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1 Laís Kist de Almeida – ATM 2024/2 Arboviroses Dengue – Chikungunya – Zika Arbovírus • Origem: “arthropod borne virus”; • Agentes que tem parte de seu ciclo de replicação nos artrópodes (insetos, aracnídeos, etc), podendo ser transmitidos aos seres humanos e outros animais pela picada; ARBOVÍRUS Vírus da dengue (DENV) e Vírus da Zika (ZIKV): • Vírus de RNA – reação cruzada no teste sorológico; • Gênero Flavivirus; • Família Flaviviridae (inclui o vírus da febre amarela). • Dengue: Sorotipos DENV: DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4. • Zika: Linhagens ZIKV: uma africana e outra asiática. Vírus de Chikungunya (CHIKV): • Gênero Alphavirus; • Família Togaviridae; • Genótipos: Oeste Africano, Leste-Centro-Sul Africano (ECSA), Asiático e Oceano Índico (IOL); • No Brasil: linhagens asiáticas e ECSA (leste centro sul africana). Transmissão • Vias vetorial, vertical (mães contaminadas) e transfusional. • Principal forma: vetorial – pela picada de fêmeas de Aedes aegypti infectadas. • Transmissão vertical: o Dengue e Chikungunya: raro; o Zika: TV pode ocorrer em diferentes idades gestacionais e resultar em amplo espectro de malformações no feto, incluindo abortamento • Estudos apontam que ZIKV pode ser transmitido por via sexual de uma pessoa infectada (sintomática ou não) para seus parceiros, durante meses após a infecção inicial. Aedes • Insetos vetores de Dengue, Chikungunya e Zika no Brasil: o Mosquitos da família Culicidae - gênero Aedes - subgênero Stegomyia. • Espécie Aedes aegypti - única responsável pela transmissão destas arboviroses no Brasil; o Pode ser transmissora do vírus da febre amarela em áreas urbanas. o Distribuída geralmente em regiões tropicais e subtropicais. o Encontra-se em todos os estados do Brasil, amplamente dispersa em áreas urbanas. • Aedes albopictus: vetor da dengue na Ásia. o Presente nas Américas, portanto não foi associado à transmissão de dengue, Chikungunya e Zika aqui. 2 Laís Kist de Almeida – ATM 2024/2 o Presente em todas as regiões do Brasil - frequente em regiões tropicais e subtropicais, podendo ser encontrado em latitudes temperadas, preferencialmente no peridomicílio e em ambientes naturais ou modificados. Tempo de vida: 30 dias. Após 7 dias como larva, já está maduro. Cor escura, café/preto com listrinhas brancas. Voa em uma altura média de 1,5m do chão. Horário de maior atividade: início da manhã ou fim da tarde. Clima quente e úmido. A água deve ser limpa e parada. A cada 3 dias, a fêmea coloca 40 ovos de uma vez só. PERÍODO DE INCUBAÇÃO E TRANSMISSIBILIDADE DENV: • PI intrínseco (no ser humano) varia de 4 a 10 dias. • Período de viremia no homem (PT) – transmissão para o mosquito: 1 dia antes do aparecimento da febre e se estende até o 5º dia da doença. CHIKV: • PI intrínseco: varia de 1 a 12 dias. • Período de viremia ou PT: inicia-se 2 dias antes do aparecimento dos sintomas, podendo durar até 10 dias. ZIKV: • PI intrínseco: varia de 2 a 7 dias. • Período de viremia ou PT: se estende até o 5º dia do início dos sintomas. PI extrínseco (no vetor): varia em função da temperatura ambiente. • Aedes aegypti pode se infectar ao picar uma pessoa infectada no período virêmico, dando início ao PIE. • Tempo decorrido desde a ingestão de sangue virêmico, pelo mosquito suscetível, até o surgimento do vírus na saliva do inseto. • DENV e ZIKV: 8 a 14 dias; CHIKV: 3 a 7 dias. • Após o PIE, o mosquito permanece infectante até o final da sua vida (6 a 8 semanas), sendo capaz de transmitir o vírus para o homem. 3 Laís Kist de Almeida – ATM 2024/2 SUSCETIBILIDADE E IMUNIDADE • Suscetibilidade: universal – todos que forem picados estão suscetíveis; • Imunidade adquirida: o DENV: permanente para um mesmo sorotipo. o CHIKV: duradoura e protetora contra novas infecções por diferentes genótipos. o ZIKV: não há evidências sobre o tempo de duração da imunidade. DENGUE • Arbovirose urbana de maior relevância nas Américas. • Transmitida por mosquitos do gênero Aedes. O principal é o Aedes Aegypti, mas há outros Aedes que podem transmitir. • Agente etiológico: vírus dengue (DENV), com 4 sorotipos distintos – DEN1, DEN2, DEN3 e DEN4. Do ponto de vista prático, podemos pegar dengue 4 vezes na vida. À medida que pegamos um dele, adquirimos imunidade para aquele sorotipo. Mas, como são 4 ao todo, posso me contaminar com os outros sorotipos. • Estima-se que 3 bilhões de pessoas estejam sob o risco de contrair a doença. • Estima-se que ocorram, anualmente, 390 milhões de infecções e 20 mil mortes. Dengue no Brasil • 1ª epidemia no Brasil em 1981-1982, em Boa Vista/RR. Depois, tornou- se endêmica em várias áreas do Brasil. • Endêmica, com sazonalidade coincidente com épocas quentes e chuvosas no Brasil, facilita a proliferação dos mosquitos, eclosão dos ovos e disseminação dos vírus pela infestação dos mosquitos. • Entre 2002 e 2016/17: o aumento do número de casos e de hospitalizações, incluindo crianças; o circulação simultânea dos 4 sorotipos; o epidemias de grande magnitude; o intensificação do processo de interiorização da transmissão, com registro de casos em municípios de diferentes portes populacionais; o aumento no nº de óbitos. *Há vacina, mas de uso restrito. Então a prevenção ainda é a partir do controle vetorial 2020: No RS e nordeste, há uma incidência baixa de dengue. Parte da região Norte e Centro-Oeste há alta incidência de dengue. O quadro inicial se confunde muito com uma síndrome gripal. Difícil fazer o diagnóstico diferencial entre Coronavírus e Dengue. 4 Laís Kist de Almeida – ATM 2024/2 Dados apenas do RS em 2021, de janeiro e fevereiro. Tivemos casos de pessoas que se contaminaram aqui mesmo (114) e importador (168). Esse ano teremos muita dengue. Dengue sem sinais de alarme: leve; Dengue com sinais de alarme: ficar atento; Dengue grave: hemorrágica, leva o paciente à óbito. 1ª) Fase Febril • 1ª manifestação: febre, geralmente > 38ºC, de início abrupto e com duração de 2 a 7 dias. • Cefaleia, astenia, mialgia, artralgia e dor retroorbitária (atrás dos olhos) - “dor quebra ossos” • Anorexia, náuseas, vômitos e diarreia também podem se fazer presentes. • Lesão exantemática, presente em grande parte dos casos, é predominantemente do tipo maculopapular, atingindo face, tronco e membros, não poupando regiões palmares e plantares. o Exantema também pode se apresentar sob outras formas – com ou sem prurido. • Após a fase febril, grande parte dos pacientes recupera-se gradativamente, com melhora do estado geral e retorno do apetite. 5 Laís Kist de Almeida – ATM 2024/2 2ª) Fase Crítica • Inicia com o declínio da febre (defervescência), entre o 3° e o 7° dia do início da doença. pode ficar curado. • Começa a surgir os sinais de alarme, quando presentes, ocorrem nessa fase. o Resultantes do aumento da permeabilidade capilar. Indicam gravidade. • Marco do início da piora clínica do paciente e sua possível evolução para o choque, por extravasamento plasmático, perde líquido para o 3º espaço. Pode evoluir para as formas graves: o Caracterizadas por sangramento grave e disfunção orgânica. o Ocorre entre o 4º e o 5º dia, geralmente precedido por sinais de alarme. • Choque: o Pode levar ao óbito em 12 a 24 h ou à recuperação rápida (após terapia apropriada). o Pode causar complicações, como hepatites, encefalites ou miocardites e/ou sangramento abundante. Os sinais de alarme são caracterizados principalmente por: • Dor abdominal intensa (referida ou à palpação) e contínua; • Vômitos persistentes; • Acúmulo de líquidos (ascite, derrame pleural, derramepericárdico); • Hipotensão postural e/ou lipotimia; • Letargia e/ou irritabilidade – alteração do sensório; • Hepatomegalia maior que 2 cm abaixo do rebordo costal; • Sangramento de mucosa; • Aumento progressivo do hematócrito – paciente está ficando hemoconcentrado, perdendo plasma, criando ascite, sangrando, fazendo com que o hematócrito aumente. PROVA DO LAÇO • Insuflar o manguito na PAM (2xD + S)/3 ou (Sist+Diast)/2, deixando: o 5 minutos em adultos o 3 minutos em crianças • Contar o número de petéquias em um quadrado de 2,5 cm de lado – POSITIVO se: o > 20 petéquias em adultos o > 10 petéquias em crianças 6 Laís Kist de Almeida – ATM 2024/2 Os sinais de choque são: • Pulso rápido e fraco; • Hipotensão arterial; • Pressão arterial (PA) convergente (diferença entre PAS e PAD < = 20mmHg em crianças – em adultos o mesmo valor indica choque mais grave; • Extremidades frias; • Enchimento capilar lento; • Pele úmida e oegajosa; • Oligúria; • Manifestações neurológicas, como agitação, convulsões e irritabilidade (em alguns pacientes) 3ª) Fase de Recuperação • Ocorre após as 24-48 h da fase crítica, com reabsorção gradual do fluido que havia extravasado para o compartimento extravascular. • Melhora do estado geral do paciente, retorno progressivo do apetite, redução de sintomas gastrointestinais, estabilização do estado hemodinâmico e melhora do débito urinário. • Alguns pacientes podem apresentar um exantema, acompanhado ou não de prurido generalizado. 7 Laís Kist de Almeida – ATM 2024/2 Queda das plaquetas na fase de sangramento, depois se recupera. No momento do choque, hematócrito aumenta e depois normaliza de novo. Viremia apenas na fase inicial. Ação direta do vírus apenas na fase inicial, crítica, depois apenas ação imunológica. Início: formação de IgM (fase aguda, 7 dias de início dos sintomas e cai depois de 2 semanas), depois IgG presente depois das 2 semanas até o final. Fatores de Risco para Dengue Grave • Idade: < 2 anos e > 65 anos; • Gestantes; • Doenças associadas: asma brônquica, diabetes mellitus, anemia falciforme, hipertensão; • Infecções prévias por outros sorotipos – se tenho infecção com 1 sorotipo, as infecções subsequentes pelos demais sorotipos predispõe o paciente a ter infecções mais graves. Então, o ideal é não ter infecção por nenhum dos sorotipos. O somatório dos sorotipos confere uma maior resposta imunológica e, então, tenho uma maior gravidade. Fator de risco para dengue grave. Diagnóstico laboratorial da dengue • Métodos diretos: o Isolamento viral por inoculação em células; o RT-PCR; • Métodos indiretos: o Pesquisa de anticorpos IgM por testes sorológicos (ELISA); o Pesquisa de antígeno NS1 (ELISA); o Estudo anatomopatológico + pesquisa de antígenos virais por imuno-histoquímica (IHQ). 8 Laís Kist de Almeida – ATM 2024/2 Dividido para fins de tratamento. Mostra o que fazer com cada paciente. Divido em 4 grupos de acordo com a manifestação clínica, presença ou não de sinais de alarme e comorbidades. Vacina da dengue • Previne infecção causada pelos 4 sorotipos de dengue. • Eficácia na prevenção da doença: 65,5%; prevenção de dengue grave e hemorrágica: 93%; de internação: > 80%. • Vacina de vírus vivo atenuado, de aplicação subcutânea, 3 doses com intervalo de 6 meses. • Indicação: crianças a partir de 9 anos de idade, adolescentes e adultos até 45 anos. • Recomendada para indivíduos previamente infectados por um dos vírus da dengue (soropositivos com ou sem história da doença). • Contraindicação: o Pessoas imunodeprimidas. o Alergia grave (anafilaxia) a algum dos componentes da vacina. o Gestantes e nutrizes. o Pessoas sem contato prévio com o vírus da dengue (soronegativos). • Pessoas que não tiveram contato com o vírus antes de se vacinar apresentam mais chances de hospitalização (5/1.000 pessoas) e de desenvolver dengue com sinais clínicos de alarme (2/ 1.000). Não pode vacinar quem ainda não teve a dengue, por ser vacina de vírus vivo. 9 Laís Kist de Almeida – ATM 2024/2 CHIKUNGUNYA • Introduzido no continente americano em 2013 - epidemia em diversos países da América Central e Caribe. • Em 2014, autoctonia nos estados do Amapá e da Bahia – 2ª doença causada pelo Aedes aegypti. • Atualmente, todos os estados do Brasil registram transmissão autóctone. • Elevado número de óbitos. Por ser um arbovírus, com um quadro semelhante à Dengue e Zika, entre como diagnóstico diferencial. Sempre que notificamos um caso suspeito de dengue, entre na suspeita dessas 3 arboviroses. Mas, não teve nenhum caso confirmado no RS. 1ª) Fase Aguda ou Febril • Febre alta de início súbito (>38,5ºC) e intensa poliartralgia (> 90%), pode ter artrite também, com ou sem edema (tenossinovite), geralmente acompanhada de dorsalgia, exantema, cefaleia, mialgia leve a moderada e fadiga, com duração variável. • Duração de dias a algumas semanas. • Febre pode ser contínua, intermitente ou bifásica, e possui curta duração. • Rigidez articular matinal frequente, assim como limitação para realizar atividades cotidianas (higiene pessoal e tarefas domésticas) – característico. • Exantema: macular ou maculopapular, acomete cerca de 1/2 dos doentes e, em geral, surge do 2º ao 5º dia após o início da febre. 10 Laís Kist de Almeida – ATM 2024/2 o Tronco e as extremidades (incluindo palmas e plantas), podendo atingir a face. o Prurido pode estar presente e ser generalizado ou apenas localizado na região palmoplantar. o Outras manifestações cutâneas: dermatite esfoliativa, lesões vesiculobolhosas (principalmente nas crianças), hiperpigmentação, fotossensibilidade, lesões simulando eritema nodoso e úlceras orais. • Outros sinais e sintomas: dor retroocular, calafrios, conjuntivite não purulenta, faringite, náusea, vômitos, diarreia (crianças), dor abdominal, neurite e linfoadenomegalias associadas. 2ª) Fase Pós-aguda • Normalmente a febre desaparece, mas pode recorrer. • Melhora da artralgia (com ou sem recorrências), persistência ou agravamento desta, incluindo poliartrite distal e tenossinovite hipertrófica pós-aguda nas mãos (mais frequentemente nas falanges e punhos), e nos tornozelos. o Síndrome do túnel do carpo pode ocorrer como consequência da tenossinovite hipertrófica. • Outros sintomas/sinais: o Astenia, recorrência do prurido generalizado e exantema maculopapular, além do surgimento de lesões purpúricas. o Doença vascular periférica, fadiga, alopécia e sintomas depressivos. • Se os sintomas persistirem por > 3 meses após o início da doença - fase crônica. Edema. Essa imobilidade pode levar a deformidades. 3ª) Fase Crônica • Persistência ou recorrência dos sinais e sintomas, principalmente dor articular, musculoesquelética e neuropática. Pode atingir > 50% pacientes. • Fatores de risco para cronificação: idade > 45 anos, artropatia preexistente e maior intensidade do quadro na fase aguda. • Acometimento articular pode levar a deformidade ao longo dos anos. o Outras manifestações: fadiga, cefaleia, prurido, alopecia, exantema, bursite, tenossinovite, disestesias, parestesias, fenômeno de Raynaud, alterações 11 Laís Kist de Almeida – ATM 2024/2 cerebelares, distúrbios do sono, alterações da memória, déficit de atenção, alterações do humor, turvação visual e depressão. Apresentação clínica e formação de anticorpos. Nos primeiros 2-4 dias, há uma intensa viremia e resposta inflamatória. Do meio para o final da 1ª semana, início da formação de anticorpos, masa formação efetiva mesmo é depois de 7 dias, onde posso fazer o diagnóstico correto. Diagnóstico laboratorial de Chikunguya • Métodos diretos: o Isolamento viral por inoculação em células; o RT-PCR; • Métodos indiretos: o Pesquisa de anticorpos IgM/IgG por testes sorológicos (ELISA); o Estudo anatomopatológico + pesquisa de antígenos virais por imunohistoquímica (IHQ). Tratamento de Chikungunya • Não há tratamento antiviral específico. • Analgesia e suporte. • Hidratação oral, ou reposição volêmica nos casos graves. • Cuidado! AINES, especialmente AAS, e corticosteroides não devem ser utilizados na fase aguda! Risco de síndrome de Reye e sangramento. 12 Laís Kist de Almeida – ATM 2024/2 • Fisioterapia e/ou exercícios de intensidade leve ou moderada, para prevenir a perda da musculatura, evitar o uso excessivo de analgésicos. • Acompanhamento diário de gestantes suspeitas na fase aguda, pelo risco de sofrimento fetal. • RNs cujas mães tiveram sintomas iniciados em até 7 dias antes do parto devem ser mantidos em observação, pelo período de até 7 dias, acompanhados da mãe. ZIKA • 2015 - identificado pela 1ª vez no continente americano, em estados da região Nordeste do Brasil. • Surtos de Zika foram reportados em 2007 na região do Pacífico, em 2013 nas ilhas Yap e Polinésia Francesa, e em 2015 na África (em Cabo Verde). • A epidemia de Zika afetou gravemente o Nordeste do Brasil - associação entre a infecção durante a gravidez e o risco de malformações congênitas – destacando-se as microcefalias – que até então não haviam sido descritas em outros países onde houvera surto. 13 Laís Kist de Almeida – ATM 2024/2 *Prevenção do vetor. Não tem como prevenir, por exemplo, não nascer com microcefalia caso a mãe pegar o vírus. • 50% dos pacientes infectados são sintomáticos e 50% assintomáticos. • Doença geralmente autolimitada - 4 a 7 dias. • Febre baixa (≤ 38,5ºC) ou ausente, exantema (geralmente com intenso prurido e maculopapular craniocaudal) de início precoce, conjuntivite não purulenta, artralgias, edema periarticular, cefaleia, linfonodomegalia, astenia e mialgia. Poliartralgia menos intensa que na Chikungunya. o Pode durar até 30 dias de seu início, com um padrão recidivante. • Infecção Fetal: abortamento espontâneo, óbito fetal ou malformações congênitas - microcefalia. • Complicações neurológicas: SGB, encefalites, mielites e neurite óptica. Síndrome de Guillain-Barré • Autoimune; • Neuropatia periférica idiopática que leva à paralisia flácida aguda ascendente (começa nos membros inferiores e vai subindo, progressivamente), se não for tratada pode levar a paralisia dos músculos respiratórios, podendo ocasionar uma insuficiência e ir a óbito. 14 Laís Kist de Almeida – ATM 2024/2 • Tratamento: imunoglobulina IV e/ou plasmaferese + suporte respiratório SN o 25% dos pacientes – ventilação mecânica (VM) (dias a meses) o 3–10% dos pacientes morrem apesar do tratamento • Incidência anual global: 1.1 a 1.8/100,000/ano o 70% associados com antecedente de doença infecciosa – paciente faz um quadro infeccioso, desencadeia uma autoimunidade, cascata da imunidade não controlada, fazendo a neuropatia periférica ascendente. o Infecções GI e respiratórias, incluindo a Dengue. Diagnóstico da Zika O diagnóstico de Zika pode ser desde isolamento viral ou PCR que pode ser no sangue ou urina – na urina o tempo de PCR é maior, até o 15º dia de início dos sintomas. Ou a sorologia IgM e IgG. Tratamento de Zika • Ingestão hídrica; • Analgésicos (paracetamol ou dipirona) se D/F; anti-histamínicos, se prurido; • Não usar AAS; • Orientar retorno imediato ao serviço de saúde em caso de alteração neurológica, se sensação de formigamento nos membros, alterações do nível de consciência, ou alterações visuais. • Orientar uso de preservativo – 3 meses, no mínimo. 15 Laís Kist de Almeida – ATM 2024/2 Resumo de todas as arboviroses: 16 Laís Kist de Almeida – ATM 2024/2 EXAMES DIAGNÓSTICOS • Diretos: aqueles que vejo o agente diretamente – aproximadamente, na 1ª semana de início dos sintomas (período de viremia) o Isolamento do vírus em meios de cultura; o Biologia molecular: PCR – ampliação do patógeno para identificar seu material genético, tanto de vírus quanto de bactéria. ▪ Posso fazer PCR de DNA ou RNA – qualitativo ou quantitativo (carga viral do HIV, por exemplo). ▪ Pedir na fase aguda da doença – primeiros dias de início dos sintomas, quando ainda tenho vírus viável. Depois que passa o período de viremia, não identifico o vírus para identificar o material genético. o Pesquisa de antígeno – pedaço, partícula do vírus. • Indiretos o Pesquisa de anticorpos – o que o corpo produz depois de estar em contato com o agente estranho. Para isso, preciso de tempo. ▪ IgA (dificilmente utilizamos), IgM (normalmente aumenta a partir do 5º/7º dia de início dos sintomas), IgG. Depois da 4ª semana de início dos sintomas, o IgM tende a desaparecer – marcador de infecção aguda. O IgG aparece a partir do 14º dia de início dos sintomas, ficando positivo para o resto da vida. Se tenho uma segunda vez a infecção, o IgG não serve mais. ▪ O IgG passa barreira placentária, por isso não pedimos para o recém-nascido, o mais certo é pedir o PCR ou IgM.
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