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@pequenamedicina 4º período @pequenamedicina Anti-inflamatórios Inflamação Reação do organismo a uma infecção ou lesão dos tecidos Os cinco elementos básicos da inflamação são: rubor, calor, edema, dor e perda de função É fundamental à sobrevivência, em vista dos patógenos e lesões ambientais Em algumas situações e doenças a resposta inflamatória pode ser exagerada e persistente, sem qualquer benefício aparente Resposta imune inata Ação sobre os neurônios nociceptivos A lesão estimula as células inflamatórias a liberarem substâncias, como a interleucina, na periferia, e elas estimulam a enzima ciclo oxigenase 2, responsável pela produção de prostaglandinas A lesão tecidual altera a célula e faz com que os fosfolípides fiquem suscetíveis a ativar a fosfolipase A2, que – NÃO ESTEROIDAS – @pequenamedicina 4º período @pequenamedicina transforma o fosfolípide em ácido aracdônico O ácido aracdônico pode ficar suceptível a ação das enzimas glico- oxigenase e COX (1, 2 ou 3) No processo periférico da dor, não há lipoxigenase para produzir leucotrienos (um dos efeitos colaterais dos anti- inflamatórios pode ser asma – os asmáticos têm uma via inflamatória que converge para a formação de leucotrienos a partir do ácido aracdônico) A COX produz prostaglandinas, tromboxano e prostaciclina, que se chamam em conjunto prostanoides NSAID: não esteroide anti-inflamatório ASA: ácido acetilsalicítico Quando é feito o uso do anti- inflamatório, o ASA e o NSAID inibem a enzima COX, fazendo com que os prostanoides não sejam liberados Quando se inibe a COX, o ácido aracdônico é metabolizado pela glico- oxigenase, transformando-o em leucotrienos Bradicinina e prostaglandinas Diferentes mediadores químicos atuam sinergicamente para produzir o sinal de dor – um exemplo importante é a interação entre a bradicinina e as prostaglandinas Preparação de nervo ciático de rato. Exposição a bradicinina e prostaglandina E2 (PGE2). A aplicação de bradicina não aumenta significativamente a intensidade do sinal, tampouco a aplicação de PGE2. A aplicação de bradicina após a PGE2 causou um aumento na intensidade de sinal (amplitude de CAP), o que mostra o papel das prostaglandinas nos mecanismos da dor Eicosanóides Associadas a dor: PGE2 e PGI2 @pequenamedicina 4º período @pequenamedicina Isoformas da cicloxigenase No organismo há 3 COX COX 1 É constitutiva, ou seja, está presente naturalmente em alguns tecidos (estômago, rins, plaquetas, útero, SNC) Faz citoproteção do TGI pelo aumento de PGE2, que aumenta a secreção de muco e diminui a de ácido gástrico Um anti-inflamatório que inibe a COX 1 pode causar dores epigástricas pela diminuição da PGE2 Causa a agregação de plaquetas pela ação do TXA2 e anti-agregação pela PGI2 Nos rins as prostaglandinas PGE2 e PGI2 são vasodilatadoras, então o uso excessivo de anti-inflamatórios diminui a perfusão renal Contração uterina: PGF2alfa Dor e inflamação: todos menos TXA2 COX 2 É induzida apenas quando há processo inflamatório (produção de PGI2, PGE2, PGD2, PGF2alfa) Um AINE seletivo para COX 2 (coxibes) a inibe mas não inibe a COX 1, diminui as queixas de dores epigástricas e as chances de lesões renais É constitutiva nos rins e no SNC COX 3 A COX 3 é o principal local de ação do paracetamol e está localizada no SNC, relacionada apenas a hipertermia Transmissão nervosa: PGE2 e PGD2 Função renal: PGE2, PGI2 e PGD2 @pequenamedicina 4º período @pequenamedicina Mecanismo de ação Sobre os AINES Os anti-inflamatórios são protetores para a ocorrência de câncer no intestino se usados cronicamente O problema de tomar anti-inflamatórios inespecíficos são as dores epigástricas e as lesões renais Inibição da COX O principal mecanismo de ação dos AINEs é a inibição das enzimas cicloxigenases Esta inibição reduz a quebra do ácido araquidônico em prostaglandinas por células inflamatórias Efeitos AÇÃO ANTI-INFLAMATÓRIA Efeito associado à diminuição da PGE2 e prostaciclina na região lesionada, o que reduz a vasodilatação e, indiretamente, o edema Não trata a fonte da lesão @pequenamedicina 4º período @pequenamedicina EFEITO ANALGÉSICO Efeito associado à diminuição da sensibilização das terminações nervosas nociceptivas por mediadores inflamatórios, tais como PGE2, bradicinina e 5-HT Alívio da dor de cabeça é provavelmente um resultado da diminuição da vasodilatação mediada por prostaglandinas EFEITO ANTIPIRÉTICO: O aumento de interleucina-1 no sangue gera o aumento da produção de prostaglandinas no SNC (hipotálamo), levando ao aumento do ponto de controle temperatura e causando febre Os AINEs agem no SNC reduzindo PGE2 Aspirina A aspirina (ácido acetilsalicilico) é o mais antigo AINE no mercado Atua por inativação irreversível das cicloxigenases COX-1 e COX-2. (efeito maior) Além das suas ações analgésicas e anti- inflamatórias, aspirina inibe a agregação de plaquetas, e atualmente é usado na terapia de doenças cardiovasculares Se usar apirina em doses baixas (100mg) inibe apenas a TXA2, gerando uma vasodilatação pela PG12, diminuindo as @pequenamedicina 4º período @pequenamedicina chances de infarto (inibe agregação plaquetária – ‘’sangue ralo’’) É administrado por via oral, e é rapidamente absorvido 75% é metabolizado no fígado Tempo de meia vida de 4 horas Ácido fraco pKa 3,5 Absorção: estômago Hidrolisada por esterases plasmáticas a salicilato (inibidor reversível) e acetato Fígado: salicilato (25% conjugados) Excreção: 25% como droga inalterada (alcalina) T1/2: dose-dependente: 3-5h (600mg/d) e 12-16h (3,6g/d) Inibe aderência dos granulócitos à lesão vascular Estabiliza lisossomos Inibe migração leucócitos PMN/macrófagos Reduz dor leve a moderada Normalmente associada a outros analgésicos Reduz incidência em baixas doses: IAM, CCR, Alzheimer Redução da agregação plaquetária: < 300 mg Dose analgésica e antipirética: 300- 2400mg Dose anti-inflamátória: 2,4-4g Efeitos adversos Gástrico: úlcera, sangramento Rins: nefrite intersticial e insuficiência renal Altas doses: zumbidos, vertigem, hiperventilação, acidose metabólica, desidratação, hipertermia, coma e morte Síndrome de Reye: crianças com infecção viral Degeneração hepática e encefalopatia Intoxicação em crianças: lavagem gástrica, NaHCO3 Evitar em asmáticos: maior produção de leucotrienos Caso tenha hipersensibilidade a aspirina: não usar outros AINES Paracetamol É o principal analgésico de venda livre Apresenta efeitos analgésicos e antipirético fortes, porém apresenta poucos efeitos anti-inflamatórios e na agregação plaquetária (baixa ação na COX-1 e COX-2) Estudos sugerem que este perfil farmacológico peculiar se deve a atuação @pequenamedicina 4º período @pequenamedicina do paracetamol no SNC, especificamente em um subtipo de cicloxigenases (COX- 3) Administrado oralmente e metabolizado no fígado (meia-vida de 2-4 h) Conjugado a glucoronídeo ou sulfato O metabólito de fase I é tóxico, assim, a ausência de conjugação provoca o seu acúmulo Em doses tóxicas pode causar náuseas, vómitos, dores abominais, sonolência, excitação e lesão hepática potencialmente fatal após 24-48 h, principalmente em pacientes com baixa função hepática e etilistas (indutor enzimático: aumenta a formação de N- acetil-p-benzoquinoneimina). Intoxicação: lavagem gástrica Até 12 horas: acetilcisteína (doador de SH; conjugação) Derivados de ácidos propiônicos A baixa toxicidade leva a melhor aceitação por alguns pacientes, commenor incidência de efeitos adversos do que a aspirina e a indometacina Ibuprofeno T1/2: 1 a 3 horas Pode causar sangramento no trato gastrointestinal Naproxeno T1/2: 14 horas Mais potente que o ibuprofeno Efeitos adversos semelhantes ao ibuprofeno Cetoprofeno Inibe a lipo-oxigenase @pequenamedicina 4º período @pequenamedicina T1/2: 1 a 3 horas, probenecida eleva o T1/2 Causa distúrbios gástricos Indometacina Pode inibir fosfolipase A Usado quando há dor muito intensa T1/2: 4-5 h Sintomas gastrointestinais e cefaléia Indicação: gota, espondilite anquilosante, PCA Trombocitopenia, anemia aplásica, pancreatite, hepatite, neutropenia. Pode ocorrer necrose asséptica da cabeça do fêmur com o uso prolongado Diclofenaco Dor moderada a intensa Via oral e retal Uso de curta duração (tendinite, bursite, cirurgia e dismenorreia) Uso crônico: AR e osteoartrite 50% de efeito de primeira passagem: administração IM (necrose muscular) Potássico: ação mais rápida Sódico: mais longa Apresenta efeitos gastrintestinais semelhantes aos demais AINEs, e, pode provocar aumento dos níveis de enzimas hepáticas Cetorolaco Grande ação analgésica Uso restrito a 72 horas devido ao risco de lesão gastrointestinal e alterações renais Pode causar Stevens-Johnson (alergia) Oxicans A maioria das oxicans são inibidores não seletivos das enzimas cicloxigenase (COX) – a exceção é a meloxicam, com uma leve preferência (10:1) por COX-2 (baixas doses) Tem menores efeitos no TGI do que o AAS Analgésico, antipirético e anti- inflamatório Usados na artrite reumatoide e osteoartrite Usados em distúrbios musculoesqueléticos agudos Todos os AINE reduzem a formação de pólipo em pacientes com polipose adenomatosa familiar Uso a longo prazo reduz o risco de câncer de cólon @pequenamedicina 4º período @pequenamedicina Meloxican Levemente seletivo COX-2 T1/2: 20h Indicação: osteoartrite e outras doenças reumáticas Piroxicam Inibe migração PMN, diminui radicais livres T1/2: 50 a 60h (variável); tenoxicam (72h) Rápida absorção – 60’ Distúrbios gastrointestinais Bom para pacientes com alterações renais Ácido mefenâmico O principal uso tem sido na dismenorréia devido a ação antagonista nos receptores da PGE2 e PGF2alfa A via de administração é oral A limitação tem sido a diarréia e colite Tem sido relatados casos de anemia hemolítica Nimesulida Levemente seletivo COX-2 T1/2: 2 a 6h Menor efeito gástrico Inibe migração PMN, diminui radicais livres Coxibes São inibidores seletivos da enzima COX-2 Sua seletividade para COX-2 reduz o risco de úlcera péptica (por não inibir COX 1), e é a principal característica do celecoxib (meia vida de 11 horas), rofecoxib (retirado em 2004), valdecoxib e outros membros desta classe de drogas Analgésico, antipirético e anti- inflamatório Apresentam menos efeitos no TGI Apresentam efeitos renais deletérios (COX-2: vasodilatação renal) Inibem a PGI2 (vasodilatador e inibidor da agregação plaquetária) mas não inibem a produção de TXA2 (vasoconstritor e agregador plaquetário) – aumenta as chances de fenômeno trombo-embólicos, isso causa infarto e AVC isquêmico @pequenamedicina 4º período @pequenamedicina Contraindicados para pacientes com hipertensão, insuficiência cardíaca ou problemas de coagulação Utilizados para tratamentos curtos e períodos pós-operatórios Dipirona Forte efeito analgésico, antitérmico T1/2: em torno de 10h Menor efeito gástrico Ação SNC CI nos EUA/ Europa Síndrome agranulocítica/anemia aplásica Rash cutâneo, anúria Efeitos colaterais Trato gastrointestinal Os efeitos indesejados dos AINEs no TGI estão principalmente associados à inibição da enzima constitutiva COX-1 A causa é a supressão de prostaglandinas gastroprotetoras na mucosa gástrica Outros efeitos gastrointestinais associados ao uso crônico: dispepsia, náuseas, vômitos, danos gástrico-intestinal e risco de hemorragias (pode ser fatal) Função renal As prostaglandinas PGE2 e PGI2 são produzidas constitutivamente nos rins e promovem um efeito vasodilatador compensatório em resposta a noradrenalina e a angiotensina II Em pacientes com função hepática comprometida podem causar uma insuficiência renal reversível Em pacientes que fazem uso contínuo de altas doses de AINEs por um longo tempo podem causar a “nefropatia i @pequenamedicina 4º período @pequenamedicina associada a analgésicos” – nefrite crônica e necrose papilar renal É frequentemente irreversível Sistema cardiovascular O uso prolongado de AINEs, principalmente os inibidores seletivos de COX-2 (“Coxibes”), pode causar hipertensão arterial e predispor os pacientes a efeitos adversos como AVC e infarto do miocárdio devido ao aumento da agregação plaquetária Os efeitos trombogênicos dos “Coxibes” estão associados ao desequilíbrio da função de COX-1 e COX- 2 A isoforma constitutiva causa agregação plaquetária e a isoforma induzida inibe este processo O uso de coxibes favorece a função de COX-1 levando a formação de trombos Outros efeitos Reações cutâneas Broncoespamos (Asmáticos sensíveis a aspirinas) Distúrbios hepáticos Depressão da medula óssea. Cardiovascular: aumento da PA, AVC, IAM
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