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Aula 12_ Psicoterapia Infantil

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Psicoterapia 
analítico-comportamental
 com crianças
Intervenções analítico-comportamentais
Profª: Melina Vaz
A estrutura da clínica 
infantil
“...falar em “estrutura” requer parcimônia, 
destacando que apenas uma análise 
cuidadosa do caso trará informações para 
que o trabalho seja organizado de forma 
eficaz.” (p. 214)
• Fluidez e determinação do comportamento;
“avaliar um comportamento significa submetê-lo a uma série de 
condições e observar quais são as mudanças apresentadas.” 
•Processo e procedimento;
“Processo comportamental é o que acontece no tempo com os 
aspectos significativos do comportamento à medida que se aplica 
um procedimento”
A estrutura da clínica 
infantil
•Avaliação e intervenção: simultâneas e indissociáveis;
Ex: a condução de um jogo da memória
-dados sobre como a criança: lida com a perda, segue regras, interage 
socialmente, etc
- estratégias para intervenção sobre esses mesmos comportamentos:
• proposições de regras
• reforçamento diferencial
• reforçamento arbitrário contingente às respostas esperadas/desejadas
A estrutura da clínica 
infantil
O primeiro contato
•Objetivos dos primeiros encontros: 
coleta de dados;
•Motivos;
• Tratamentos anteriores e em andamento;
• Hábitos e dados gerais;
• Primeiros dados sobre a queixa;
• Desde quando persistem os comportamentos relevantes, em quais contextos e com 
quais reações de outrem.
A primeira fase do trabalho clínico com 
criança consiste em uma entrevista 
com os pais e/ou outros familiares. 
O primeiro contato
• Escolha sobre quem é convocado depende: idade da criança; tipo de 
queixa; de onde e de quem partiu o encaminhamento...
•Não participação da criança:
1. Elementos da história que não lhe podem ser apresentados;
2. Estabelecimento do contrato clínico;
• Pais podem decidir não dar prosseguimento;
3. Avaliação da necessidade de trabalho psicoterápico;
• Possibilidade de encaminhamento;
A primeira fase do trabalho clínico com 
criança consiste em uma entrevista 
com os pais e/ou outros familiares. 
O primeiro contato
•Orientação dos pais:
• Como o processo ocorrerá;
• Quais os recursos a serem utilizados;
• Elementos sobre clínica analítico-comportamental;
“É fundamental explicitar para os pais a importância da presença 
dos mesmos nesse processo, frequentando as sessões de 
orientação familiar, experimentando novas formas de agir com a 
criança a partir das orientações do profissional e, ainda, 
fornecendo dados que ajudem o clínico na condução do caso.” 
O primeiro contato
•Preparo da primeira sessão com a criança;
• O que a criança sabe sobre;
• Orientação dos pais sobre como abordar:
“Você vai conhecer um psicólogo, que é uma pessoa que ajuda as 
pessoas a tentarem resolver seus problemas e serem mais felizes. Lá você 
vai conversar, brincar, desenhar para ele te conhecer melhor e te ajudar”.
PRIMEIRAS SESSÕES COM A CRIANÇA
•Estabelecimento do vínculo;
•Objetivos dos contatos iniciais com a criança:
• Criar um contexto agradável;
• Estabelecer regras;
• Observar os comportamentos;
• Explicar o que é o trabalho clínico.
“No caso do público infantil, a solicitação pelo trabalho costuma partir 
de adultos que se relacionam com a criança – pais, profissionais de 
escola, pediatras, pedagogos, entre outros.” (p. 218)
É muito importante
que o clínico procure
levantar quais são os
elementos da vida
que trazem incômodo 
para a criança (o
que, muitas vezes, não 
coincide com as 
demandas dos pais).
PRIMEIRAS SESSÕES COM A CRIANÇA
Recursos terapêuticos
Desenhos, livros 
infantis, material 
escolar, bonecos, 
jogos, argila, filmes, 
desenhos animados, 
fantoches, bichos de 
pelúcia, sucatas etc.
https://www.youtube.com/watch?v=5IJqwRFQAjs
https://www.youtube.com/watch?v=5IJqwRFQAjs
O brincar em terapia 
pode ser compreendido 
como um conjunto de 
procedimentos que 
utilizam atividades 
lúdicas (jogos ou 
brincadeiras dirigidas) 
como mediadoras da 
interação clínico-cliente.
BRINCAR
https://www.youtube.com/watch?v=5IJqwRFQAjs
https://www.youtube.com/watch?v=5IJqwRFQAjs
http://www.youtube.com/watch?v=5IJqwRFQAjs
O DECORRER DO TRABALHO CLÍNICO
•Planejamento X Diversão sem propósito terapêutico
•Pessoas ligadas à criança poder ser convidadas
•Cabe ao clínico a escolha e a utilização de materiais
•É importante se atentar aos objetivos do tratamento no 
planejamento da sessão
O ENCERRAMENTO DO TRABALHO CLÍNICO 
INFANTIL
• Elementos que podem conduzir o profissional a encerrar a 
psicoterapia:
1- identificar as principais variáveis envolvidas;
2-habilitar os pais e, se possível, a própria criança, a realizar tais 
análises;
3- ensinar à criança repertórios alternativos àqueles considerados 
problemáticos;
4- orientar os pais para que possam lançar mão de condutas mais 
saudáveis.
O ENCERRAMENTO DO TRABALHO CLÍNICO 
INFANTIL
•Não se observam avanços significativos;
•Benefícios esgotados;
• 1. A indicação de um trabalho de orientação parental/familiar, descolado do 
trabalho clínico infantil, ou
• 2. O encaminhamento a outros serviços que possam preencher objetivos não 
contemplados pelo trabalho clínico, tais como fonoaudiólogos, pedagogos, 
médicos, etc.
“As sessões que antecedem o término do trabalho envolvem, via de 
regra, retomar os elementos principais, desenvolvidos no decorrer do 
processo clínico e planejar estratégias para manutenção dos ganhos.” 
(p. 221)
O ENCERRAMENTO DO TRABALHO CLÍNICO 
INFANTIL
Não significa, obviamente, ter-se como finalidade uma 
criança livre de problemas e limites – o que seria, na 
realidade, impossível, mas sim ter-se como objetivo 
uma criança que, diante de uma série de condições do 
ambiente, possa apresentar comportamentos que a 
levem para uma vida mais saudável.
Ana, 7 anos, é a terceira filha de uma família de classe média. Nasceu prematura e passou 60 dias na UTI. 
As dificuldades que surgiram no nascimento de Ana tiveram grande repercussão na família e 
influenciaram no desenvolvimento de práticas de maior proteção em relação à cliente, principalmente 
por parte materna. A mãe diz que engravidou da filha muito tarde e que se sente como mãe e avó ao 
mesmo tempo. O pai, muitas vezes, age com autoridade, e a mãe é mais permissiva. A criança tem um 
vínculo mais forte com a mãe, enquanto a irmã do meio (14 anos) tem um relacionamento mais próximo 
com o pai. A irmã mais velha (27 anos) não mora na mesma cidade, participando com menor frequência 
da dinâmica familiar. Todas as noites, a mãe a coloca para dormir, mas a criança acorda no meio da noite 
e vai para o quarto dos pais, que permitem que a filha continue com eles. Ana é dispersa em sala de aula, 
mas apresenta um bom rendimento escolar. Ela tem dificuldade de relacionamento na escola e, 
geralmente, seleciona um amigo para ter maior proximidade. Em relação à alimentação, Ana não come 
arroz, feijão, macarrão e carne como os outros membros da família. Há um repertório de restrição 
alimentar, sendo essa a queixa inicial trazida pelos pais. A criança teve dificuldades na amamentação e, 
atualmente, come alimentos específicos ao longo do dia e em pequenas quantidades, tais como 
achocolatados, biscoitos, docinhos, carne de hambúrguer, picolé e batata frita. Por ser mais magra do que 
a maioria dos seus colegas, os amigos da escola inventam apelidos. Ana disse que precisava da ajuda da 
psicóloga para não deixar que os amigos a chamassem de “Magrelice Palitice”, pois esse comportamento 
dos colegas a deixava triste. A cliente pediu ainda que a terapeuta a ajudasse a ter mais amigos. A 
interação social foi a principal queixa da criança, envolvendo sentimentos de tristeza e sofrimento. Em 
relação à família, identificou-se um padrão comportamental voltado para a realização de regimes. A mãe 
e as duas irmãs falavam com alta frequência sobre a necessidade de comer menos e de emagrecer.
Trabalho clínico
1- Selecionar eventos/respostas relevantes.
2- Ordenar esses eventos em uma hierarquia de 
importância clínica.
3- Estabelecerobjetivos terapêuticos.

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