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FRANCIELY FEIJÓ 1 MEDICINA VETERINÁRIA-DISCIPLINA DE PATOLOGIA GERAL PATOLOGIA GERAL (AB1) DEGENERAÇÃO Quando o mecanismo homeostático das células é rompido pelo efeito de uma agressão as células podem se adaptar, sofrer um processo regressivo ou morrer. Alterações regressivas → Degeneração A característica básica desse grupo de lesões é o seu caráter de reversibilidade, ou seja, de recuperação da homeostase e da morfostase. Degeneração X Infiltração SISTEMAS CELULARES MAIS VULNERÁVEIS À DEGENERAÇÃO CELULAR: Membrana celular: Alteração na permeabilidade de membrana e na pressão osmótica; Respiração aeróbica: Aumento de ATP e pH, diminuição de Ca, ativação de enzimas líticas; Síntese de enzimas e proteínas: Hipobiose e diminuição do metabolismo, diminuição do potencial de adaptação; Integridade genética: Diminuição da síntese de RNA, enzimas e proteínas. CAUSA DE LESÃO CELULAR: - Isquemia: Falta de oxigenação celular (hipóxia); - Infecções: Lesão por agentes vivos; - Tóxicos: Lesão por agentes químicos; - Trauma/ radiação/ térmico: Lesão por agentes físicos. NOMENCLATURA: Acrescentar o sufixo OSE ao termo designativo do órgão ou tecido afetado. EX.: Hepatose, nefrose, endocardiose. Degeneração •É um processo regressivo reversível, resultante de lesão não-letais, em que são manifestadas alterações morfológicas e funcionais da célula; •Ocorre dentro das células, o acúmulo de uma série de substâncias que são produtos de um metabolismo pertubado. Infiltração •Também é um processo regressivo reversível, cujas alterações morfológicas e funcionais estão localizadas no intestino. FRANCIELY FEIJÓ 2 MEDICINA VETERINÁRIA-DISCIPLINA DE PATOLOGIA GERAL POR ACÚMULO INTRACELULAR DE ÁGUA: 1- Degeneração turva: Atinge células parenquimatosas do: Fígado; Rim; Coração; Músculo esquelético. Mecanismo: 1- Ação do agente lesivo= Diminuição de O2 e a respiração mitocondrial; Diminui a atividade de membrana citoplasmática. 2- Alteração da bomba de Na+/ K+. Com isto, há: 3- Retenção de Na+ no citoplasma celular= Aumento de Na+. 4- Retenção de água no citoplasma. 5- Diminuição de K+ intracitoplasmático= Diminuição de K+. 6- Diminuição da síntese de ATP. 7- Diminuição do pH intracelular (pelo aumento de glicose anaeróbica compensatória). 8- Aumento da hidrofilia das proteínas com retenção de mais água. 9- Alteração coloidal do citoplasma onde: O Ca2+ ativa a fosfolipase endógena levando ao rompimento da membrana citoplasmática e ativando as enzimas líticas. 10- Coaslescência de moléculas. # Ca 2+ em excesso determina: Desacoplamento rápido das junções tipo “gaps”; Ativa as enzimas líticas (fosfolipases, proteases, ATPases, endonucleases); Isolando a célula das suas vizinhas na tentativa de impedir a reação em cadeia da lesão ou da infecção em curso na área. CAUSAS: - Hipoxia; - Infecções bacterianas agudas; - Infecções virais agudas; - Intoxicações endógenas (uremia) e exógenas (agrotóxicos, medicamentos); - Agentes físicos (calor e/ ou frio); - Hipertermias; - Alterações circulatórias gerais; - Alterações nutricionais Macroscopia: Aumento de peso; Aumento de volume; Superfície de cor pálida e aspecto de “carne levemente cozida”. Microscopia: Tumefação (edema) celular; Citoplasma granuloso e acidófilo. 2- Degeneração hidrópica ou vacuolar: - É um estágio mais avançado da degeneração turva; - Geralmente associada a lesões epiteliais; - Em células infectadas por vírus (epiteliotrópicos) tais como: Cinomose (corpúsculos de inclusão no epitélio vesical de cães); Estomatite vesicular infecciosa (família Rhabdovírus). FRANCIELY FEIJÓ 3 MEDICINA VETERINÁRIA-DISCIPLINA DE PATOLOGIA GERAL POR ACÚMULO INTRACELULAR DE LIPÍDIOS: 1- Degeneração gordurosa ou esteatose: - Acúmulo anormal de gordura (triglicerídios) no citoplasma; - Ocorre em: Hepatócitos; Epitélio tubular renal; Músculo cadíaco. # O fígado é o órgão parenquimatoso mais acometido por ser local de metabolismo de gordura. PATOGÊNESE: - Deficiência na síntese de proteínas (globulinas) pelo RER não ocorrendo a formação de lipoproteínas; - Falta de fosfolipídios: Deficiência de colina (base nitrogenada); Fator lipotrópico impedindo a ligação lipoproteica; Falta de metionina (aa essencial); - Mobilização dos depósitos: Distúrbios nutricionais e metabólicos; - Falta de oxigênio e diminuição do ATP nos processos anóxicos; - Bloqueio na liberação de lipoproteínas: Nas intoxicações exógenas (Tetracloreto de carbono → vermífugo; Acúmulo de ácido orótico → processos tóxicos inespecíficos). CAUSAS: - Tóxica e tóxico- infecciosas; - Anóxia: Queda no oxigênio hepatócito; Anemias e insuficiências cardíacas; - Dietética: Dietas hipercalóricas; Desnutrições. Macroscopia: - Aumento de volume e de peso do órgão; - Consistência diminuída- friável; - Cor amarelada; Aspecto untoso ao corte (faca). Microscopia: - Presença de vacúolo ou gotículas citoplasmáticas; - Vacúolos pequenos = sugestivo de doença metabólica aguda; - Vacúolos grandes = sugestivo de doença tóxica ou viral crônica; - Colorações especiais ≠ degeneração hidrópica → Sudan III: Laranja avermelhado; Sudan IV: Vermelho escarlate; - Hepatócitos semelhantes à “anel de sinete” FRANCIELY FEIJÓ 4 MEDICINA VETERINÁRIA-DISCIPLINA DE PATOLOGIA GERAL POR ACÚMULO INTRACELULAR DE PROTÍDIOS: 1- Degeneração hialina: - Hyalos = vidro; - Produção e acúmulo de proteínas no interior de células ou em tecidos que tomam aspecto hialino (homogêneo e esosinofílico); - Ocorrem duas formas de apresentação/ formação: Degenerações hialinas epiteliais ou celulares; Degenerações hialinas conjuntivas. 1.1. Degenerações hialinas epiteliais ou celulares: - Coagulação das proteínas celulares intracitoplasmática; - Determinando alterações graves na célula; - É a forma mais comum de ocorrência desta degeneração; - Ocorre no interior das células; - Estado tóxico- infeccioso, intoxicação exógena, infecções víricas (ex.: Aftose) → Degeneração de Zenker; Deficiência de selênio e vitamina E → Doença do músculo branco; - Vista em: Hepatócitos, miocárdio, músculo esquelético e vasos. 1.2. Degenerações hialinas conjuntivas: - Penetração ou absorção pela célula de proteínas exógenas disponíveis no interstício celular; - Com posterior coagulação das mesmas; - Tem patologia complexa e pouco conhecida; - Ocorre preferencialmente nos epitélios dos túbulos renal em: Glomerulonefrites crônicas e intoxicações por metais pesados; - Nomenclatura: Hialinização ou hialinizado; - Indica a presença de proteínas nas células- eosinofilica; - Pode ocorrer em vários tecidos; - Geralmente associado ao tecido conjuntivo ou membranas basais; - É usado para descrever o aspecto de uma anormalidade, mas um mecanismo patogenético ou uma doença específica. Microscopia: Aspecto homogêneo e brilhante ou refrigente que lembra vidro; Cor rósea forte quando coradas por HE. 2- Degeneração mucoide: - Não corresponde estritamente alteração degenerativa da célula; - São identificadas duas alterações, mas sem relação entre si: FRANCIELY FEIJÓ 5 MEDICINA VETERINÁRIA-DISCIPLINA DE PATOLOGIA GERAL ➢ Hiperprodução de mucina (pelas células mucíparas): Do intestino e trato respiratório; Ocorre nos processos inflamatórios catarrais. ➢ Hiperprodução de mucina: Em adenomas ou adenocarcinomas. Macroscopia: - Grande quantidade de substância fluida; - Consistência viscosa; - Aspecto translúcido semelhante a catarro ou muco. 3- Amiloidose: - Amiloide: Substância amorfa depositada no interstício dos tecidos; Cora-se pelo iodo de cor semelhante ao amido; É glicoproteína de composição variável; Dependendo do indivíduo ou da espécie sua presença pode causar: Problemas de ocupação de espaço no interstício; Interfere com as funções dos vasos sanguíneos. - Ocorrência→ Parede dos vasos sanguíneos; - No glomérulo renal: ➢ Determinando redução no filtrado glomerular; ➢ Uremia; - Nos sinusoides hepáticos: ➢ Determinando espessamento da parede sinusal; ➢ Compressão dos hepatócitos; ➢ Interferência no transporte de substâncias para dentro/ fora da célula; - No baço: ➢ Deposição na periferia dos folículos linfoides e parede da arteríola central do folículo; ➢ Determinando competitividade de espaço; ➢ Interferindo na nutrição do órgão. PATOGENIA: - Associada a infecções crônicas de caráter tecidual destrutivo; - Superestimulação antigênica provocada por destruição tecidual; - Ocorrendo uma maior resposta do sistema imunológico que produz maior quantidade de imunoglobulinas; - EX.: Tuberculose, Mastite em vacas, Anemia infecciosa equina, Enterites crônicas dos caninos. - SANTOS, R. de L.; ALESSI, A,C. Patologia veterinária. 2ª ed. Rio de Janeiro: Roca, 2016. - CARLTON, W.W., McGAVIN, M.D. Bases da patologia em veterinária. Porto Alegre, 4ª ed., 2009.
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