Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Fisiologia Respiratória Luiz Guilherme de Siqueira Branco Fisiologia/FMRP/USP 2016 Hipócrates (460-377): propôs que respiração teria a função de esfriar o coração Antoine Lavoisier (1743-1794) e Joseph Priestley (1733-1804) sugeriram que animais respiram ar para obtenção de O2 Krogh (1941): “O2 is the fire of life” Laitman (1996): A aquisição de O2 e o processamento do O2 é a função primária de qualquer vertebrado HISTÓRICO http://www.ucl.ac.uk/~ucbplrd/ETchain.png Troca de gases (O2 e CO2) entre o ambiente (água ou ar) e os fluidos corporais. • FUNÇÕES: -Obtenção de O2 do ambiente externo para suprir as células - Remoção de CO2 produzido pelo metabolismo celular -Equilíbrio Ácido-Base -Fonação RESPIRAÇÃO Copyright © The McGraw-Hill Companies, Inc. Permission required for reproduction or display. Respiração inclui 3 aspectos Divisão: • Introdução ao Sistema Respiratório • Ventilação • Mecânica • Transporte • Controle Espaço intrapleural ESTRUTURA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO ORGANIZAÇÃO MORFOFUNCIONAL Ácino ou lóbulo FUNÇÕES DA ZONA DE CONDUÇÃO 1) Conduzir o ar; 2) Aquecer e umidificar o ar; 3) Filtrar e limpar o ar As vias aéreas são recobertas por muco e cílios ESPAÇO MORTO ANATÔMICO (não há trocas gasosas) ~150ml Copyright © The McGraw-Hill Companies, Inc. Permission required for reproduction or display. Microscopia eletrônica de varredura da superfície de um brônquio de Macaca nemistrina mostrando as células não-ciliadas com microvilosidades (NC) e células epiteliais ciliadas. Copyright © The McGraw-Hill Companies, Inc. Permission required for reproduction or display. Microscopia eletrônica de varredura da transição entre um bronquíolo terminal (TB) e ducto alveolar (AD) de cobaia (A = alvéolo; SRB = broquíolo respiratório curto) Copyright © The McGraw-Hill Companies, Inc. Permission required for reproduction or display. Microscopia eletrônica de varredura de um ducto alveolar (AD) de cobaia (PK = poros de Kohn; M = macrófago alveolar; A = alvéolo) Copyright © The McGraw-Hill Companies, Inc. Permission required for reproduction or display. Microscopia eletrônica de varredura de um alvéolo de cobaia mostrando uma parede irregular de células epiteliais tipo II (EPII) (PK = poros de Kohn; F =fragmentos de material celular; RBC = hemácia) Copyright © The McGraw-Hill Companies, Inc. Permission required for reproduction or display. Microscopia eletrônica de varredura do molde de uma rede capilar alveolar (ACM). A/V = grande vaso sanguíneo (arteríola ou vênula) ZONA RESPIRATÓRIA -Grande área de superfície com uma barreira fina (duas camadas celulares) que separa o sangue do ar: excelente condição para trocas gasosas ZONA RESPIRATÓRIA 300 milhões de alvéolos Área total ~ 85 m2 Copyright © The McGraw-Hill Companies, Inc. Permission required for reproduction or display. Estrutura Alveolar ESTRUTURA ALVEOLAR Membrana respiratória Surfactante Pneumócito tipo II Linfócito Pneumócito tipo I Macrófago Cel endotelial capilar BARREIRA ALVÉOLO-CAPILAR Epitélio Alveolar Interstício Endotélio Capilar Hemácia 0,3 µm Copyright © The McGraw-Hill Companies, Inc. Permission required for reproduction or display. DIFUSÃO: LEI DE FICK P2 P1 Espessura Área O2 CO2 D gás = A x C x (P1 – P2) E C = Solubilidade Raiz P.M. Constante de Difusão A difusão do CO2 é 20 vezes maior que a difusão do O2 CAPILARIZAÇÃO DO ALVÉOLO PULMONAR Hemácias Alvéolos CAPILARIZAÇÃO DO ALVÉOLO PULMONAR Respiração é ciclica Volume Corrente (VT) é o volume de cada respiração (0,5 L) Frequência Respiratória (f) ciclos/min (15 cpm) Ventilação = VT x f Litros/min 0.5 L x 15= 7.5 L/min • Ventilação Alveolar V A= (VT - VD) × f VENTILAÇÃO: VA: Volume da Zona Respiratória que atinge o alvéolo VD: Volume da Zona de condução = Espaço Morto Ventilação Alveolar (VA): = (VT -VD) x f =(0.5L - 0.15L) x 15 = 5.25 L/min Comparado com a Ventilação/min: 7.5 L/min Espaço Morto & Ventilação Alveolar Fig. 26-2 Espirômetro simples selado com água. Berne et al., 2004 VOLUMES E CAPACIDADES PULMONARES: VOLUMES E CAPACIDADES PULMONARES: • VC= ~500 mL; • CI= VC + VRI= ~3500 mL; • CRF= VRE + VR= ~2300 mL; • CV= VC + VRI + VRE= ~4600 mL; • CPT= VC + VRI + VR + VRE= ~5800 mL. • VRE= ~1100 mL; • VRI= ~3000 mL; • VR= ~1200 mL; Copyright © The McGraw-Hill Companies, Inc. Permission required for reproduction or display. Pulmão normal em repouso Diafragma Pneumotórax Membranas pleurais Espaço pleural Pulmão colapsado Espaço pleural LEI DE BOYLE: Aumento no volume diminui a pressão Diminuição no volume aumenta a pressão Mudança no volume Mudança na pressão Pressão Parcial= Pressão que o gás exerce Pressão Total= Somatória das pressões de cada gás Pb= PO2 + PN2 + P… Pb= 760 mmHg Pgas= Fgas x Pb PO2= FO2 x Pb PO2= 0,21 x 760= 159 mmHg LEI DE DALTON PARA PRESSÃO PARCIAL PT P1 P2 P3 Descontando pressão Ar seco Pressão parcial de vapor de H2O= 47mmHg % mm Hg mm Hg O2 20.9 160 149 CO2 0.04 0.3 0.3 N2 & outros 79 600 564 total 100 760 713 COMPOSIÇÃO DO AR ATMOSFÉRICO Px= Fx x 760 Px= Fx x (760-47) PO2 = FO2 x Pb FO2 = .209 (21%) Concentração fracional constante na atmosfera Nível do Mar Patm = 760mm Hg, PO2 = 159 Mt. Everest Patm = 235mm Hg, PO2 = 49 Como o O2 e CO2 são transportados do sangue para os tecidos e dos tecidos para o sangue TRANSPORTE DOS GASES Dois processo físicos são responsáveis pelo movimento do O2 do ar para os tecidos e do CO2 dos tecidos para o ar • CONVECÇÃO - ativo: requer energia - longas distâncias • DIFUSÃO - passivo: não requer energia - pequenas distâncias FORMAS: • Dissolvido; • Ligado à hemoglobina ou outro pigmento. TRANSPORTE DE OXIGÊNIO Copyright © The McGraw-Hill Companies, Inc. Permission required for reproduction or display. TRANSPORTE DE OXIGÊNIO: Dissolvido Physical Activity MET Light Intensity Activities < 3 sleeping 0.9 watching television 1.0 writing, desk work, typing 1.8 walking, 1.7 mph (2.7 km/h), level ground, strolling, very slow 2.3 walking, 2.5 mph (4 km/h) 2.9 Moderate Intensity Activities 3 to 6 bicycling, stationary, 50 watts, very light effort 3.0 walking 3.0 mph (4.8 km/h) 3.3 calisthenics, home exercise, light or moderate effort, general 3.5 walking 3.4 mph (5.5 km/h) 3.6 bicycling, <10 mph (16 km/h), leisure, to work or for pleasure 4.0 bicycling, stationary, 100 watts, light effort 5.5 Vigorous Intensity Activities > 6 jogging, general 7.0 calisthenics (e.g. pushups, situps, pullups,jumping jacks), heavy, vigorous effort 8.0 running jogging, in place 8.0 rope jumping 10.0 metabolic equivalent Adolf Eugen Fick (1829-1901) VO2 = Q (CaO2 - CvO2) EM ~ 3,5 ml/min/kg DC ~ 4900 ml/min Copyright © The McGraw-Hill Companies, Inc. Permission required for reproduction or display. TRANSPORTE O2 DISSOLVIDO - EXERCICIO Solubilidade = 0.003 ml/(dl.mmHg) [O2] = 0.3 ml/dl = 3 ml/litro PaO2 = 100 mm Hg Debto cardiaco = 30 litros/min Maximo O2 disponivel = 90 ml/min Mas, sao necessarios 3000 ml/min Antartic Icefish temperatura corporal:-1.7oC Baixa taxa metab. T Solubilidade Sem Hb: economia na síntese proteica Sangue com baixa viscosidade: Fácil de bombear Economia no metabolismo Gansos possuem adaptações que os permitem voar sobre o Himalaia Pulmões eficientes que conseguem retirar mais O2 da atmosfera Hb com alta afinidade por O2 n Grande número de capilarespara disponibilizar o sangue rico em O2 para os tecidos e músculos Copyright © The McGraw-Hill Companies, Inc. Permission required for reproduction or display. TRANSPORTE DE OXIGÊNIO (O2) 1. Dissolvido no plasma (3%) 2. Combinação com a hemoglobina (97%) Copyright © The McGraw-Hill Companies, Inc. Permission required for reproduction or display. Cadeias de polipeptídeos Grupo Heme (Fe+2 no centro) 2X 2X 4 O2/Hb HEMÁCIA HEMOGLOBINA (Hb) Tipos de Hb: adulto - A F, S, metemoglobina, etc. HEMOGLOBINA DE VERTEBRADOS HEME + GLOBINA Desoxiemoglobina Oxiemoglobina HEMOGLOBINA DE VERTEBRADOS Curva de dissociação do O2 EFEITO BOHR Curva de dissociação do O2 26,3 Copyright © The McGraw-Hill Companies, Inc. Permission required for reproduction or display. VARIAÇÃO NA CURVA DE DISSOCIAÇÃO NOS MAMÍFEROS Curva de dissociação do O2 Copyright © The McGraw-Hill Companies, Inc. Permission required for reproduction or display. Monóxido de Carbono (CO) • HbCO • afinidade maior HbCO ↑ afinidade ao O2 dos heme restantes ↓ conteúdo de O2 TRANSPORTE DE GÁS CARBÔNICO (CO2) FORMAS: • Dissolvido; • Bicarbonato; • Ligado à proteínas (Carbamino) Proteína mais comum: Hb Efeito Bohr CO2 AC Dissolvido Dissolvido TECIDO PLASMA P ar ed e ca p ila r HEMÁCIA H2O H2O + CO2 TECIDOS O2 + HHb O2 O2 HHb + CO2 H+ + HbO2 HCO3 HCO3 + H+ Cl Cl H2CO3 CO2 CO2 CO2 Efeito Haldane Copyright © The McGraw-Hill Companies, Inc. Permission required for reproduction or display. OBJETIVOS ALCANÇADOS: ♦ Conhecimentos dos mecanismos de transporte de O2 e CO2 do pulmão até os tecidos. REGULAÇÃO DO EQUILÍBRIO ÁCIDO-Base Copyright © The McGraw-Hill Companies, Inc. Permission required for reproduction or display. Equilíbrio ácido-básico • O transporte de CO2 exerce um papel importante sobre o equílíbrio ácido-básico do organismo; • Pulmão excreta 10.000 mEq de ácido carbônico por dia; • Os rins eliminam menos de 100 mEq de ácidos fixos por dia; • ventilação alveolar. Copyright © The McGraw-Hill Companies, Inc. Permission required for reproduction or display. Equilíbrio ácido-básico É fundamental que a concentração do íon hidrogênio (H+) nos líquidos corporais, advindos do metabolismo, seja mantida muito constante, afim de garantir o adequado funcionamento enzimático. Copyright © The McGraw-Hill Companies, Inc. Permission required for reproduction or display. pH resultante da solução de CO2 CO2 + H2O ↔ H2CO3 ↔ H+ + HCO3- pH = pK + log [HCO3] 0,03 x PCO2 - Equação Henderson-Hasselbach a.c. Constante de dissociação do ácido carbônico. Copyright © The McGraw-Hill Companies, Inc. Permission required for reproduction or display. Exemplo: • Qual o pH de um indivíduo sabendo que o pKa=6,1,[ HCO3-]= 24 mmol/L? pH = 6,1 + log ([HCO3-] / [PCO2 X 0,03]) pH = 6,1 + log ([24] / [40 x 0,03]) pH = 6,1 + log 20 pH= 6,1 + 1,3 è 7,4 Copyright © The McGraw-Hill Companies, Inc. Permission required for reproduction or display. Gasometria arterial • Geralmente, amostras sanguíneas são analisadas clinicamente para se determinar a “gasometria arterial”: a PO2, a PCO2, o pH e o bicarbonato. Copyright © The McGraw-Hill Companies, Inc. Permission required for reproduction or display. Distúrbios Acidose Alcalose Metabólica Respiratória Copyright © The McGraw-Hill Companies, Inc. Permission required for reproduction or display. pH 8 6 7,35 7,45 Ácido Normal Alcalino pH Acidose Alcalose Respiratória Metabólica Copyright © The McGraw-Hill Companies, Inc. Permission required for reproduction or display. Valores de normalidade • pH: 7,35 – 7,4; • PCO2: 35-45 mmHg; • PHCO3: 22-26 mEq/L; • BE: -2 +2 (Elevado BE: excesso de base, o que acarretará uma alcalose metabólica. Baixo BE: Falta de base, ou seja, grande quantidade de ácido o que acarretará uma acidose metabólica.) Copyright © The McGraw-Hill Companies, Inc. Permission required for reproduction or display. Sistemas de controle Sistema tampão Sistema respiratório Sistema renal CO2 HCO3- Copyright © The McGraw-Hill Companies, Inc. Permission required for reproduction or display. Causas primárias dos distúrbios Ácido-Básicos Acidose Respiratória PCO2 Alcalose Acidose Metabólica [HCO3] Alcalose Copyright © The McGraw-Hill Companies, Inc. Permission required for reproduction or display. ACIDOSE RESPIRATÓRIA • ↑ PCO2 ↓pH CAUSAS à HIPOVENTILAÇÃO Depressão dos centros de controle respiratório Restrição pulmonar Restrição da parece torácica Pneumopatias Obstrução das vias aéreas Copyright © The McGraw-Hill Companies, Inc. Permission required for reproduction or display. ACIDOSE RESPIRATÓRIA A B C D E F G Excreção renal: H2PO4 e Nh4 = urina ácida / Reabsorção: HCO3 Copyright © The McGraw-Hill Companies, Inc. Permission required for reproduction or display. ALCALOSE RESPIRATÓRIA • ↓ PCO2 ↑ pH CAUSAS à HIPERVENTILAÇÃO altitude elevada , psiconeurose, febre, ventilação excessiva. Copyright © The McGraw-Hill Companies, Inc. Permission required for reproduction or display. ALCALOSE RESPIRATÓRIA A B C D E F G Excreção renal: HCO3 = urina básica Copyright © The McGraw-Hill Companies, Inc. Permission required for reproduction or display. ACIDOSE METABÓLICA • ↓ HCO3- ↓ pH CAUSAS à Alteração [HCO3-] Vômito do conteúdo intestinal (Perda de íons bicarbonato) Acidose lática (hipóxia tecidual) Cetoacidose diabética Disfunção renal Copyright © The McGraw-Hill Companies, Inc. Permission required for reproduction or display. ACIDOSE METABÓLICA A B C D E F G Copyright © The McGraw-Hill Companies, Inc. Permission required for reproduction or display. ALCALOSE METABÓLICA • ↑ HCO3- ↑ pH CAUSAS à Alteração [HCO3-] Injestão excessiva de álcalis, por ex. no tto de gastrite; Diuréticos que provocam absorção distal de sódio, pois eliminam H+; Êmese : ↓ do conteúdo gástrico (HCl), Copyright © The McGraw-Hill Companies, Inc. Permission required for reproduction or display. ALCALOSE METABÓLICA A B C D E F G Copyright © The McGraw-Hill Companies, Inc. Permission required for reproduction or display. pH H+ PCO2 HCO3- Normal 7,4 40 mEq/ l 40 mm Hg 40 mEq/l Acidose respiratória ↓ ↑ ↑↑ ↑ Alcalose respiratória ↑ ↓ ↓↓ ↓ Acidose metabólica ↓ ↑ ↓ ↓↓ Alcalose metabólica ↑ ↓ ↑ ↑↑ Copyright © The McGraw-Hill Companies, Inc. Permission required for reproduction or display. Caso clínico Paciente de 30 anos com respiração superficial e com frequência normal. Familiares encontraram próximo a ela diversas caixas de tranqüilizantes vazias. Gasometria arterial: pH= 7,20; PaCO2= 80mmHg; Bic= 23 mM/L Qual(is) o(s) distúrbio(s) ácido-básico(s) apresentado(s), seu(s) mecanismo(s), causa mais provável? Como o pH está menor que 7,35 trata-se de uma acidose. A PaCO2 maior que 45 mmHg mostra que existe um importante componente respiratório. O Bic normal mostra que não há compensação metabólica. Portanto o distúrbio ácido-básico é acidose respiratória aguda. O mecanismo do distúrbio nesta paciente é a diminuição da eliminação de CO2 por redução da ventilação alveolar; insuficiência respiratória aguda, tipo hipoventilação. A causa provável, em função da história, é depressão do centro respiratório por excesso de tranqüilizantes. http://perfline.com/cursos/cursos/acbas/acbas12.htm Copyright © The McGraw-Hill Companies, Inc. Permission required for reproduction or display. Caso clínico 2 Após 24 horas de tratamento no CTI, a paciente do caso 1 ainda se encontra torporosae submetida a ventilação artificial. Gasometria arterial: pH= 7,52; PaCO2= 26 mmHg; Bic= 25,6 mM/L; Qual(is) o(s) distúrbio(s) ácido-básico(s) apresentado(s), seu mecanismo, a causa? Como o pH está maior que 7,45, trata-se de uma alcalose. A PaCO2 está menor que 35 mmHg, sugerindo um componente respiratório. O Bic normal mostra não haver componente metabólico, nem tentativa de compensação. Em função disto o distúrbio ácido-básico é alcalose respiratória aguda. O mecanismo mais provável neste caso é ventilação alveolar excessiva, que aumenta a eliminação de CO2. A causa mais provável é a regulagem inadequada do ventilador mecânico http://perfline.com/cursos/cursos/acbas/acbas12.htm Copyright © The McGraw-Hill Companies, Inc. Permission required for reproduction or display. Caso clínico 3 Paciente de 50 anos chega ao Setor de Emergência torporoso, desidratado, com respiração profunda, pausa inspiratória e aumento da frequência respiratória. Ao exame clínico nota-se hálito cetônico. Gasometria arterial: pH= 7,10; PaCO2= 20 mmHg; Bic= 5 mM/L; Qual(is) o(s) distúrbio(s) ácido-básico(s) apresentado(s), seu mecanismo, sua causa? A análise do pH muito menor que 7,35 sugere acidose importante. A PaCO2 menor que 35 mmHg exclui causa respiratória, sugerindo ao contrário, ser uma compensação. O Bic muito baixo confirma ser de origem metabólica. O distúrbio é uma acidose metabólica com tentativa de compensação respiratória. Este padrão gasométrico e o exame clínico são típicos de pacientes diabéticos descompensados com cetoacidose. Na tentativa de normalizar o pH, ele aumenta a ventilação alveolar eliminando CO2 em excesso, mas sem conseguir compensar o distúrbio. Se não houvesse a participação respiratória, o pH estaria muito mais baixo. http://perfline.com/cursos/cursos/acbas/acbas12.htm Copyright © The McGraw-Hill Companies, Inc. Permission required for reproduction or display. Definição de pH S.P.L. Sorensen (1868-1939) publicou (1909) que: pH = - log [H+] Copyright © The McGraw-Hill Companies, Inc. Permission required for reproduction or display. Relação entre: pH e [H+] Exemplos: [H+] = 1 µmol/litro = 10-7 mol/L sendo pH = - log [H+] pH = - log [10-7] = 7,0 [H+] = 3,98 10-8 ml/L = 7,4 Copyright © The McGraw-Hill Companies, Inc. Permission required for reproduction or display. Definições: Eq. Ácido-base Bronsted & Lowry (1923): Ácido: Doador de prótons Base: Aceptor de prótons HCl + H2O → Cl− + H3O+ HCl é o ácido Cl− é sua base conjugada H2O é a base H3O+ é o ácido conjugado Copyright © The McGraw-Hill Companies, Inc. Permission required for reproduction or display. Equação Henderson- Hasselbach • pH = pK’ + log ([HCO-]/αCO2 . PCO2) • pK’ = constante ionização • α CO2 = solubilidade do CO2 • PCO2 = pressão parcial de CO2 Copyright © The McGraw-Hill Companies, Inc. Permission required for reproduction or display. Equação Henderson- Hasselbach A 37°C • pH = 6,1 + log ([24]/0,03 . 40) • pH = 7,4 • pK’ = 6,1 • α CO2 = 0,03 • PCO2 = 40 Copyright © The McGraw-Hill Companies, Inc. Permission required for reproduction or display. Controle Ventilatório do Eq. Ácido-base • VA / MCO2 = RT/PACO2 • VA = ventilação alveolar • MCO2 = produção de CO2 • PACO2 = PCO2 alveolar • RT = constante dos gases e temperatura Copyright © The McGraw-Hill Companies, Inc. Permission required for reproduction or display. 7.4 Copyright © The McGraw-Hill Companies, Inc. Permission required for reproduction or display. “Curiosidades” • PaCO2 mulheres é mais baixa (2-4 mmHg) • Durante a gravidez PaCO2 pode cair a 28 mmHg (pH ~ 7,45) • Ansiedade: alcalose Copyright © The McGraw-Hill Companies, Inc. Permission required for reproduction or display. MECÂNICA RESPIRATÓRIA Prof. Dr. Luiz G. S. Branco Copyright © The McGraw-Hill Companies, Inc. Permission required for reproduction or display. OBJETIVOS DA AULA - Como ocorre o enchimento pulmonar - Propriedades elásticas e resistivas do SR. Copyright © The McGraw-Hill Companies, Inc. Permission required for reproduction or display. Copyright © The McGraw-Hill Companies, Inc. Permission required for reproduction or display. Geração de gradiente de pressão: atmosfera - alvéolos • Respiração por pressão sub- atmosférica ↑Volume alveolar : ↓ Pressão alveolar (Lei de Boyle) • Contração músculos inspiratórios – Diafragma – Intercostais externos – Acessórios • Esternocleidomastóideo • Escalenos Copyright © The McGraw-Hill Companies, Inc. Permission required for reproduction or display. MÚSCULOS RESPONSÁVEIS PELA INSPIRAÇÃO E EXPIRAÇÃO Copyright © The McGraw-Hill Companies, Inc. Permission required for reproduction or display. HISTERESE CURVA DE PRESSÃO-VOLUME Copyright © The McGraw-Hill Companies, Inc. Permission required for reproduction or display. Complacência Pulmonar • Curva Pressão-Volume • ↑ pressão transpulmonar →↑ volume pulmonar • Diferença inflação deflação HISTERESE Copyright © The McGraw-Hill Companies, Inc. Permission required for reproduction or display. Tesão Superficial • Toda interface gás-líquido • Gerada: forças de coesão entre as moléculas do líquido Copyright © The McGraw-Hill Companies, Inc. Permission required for reproduction or display. Transdutor de força Calha superfície Placa de platina 100 50 0 0 25 50 75 Extratos de pulmão água detergente Tensão superfícial (dinas/cm) Área relativa (%) Balança de superfície Copyright © The McGraw-Hill Companies, Inc. Permission required for reproduction or display. TENSÃO SUPERFICIAL Lei de Laplace: Pressão = 2 x tensão raio T = P x r 2 Maioria dos líquidos Tensão superficial constante Copyright © The McGraw-Hill Companies, Inc. Permission required for reproduction or display. Papel do surfactante no alvéolo: • redução da tensão superficial • estabilização alveolar • aumento da complacência pulmonar • diminuição do trabalho respiratório Dipalmitoilfosfatidilcolina Copyright © The McGraw-Hill Companies, Inc. Permission required for reproduction or display. Síndrome da angús=a respiratória do neonato cyanosis Colabamento dos alvéolos menores = atelectasia hipoxemia Maior trabalho pulmonar Copyright © The McGraw-Hill Companies, Inc. Permission required for reproduction or display. Papel do surfactante no alvéolo • redução da tensão superficial • estabilização alveolar • diminuição do trabalho respiratório • evita o edema inters=cial pulmonar • aumento da complacência pulmonar Copyright © The McGraw-Hill Companies, Inc. Permission required for reproduction or display. Controle da Ventilação Copyright © The McGraw-Hill Companies, Inc. Permission required for reproduction or display. Ventilação Pulmonar Definição: processo pelo qual o O2 é levado do ar atmosférico até os pulmões e o CO2 é expelido para fora do corpo. 1 ciclo respiratório Ventilação = Volume Corrente x Freqüência Respiratória (VE) (VT) (fR) L/min L ciclos/min Copyright © The McGraw-Hill Companies, Inc. Permission required for reproduction or display. Sistema “Feedback-negativo” CONTROLADOR Central EFETORES SENSORES Diafragma Intercostais Externos Intercostais Internos Músculos acessórios Abdominais Ponte e Bulbo Ø Quimiorreceptores Centrais Ø Quimiorreceptores Periféricos Ø Receptores de Estiramento Ø Receptores de Irritação Ø Receptores J Ø Receptores nos Músculos e Tendões Copyright © The McGraw-Hill Companies, Inc. Permission required for reproduction or display. Centro pneumotáxico Via inibitória ? Centro apnêustico ? Grupo respiratório ventral (expiração e inspiração) Vias respiratórias Nervos vago e glossofaríngeo Grupo respiratóriodorsal (inspiratório) Quarto ventrículo Organização dos centros respiratórios (Guyton, 1996). Copyright © The McGraw-Hill Companies, Inc. Permission required for reproduction or display. GRP I, E I-E NPBM & KF vl-NTS Ponte Bulbo Medula Espinhal BOT NA NRA RF Pré-BOT Centros Respiratórios Copyright © The McGraw-Hill Companies, Inc. Permission required for reproduction or display. Sistema Nervoso Central Ø Núcleos Superiores: - Hipotálamo - Córtex - Sistema Límbico Ø Vias da Medula Espinhal: - Dor - Temperatura, Tato Copyright © The McGraw-Hill Companies, Inc. Permission required for reproduction or display. Quimiorreceptores Arteriais Ø Carotídeos e Aórticos Ø Estímulos: PO2, PCO2, pH Ø Kiwuhl e kiwuhl –Schine : únicos que respondem a alterações na PO2 Ø Carotídeos tem alto fluxo sanguíneo Ø 10-20% resposta ao CO2 Copyright © The McGraw-Hill Companies, Inc. Permission required for reproduction or display. Nobel Prize of Physiology & Medicine in 1938 “For the discovery of the role played by the sinus and aortic mechanisms in the regulation of the respiration”. Corneille Jean F. Heymans Bélgica (1892-1968) Copyright © The McGraw-Hill Companies, Inc. Permission required for reproduction or display. 1: Células quimiorreceptoras ou glomus 2: Células de sustentação 3: Vesículas 4: Terminais nervosos sensoriais 5: Nervo do seio carotídeo 6: Capilares 6 5 6 6 3 1 1 3 1 2 4 4 3 González et al. (1992). Trends. Neurosci. 15: 146-153. Quimiorreceptores Carotídeos Copyright © The McGraw-Hill Companies, Inc. Permission required for reproduction or display. Córtex cerebral Cerebelo Tronco cerebral Medula espinal Motoneurônios frênicos Gânglio petrosal Gânglio nodoso Artéria carótida externa Artéria carótida comum Corpo carotídico Córpos aórticos Coração Diafragma Axônios motores intercostais Sensores Copyright © The McGraw-Hill Companies, Inc. Permission required for reproduction or display. Resposta do corpo carotídeo à PaO2 Copyright © The McGraw-Hill Companies, Inc. Permission required for reproduction or display. Quimiorreceptores Centrais Ø Estímulos: PCO2 e pH Ø Localização: bulbo ventral Ø Controle: mais importante é equilíbrio ácido-base Ø 80-90% resposta ao CO2 Copyright © The McGraw-Hill Companies, Inc. Permission required for reproduction or display. Líquido Cefalorraquidiano Ø Mudanças no LCR são muito importantes para alterações da ventilação Copyright © The McGraw-Hill Companies, Inc. Permission required for reproduction or display. Efetores Copyright © The McGraw-Hill Companies, Inc. Permission required for reproduction or display. Axônios bulbo-espinais C3 C4 C5 Cervical Nervo frênico Intercostais Torácica Diafragma Lombar A bd om in ai s MEDULA ESPINAL Ilustração da localização dos motoneurônios respiratórios frênico, intercostal e abdominal e suas respectivas conexões com os músculos respiratórios Copyright © The McGraw-Hill Companies, Inc. Permission required for reproduction or display. Resposta dos quimiorreceptores Copyright © The McGraw-Hill Companies, Inc. Permission required for reproduction or display. Resposta a variações da PO2 Copyright © The McGraw-Hill Companies, Inc. Permission required for reproduction or display. Resposta Ventilatória ao Exercício 1. Resposta Imediata ↑ ventilação componente neural córtex motor reflexo condicionado proprioceptores Copyright © The McGraw-Hill Companies, Inc. Permission required for reproduction or display. 2. ↑ ventilação subseqüente exercício severo ↑ ácido lático ↑ PCO2, [H+] Resposta Ventilatória ao Exercício Copyright © The McGraw-Hill Companies, Inc. Permission required for reproduction or display. Se sabemos ‘em essência’: 1. o ‘trajeto’ do O2 do ar atmosférico até a mitocondria; 2. o ‘trajeto oposto’ do do CO2; 3. as forças envolvidas na ventilação pulmonar; 4. os mecanismos de manutenção dos gases sanguineos... estamos FELIZES! Conclusão
Compartilhar