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VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C Arboviroses Arboviroses Viroses nascidas dos artrópodes (infecções virais que têm como vetor transmissor um artrópode). Ex: Febre amarela (alta mortalidade), Dengue (grande prevalência), Chikungunya, Zika. Doenças de notificação compulsória. Caso Clínico 1 – Febre Amarela (história da doença grave: sintomas, melhora, sintomas e morte) Criança de 10 anos, com história de febre e cefaleia há quatro dias, além de mialgia generalizada e vômitos esporádicos. Refere ter frequentado um bosque cinco dias antes do aparecimento dos sintomas. Houve o encontro de um macaco morto na região do bosque. Os sintomas persistiram por três dias, com melhora. Há cerca de 24 horas, voltou a apresentar febre, vários episódios de vômitos, e a mãe notou que seus olhos estão amarelos. Ao exame físico encontra-se em REG, com mucosas secas, olhos encovados, saliva espessa, com tempo de enchimento capilar de 3 segundos, icterícia +++/4, descorado ++/4, taquipneico. FC=140, FR=30, PA=80X40 mmHg (percentil 50% para idade e altura: 100X62mmHg). Apresenta petéquias em pele e sangramento em mucosa oral. Abdome plano, normotenso, com fígado palpado a 2cm do RCD, consistência normal. Pulsos periféricos finos. Exames laboratoriais: - 1) Hemograma: Hb=12 g/dL Ht 37% Leucócitos 3.600/ mm3 ; 20% neutrófilos (720/mm3 ), 72% linfócitos e monócitos Plaquetas de 100.000/mm3 leucopenia, neutropenia, plaquetopenia, Hb normal . - 2) TGO 400 UI/L (normal 13 a 35); TGP 480 UI/L (7 a 35) TGO e TGP aumentados. - 3) Bilirrubinas: BT 4 mg/dL (0,30 a 1,20), BD 3mg/dL (<0,20), BI 1mg/dL (0,1 a 1,0) Bb aumentada. - 4) Ureia 60 mg/dL (10 a 50); Creatinina 1,0 mg/dL (0,30 a 0,70); Na= 135 mEq/L (135 a 145); K= 5mEq/L (3,4 a 5,5) ureia aumentada, creatinina aumentada e eletrólitos normais. Caso Clínico 2 – Dengue Criança de 8 anos, apresenta febre alta (39° a 40°C) de início abrupto, há 5 dias. Há 4 dias com queixa de cefaleia, mialgia, artralgia, prostração, e dor retroorbitária. Refere também anorexia, náuseas e vômitos. Hoje a mãe notou manchas pelo corpo. Refere prurido generalizado. Ao exame físico: BEG/REG, corada, hidratada, eupneica, anictérica, temperatura axilar de 37,8°C, tempo de enchimento capilar (TEC) de 1 segundo, sem gânglios palpáveis. Orofaringe: hiperemia discreta de amígdalas , sem outras alterações. Exantema máculo-papular eritematoso disseminado. BRNF sem sopros. SCP bilateralmente, MV presente bilateralmente, sem RA. Abdome plano, flácido, indolor à palpação, fígado e baço não palpáveis abaixo do rebordo costal. Sem sinais de ascite. Membros com boa perfusão, sem edemas. VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C Exames laboratoriais: - 1)Hemograma: Hb=12,5 g/dL Ht 36% Leucócitos 3.800/ mm3 ; 35% neutrófilos (1330/mm3 ), 60% linfócitos e monócitos Plaquetas de 100.000/ mm3 Leucopenia e plaquetopenia. - 2)TGO 80 UI/L; TGP 64 UI/L TGO e TGP normais - 3)Ureia 20 mg/dL; Creatinina 0,4 mg/dL; Na= 138 mEq/L; K= 4mEq/L. Raciocínio Clínico Faixa etária. Detalhamento de sinais e sintomas; hipótese sindrômica. Histórico vacinal. História de contato com casos semelhantes. História de contato com animais domésticos ou outros animais. História de contato com vetores (insetos principalmente). História de viagens, locais visitados; período de tempo. Exame físico detalhado; características de lesões de pele, distribuição, presença de enantema. Conhecimento epidemiológico do local de residência. Em algumas situações, necessidade de exames laboratoriais inespecíficos, e exames confirmatórios. Arboviroses Arbovírus são transmitidos por artrópodos (vírus arthropod-borne); os de maior importância clínica pertencem aos gêneros Flavivirus (família Flaviridae) e Alphavirus (família Togaviridae). Doenças que se disseminam por intermédio dos animais ou de um reservatório animal são chamadas de zoonoses. Cinco arbovírus surgiram ou reemergiram nas últimas décadas causando epidemias em humanos: vírus da dengue, Zika, febre do Oeste do Nilo, febre amarela e Chikungunya. Os quatro primeiros pertencem ao gênero Flavivirus e o vírus Chikungunya pertence ao gênero Alphavirus. Dengue, Zika e Chikungunya são os de maior importância epidemiológica. Febre amarela é o mais importante pela gravidade. Estima-se que aproximadamente 3,9 bilhões de pessoas, que vivem em mais de 120 países, correm o risco de infecção por qualquer um desses três arbovírus. FEBRE AMARELA Doença infecciosa febril aguda, imunoprevenível, de evolução abrupta e gravidade variável, com elevada letalidade nas suas formas graves. Agente etiológico transmitido por artrópodes (vetores), da família Culicidae, habitualmente conhecidos como mosquitos e pernilongos. A importância epidemiológica decorre da gravidade clínica, da elevada letalidade e do potencial de disseminação e impacto. Agente etiológico O vírus da febre amarela é um arbovírus do gênero Flavivirus, protótipo da família Flaviviridae. VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C Não há transmissão de pessoa a pessoa. O vírus é transmitido pela picada dos mosquitos transmissores infectados. Apenas as fêmeas transmitem o vírus. Nos mosquitos, a transmissão também ocorre de forma vertical, na qual as fêmeas podem transferir o vírus para a sua prole, favorecendo a manutenção do vírus na natureza. Ciclo urbano (sem casos de 1942): a transmissão ocorre a partir de vetores urbanos (Aedes aegypti) infectados. Ciclo silvestre: os transmissores são mosquitos com hábitos predominantemente silvestres, sendo os gêneros Haemagogus e Sabethes os mais importantes na América Latina. Período de incubação intrínseco (ocorre no homem e no primata não-humano) – 3 a 6 dias podendo se estender até 15 dias. Período entre a picada do mosquito infectado e início dos sintomas. Período de incubação extrínseco (ocorre nos mosquitos vetores) – 8 a 12 dias. Período entre a infecção, a partir do repasto sanguíneo no hospedeiro virêmico e a replicação do vírus nas glândulas salivares, quando o mosquito passa a transmitir o vírus pela picada. VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C Período de transmissão: Homem: a viremia dura em torno de sete dias, entre 24 e 48 horas antes do aparecimento dos sintomas até três a cinco dias após o início da doença, período em que pode infectar os mosquitos transmissores. PNHs: a doença ocorre de forma similar ao homem. Na infecção dos vetores, o vírus migra para as glândulas salivares, onde se replica depois de 8 a 12 dias de incubação. A partir desse momento, a fêmea do mosquito é capaz de transmitir o vírus até o final de sua vida, que pode variar entre seis e oito semanas. Suscetibilidade e imunidade: A suscetibilidade é universal e a infecção confere imunidade duradoura, podendo se estender por toda a vida. Os filhos de mães imunes podem apresentar imunidade passiva e transitória durante os primeiros meses de vida. Epidemiologia: Campanhas sanitárias conduzidas por Oswaldo Cruz no início do século passado para controle dos vetores controlaram a doença. Último caso de Febre Amarela urbana ocorreu em Sena Madureira, Acre em 1942. Nos anos de 2016, 2017 e 2018: rápida expansão de casos de febre amarela silvestre nos sentidos leste e sul em áreas com grande contingente populacional não imunizada e com elevada densidade de Aedes aegypti risco iminente de reurbanização da doença. Não há transmissão direta (pessoa a pessoa). As formas clínicas da doença selvagem e urbana são idênticas. O ciclo silvestre é endêmico, com surtos acontecendo com intervalos de 3 a 7 anos. Surtos em humanos costumam ser precedidos por epizootias com mortes de macacos - um dos principais marcadores de vigilância epidemiológica da doença. VITÓRIA CORREIA MOURA – T4CDefinição de caso suspeito: Indivíduo não vacinado contra a febre amarela ou com situação vacinal desconhecida com: - Quadro infeccioso febril agudo (até 7 dias) de início súbito + - Icterícia e/ou manifestações hemorrágicas. - Com exposição, nos últimos 15 dias, em área de risco (áreas de recomendação de vacina/epizootias/áreas recém- afetadas). Fisiopatologia: Diversos mecanismos de escape ao sistema imune: replicação extensiva em vários órgãos e tecidos. Lesões mais proeminentes ocorrem no fígado (necrose/apoptose). Também afeta: rins (necrose tubular aguda), coração (miocardite), baço, linfonodos e músculos. As manifestações mais graves, como hemorragias, choque e insuficiência renal, refletem a insuficiência hepática. Manifestações clínicas: Espectro clínico: desde infecções assintomáticas até quadros graves e fatais. As formas leves ou infecções assintomáticas representam a maioria dos casos (40% a 60%). - Quadro clínico clássico: início súbito de febre alta, cefaleia intensa e duradoura, inapetência, náuseas e mialgia. Pode estar presente o sinal de Faget (bradicardia acompanhando febre alta). - Formas leves e moderadas (20% e 60% dos casos): os sinais e os sintomas duram entre dois e quatro dias, geralmente são aliviados com tratamento sintomático. - Formas graves e malignas (aroximadamente 20% a 40% dos casos): pode ocorrer evolução para óbito entre 20% e 50% dos registros. Nas formas graves, cefaleia e mialgia ocorrem com maior intensidade e podem estar acompanhadas de náuseas e vômitos frequentes, icterícia, oligúria e manifestações hemorrágicas, como epistaxe, hematêmese e metrorragia. Início abrupto: febre, calafrios, cefaleia intensa, dor lombossacral, mialgia generalizada, anorexia, náuseas, vômitos, bradicardia (sinal de Faget – dissociação pulso/temperatura), hemorragia gengival e/ou epistaxe. Duração média de 3 dias, cursa com viremia Período de remissão: melhora dos sintomas por aproximadamente 20 horas Quadros graves (aproximadamente 15% dos casos): reaparecimento de febre, vômitos mais frequentes, icterícia, quadro de diátese hemorrágica, desidratação. VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C Forma clínica grave: Quadro clínico típico: manifestações de insuficiência hepática e renal. Geralmente apresentação bifásica, com um período inicial prodrômico (infecção) e um toxêmico, que surge após uma aparente remissão. Após o período de remissão dos sintomas, que pode levar de 6 a 48 horas entre o 3° e o 5° dia de doença, ocorre o agravamento da icterícia, insuficiência renal e fenômenos hemorrágicos de maior intensidade, em muitos casos, evoluindo para óbito em aproximadamente uma semana. Alterações laboratoriais inespecíficas: VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C Alterações laboratoriais específicas: - Buscar IgM apenas após o 7º dia (quando posso fazer a sorologia para febre amarela). - O PCR busca o vírus, pode ser feito no tempo de viremia (de 1 a 10 dias). Diagnósticos diferenciais: Malária. Dengue. Mononucleose infecciosa. Influenza. Hepatites virais. Rickettsioses. Zika. Chikungunya. Febre tifoide. Lepstopirose. Sepse. VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C Tratamento: Não há tratamento específico para febre amarela. Terapia de suporte: hidratação, correção de distúrbios eletrolíticos, hemoderivados de acordo com a evolução. A prevenção com a vacina de vírus vivo atenuado é altamente eficaz. A vacina está indicada para todo o território nacional. VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C Medidas de prevenção e controle: Controle dos vetores. Vacina Febre amarela Vacina de vírus vivo atenuado. Cultivada em ovos embrionados de galinha. - É altamente imunogênica – 95 a 99% dos adultos / 90% das crianças pequenas. - Baixa reatogenicidade. - Crianças entre 9 meses de vida a menores de 5 anos de idade: Administrar 1 dose aos 9 meses de vida, e uma dose de reforço aos 4 anos de idade. - Pessoas a partir de 5 anos a 59 anos de idade: Administrar 1 dose (única). - Pessoas com 60 anos e mais, que nunca foram vacinadas ou sem comprovante de vacinação: o serviço de saúde deverá avaliar a pertinência da vacinação, levando em conta o risco da doença e o risco de eventos adversos nessa faixa etária e/ou decorrentes de comorbidades. - Contra-indicações Crianças menores de 6 meses de idade. Mulheres amamentando crianças menores de 6 meses de idade. Pessoas com alergia grave a ovo. Pessoas com imunossupressão secundária a doenças. Pessoas na vigência de medicações ou tratamento imunossupressores (quimioterapia, radioterapia, corticoides em altas doses, metrotrexate entre outras). - Vacina em todo o território nacional. Dengue Mais de 3 bilhões de pessoas vivem em áreas endêmicas no Mundo. Em torno de 100 milhões de casos relatados. Nove mil mortes anuais. Brasil – maior número de casos de dengue no mundo atualmente. 80 a 85% da população vive em áreas de transmissão. Anos de 2015 e 2016 – piores epidemias do país: 3 milhões de casos prováveis e mais de mil mortes. Transmitida pelo mosquito do gênero Aedes – principalmente pelo Aedes aegypti. Raros relatos de transmissão transplacentária, transplante de órgãos ou transfusão de sangue. Período de incubação do vírus no homem após a picada do mosquito – 3 a 14 dias. Mosquito-fêmea transmite a doença; mosquitos-machos se alimentam de seivas de plantas. Transmissão mais comum nos períodos chuvosos quando há proliferação dos mosquitos. Arbovírus: - Transmitidos por artrópodos (vetor). - Gênero Flavivirus (família Flaviridae): vírus da dengue, Zika, febre do Oeste do Nilo, febre amarela. - Gênero Alphavirus (família Togaviridae): Chikungunya. Vírus da dengue: - 4 sorotipos diferentes – DENV-1; DENV-2; DENV-3; DENV-4 Quando pega um sorotipo não adquiri imunidade efetiva para os outros, ou seja, a imunidade efetiva é apenas contra o sorotipo adquirido. VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C - Infecção permite imunidade permanente sorotipo específica. - Imunidade cruzada fugaz contra outros sorotipos. Sorotipos relacionados à maior gravidade: Variantes genéticas asiáticas dos sorotipos 2 e 3. Patogênese é multifatorial. Infecção secundária heterotípica é fator de risco para doença grave: - Teoria da facilitação, por anticorpos, da penetração dos vírus nas células do hospedeiro. - Ativação de linfócitos T – liberação de citocinas (mediadores vasoativos – IL-2, TNF-alfa, INF-gama). - Aumento da permeabilidade vascular, extravasamento de plasma, destruição plaquetária. Quadro Clínico: Apresentação clínica bastante variada – desde assintomáticas à formas graves. Dengue Clássica: - Febre. - Dor de cabeça. - Odinofagia. - Mialgia, artralgia, astenia. - Dor retro-orbital. - Anorexia, náuseas, vômitos, diarreia (mais comum em crianças!). - Hiperemia conjuntival. - Rash maculopapular. - Petéquias, gengivorragia, epistaxe em alguns casos. VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C Após a fase febril, grande parte dos pacientes recupera-se gradativamente com melhora do estado geral e retorno do apetite. Porém, alguns evoluem para a fase crítica. Hematócrito aumentado indica perda de volume ao interstício (sangue mais concentrado, ou seja, mais hemácia em relação ao componente líquido do sangue). Na dengue, o paciente fica afebril, mas não melhora os sinais e sintomas. Diferente da febre amarela em que o paciente tem uma melhora geral, para depois piorar. Sinais de alarme: Extravasamento capilar e hemoconcentração VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C - Inicialmente (até o 3º dia): PCR do vírus ou antígeno NS1. - Do 4º em diante: IgM e IgG para a dengue. VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C VITÓRIA CORREIA MOURA – T4CVITÓRIA CORREIA MOURA – T4C - Grupo A (sem fatores de risco e prova do laço negativa): Tratamento em casa, com hidratação oral de 80 ml/Kg (1/3 de solução de reidratação oral e 2/3 de qualquer outro líquido). Orientar sinais de alerta (ex: dor abdominal intensa, vômitos intenso, diminuição de diurese). Evitar anti-inflamatórios. PROVA DO LAÇO: Desenhar um quadrado de 2,5 cm de lado no antebraço da paciente Verificar a PA (sentado ou deitado) Calcular o valor médio (PAS + PAD / 2) Insuflar o manguito até o valor médio e aguardar 5 minutos (em crianças, 3 minutos) Contar o número de petéquias dentro da marcação feita Considerar positiva a prova quando houver 20 ou mais petéquias em adultos e 10 ou mais em crianças. VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C - Grupo B: Solicitar exames. Recomenda hidratação. Se hematócrito normal volta para o grupo A, se o hematócrito estiver aumentado interna e faz a hidratação supervisionada. Se piorar vira grupo C. - Grupo C: Internação por no mínimo 48 h e fazer manejo clínico (hemograma, proteínas totais, albumina, eletrólitos, USG, RX, gasometria e exames específicos). VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C - Grupo D: UTI. VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C CHIKUNGUNYA E ZIKA Chikungunya (poliartralgia intensa, simétrica e periférica): 57.785 casos prováveis (taxa de incidência de 27,1 casos por 100 mil hab.) no País. Esses números correspondem a um aumento de 56,6% dos casos em relação ao ano anterior. A Região Nordeste apresentou a maior incidência (80,4 casos/100 mil habitantes). Até o momento foram confirmados 13 óbitos para Chikungunya. Zika (febre baixa, conjuntivite não exsudativa, infecção congênita pelo vírus): 2.118 casos prováveis até a SE 14, correspondendo a uma taxa de incidência de 1 caso por 100 mil hab. no País. Em relação a 2021, os dados representam um aumento de 53,9% no número de casos do País. Não foram notificados óbitos por Zika. VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C
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