCÍPIOS CONTABILÍSTICOS GERALMENTE ACEITES 
 
1. Da continuidade 
A empresa é uma entidade que desenvolve a sua actividadede modo 
contínuo, tendo uma duração ilimitada. Não tem como objectivos a 
respectiva liquidação ou a redução significativa do volume das suas 
operações. 
2. Da consistência 
As políticas contabilísticas de uma empresa perpetuam-se de um 
exercício para o outro. Se houver alguma alteração materialmente 
relevante, terá de ser referida de acordo com o anexo (nota 1). 
3. Da especialização (ou do acréscimo) 
Reconhecimento dos proveitos e os custos quando obtidos ou incorridos, 
independentemente do seu recebimento ou pagamento. Devem ser 
incluídos nas demonstrações financeiras dos períodos a que respeitam. 
Auditoria Financeira 
 
Companhia Própria – Formação & Consultoria, Lda 19 
 
4. Do custo histórico 
Os registos contabilísticos devem basear-se em custos de aquisição ou de 
produção, em valores nominais ou constantes. 
 
5. Da prudência 
Possibilidade de integração nas contas um grau de precaução mediante a 
realização de estimativas exigidas em condições de incerteza sem, no 
entanto, permitir a criação de reservas ocultas ou provisões excessivas 
ou a deliberada quantificação de activos e proveitos por defeito ou de 
passivos e custos por excesso. 
 
6. Da substância sobre a forma 
Contabilização das operações de acordo com a substância e a realidade 
financeira, não as subjugando à sua forma legal. 
 
7. Da materialidade 
As demonstrações financeiras devem evidenciar todos os elementos que 
sejam relevantes e que possam afectar avaliações ou decisões pelos 
utentes interessados. 
 
8. Da não compensação 
Separação dos elementos das rubricas do activo e do passivo (balanço), 
dos custos e perdas e de proveitos e ganhos (demonstração de 
resultados), não havendo lugar a encontro de saldos. 
 
9. Da correspondência de Balanços Sucessivos 
O balanço de abertura de exercício tem de apresentar os mesmos saldos 
que o balanço de encerramento do exercício anterior. 
 
Auditoria Financeira 
 
Companhia Própria – Formação & Consultoria, Lda 20 
10. Da Recuperação do Custo das Existências 
As existências finais não devem apresentar-se no Balanço por um valor 
que não possa ser recuperado com a sua alienação. (Deriva do Princípio 
da Prudência) 
 
EFICIÊNCIA DO CONTROLO 
 
O auditor, no desempenho da sua actividade, deve garantir o 
cumprimento dos Princípios Contabilísticos Geralmente Aceites. Para tal, 
deverá estabelecer mecanismos de actuação em diversos aspectos: 
 Organização 
 Procedimentos Normativos 
 Registos e Relatórios 
 Auditoria Interna 
 ... 
 
A eficiência do Controlo deriva da qualidade dos meios humanos, 
materiais e metodológicos empregues na actividade de auditoria, bem 
como da eficiente aplicação das normas técnicas da contabilidade. 
O trabalho de auditoria, enquanto actividade a desenvolver em 
colaboração e cooperação (pessoal e institucional), implica uma correcta 
aplicação de processos organizacionais e de relações humanas, por forma 
a garantir melhores resultados. 
 EXERCÍCIO 2.1 
“O auditor, no desempenho da sua actividade, deve garantir o 
cumprimento dos Princípios Contabilísticos Geralmente Aceites”. 
Comente a afirmação. 
 
Auditoria Financeira 
 
Companhia Própria – Formação & Consultoria, Lda 21 
 EXERCÍCIO 2.2 
Um imóvel arrendado encontra-se contabilizado na conta de 
investimentos financeiros. Identifique o princípio contabilístico subjacente 
a este registo. 
 EXERCÍCIO 2.3 
Um cliente encontra-se em processo de falência. A empresa constituiu 
uma provisão para clientes de cobrança duvidosa. Identifique o princípio 
contabilístico subjacente a este registo. 
 BIBLIOGRAFIA ACONSELHADA 
 Plano Oficial de Contabilidade 
 Borges, António et al; Elementos de Contabilidade Geral; Lisboa; 
2002 
 Costa, Carlos Baptista da; Auditoria Financeira: teoria e prática; 
Lisboa; 2000 
 
 LINKS DE INTERESSE 
 www.cnc.min-financas.pt 
 www.ifac.org 
 www.iasb.org.uk 
 
 
Auditoria Financeira 
 
Companhia Própria – Formação & Consultoria, Lda 22 
 
3 
Objectivos, Conceitos e Técnicas 
 
 
OBJECTIVOS E CONTEÚDOS DO CAPÍTULO 
Este capítulo tem o propósito de familiarizar os participantes com alguns 
conceitos, termos e técnicas comuns nos trabalhos de auditoria, que 
serão referidos amiúde ao longo dos capítulos seguintes. Para permitir 
uma rápida consulta e fácil memorização, optou-se por uma 
apresentação sob a forma de tópicos. 
 
O QUE SE ESPERA DO TRABALHO DOS AUDITORES 
 
 Emissão de parecer sobre as contas, como garante da qualidade 
da informação financeira; 
 Estudo e avaliação dos principais sistemas contabilísticos e de 
controlo em utilização na empresa auditada; 
 Identificação dos pontos fracos e proposta de medidas de 
correcção adequadas; 
 Assistência fiscal, de forma a garantir a prevenção de 
incumprimentos e o planeamento de medidas adequadas em 
termos de gestão da política fiscal da empresa; 
Auditoria Financeira 
 
Companhia Própria – Formação & Consultoria, Lda 23 
 Assistência à gestão, permitindo um acompanhamento 
sistemático dos resultados periódicos e mecanismos de alerta 
atempados sobre a evolução dos negócios; 
 Apoio a decisões de carácter estratégico a adoptar pela gestão 
(aquisições, fusões, vendas, etc); 
 Apoio a medidas de reorganização interna que a gestão pretenda 
adoptar; 
 Exercício de uma função dissuasora e pedagógica sobre os 
elementos da organização. 
 
PROCEDIMENTOS GERAIS DE AUDITORIA 
 
Consistem em métodos e técnicas utilizados pelo auditor para a 
realização do seu trabalho: 
Entrevistas 
 Quem entrevistar? Qual a pessoa que detém a informação 
pretendida? 
 O que se deseja saber? – esboço prévio dos aspectos essenciais 
a esclarecer; 
 Qual o melhor local para realizar a entrevista? – sugerir o local 
em função da localização da informação, do ambiente envolvente 
e de outras condicionantes; 
 Quando realizar a entrevista? – marcação com antecedência, 
indicação dos assuntos, previsão da duração; 
 Captar a confiança do entrevistado – analisar a atitude do 
entrevistado (expectativa, receio, confiança, medo, hostilidade), 
“descongelar” atitudes negativas, fomentar atitudes de 
colaboração; 
 Procurar que a entrevista não seja demasiado longa, dado que 
com o decurso do tempo, o auditor tende a dispersar a sua 
atenção e capacidade de percepção da infomação, ao passo que 
o entrevistado pode aborrecer-se e fechar-se, limitando a 
informação que pode dar; 
Auditoria Financeira 
 
Companhia Própria – Formação & Consultoria, Lda 24 
 
Carácter objectivo e predominantemente técnico: 
 Após a fase inicial, os assuntos têm de assumir um carácter 
técnico; 
 Entrevistador não pode emitir opiniões de carácter pessoal; 
 Nem opiniões valorativas sobre outros elementos da 
organização auditada. 
 
Observação 
Consiste na capacidade do auditor estar atento a tudo o que o rodeia na 
empresa, com o objectivo de avaliar como são aplicadas na prática as 
funções atribuídas a cada pessoa e, em geral, como são cumpridos os 
normativos em vigor. Deve-se ter em atenção alguns aspectos: 
 Seguir as diversas fases e circuitos de um documento ou de 
uma operação; 
 Apreciar os procedimentos de controlo adoptados; 
 Verificar as regras de segurança; 
 Verificar a carga de trabalho dos empregados; 
 Apreciar a forma de organização da documentação; 
 Observar o nível de arrumação das instalações; 
 Estar atento ao modo como se fazem as conferências. 
 
O sucesso deste procedimento depende essencialmente da experiência 
detida pelo auditor. 
Embora seja um procedimento que não permite tirar conclusões 
definitivas, constitui um bom instrumento para a formação da opinião do 
auditor, sendo portanto, de extrema importância para a eficiência do 
trabalho de auditoria. 
 
Auditoria Financeira 
 
Companhia Própria – Formação & Consultoria, Lda 25 
Inspecção 
Consiste na verificação de bens ou documentos, no âmbito do trabalho 
de auditoria. Os diversos tipos de inspecções agrupam-se sob dois 
conjuntos principais:Inspecção física: 
 Identificar os bens; 
 Verificar a sua propriedade; 
 Verificar a conformidade dos bens com os registos 
contabilísticos e documentais de suporte; 
 Verificar o seu estado de uso e de depreciação; 
 Apreciar a valorização que lhes está atribuída; 
 Avaliar a sua utilidade e potencial de utilização face à 
actividade da empresa. 
 Inspecção documental: 
 Verificar a autenticidade do documento; 
 Confirmar a regularidade processual, incluindo os 
antecedentes e os factos subsequentes; 
 Verificar a existência de todos os elementos essenciais 
exigidos ao documento; 
 Confirmar a adequação do registo contabilístico; 
 Avaliar a suficiência da documentação face às operações e 
movimentos que lhe estão associados; 
 Analisar o significado da operação face à actividade da 
empresa; 
 Apreciar a razoabilidade dos valores envolvidos. 
 
Confronto 
Consiste na comparação de toda e qualquer informação, dados ou 
registos, desejavelmente com origem em fontes diferenciadas, com o 
objectivo de analisar a sua razoabilidade. 
Auditoria Financeira 
 
Companhia Própria – Formação & Consultoria, Lda 26 
A comparação pode ser feita em valores relativos, valores absolutos, 
relativamente a informações ou a factos. 
Quando se comparam valores, este procedimento permite indiciar 
evoluções anómalas ou que carecem de justificação adicional, 
identificando-se, assim, procedimentos subsequentes a efectuar. 
Exemplos: 
 Valores reais Vs valores orçamentados; 
 Valores do ano N Vs valores do ano N-1; 
 Valores da empresa Vs valores médios do sector; 
 Valores agregados Vs valores analíticos. 
 
Quando se confrontam relatos diferentes do mesmo facto ou informações 
discordantes, pode estar em causa o conhecimento ou entendimento da 
situação, ou pode-se estar perante uma tentativa de iludir o auditor. 
Exemplos: 
 Afirmação diferente do responsável comercial e do 
responsável financeiro quanto ao prazo de recebimentos 
praticado; 
 Discordância entre o relato dos factos e o suporte 
documental que lhes está subjacente. 
 
Análise 
Consiste na decomposição de movimentos, saldos e outros registos 
contabilísticos, partindo dos elementos mais agregados para as 
informações mais detalhadas. É fundamental que o auditor tenha em 
atenção: 
 
 A identificação prévia dos objectivos; 
 Evitar análises detalhadas sem perspectivas de resultados 
relevantes face aos objectivos definidos; 
 Espírito crítico face a caminhos errados; 
Auditoria Financeira 
 
Companhia Própria – Formação & Consultoria, Lda 27 
 Uma análise sistemática do “value for money” (relação 
custo/benefício) do trabalho realizado; 
 A possibilidade de surgirem outros elementos ou 
informações que possam ser relevantes para outras áreas 
da auditoria; 
 A importância de não se confiar no assunto que se está a 
analisar. 
 
Confirmação 
 
É o processo de obtenção de elementos de prova na empresa ou 
directamente de terceiros, como forma de validar determinado saldo, 
facto ou informação. 
 Confirmação interna: 
 Documentação emitida pela empresa. Exemplo: nota 
de encomenda para um fornecedor; 
 Documentação enviada por terceiros à empresa. 
Exemplo: factura de um fornecedor. 
 Confirmação externa: 
 Circularizações, obtidas através de cartas ou circulares. 
Exemplo: resposta de um fornecedor a um pedido de 
confirmação dos valores em dívida; 
 Certidões obtidas através de requerimento. Exemplo: 
confirmação da propriedade de um imóvel obtido junto da 
conservatória do registo predial. 
 
A obtenção de evidência através de confirmação externa constitui, 
normalmente, um meio de prova merecedor de um grau de credibilidade 
superior ao da confirmação interna. 
Conferência 
 
Consiste em verificar a exactidão e correcção dos saldos e das 
operações. Deve-se ter em atenção que: 
Auditoria Financeira 
 
Companhia Própria – Formação & Consultoria, Lda 28 
 A existência de prova de conferência efectuada pela empresa 
não constitui prova da exactidão das operações ou dos 
saldos; 
 A exactidão da soma não garante a veracidade do conteúdo 
das parcelas; 
 A fita de máquina do cliente junto de um conjunto de 
documentos não constitui prova credível para o auditor 
quanto à sua veracidade e exactidão; 
 A existência de procedimentos informatizados não garante a 
veracidade do processamento; 
 A correcção de um processamento não constitui qualquer 
garante quanto à fiabilidade dos inputs; 
 É necessário apreciar os elementos e documentação de 
suporte. 
 
O RISCO EM AUDITORIA 
 
Risco profissional 
 
A credibilidade e a competência são características fundamentais do 
auditor. Qualquer erro evidenciado no relatório de auditoria potencia uma 
imagem negativa em relação ao trabalho desenvolvido e ao próprio 
auditor. 
Risco de serviço ao cliente 
 
O cliente cria expectativas muito fortes quanto à qualidade e rigor do 
trabalho desenvolvido. Existe uma carga de compromisso muito forte por 
parte do auditor em relação ao cliente. 
Risco de auditoria 
 
Possibilidade de ocorrência de erros ou irregularidades significativas ao 
nível das demonstrações financeiras, ou de qualquer outra situação 
objecto de auditoria, que não sejam detectadas no decurso do trabalho 
desenvolvido. Engloba três níveis de risco: 
Auditoria Financeira 
 
Companhia Própria – Formação & Consultoria, Lda 29 
 Risco inerente – consiste na susceptibilidade de as 
demonstrações financeiras conterem erros ou irregularidades 
significativas, assumindo que não existe estrutura, políticas e 
procedimentos de controlo interno instituídos; 
 Risco de controlo – consiste na possibilidade de os sistemas e 
procedimentos de controlo interno falharem na prevenção ou 
detecção, em tempo útil, de erros ou irregularidades 
significativos; 
 Risco de detecção – consiste na eventualidade de os 
procedimentos de auditoria falharem na identificação de 
eventuais erros ou irregularidades relevantes patentes nas 
demonstrações financeiras 
 EXERCÍCIO 3.1 
Enuncie quatro dos resultados esperados do trabalho dos auditores. 
 EXERCÍCIO 3.2 
Estabeleça uma relação entre os diversos tipos de risco de auditoria. 
 BIBLIOGRAFIA ACONSELHADA 
 Costa, Carlos Baptista da; Auditoria Financeira: teoria e 
prática; Lisboa; 2000 
 IFAC, Handbook of International Auditing, Assurance, and Ethics 
Pronouncements, 2003 
 LINKS DE INTERESSE 
 www.ifac.org/Guidance/ 
 www.oroc.pt 
 
 
Auditoria Financeira 
 
Companhia Própria – Formação & Consultoria, Lda 30 
 
4 
Controlo Interno 
 
OBJECTIVOS E CONTEÚDOS DO CAPÍTULO 
O presente capítulo apresenta o conceito de controlo interno, seus 
procedimentos e limitações, procurando conferir ao formando as 
competências necessárias para o desenvolvimento e implementação de 
um sistema de controlo interno eficiente e útil para as organizações. 
 
O CONCEITO DE CONTROLO INTERNO 
 
O sistema de controlo interno é essencial para o exercício da actividade 
operacional de qualquer empresa, por mais pequena que seja. Por este 
motivo, a implementação de um adequado sistema de controlo interno 
constitui uma responsabilidade dos órgãos de gestão das empresas. 
Ao estabelecer um sistema de controlo interno, há que ter em linha de 
conta a definição de autoridade e delegação de poder, a segregação, 
separação e/ou divisão de funções, o controlo das operações, a 
numeração dos documentos e a adopção de provas e conferências 
independentes. 
Dentro de uma empresa a definição de autoridade e delegação de poder 
visa definir claramente as funções e as relações hierárquicas de todo o 
pessoal. Nas grandes empresas e nalgumas médias empresas, tal 
definição é esquematizada num organograma e estabelecida num manual 
de descrição de funções, numa manual de políticas e procedimentos 
contabilísticos e num manual de medidas de controlo interno; nas 
pequenas empresas, pelo contrário, deve ser bastante variável e flexível. 
 
Auditoria Financeira 
 
Companhia Própria – Formação & Consultoria, Lda31 
A separação de funções refere-se à conveniência de a função 
contabilística estar separada da função operacional, de modo a que não 
seja possível a uma mesma pessoa ter a seu cargo simultaneamente o 
controlo físico de um activo e os registos que lhe são adstritos. Aplica-se 
não só a pessoas de secções diferentes mas também a pessoas da 
mesma secção e refere-se também à conveniência de ninguém ser 
responsável por uma operação desde o seu início até ao seu termo. Uma 
forma de atingir este objectivo é promover uma rotação periódica dos 
empregados de cada secção entre si. 
Por controlo de operações entende-se essencialmente a sequência com 
que decorrem, isto é, o ciclo autorização – aprovação – execução – 
registo – custódia, de acordo com os critérios estabelecidos. 
A numeração dos documentos (facturas, recibos, ordens de compra, 
guias de entrada em armazém, listas ou talões de contagem, entre 
outros) deve ser sequencial, pois que tal constitui um factor de controlo 
bastante importante, dado que possibilita detectar quaisquer utilizações 
inapropriadas dos mesmos. Além disso deve existir um controlo numérico 
de todos os documentos recebidos da tipografia de modo a que a sua 
entrada ao serviço ocorra de forma sequencial. 
A adopção de provas e conferências independentes visa, por um lado 
actuar sobre o sistema implementado e, por outro, sobre o trabalho que 
cada pessoa executa, de modo a obter-se o menor número de erros 
possível. 
De uma forma sintética poder-se-á dizer que um sistema de controlo 
interno consiste, fundamentalmente, num plano de organização 
destinado a cumprir, entre outros, com os seguintes objectivos: 
 Obter informação financeira atempada e fidedigna; 
 Proporcionar uma garantia razoável de que as transacções 
são autorizadas e executadas de acordo com a delegação de 
competências e segregação de funções existente dentro da 
organização; 
 Proporcionar o cumprimento de normas internamente 
estabelecidas e das diversas disposições legais; 
 Permitir a realização dos objectivos previamente definidos, 
utilizando da forma mais eficiente os recursos disponíveis; 
 Proporcionar a salvaguarda dos activos da empresa; 
Auditoria Financeira 
 
Companhia Própria – Formação & Consultoria, Lda 32 
 Prevenir e detectar eventuais erros e fraudes; 
 Permitir a responsabilização dos diversos intervenientes no 
processo de organização e gestão da empresa. 
O American Institute of Certified Public Accountants (AICPA), 
caracteriza o controlo interno em dois grandes tipos de controlo: 
 Controlo Interno Administrativo, que contém o plano de 
organização e os procedimentos e registos que se relacionam 
com os processos de decisão. É sobretudo um controlo sobre 
a eficiência e eficácia das áreas operacionais, tendo apenas 
uma influência indirecta nas demonstrações financeiras. Pelo 
contrário, o 
 Controlo Interno Contabilístico tem grande influência nas 
demonstrações financeiras, podendo afectar 
significativamente os registos contabilísticos (e 
consequentemente as demonstações financeiras finais), razão 
pela qual deve merecer uma atenção muito especial quer por 
parte do auditor interno, quer, sobretudo, por parte do 
auditor externo. Especificamente, compreende o plano da 
organização e os registos e procedimentos que se relacionam 
com a salvaguarda dos activos e com a confiança que 
inspiram os registos contabilísticos. 
 
Os sistemas de controlo interno divergem, naturalmente, de empresa 
para empresa e muito significativamente entre uma grande e uma 
pequena empresa. Empresas há em que a dimensão não permite uma 
adequada segregação de funções, nem a relação custo benefício justifica 
a implementação dos sistemas considerados adequados. 
 
OS PROCEDIMENTOS DO CONTROLO INTERNO 
 
Estes procedimentos são susceptíveis de serem aplicados em qualquer 
organização, e visam assegurar que: 
 
 Todas as transacções que devam ser registadas, o são de 
facto; 
Auditoria Financeira 
 
Companhia Própria – Formação & Consultoria, Lda 33 
 Eventuais transacções fictícias ou duplicadas não são incluídas 
nos registos; 
 Os valores monetários atribuídos às transacções registadas 
são correctos; 
 As transacções são reflectidas nos registos do período 
contabilístico adequado; 
 As transacções são adeqadamente classificadas do ponto de 
vista contabilístico; 
 Todos os débitos e créditos nos registos financeiros são 
adequadamente acumulados; 
 
Seguidamente serão apresentados os procedimentos de controlo interno 
genéricos relacionados com cada uma das áreas do património da 
empresa (estruturadas com base nas contas do Plano Oficial de 
Contabilidade – P.O.C.). 
4.1 Área de caixa e depósitos bancários 
 
PPPaaagggaaammmeeennntttooosss eeemmm dddiiinnnhhheeeiiirrrooo 
Os pagamentos normais a terceiros devem ser realizados através dos 
bancos (por cheque, transferência bancária ou ordem permanente de 
pagamento); apenas pequenos pagamentos poderão ser efectuados em 
dinheiro, nomeadamente selos, transportes públicos, táxis, entre outros. 
Para tal deve constituir-se um fundo fixo de caixa, o qual deverá ser 
reposto periodicamente (por exemplo, no final de cada semana ou 
quando o numerário em caixa atinja um limite que se considere mínimo), 
e sempre no último dia de cada mês. 
Para cada pagamento, o responsável pelo fundo deve constatar a 
autenticidade do documento de suporte e verificar se o mesmo foi 
devidamente aprovado, procedendo ao seu registo na folha de caixa. 
 
No momento da reposição do fundo, deve emitir-se um cheque 
nominativo, à ordem do responsável do fundo, pelo valor correspondente 
aos documentos entretanto pagos. Será então nesse momento que esses 
documentos serão contabilizados nas respectivas contas de custos. 
Auditoria Financeira 
 
Companhia Própria – Formação & Consultoria, Lda 34 
PPPaaagggaaammmeeennntttooosss pppooorrr ccchhheeeqqquuueee 
 
A emissão de cheques deve estar a cargo de um responsável, o qual 
deve manter um arquivo (cópia) de cada cheque emitido. 
Todos os cheques deverão ser emitidos nominativamente e cruzados. 
Cada cheque deverá ser assinado normalmente por duas pessoas, 
apenas na presença dos respectivos documentos de suporte, 
previamente conferidos e aprovados. Esses documentos de suporte 
devem ser carimbados com a menção “PAGO”, a fim de evitar que 
possam ser apresentados para emissão de novo cheque. 
PPPaaagggaaammmeeennntttooosss pppooorrr tttrrraaannnsssfffeeerrrêêênnnccciiiaaa bbbaaannncccááárrriiiaaa 
 
Este sistema apresenta as seguintes vantagens principais: 
 A ordem transferência pode ser feita de forma padronizada 
(carta pré-impressa); 
 As pessoas que assinam a ordem de transferência só têm de 
o fazer uma vez; 
 O lançamento a crédito da conta de depósitos à ordem é feito 
pelo total da transferência, facilitando o processo de 
reconciliações bancárias. 
RRReeeccceeebbbiiimmmeeennntttooosss 
 
Todas as importâncias recebidas pela empresa devem ser diária e 
integralmente depositadas nos bancos. 
Relativamente a valores recebidos pelo correio, a correspondência deverá 
ser aberta por empregado que não tenha quaisquer funções nas secções 
de contabilidade e tesouraria. Além do registo no livro da 
correspondência recebida, deve ser emitida diariamente uma listagem de 
valores recebidos, indicando: 
 Nome do cliente, data e referência da carta; 
 Número de cheque, banco sacado e respectivo valor; ou 
 Número do vale de correio e respectivo valor. 
Auditoria Financeira 
 
Companhia Própria – Formação & Consultoria, Lda 35 
No caso de cheques, devem os mesmos ser imediatamente cruzados (ou 
a pôr-lhes um carimbo de “Válido só para depósito” ou “Para levar em 
conta”. 
A listagem de valores recebidos deverá ser emitida em três vias: 
 Original, para a tesouraria; 
 Duplicado, que acompanha o original e que se destina a 
ser devolvido à pessoa responsável pela abertura do 
correio, devidamente rubricada depois de terem sido 
conferidosos valores enviados; 
 Triplicado, para o responsável financeiro, a fim de o 
mesmo poder verificar posteriormente se os valores 
foram integralmente depositados no mesmo dia. 
 
Após a conferência dos valores, deverá preencher-se os respectivos 
talões de depósito, cuja autenticidade deve ser posteriormente 
verificada. 
O registo nas contas de razão (depósito à ordem e clientes) poderá ser 
efectuado com base no duplicado do talão de depósito. 
 
EEElllaaabbbooorrraaaçççãããooo dddeee RRReeecccooonnnccciiillliiiaaaçççõõõeeesss BBBaaannncccááárrriiiaaasss 
 
Deverá proceder-se mensalmente, por responsável que não pertença à 
secção de tesouraria e que não tenha acesso às contas-correntes (em 
termos de registo contabilístico), à reconciliação de todas as contas de 
depósitos à ordem. 
 
Estas reconciliações devem ser visadas pelo responsável pela 
contabilidade e/ou responsável financeiro. 
Os itens de reconciliação que apareçam dois meses consecutivos na 
reconciliação deverão ser adequadamente investigados. 
Auditoria Financeira 
 
Companhia Própria – Formação & Consultoria, Lda 36 
 
4.2 Área de vendas e outras operações com clientes 
 
Para a generalidade das empresas, as vendas a crédito constituem a 
grande maioria dos proveitos gerados no decurso da sua actividade 
operacional. Como consequência desse facto, as dívidas a receber de 
clientes representam frequentemente uma parcela significativa do activo 
circulante e até mesmo do activo total de muitas empresas. 
 
AAA AAAppprrrooovvvaaaçççãããooo dddaaa VVVeeennndddaaa 
 
De um modo geral, uma venda tem origem num documento enviado pelo 
cliente (nota de encomenda ou ordem de compra). No caso de 
encomendas pelo telefone, é aconselhável que o comprador confirme 
posteriormente por escrito o pedido. 
 
A aprovação da venda pode implicar os seguintes aspectos: 
 Constatação da existência em armazém do artigo e das 
quantidades encomendadas; 
 Confirmação da possibilidade de produção do artigo com as 
características solicitadas pelo cliente; 
 Concessão de crédito. 
 
Relativamente a esta última questão, tratando-se de cliente habitual, 
deverá existir uma indicação devidamente aprovada do limite máximo de 
crédito a conceder ao cliente. Nesse caso a secção de crédito consulta a 
ficha do cliente e verifica se as suas responsabilidades totais (conta 
corrente e letras, incluindo as já descontadas mas ainda não vencidas) se 
enquadram dentro dos limites de crédito. Será também apropriado 
consultar o balancete de antiguidade de saldos, para concluir se o cliente 
tem vindo a pagar dentro dos prazos normais que lhe são concedidos. 
No caso de clientes novos, a encomenda só deverá ser aprovada depois 
de se obterem informações comerciais do cliente em causa (obtidas junto 
de bancos ou de empresas especializadas). 
Auditoria Financeira 
 
Companhia Própria – Formação & Consultoria, Lda 37 
A nota de encomenda / ordem de compra deve evidenciar as aprovações 
de venda referidas em epígrafe. 
 
DDDooocccuuummmeeennntttooosss rrreeelllaaaccciiiooonnnaaadddooosss cccooommm aaa vvveeennndddaaa 
 
Após a aprovação da venda, devem ser emitidos pela secção de 
facturação, de preferência simultaneamente, os seguintes documentos: 
 Ordem de expedição – original para o armazém e duplicado 
para arquivo na facturação; 
 Guia de remessa – original para o cliente, acompanhando as 
mercadorias (deverá ter um talão destacável, no qual conste 
uma declaração a ser assinada pelo cliente, comprovando a 
recepção das mercadorias); duplicado acompanhando também 
as mercadorias (para as entidades a quem compete a 
fiscalização do transporte de mercadorias); triplicado para 
arquivo da facturação e quadruplicado para a contabilidade; 
 Factura – original para o cliente e enviado por correio; 
duplicado para a secção de contabilidade, a fim de serem 
efectuados os registos nas contas correntes; triplicado 
arquivado na secção de cobranças por data de vencimento e 
por ordem alfabética de clientes, para controlo da respectiva 
cobrança (no caso de ser emitido recibo em simultâneo, esta 
via torna-se dispensável) e quadruplicado para arquivo na 
facturação. 
O artigo 35º do Código do IVA determina que as facturas devem ser 
emitidas o mais tardar no 5º dia útil após o momento em que o imposto 
(IVA) é devido, e que as mesmas devem ser datadas, numeradas 
sequencialmente e conter os seguintes elementos: 
 Os nomes, firmas ou denominações sociais e a sede ou 
domicílio do vendedor e do adquirente, bem como os 
correspondentes números de identificação fiscal 
 A quantidade e denominação usual dos bens transmitidos ou 
dos serviços prestados, com especificação dos elementos 
necessários à determinação da taxa aplicável; 
 O preço, líquido de imposto, e os outros elementos incluídos 
no valor tributável; 
Auditoria Financeira 
 
Companhia Própria – Formação & Consultoria, Lda 38 
 As taxas aplicáveis e o montante de imposto devido; 
 O motivo justificativo da não aplicação de imposto, se for 
caso disso. 
 Recibo – existem dois procedimentos geralmente adoptados: 
 Emitir o recibo juntamente com a factura, ficando o mesmo 
à guarda da secção de cobranças;e 
 Emitir o recibo só depois de efectuado o pagamento pelo 
cliente. 
A segunda opção é preferível em muitas circunstâncias, principalmente 
quando o cliente efectua pagamentos por conta, paga de urna só vez 
diversas facturas, por vezes deduzidas de notas de crédito, ou solicita a 
titulação das dívidas. O recibo deve ser emitido pelo menos em 
triplicado, sendo: 
 Original, para o cliente; 
 Duplicado, para anexar ao talão de depósito bancário; 
 Triplicado, para arquivo da tesouraria, por ordem numérica. 
Actualmente, assiste-se a uma tendência para abandonar a emissão de 
recibos, sendo normalmente invocada a não obrigatoriedade fiscal. As 
exigências fiscais não podem, obviamente, deixar de ser tomadas em 
consideração na definição de um sistema de controlo interno, mas a 
inexistência de tal obrigação não deve servir para justificar a não 
adopção dos procedimentos que se considerem necessários a tal 
controlo. 
OOO cccooonnntttrrrooolllooo dddaaasss cccooonnntttaaasss eee tttííítttuuulllooosss aaa rrreeeccceeebbbeeerrr 
 
O controlo das contas e títulos a receber é feito geralmente através de 
fichas individuais por cliente, de acordo com as respectivas contas 
(corrente, títulos a receber). 
 
No final de cada mês há que elaborar balancetes de todas as contas 
subsidiárias das contas de clientes e outros devedores. O somatório dos 
balancetes das contas subsidiárias deve coincidir com o saldo da conta 
principal, devendo as eventuais divergências ser investigadas e 
prontamente regularizadas. 
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Companhia Própria – Formação & Consultoria, Lda 39 
Periodicamente, devem ser enviados aos clientes pedidos de confirmação 
de saldos, incluindo a respectiva decomposição. Este trabalho deve ser 
feito por alguém que não exerça funções relacionadas com cobranças, 
tesouraria e contas correntes. 
Deve preparar-se mensalmente um balancete de clientes por antiguidade 
de saldos, de forma a detectar os clientes que se vão atrasando no 
pagamento (secção de cobranças), para planear o fluxo de recebimentos 
a curto prazo (tesouraria) e para análise e cálculo das provisões para 
cobranças duvidosas (contabilidade). 
A emissão de notas de crédito sujeita-se a ser sempre autorizada por 
empregado com responsabilidade para tal. Qualquer nota de crédito deve 
ser euportada com o documento que a justifique (p.e., guia de devolução 
ou reentrada em armazém, com indicação do estado das mercadorias) ou 
proposta fundamentada para a sua emissão. 
Todos aqueles documentos devem ser processados em impressos 
numerados, seguida e tipograficamente ou através de mecanismos de 
saída do computador, com uma ou mais séries, convenientemente 
referenciadas. 
 
4.3 Área de compras e outras operações com fornecedoresCCCooonnnssstttaaatttaaaçççãããooo dddaaa nnneeeccceeessssssiiidddaaadddeee dddeee cccooommmppprrraaa 
 
Qualquer compra só deve ser iniciada após ter sido transmitida à 
respectivo secção uma necessidade de compra. Esta necessidade deve 
ser materializada num “pedido de compra” emitido, pelo menos, em 
duplicado, sendo o original enviado para a secção de compras e o 
duplicado voltar para o serviço que o solicitou. 
Os processos relativos às compras têm normalmente origem no sector da 
empresa que tem a seu cargo a gestão de stocks, embora qualquer outro 
sector possa dirigir à secção de compras um pedido referente a bens não 
armazenáveis ou a serviços. 
PPPeeesssqqquuuiiisssaaa eee ssseeellleeecccçççãããooo dddooo fffooorrrnnneeeccceeedddooorrr 
 
Na posse do “pedido de compra”, a secção de compras deverá dar início 
à pesquisa do fornecedor mais indicado para dar resposta às 
necessidades da empresa, através de: 
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Companhia Própria – Formação & Consultoria, Lda 40 
 Consulta dos ficheiros próprios; 
 Consultas directas a fornecedores; 
 Lançamento de concursos públicos. 
 
Qualquer secção de compras deve dispor de informação organizada, 
completa e actualizada sobre os produtos normalmente consumidos pela 
empresa e sobre as entidades que os fornecem, pelo que a existência de 
um ficheiro por produtos e outro por fornecedores é de toda a 
conveniência. 
A informação disponível deve permitir a escolha mais favorável. Em caso 
de compras significativas, ou de bens pedidos pela primeira vez, devem 
ser solicitadas condições aos principais fornecedores existentes (mínimo 
de três) podendo recorrer-se, em situações especiais, a abertura de 
concursos públicos. 
Nas consultas efectuadas a fornecedores devem ser claramente indicados 
a especificação e quantidade dos artigos pretendidos e o prazo para 
entrega das propostas, sendo que a forma como os pedidos de consulta 
são formalizados (por fax, carta, telefone ou outra) deve ser definida no 
manual de procedimentos. 
Em muitas circunstâncias pode revelar-se vantajoso a formalização de 
contratos de fornecimento anual, na medida em que: 
 Quanto maiores forem as quantidades ou os períodos de tempo 
considerados na negociação maiores descontos podem ser 
obtidas dos fornecedores; 
 É susceptível de reduzir o custo de passagem das encomendas; 
 A existência de um planeamento das necessidades entregue 
atempadamente ao fornecedor é ainda susceptível de fazer 
reduzir a imobilização em stocks. 
 
FFFooorrrmmmaaallliiizzzaaaçççãããooo eee cccooonnntttrrrooolllooo dddaaa eeennncccooommmeeennndddaaa 
 
Após a secção de compras ter seleccionado o fornecedor deverá emitir 
um documento – a nota de encomenda – que deverá mencionar as 
quantidades e todas as especificações dos artigos a adquirir, preço 
unitário, descontos, prazos de entrega e pagamento, etc. A nota de 
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Companhia Própria – Formação & Consultoria, Lda 41 
encomenda deverá ser aprovada não só pelo responsável pela secção de 
compras, mas também pelo responsável financeiro de modo a que este 
possa incluir o pagamento da factura no seu plano de tesouraria. Deve 
ser emitida em quatro exemplares, com os seguintes destinatários: 
 Original – Fornecedor; 
 Duplicado – Contabilidade 
 Triplicado - Compras 
 Quadruplicado – Armazém. Deve omitir as quantidades, para 
de que possa ser utilizada como guia de recepção e garanta a 
neutralidade no processo de conferência. 
A secção de compras deve manter um controlo apropriado sobre as 
encomendas em curso, considerando-as encerradas só depois de 
completamente satisfeitas. O controlo da actuação do fornecedor no que 
respeita a prazos de entrega, qualidade dos produtos entregues e ao 
cumprimento das condições acordadas é factor relevante a tomar em 
consideração em futuras negociações. 
Uma secção de compras devidamente organizada deve produzir 
estatísticas de compra relativas aos diversos fornecedores, 
proporcionando informações sobre: 
 Volume anual de compras 
 Compras por artigos - em valores e em quantidades 
 Reclamações dos serviços requisitantes 
 Reclamações apresentadas junto do fornecedor, agrupadas em 
função das causas subjacentes. 
 
RRReeeccceeepppçççãããooo dddooosss ppprrroooddduuutttooosss eeennncccooommmeeennndddaaadddooosss 
 
A recepção dos produtos encomendados deve ser alvo de dois tipos de 
procedimento: 
 Quantitativo - conferência das quantidades remetidas pelo 
fornecedor; 
 Qualitativo - para o qual nem sempre o armazém de recepção 
dispõe de adequada competência. A cópia da nota de 
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encomenda sem evidenciação das quantidades constituirá um 
bom elemento para utilizar na conferência. 
CCCooonnnfffeeerrrêêênnnccciiiaaa dddeee fffaaaccctttuuurrraaasss dddeee fffooorrrnnneeeccceeedddooorrreeesss 
 
Em condições normais, quando a factura do fornecedor chega à 
contabilidade, já lá se encontram os documentos necessários à sua 
conferência, nomeadamente: 
 Cópia da nota de encomenda / ordem de compra / contrato; 
 Original da guia de remessa do fornecedor; 
 Original da guia de recepção / guia de entrada em armazém 
A conferência da factura inclui dois aspectos: a confirmação de que o 
fornecedor está a facturar o que foi encomendado (e recebido) nas 
condições acordadas e a verificação que os cálculos da factura estão 
aritmeticamente correctos. 
A factura (original) deverá apresentar prova (evidência) de que foi 
apropriadamente conferida e o seu pagamento autorizado. Os duplicados 
da factura deverão ter visível o carimbo com a indicação “Duplicado”. 
Após a conferência da factura deverá a mesma ser classificada 
contabilisticamente, com a indicação dos códigos da conta ou contas a 
debitar e do código da conta do fornecedor. 
 
CCCooonnntttrrrooolllooo dddaaasss dddííívvviiidddaaasss aaa pppaaagggaaarrr aaa fffooorrrnnneeeccceeedddooorrreeesss eee ooouuutttrrrooosss cccrrreeedddooorrreeesss 
 
O controlo faz-se geralmente através da escrituração de fichas 
individuais para cada uma das contas (corrente, facturas em recepção e 
conferência, títulos a pagar). 
No final de cada mês, haverá que elaborar balancetes de todas as contas 
subsidiárias de fornecedores e de outros credores. Para efeitos de 
planeamento de tesouraria será útil que esses balancetes sejam 
preparados de acordo com a antiguidade dos saldos. 
O somatório dos saldos dos balancetes deverá coincidir com o saldo da 
conta principal. Eventuais divergências deverão ser investigadas e 
prontamente regularizadas. 
 
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Companhia Própria – Formação & Consultoria, Lda 43 
CCCooonnntttaaabbbiiillliiizzzaaaçççãããooo eee cccooonnntttrrrooolllooo dddaaasss dddííívvviiidddaaasss aaa pppaaagggaaarrr aaa fffooorrrnnneeeccceeedddooorrreeesss 
 
O controlo dos débitos a terceiros é feito geralmente através da 
elaboração de fichas individuais para cada uma das respectivas contas 
(corrente, facturas em recepção e conferência, títulos a pagar, etc.). 
As compras efectuadas ao estrangeiro deverão ser objecto de codificação 
própria e nas fichas individuais deverão constar os valores em Euros e 
nas respectivas divisas. 
No final de cada mês haverá que elaborar balancetes de todas as contas 
subsidiárias das contas de fornecedores, os quais devem conter, além da 
informação tradicional (movimento do mês, valores acumulados e 
saldos), uma coluna para evidenciação das compras efectuadas a cada 
fornecedor 
Deve existir controlo apropriado sobre dívidas tituladas, com a 
possibilidade de obter relações de letras a cada momento, agrupadas por 
número de ordem, por fornecedor, por data de vencimento, por valor e 
por data de emissão. 
Devem ainda ser objecto de comunicação à Contabilidade, e de adequado 
registo, as devoluções efectuadas a fornecedores a aguardar a recepção 
da correspondente notade crédito. 
Por último, as contas de fornecedores devem ser objecto de conferência 
sistemática e conciliadas com os saldos constantes dos registos dos 
fornecedores, pelo menos, no final de cada ano. 
 
4.4 Área de custos e operações com o pessoal 
 
Num primeiro momento, deve ser claramente definida a posição da 
secção de pessoal na estrutura organizativa da Empresa. 
Posteriormente deve ser elaborado um manual de procedimentos que 
regulamente, entre outros, os seguintes aspectos inerentes ao pessoal: 
 Processos de admissão; 
 Controlo de tempos; 
 Comunicação e justificação de faltas; 
 Horas extraordinárias (autorização, controlo, registo e 
pagamento); 
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Companhia Própria – Formação & Consultoria, Lda 44 
 Processamento e pagamento de remunerações; 
 Ajudas de custo; 
 Deslocações em viatura própria; 
 Higiene e segurança; 
 Adiantamentos. 
 
A secção de pessoal deve constituir, para cada um dos trabalhadores 
admitidos: 
 Processo individual, onde deverão ser arquivados todos os 
documentos que levaram à admissão do empregado, desde a 
fotocópia do anúncio à decisão de admissão; 
 Ficha individual, que deve ser um resumo do processo 
individual e estar permanentemente actualizada. Deverá incluir 
um conjunto de dados pessoais do candidato e informações 
relativas ao seu percurso na empresa, tais como categoria 
profissional, ordenado inicial e sua evolução, períodos de férias, 
faltas, entre outras (tendo o cuidado de restringir o acesso a 
estes ficheiros). 
Além das anteriormente referidas, sugerem-se as seguintes medidas de 
controlo interno: 
 Deve existir na secção de pessoal um calendário das diversas 
obrigações legais e fiscais e um arquivo, permanentemente 
actualizado, incluindo toda a legislação de natureza laboral e 
fiscal aplicável; 
 A secção de pessoal deve dispor de um sistema de arquivo 
apropriado, no qual constem todas as declarações e 
documentos emitidos por exigência das diferentes disposições 
legais e fiscais, bem como as cópias das guias de pagamento 
dos diferentes impostos e contribuições; 
 A secção de pessoal deve diligenciar pelo cumprimento das 
obrigações previstas na lei, entre as quais se destacam: 
 A elaboração e afixação dos quadros de pessoal; 
 A elaboração do Balanço Social, quando aplicável; 
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Companhia Própria – Formação & Consultoria, Lda 45 
 A afixação dos horários de trabalho; 
 A afixação dos mapas de férias; 
 A obtenção da aprovação das isenções de horário de 
trabalho; 
 
PPPrrroooccceeessssssaaammmeeennntttooo eee pppaaagggaaammmeeennntttooo dddeee rrreeemmmuuunnneeerrraaaçççõõõeeesss 
 
O processamento de remunerações deve ser efectuado na secção de 
pessoal com base no sistema de controlo de tempos adoptado pela 
Empresa. 
A folha de processamento deve ser objecto de conferência, numa base de 
amostragem, no sentido de confirmar a adequação das remunerações 
processadas e dos descontos efectuados ao trabalhador (segurança 
social, IRS, imposto do selo e outros). Deve ser aprovada pelo 
responsável pela secção de pessoal e pelo director financeiro. 
Sempre que possível os pagamentos não deverão ser feitos em dinheiro, 
mas sim através dos bancos (cheques ou transferência bancária). No 
caso de ser absolutamente imperioso pagar os ordenados em dinheiro, o 
cheque destinado ao seu levantamento deve ser emitido pelo valor total 
líquido a pagar e à ordem do tesoureiro da empresa. 
 
Os ordenados eventualmente não levantados deverão ficar retidos dentro 
de envelopes individuais à guarda do tesoureiro durante um curto espaço 
de tempo. Caso a situação se mantenha, os envelopes deverão ser 
depositados numa conta bancária em nome da empresa, creditando-se 
as contas correntes dos respectivos empregados. 
Deve haver uma conta bancária específica para este tipo de pagamentos, 
a qual deverá ser mensalmente provida pelo valor total líquido a pagar e 
regularmente reconciliada. 
No acto do pagamento da retribuição deve ser entregue ao trabalhador 
um documento (recibo de retribuição) de onde constem os seguintes 
elementos: 
 Nome completo do trabalhador; 
 Número de beneficiário da Segurança Social; 
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 Período a que respeita a retribuição; 
 Número de identificação fiscal do trabalhador; 
 Categoria profissional; 
 Discriminação das remunerações; 
 Discriminações dos descontos e deduções efectuados; 
 Quantia líquida a receber. 
 
HHHooonnnooorrrááárrriiiooosss 
 
O controlo dos honorários pagos a trabalhadores independentes deve 
pertencer à secção de pessoal, a qual deve primar a sua actuação pelo 
cumprimento das disposições constantes do Código do IRS, 
nomeadamente as do artigo 114º. As informações prestadas pela secção 
de pessoal devem ser conciliadas com a contabilidade. 
 
BBBaaalllaaannnçççooo SSSoooccciiiaaalll 
 
De acordo com a Lei nº 141/85, de 14 de Novembro, alterada pelo 
Decreto-Lei nº 9/92, de 22 de Junho, as empresas que no termo de cada 
ano civil tenham um número de 100 trabalhadores ao seu Serviço, 
qualquer que seja o seu regime contratual, estão obrigadas à elaboração, 
até 31 de Março do ano seguinte, do Balanço Social, o qual deve ser 
apresentado em conjunto com as demonstrações financeiras anuais. 
De entre as diversas infomações que deverão ser incluídas no Balanço 
Social, é de destacar as seguintes: 
 Repartição e outras informações sobre o emprego 
 Remunerações e encargos sociais 
 Condições de higiene e segurança 
 Formação profissional 
 Relações de trabalho 
 Acção social. 
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Companhia Própria – Formação & Consultoria, Lda 47 
 
4.5 Área de existências 
 
As existências são frequentemente consideradas como activos 
susceptíveis de constituir problemas contabilísticos, administrativos e 
financeiros, não surpreendendo, portanto, o objectivo das empresas de 
funcionar com o menor stock possível. No entanto, as existências 
representam frequentemente parcelas importantes do activo, o que, 
associado à influência que podem ter na determinação dos resultados, 
exige um adequado sistema de controlo interno, ao qual devem estar 
associados os seguintes procedimentos genéricos: 
 Sempre que possível deve existir uma adequada segregação de 
funções, assegurando que as operações de autorização, 
contabilização, controlo e salvaguarda dos activos recaiam 
sobre diferentes pessoas; 
 Todos os documentos inerentes à movimentação e controlo das 
existências devem ser pré-numerados tipograficamente ou 
através de sistema informático. 
 Devem estar claramente definidas as regras de armazenagem, 
de higiene e de segurança. 
 Deve existir um manual de procedimentos e de políticas 
contabilísticas que regulamente os diversos aspectos inerentes 
à área das existências, nomeadamente no que respeita a: 
 Determinação do custo de aquisição e/ou de produção; 
 Sistema de inventariação - permanente ou periódico - e 
método de custeio a adoptar; 
 Critérios de provisionamento de bens obsoletos e/ou 
sem rotação; 
 Controlo contabilístico dos bens existentes fora da 
empresa: consignações, armazenados em instalações 
de terceiros, sujeitos a operações industriais prévias, 
etc.; 
 Recuperação de existências usadas; 
 Inventariações físicas; 
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Companhia Própria – Formação & Consultoria, Lda 48 
 Procedimentos a observar no “corte” de operações; 
 Deve existir uma adequada gestão dos seguros relacionados 
com existências cobrindo os riscos por danos provocados nas 
mesmas e os eventuais prejuízos resultantes da cessação 
temporária da actividade (lucros cessantes); 
 Deve existir uma adequada gestão de stocks que defina, 
sempre que possível, os diversos níveis de stocks, as 
quantidades económicas a encomendar e a periodicidade 
económica das encomendas; 
 Devem ser definidos sistemas adequados no que se refere ao 
controlo físico das existências. 
 
RRReeeccceeepppçççãããoooeee eeennntttrrraaadddaaa eeemmm aaarrrmmmaaazzzééémmm 
 
Como foi referido na área de compras e outras operações com 
fornecedores, acontece muitas vezes que a recepção está directamente 
ligada ao próprio armazém. Por essa razão não se justifica a emissão de 
uma guia de entrada em armazém, sendo este documento substutuído 
pela guia de recepção. No entanto, no caso de ser aplicável, a guia de 
entrada em armazém deve ser emitida com os seguintes exemplares: 
 Original, para a secção de controlo de stocks registar as 
quantidades entradas; 
 Duplicado, para a contabilidade; 
 Triplicado, para a secção de compras; 
 Quadruplicado, para o arquivo do próprio armazém. 
 
As quantidades constantes da guia de recepção devem ser confrontadas 
com a guia de remessa do fornecedor originando recontagens sempre 
que se verifiquem discordâncias. 
AAArrrmmmaaazzzeeennnaaagggeeemmm,,, mmmooovvviiimmmeeennntttaaaçççãããooo eee sssaaaííídddaaa dddaaasss eeexxxiiissstttêêênnnccciiiaaasss 
 
Ainda que para efeitos contabilísticos o custo de aquisição englobe 
apenas o preço de compra e todas as despesas necessárias até colocar o 
bem em condições de poder ser utilizado ou vendido, existem outros 
custos que estão subjacentes às próprias existências, nomeadamente: 
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Companhia Própria – Formação & Consultoria, Lda 49 
 Custo de posse do stock (rendas ou amortizações das 
instalações, seguros, encargos com a movimentação, riscos de 
obsolescência, entre outros); 
 Custo de efectivação das encomendas que incluirá, entre 
outros, os custos suportados com a existência de uma secção 
de compras. 
 
No sentido de minorar estes custos, é essencial que os processos de 
armazenagem e de movimentação das existências se encontrem 
perfeitamente definidos, pelo que é fundamental que: 
 Exista uma disposição lógica dos armazéns face ao fim a que 
os bens se destinam e à necessidade de minimizar os 
percursos, quer de materiais, quer de pessoas; 
 Os locais de armazenagem e os diferentes bens estejam 
adequadamente referenciados e sejam de fácil acesso, 
permitindo que quer a arrumação quer a retirada se efectuem 
da forma mais fácil possível; 
 Os bens estejam adequadamente protegidos contra riscos de 
obsolescência; 
 O acesso ao armazém deve seja vedado a pessoas que lhe 
são estranhas; 
 A localização dos bens no armazém tenha em consideração a 
frequência com que normalmente os mesmos são 
requisitados; 
 Os bens com a mesma referência estejam, preferencialmente, 
armazenados no mesmo local. A existência de um mesmo 
bem em diversas zonas do armazém propicia a ocorrência de 
erros em qualquer processo de inventariação; 
 Se encontre claramente definida e identificada a unidade de 
medida das diversas existências. A deficiente informação 
relativamente à unidade de medida constitui outra causa para 
os erros cometidos nos inventários; 
 Os bens obsoletos e sem rotação sejam armazenados em 
local próprio para o efeito, libertando a área de armazenagem 
para os bens de movimentação normal. Por outro lado, deve 
Auditoria Financeira 
 
Companhia Própria – Formação & Consultoria, Lda 50 
ser equacionada a possibilidade de serem vendidos como 
refugo ou sucata. 
 
As saídas de existências dos armazéns deverão ser efectuadas com base 
em documentos internos, como por exemplo, requisições da produção ao 
armazém de matérias primas ou ordens de expedição emitidas pela 
secção de facturação ao armazém de mercadorias ou ao armazém de 
produtos acabados. Com base em tais documentos o armazém emitirá 
uma guia de saída de armazém com os seguintes exemplares: 
 Original, para a secção de controlo de stocks registar as 
quantidades saídas; 
 Duplicado, para a contabilidade; 
 Triplicado, para a secção requisitante, e 
 Quadruplicado, para o arquivo do próprio armazém 
 
Em empresas de pequena dimensão é aceitável que um exemplar da guia 
de remessa substitua a guia de saída, ao passo que nas empresas 
industriais, toda a movimentação de existências entre as diversas fases 
da produção deverá ser efectuada com base em guias de transferência, 
relatórios ou folhas de produção. 
CCCooonnntttrrrooolllooo fffííísssiiicccooo dddaaasss eeexxxiiissstttêêênnnccciiiaaasss 
 
O controlo físico das existências, além de pressupor uma adequada 
recepção e um correcto controlo das saídas, exige que as mesmas sejam 
objecto de inventariação ou contagem periódica, qualquer que seja o 
sistema contabilístico adoptado: 
 No sistema de inventário intermitente a contagem física é 
fundamental à elaboração do Balanço e à determinação do 
resultado do exercício, pelo que a inventariação tem que ser 
global e efectuada no final de cada exercício; 
 Em sistema de inventário permanente os elementos 
contabilísticos existentes devem permitir que, em qualquer 
momento, possam ser preparadas demonstrações financeiras 
sem necessidade de qualquer inventariação para o efeito. No 
entanto, as contagens físicas continuam a ser fundamentais 
Auditoria Financeira 
 
Companhia Própria – Formação & Consultoria, Lda 51 
como forma de certificar a informação contabilística, podendo, 
neste sistema de inventário, a contagem física anual e global ser 
substituída por contagens parcelares efectuadas ao longo do ano, 
evitando as paragens, sempre onerosas, que um inventário 
global acarreta. 
 
As contagens físicas, pela importância que têm no controlo das 
existências e na elaboração das demonstrações financeiras, 
principalmente quando a empresa adopta o sistema de inventário 
periódico, devem ser objecto de adequada preparação, a qual deve 
englobar, entre outros, os seguintes aspectos: 
 Planeamento atempado das contagens com aviso prévio a 
clientes e a fornecedores, se as mesmas exigirem uma 
paralisação que justifique tal procedimento; 
 Elaboração de instruções escritas; 
 Definição da forma de anotação das contagens. Se através de 
listas, incluindo as designações, mas não as quantidades dos 
produtos que teoricamente devem existir em certo local 
(sector, estante ou prateleira) ou se através de talões a colocar 
junto de cada uma das referências a inventariar; 
 
As instruções escritas são fundamentais à boa execução de um inventário 
e devem prever, pelo menos, os seguintes aspectos: 
 Definição da data ou datas do inventário e respectivos horários; 
 Identificação dos armazéns e definição do âmbito do inventário; 
 Procedimentos a observar quanto à limpeza dos armazéns e 
arrumação das existências, de modo a evitar que uma mesma 
referência possa existir em vários locais do mesmo armazém; 
 Definição do responsável pelo inventário e das pessoas 
envolvidas no processo de contagem, indicando a constituição 
das equipas e a sua afectação a locais de contagem; 
 Actualização do ficheiro de stocks através da inserção de todas 
as entradas e saídas; 
Auditoria Financeira 
 
Companhia Própria – Formação & Consultoria, Lda 52 
 Obtenção de listas, após a referida actualização, contendo pelo 
menos os seguintes elementos: 
 Identificação dos artigos (código e designação); 
 Localização dos artigos; 
 Quantidade em armazém, custo unitário e valor; 
 
 Indicações quanto ao preenchimento das listas ou dos talões, 
nomeadamente no que se refere à inscrição de observações 
quanto ao estado ou à rotação dos bens; 
 Assinatura das folhas de contagem; 
 Definição de uma ou mais equipas responsáveis pela execução 
de recontagens; 
 Procedimentos a observar quanto às diferenças existentes entre 
as recontagens e as contagens iniciais; 
 Definição das pessoas destacadas para apoiar o trabalho de 
auditoria, quando exista; 
 Caso a empresa funcione em sistema de inventário permanente, 
quais os procedimentos a observar quanto à comparação das 
contagens efectuadas com as constantes dos respectivos 
ficheiros; 
 Procedimentos a verificar quanto ao “corte de operações”, 
evitando que produtos recepcionados ou expedidos num exercício 
e com interferência no resultado da

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