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Terceira onda e terapias comportamentais Intervenções Analítico-comportamentais Prof.ªDr.ª Melina Vaz O termo “Terapias de Terceira Geração” se refere a um conjunto de terapias que emergiu nos anos de 1990 dentro da tradição da terapia comportamental (Pérez-Álvarez, 2012), ainda que tal denominação só viesse a ser dada em 2004. As razões para o surgimento da terceira onda estão: a ênfase diminuída da segunda onda no papel contextual; os questionamentos relacionados à eficácia das estratégias cognitivas; e a classificação do cognitivo como uma categoria à parte, em detrimento de ser considerado um comportamento (comportamento verbal) (Álvarez, 2006). As terapias contextuais A TCC tradicional possui uma premissa básica de que as cognições desempenham um importante papel na manutenção dos transtornos emocionais, através de sua influência nas emoções e nos comportamentos. O foco de mudança da TCC tradicional está no conteúdo dos pensamentos, enquanto os tratamentos baseados nas terapias de terceira geração focam a função dos pensamentos e a promoção de estratégias de regulação emocional que se contraponham à esquiva das experiências internas. TCC e terapias contextuais Dentre as razões para o surgimento da terceira onda estão: - a a ênfase diminuída da segunda onda no papel contextual; - os questionamentos relacionados à eficácia das estratégias cognitivas; - e a classificação do cognitivo como uma categoria à parte, em detrimento de ser considerado um comportamento (comportamento verbal). - • A segunda onda de terapia comportamental deixou um pouco a ênfase nas causas ambientais e contextuais (ênfase presente na primeira gera? ção) e passou a dar mais ênfase ao papel das cognições nos problemas emocionais e comportamentais. https://www.youtube.com/watch?v=O7-FVEzpo3s&ab_channel=Dr.TiagoAlfredoFerreira http://www.youtube.com/watch?v=O7-FVEzpo3s Ao invés de lutar para mudar pensamentos e sentimentos desconfortáveis, as novas abordagens focam em cultivar uma atitude de aceitação sem julgamentos em relação a todas as experiências humanas, a fim de aumentar o bem-estar psicológico. ● FAP (Psicoterapia Analítico-funcional) ● ACT (Terapia de Aceitação e Compromisso) ● DBT (Terapia Comportamental Dialética) Os principais modelos clínicos das terapias contextuais FAP (Psicoterapia Analítico-funcional) • Valorização da Relação Terapêutica; • Observação direta do comportamento na sessão; • Comportamento do terapeuta e do paciente (CRB’s) ● CCR1s - comportamento problema do cliente ocorrendo dentro da sessão; ● CCR2s - comportamentos de melhora do cliente também apresentados em sessão; ● CCR3s - são as análises feitas pelo cliente sobre seu próprio comportamento (preferencialmente tais análises devem ser funcionais, envolvendo a história de reforçamento e punição daquele comportamento). Comportamentos Clinicamente Relevantes Psicoterapia Analítica Funcional: FAP . Para começar nossa entrevista, você poderia nos dizer brevemente como definiria a Psicoterapia Analítica Funcional (FAP) e como ela foi criada? Tsai & Kohlenberg: A FAP é uma terapia analítico-comportamental intensa, íntima e emocional, na qual a relação terapêutica é o principal veículo para o crescimento do cliente porque os terapeutas respondem contingentemente com consciência, coragem e amor (definidos comportamentalmente) aos problemas da vida diária dos clientes, com a intenção de modelar os comportamentos alvo em sessão à medida que ocorrem. A FAP foi criada como resultado da observação clínica de que alguns de nossos clientes melhoraram acentuadamente através de relações terapêuticas intensas e profundas que ultrapassaram qualquer intervenção em particular. https://www.comportese.com/2017/ 08/19265 Psicoterapia Analítica Funcional: FAP O MODELO DE CONSCIÊNCIA, CORAGEM E AMOR . Psicoterapia Analítica Funcional: FAP . ●Awareness: estar atento a nosso comportamento e ao impacto que tem sobre outras pessoas; ○ Significa discriminar a função por trás do comportamento. ● Coragem: engajar-se em comportamento que arrisca ser punido no momento (e.g., por uma reação aversiva do cliente) e talvez só produzisse um reforço acessível (e.g., uma melhora do cliente) no futuro; ○ A recusa do controle por reforço negativo. ● Amor: reter reforçamento que prejudicaria o crescimento do cliente e reforçar um comportamento do cliente que inquieta ou incomoda o terapeuta, mas que contribuirá para o crescimento do cliente; ○ Reforço do outro! https://www.youtube.com/watch?v=B9kg1UdzDvw&t=134s&ab_channel=TEDxTalks http://www.youtube.com/watch?v=B9kg1UdzDvw Formulação de caso - Modelo FAP HISTÓRIA DE VIDA RELEVANTE PROBLEMAS DA VIDA DIÁRIA PROBLEMAS NA SESSÃO MELHORIAS NA SESSÃO METAS NA VIDA DIÁRIA ACT (Terapia de Aceitação e Compromisso) • Suposta insuficiência dos modelos comportamentais e cognitivos; • Papel essencial do comportamento verbal para uma clínica comportamental mais efetiva; • Enfoque comportamental pós-skinneriano da cognição e da linguagem humanas. Baseada na RFT (Teoria das Molduras Relacionais); • Objetivo: flexibilidade psicológica e contato com as consequências presentes; • Categoria diagnóstica: Esquiva experiencial. Terapia de aceitação e compromisso: ACT Contextualismo Funcional ● Visa à predição e à influência do comportamento com precisão, escopo e profundidade. ● Fundamento funcionalista; ● A ação não pode ser considerada isoladamente; . Terapia de aceitação e compromisso: hexaflex . Terapia de aceitação e compromisso: ACT Teoria Dos Quadros Relacionais ● Abordagem comportamental da linguagem e da cognição; ● Pesquisa sobre o papel da linguagem na origem, desenvolvimento e tratamento do sofrimento psicológico; ● Habilidade: relacionar eventos mutuamente e mudar a função de eventos específicos baseando-se em suas relações; ● Pensamentos e sentimentos disfuncionais derivam de processos psicológicos normais, como o seguimento de regras; ● Seguir regras pode aumentar a rigidez comportamental. . Responder relacional arbitrariamente aplicável O estabelecimento desse operante (RRAA) se inicia com o aprendizado do responder relacional não arbitrário, ou seja, do responder a uma relação entre estímulos com base em propriedades físicas. Algumas propriedades que definem o RRAA a) Implicação mútua b) Implicação combinatória c) Transformação de função DBT (Terapia Comportamental Dialética) • Protocolo de atendimento em clínica, criado como estratégia orientada a modificar comportamentos de suicídio e parassuícidio; • Alcance de habilidades básicas; • Redução de EPT; • Resolução de problemas e aumento do respeito próprio; • “Devido a sua concepção filosófica contextual, e pelos procedimentos de avaliação e intervenção notadamente comportamentais, a DBT pode ser adequadamente categorizada como sendo uma terapia baseada na análise do comportamento”(Abreu e Abreu, 2015, p. 57) Terapia comportamental dialética: DBT ● Posteriormente aplicado como protocolo para transtorno de personalidade borderline; ○ Treinamento de habilidades específicas a ser realizado com as pacientes borderlines; ○ Equilíbrio entre técnicas de aceitação e técnicas de mudança; ● Estágios: 1. alcançando as habilidades básicas; 2. redução do estresse pós-traumático; 3. resolvendo problemas de vida e aumentando o respeito próprio; ● Aplicada por terapeutas cognitivo-comportamentais, terapeutas comportamentais de terceira onda e médicos de orientação biológica.. Terapia comportamental dialética: estratégias de avaliação e intervenção Aceitação: ● Amplificar (e.g., descrever) e reforçar as percepções da cliente; ● Dividida em: “emocional”, “comportamental” e “cognitiva”; ● Foco na relação terapêutica: ambiente privilegiado; ○ Criaçãode ambiente terapêutico contrário ao histórico de punições parentais; “...o terapeuta ensina a cliente a rotular e a descrever sentimentos, pensamentos e comportamentos, sempre tendo o cuidado de proporcionar oportunidades para a ocorrência dessas verbalizações” ” (Abreu e Abreu, 2016) Mudança: ● Aplicação da tecnologia comportamental para mudança de comportamento; ● Divididas em: “exposição”, “treinamento de habilidades”, “modificação cognitiva” (esclarecimento de contingências ou reestruturação cognitiva) e “manejo de contingências”. ● Voltado às metas extra consultório; ● Análise de cadeia (avaliação funcional); ● “Desestigmatização” da cliente; ○ As contingências históricas e atuais que influenciam: extremadas; ● Terapeuta e cliente pensam estrategicamente em comportamentos alternativos; . ● Pautada em parte nos critérios topográficos do DSM e em interpretações de causalidade biossociais; ○ Organismo e ambiente social se adaptam e influenciam: modelo de transacional ou dialético; ■ Interdependência recíproca entre comportamento e ambiente; ■ Semelhanças com o modelo causal da seleção pelas consequências; ●Filogênese: vulnerabilidade emocional biologicamente herdada; ●Nível Operante: relação entre comportamento e o meio é evidenciada ○Aprendizagem de comportamentos borderlines por meio da invalidação de pais ou cuidadores ●Cultural: sexismo como fator que acentua muito as invalidações Sobre as causas do comportamento . Análise em cadeia “...mais importante do que assumir a causalidade de um sistema sobre o outro, é entender sob quais condições uma determinada relação comportamento-comportamento se sustenta (e.g., pensamento-comportamento aberto), ou sob quais condições essa relação indica o sentido da influência causal, de um sobre o outro” (Abreu e Abreu, 2016). . https://www.youtube.com/watch?v=uEMyhKXE0Rw https://www.youtube.com/watch?v=uEMyhKXE0Rw http://www.youtube.com/watch?v=uEMyhKXE0Rw
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