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INSTITUTO FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO - IFES CURSO DE LICENCIATURA EM QUÍMICA ANÁLISE INSTRUMENTAL EXPERIMENTAL Professor: Vitor Cezar Broetto Pegoretti LAUDO TÉCNICO TURMA: 2019/1 PRÁTICA Nº: 2 TÍTULO: Análise de uma amostra comercial de KMnO4 ALUNO(A): Ana Paula Simmer, Deborah da S. Pimentel, Gabriel Teixeira, Tárcila M. N. da Silva e Thamires L. Lube de Melo. 1. OBJETIVO Determinar a concentração e a absortividade molar de KMnO4 em uma amostra comercial por meio da técnica espectrofotométrica. 2. MATERIAIS E REAGENTES Balão volumétrico de 1000 e 50 mL, permanganato de potássio, amostra comercial de permanganato de potássio, espátula, balança analítica, grau de pistolo, espectrofotômetro, cubetas de quartzo, pipeta volumétrica de 20 mL e pisseta com água destilada. 3. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL 3.1. PREPARO DA SOLUÇÃO-MÃE Inicialmente, solicitou-se a preparação de uma solução-mãe “pura” de KMnO₄ com concentração de 1x10⁻³ mol/L para 500 mL. Dessa forma, calculou-se a massa necessária de permanganato de potássio (KMnO4), sendo pesada 0,0814 g. Posteriormente, transferiu-se a massa pesada para um balão volumétrico de 1000 mL, completou-se até o menisco com água destilada e homogeneizou-se a solução. 3.2. PREPARO DAS SOLUÇÕES PARA A CURVA ANALÍTICA Realizou-se o preparo de cinco novas soluções, a partir da diluição da solução-mãe, para a realização da curva analítica, com as respectivas concentrações: 2,0 x 10⁻⁴ mol/L; 2,5 x 10⁻⁴ mol/L; 3,0 x 10⁻⁴ mol/L; 3,5 x 10⁻⁴ mol/L; 4,0 x 10⁻⁴ mol/L. Posteriormente, calculou-se o volume necessário para a diluição da solução-mãe a fim de se obter cinco soluções padrões de diferentes concentrações como expostas na Tabela 1. Esse cálculo foi feito utilizando a seguinte equação: Eq. 1𝐶 1 × 𝑉 1 = 𝐶 2 × 𝑉 2 ex. para amostra 10, 00103 𝑚𝑜𝑙/𝐿 × 𝑉 1 = 2, 0 × 10−4 𝑚𝑜𝑙/𝐿 × 50 𝑚𝐿 𝑉 1 = 9, 7087 𝑚𝐿 Onde: C1 é a concentração da solução-mãe; V1 é a alíquota necessária da solução-mãe; C2 é a concentração da solução da curva analítica, de acordo com a Tabela 2; e V2 é o volume final, ou seja, para uma solução de 50 mL. Sendo assim, obteve-se os seguintes valores, representados na Tabela 1 a seguir. Tabela 1 - Volumes para preparo das amostras da curva analítica Amostra Volume calculado (mL) Volume pipetado (mL) 1 9,7087 9,70 2 12,1359 12,00 3 14,5631 14,50 4 16,9935 17,00 5 19,4174 19,50 Fonte: Autores, 2022 3.3. PREPARO DA SOLUÇÃO EM ANÁLISE A solução em análise foi um comprimido comercial de KMnO4, com o intuito de preparar uma solução de concentração próxima de 50 mg/L, pesou-se 0,0522 g do analito. Em seguida, transferiu-se a massa para um balão volumétrico de 1000 mL, completou-se com água destilada até o menisco e homogeneizou-se a solução. 3.4. LEITURA DA ABSORBÂNCIA DAS SOLUÇÕES Diante das soluções diluídas, executou-se a leitura da absorbância com o auxílio do espectrofotômetro UV-Vis, o comprimento de onda pré-selecionado para a análise foi de 545 nm. Logo, realizou-se uma triplicata para cada concentração e calculou-se sua média e desvio padrão. 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES De acordo com Skoog (2014), as medidas baseadas na luz ou outras formas de radiação eletromagnética são amplamente empregadas em química analítica. Os métodos espectroscópicos de análise são baseados na medida da quantidade de radiação produzida ou absorvida pelas moléculas ou pelas espécies atômicas de interesse. Podemos classificar os métodos espectroscópicos de acordo com a região do espectro eletromagnético envolvida na medida. As regiões espectrais que têm sido empregadas incluem os raios , os raios X,γ ultravioleta (UV), visível, infravermelha (IV), microondas e radiofrequência (RF). Na prática em questão, empregou-se o método espectrométrico de absorção molecular o qual, segundo Skoog (2014), é um método que se baseia na medida da transmitância T ou da absorbância A de soluções contidas em células transparentes com caminho óptico de b centímetros. Geralmente, a concentração de um analito que absorve radiação está relacionada linearmente com a absorbância, como mostra a Lei de Beer: Eq. 2𝐴 =− 𝑙𝑜𝑔𝑇 = 𝑃°𝑃 = ε𝑏𝑐 Para o desenvolvimento do método proposto, inicialmente preparou-se uma solução mãe de KMNO4 “puro” 1x10-3 M. A partir da equação 3 e da massa pesada de permanganato, determinou-se a concentração real da solução. Eq. 3[𝐾𝑀𝑛𝑂4] = 𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑝𝑒𝑠𝑎𝑑𝑎(𝑔)𝑀𝑀 (𝑔/𝑚𝑜𝑙) 𝑥 𝑣𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 (𝐿) [𝐾𝑀𝑛𝑂4] = 0,0814158,034 𝑥 0,5 = 0, 00103 𝑚𝑜𝑙/𝐿 O cálculo da concentração da solução em análise também prosseguiu a equação 3, como apresentado a seguir. [𝐾𝑀𝑛𝑂4] = 0,0522158,034 𝑥 1 = 0, 00033 𝑚𝑜𝑙/𝐿 Após o preparo das cinco amostras de KMnO4, fez-se a leitura da absorbância no espectrofotômetro UV-Vis, para o comprimento de onda selecionado, de 545 nm. As leituras foram realizadas em triplicatas, como apresentadas na Tabela 2. Tabela 2 - Dados experimentais de absorbância do KMnO4 Amostra Concentração(mol/L) Triplicata da absorbância em λ 545 nm Média Desvio padrão Leitura 1 Leitura 2 Leitura 3 1 2,00x10-4 0,417 0,418 0,418 0,418 0,000577 2 2,50x10-4 0,510 0,511 0,511 0,511 0,000577 3 3,00x10-4 0,602 0,602 0,602 0,602 0 4 3,50x10-4 0,693 0,695 0,695 0,694 0,00115 5 4,00x10-4 0,777 0,777 0,777 0,777 0 Fonte: Autores, 2022 A partir dos dados obtidos na tabela acima, pode-se observar baixos valores de desvio padrão para as análises realizadas, ou seja, as leituras de absorbância realizadas foram precisas, uma vez em que há concordância entre os valores das replicatas. Com posse desses valores foi construído a curva de calibração, como mostra a figura 1, que traz a relação gráfica entre os valores de absorbância A e as diferentes concentrações da solução. A equação da reta estabelecida foi y = 1802x + 0,0598. Uma vez que o coeficiente de determinação obtido (R² = 0,9996) foi satisfatório, pode-se inferir que as soluções foram preparadas de forma apropriada. Figura 1 - Curva de calibração para KMnO4 Fonte: Autores, 2022. A partir da equação da reta, pode-se obter o valor correspondente à concentração. Essa equação está relacionada com a lei de Beer, A=εbc, sendo que: y é a absorbância (A), x é a concentração (C) e o coeficiente angular é o produto entre a absortividade molar (ε) e o caminho óptico (b). O coeficiente linear idealmente é igual a zero, mas na medição podem estar presentes ruídos e desvios que o afastam desse valor. Sendo assim, calcula-se a concentração do permanganato de potássio, a partir da absorbância média sendo 0,591, da seguinte forma: y = 1802x + 0,0598 0,591 = 1802x + 0,0598 x = 2,948.10-4 mol/L Dessa forma, a partir dos dados representados pela figura 1 é necessário o cálculo da absortividade molar da solução em questão. Portanto, expressando a Lei de Beer (equação 1) trazida anteriormente e expressando a sua concentração em mol/L e b em centímetros, o autor Skoog (2014) aborda que , a constante de proporcionalidade é chamada absortividade molar, à qual é dado o símbolo especial, . Descrevendo esta expressão matematicamente, simboliza ε conforme mostra a equação 4: Eq. 4𝐴 = ε𝑏𝑐 Onde: ε possui as unidades de L mol⁻¹ cm⁻¹; c possui unidades de mol L⁻¹; b possui suas unidades em cm. Sendo assim, cujo é sabido o valor de A é descrito utilizando a equação da reta e, portanto calculando os valores a partir da Equação 4 o valor da absortividade molar é de: = A ÷ bcε = 0,591 ÷ (1 . 2,948.10-4)ε L.mol-1.cm-1ε = 2004, 75 5. CONCLUSÃO A análise dos dados de absorbância obtidos em diferentes concentrações da solução padrão, possibilitou a construção do gráfico (figura 1) e consequentemente, sua equação da reta, nesse aspecto obtivemos satisfatoriamente um R2 = 0,9996, valor muito próximo de 1, que indica sua linearidade, estando bem ajustado à amostra analisada. Substituindo a média de absorbâncias da solução em análise (comprimido de KMnO4) na equação encontrada, obtivemos o valor real da concentraçãodo comprimido de KMnO4, 2,948.10-4 mol/L. O valor identificado apresenta discrepância com a concentração teórica calculada, de 3,30.10-4. A diferença relatada na concentração real e teórica, suscitou uma diminuição na absortividade molar da solução em análise e o teórico permanece em 2,4x103 e o experimental foi deε ε 2,0x103. Essas diferenças indicam possíveis erros no manuseio das vidrarias volumétricas do laboratório, ou uma ligeira diferença entre a porcentagem de permanganato de potássio descrita no comprimido e encontrada na prática. 6. REFERÊNCIAS SKOOG, Douglas A. et al. Fundamentos de química analítica. 9. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2014. xvii, 950 [115] 2014 HOLLER, F. James; SKOOG, Douglas A.; CROUCH, Stanley R. Princípios de análise instrumental. 6. ed. Porto Alegre: Bookman, 2009. vii, 1055 p. ISBN 9788577804603 (broch.)
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