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A importância da ultrassonografia no exame andrológico e no diagnóstico de gestação em bovinos Orientador: Diogo Vivacqua de Lima Medicina Veterinária Biotecnologia da Reprodução Grupo 2 Diana Miranda Graduanda 9º período Medicina Veterinária Faculdade Multivix Castelo Gláucia Benevenute Graduanda 9º período Medicina Veterinária Faculdade Multivix Castelo Pamela Dalvi Graduanda 9º período Medicina Veterinária Faculdade Multivix Castelo Sarah Ludwig Graduanda 9º período Medicina Veterinária Faculdade Multivix Castelo Introdução O emprego da ultrassonografia na reprodução representa avanço na produção e ganho em eficiência; É uma técnica pouco invasiva e segura, capaz de revelar a estrutura interna dos órgãos reprodutivos. Objetivo Apresentar a importância da ultrassonografia: No exame andrológico, assim como a importância de realização desse exame em touros. Na reprodução, afim de identificar gestação, a idade gestacional e a sexagem do filhote. Ultrassonografia no Exame Andrológico shopveterinario.com.br/blog/recomendacoes-para-realizacao-da-ultrassonografia-testicular-em-bovinos comprerural.com/exame-andrologico-capacidade-reprodutiva-touro Exame andrológico Avaliar a capacidade reprodutiva do touro; Avaliação da capacidade reprodutiva que um animal jovem poderá atingir quando alcançar a maturidade sexual; Redução das perdas econômicas relacionadas a fertilização do rebanho. Exame andrológico Identificação; Exame Clínico: Anamnese; Exame Clínico Geral; Exame do Sistema Genital: Escroto, testículos, epidímo, cordões espermáticos, órgãos genitais internos prepúcio e pênis Biometria Testicular; Comportamento Sexual. Espermiograma. Ultrassonografia Testículos Transdutor linear de 8 MHz Análise da ecogenicidade do parênquima testicular: Formam se duas imagens: RI frontal e RI transversal para cada testículo; Atentando-se para que sejam feitas sem a pele, as túnicas, o epidídimo e mediastino – somente parênquima. Pode ser feito o uso de software para aferição da escala de cinza Imagem 1. Ultrassonografia do testículo direito e esquerdo de bovino jovem da raça Nelore aos 9 meses de idade – plano frontal. ilustrando as regiões de interesse para aferir a escala de cinza. (PASTORE et al., 2015) (PASTORE et al., 2015) (PASTORE et al., 2015) Imagem 2. Ultrassonografia do testículo direito e esquerdo de bovino jovem da raça Nelore aos 9 meses de idade - plano transversal. ilustrando as regiões de interesse para aferir a escala de cinza. Ultrassonografia Testículos Com o plano frontal afere-se também a medida do mediastino testicular em cada testículo. Formado pelo espessamento da túnica albugínea. Imagem 4. Plano frontal de bovino Nelore de 15 meses de idade, a linha em verde na área mais hiperecóica representa a espessura do mediastino (em mm) e a linha em amarelo representa a largura do testículo (em cm). Imagem 3. Mediastino (área hiperecóica) em testículo direito e esquerdo de bovino Nelore de 9 meses. (PASTORE et al., 2015) (PASTORE et al., 2015) (PASTORE et al., 2015) Ultrassonografia Testículos Imagem 6. Calcificações intratesticulares, hiperecogénicas considerados achados não patológicos Imagem 5. Corte longitudinal e transversal em apresentando parênquima homogêneo normal (COELHO et al., 2008) (COELHO et al., 2008) (COELHO et al., 2008) (COELHO et al., 2008) Ultrassonografia Testículos Doppler Pode detectar artérias e fluxo venoso, garantindo um melhor entendimento da irrigação sanguínea no órgão. Power Doppler: Detecta também vasos de pequenos calibres Imagem 8. Corte longitudinal em testículo com método de Power Doppler. Imagem 7. Corte longitudinal em testículo com método de Color Doppler. (COELHO et al., 2008) (COELHO et al., 2008) Ultrassonografia Glândulas Vesicais Transdutor linear de 7,5 MHz; Via retal – retiram-se as fezes do reto; Imagens obtidas de forma individual em plano longitudinal; Cada imagem de vesícula formada deve ser escolhido duas regiões para análise de ecogenicidade, deve ser medido o volume da glândula e comprimento e largura. Imagem 10. Duas regiões para análise de ecogenicidade em Nelore de 15 meses. Imagem 11. Aferição de volume em bovino Nelore de 15 meses. Imagem 9. Medição de comprimento em bovino Nelore de 15 meses. (PASTORE et al., 2015) (PASTORE et al., 2015) (PASTORE et al., 2015) Ultrassonografia Pênis Primeira escolha na avaliação de patologia peniana; Pênis é constituído por: 2 corpos cavernosos e corpo esponjoso envolto por diversas túnicas. Imagem 12. Pênis com ecogenicidade de aspecto normal em corte transversal. Imagem 14. Corte longitudinal apresentando fratura peniana de poucas horas. O extravasamento sanguíneo apresenta hipoecóico/anecóico. Imagem 13. Calcificações intracavernosas (achados normais) e placa fibrótica calcificada na túnica albugínea caracterizando doença de LaPeyrone. (COELHO et al., 2008) (COELHO et al., 2008) (COELHO et al., 2008) Ultrassonografia no Diagnóstico de Gestação em Bovinos shopveterinario.com.br/blog/aplicacoes-da-ultrassonografia-na-clinica-de-bovinos shopveterinario.com.br/blog/diagnostico-gestacional-em-bovinos Ultrassonografia em fêmeas Vantagens Permite a identificação da gestação, idade gestacional e sexagem fetal. Permite a identificação precoce de patologias que podem levar ao atraso na concepção ou esterilidade do animal. Reduz as perdas econômicas relacionadas a gestações, abortos, fertilização e longevidade da fêmea. Imagem 15. Útero não gestante. A) Corte longitudinal; B) múltiplos cortes transversais de cornos uterinos. (GASPERINI et al., 2019) Imagem 16. Útero com início de infecção representada pela fina linha hiperecóica em seu interior (Autoral, 2022) Ultrassonografia em fêmeas Vantagens Melhores índices para as taxas de prenhez em casos de inseminação artificial. Identificação do melhor momento para a inseminação. Auxilia o processo de transferência de embriões, aumentando o número de proles de uma matriz. Permite o processo de aspiração folicular em matrizes para Fertilização in Vitro. Imagem 17. Ultrassonografia de ovários bovinos pela via transretal (A-B) e transvaginal (C). A) Podem ser observados folículos de 5 mm e 10 mm, indicados pelas setas. B) Folículo pré-ovulatório bovino com 12 mm. C) Ovário superestimulado. girodoboi.com.br/noticias/fiv-acelera-em-ate-10x-o-melhoramento-na-pecuaria-veja-dicas-para-sucesso-da-tecnica (GASPERINI et al., 2019) Ultrassonografia em fêmeas Condições fisiológicas Condições induzidas ou anormais (BEEFPOINT, 2010) (BEEFPOINT, 2010) Ultrassonografia em fêmeas Idade Gestacional A partir do 22° dia, antes disso, não é exato por ser difícil visualizar conteúdo gestacional, sendo necessário repetir a avaliação posteriormente. O embrião fica visível a partir do 25° dia. (CURTINAZ & FRIGOTTO) Imagem 18. Corno uterino gestante bovino contendo placentômeros, indicados pelas setas brancas. A formação dos placentômeros inicia por volta dos 35 dias de gestação, sendo inicialmente identificados através da ultrassonografia como espessamentos da parede uterina com um formato que lembra um botão. Os placentômeros são facilmente palpáveis a partir dos 70 dias de gestação. (GASPERINI et al., 2019) Ultrassonografia em fêmeas Imagem 19. O círculo pontilhado indica um ápice de corno uterino sem líquido, comumente observado em gestação ao redor de 30 dias Imagem 19. Setas brancas indicam a vesícula amniótica contendo o embrião no interior. Imagem 20. Corno uterino gestante entre 30 e 34 dias (D) após concepção. (GASPERINI et al., 2019) (GASPERINI et al., 2019) (GASPERINI et al., 2019) Ultrassonografia em fêmeas Idade Gestacional Imagem 21. Corno uterino ao redor de 40 dias após a concepção (A, B e C). Setas indicando a vesícula amniótica, contendo o embrião no interior. (CURTINAZ & FRIGOTTO) (GASPERINI et al., 2019) Imagem 22. Gestação aos 45 dias. Ultrassonografia em fêmeas Idade gestacional Imagem 23. Feto bovino medido longitudinalmente, desde o occipitalaté a última vértebra sacral (medida conhecida como Crown-Rump), com 40,8 mm. Através de fórmulas, é possível predizer a idade do feto, que neste caso teria 57.8 dias de gestação. Imagem 24. Feto bovino medido longitudinalmente, desde o occipital até a última vértebra sacral (medida conhecida como Crown-Rump), com 40,8 mm. Através de fórmulas, é possível predizer a idade do feto, que neste caso teria 57.8 dias de gestação. (GASPERINI et al., 2019) (GASPERINI et al., 2019) Ultrassonografia em fêmeas Idade Gestacional Imagem 25. Crânio do feto bovino, medido no seu plano transversal (medida do diâmetro), com 3 cm. Através de fórmulas (disponíveis no equipamento de ultrassom), é possível predizer a idade do feto, que nesse caso teria 84 dias de gestação. (GASPERINI et al., 2019) Ultrassonografia em fêmeas Sexagem fetal – ideal entre 60 e 70 dias. É feita a partir dos 49 dias através da identificação do tubérculo genital, que iniciará sua migração para sua posição correta de acordo com o sexo. Machos: próximo ao umbigo, começa a migração por volta dos 47 dias, termina com 56 a 58 dias; Fêmeas: próximo a base caudal, começa a migração por volta dos 48, 49 dias e termina com 54 dias. A partir de 70 dias o tubérculo é sobreposto pelos lábios vulvares ou o prepúcio, reduzindo sua ecogeinicidade e dificultando a visualização. Imagem 26. A) Tubérculo genital feminino na base da cauda com 69 dias de gestação. Imagem 27. A) CU-Cordão Umbilical; ES - Escroto; PP-Pênis e Prepúcio; Feto macho com 90 dias apresentando a genitália externa bem desenvolvida. (CARNEIRO, 2002) 26. B)Tubérculo genital masculino caudal ao cordão umbilical com 69 dias de gestação. 27. B) M- Mamilos; VC-Vértebras caudais; TGF-Tubérculo genital feminino mais pregas urogenitais. Feto fêmea, 89 dias com desenvolvimento dos tetos rudimentares e dos lábios vulvares + clitóris (CARNEIRO, 2002) Ultrassonografia em fêmeas Sexagem fetal Machos: Os testículos atravessam a região inguinal a partir do 4° mês de gestação e se postam no saco escrotal entre os 3 e 5 meses, podendo ser visto um escroto vazio (centro hipoecóico) até o 3° mês de gestação. Fêmeas: pregas lábio-escrotais desaparecem com 75 dias de gestação. Pregas urigenitais se elevam e envolvem o tubérculo por volta do 5° mês e podem ser vistas como um sinal de = imediatamente abaixo da cauda. Tetos rudimentares também podem ser vistos como 4 pontos hiperecogênicos. 30. B) MP-Membro Posterior; UN-Úngula; VL-Vértebras lombares; M-Mamilos; Fêmea de 79 dias de gestação em corte longitudinal. Imagem 30. A) MP-Membro Posterior; ES-Escroto; Corte transversal da região inguinal onde se observa o escroto num macho de 80 dias de gestação. (CARNEIRO, 2002) Ultrassonografia em fêmeas Sexagem Fetal - Fêmeas Imagem 28. A) CA-Cabeça; AM-Âmnio; MA-Membro anterior; MP-Membro posterior; TGF- Tubérculo genital feminino em corte lateral. 28. B) MA-Membro anterior; MP-Membro posterior; VC-Vertebra caudal; TGF- Tubérculo genital feminino em corte longitudinal. (CARNEIRO, 2002) Ultrassonografia em fêmeas Sexagem Fetal - Machos Imagem 29. A) CU-Cordão Umbilical; TGM-Tubérculo Genital Masculino. Corte transversal da região do cordão umbilical apanhando também o tubérculo genital masculino com 60 dias de gestação. 29. B) MP-Membro Posterior; PU-Pregas Urogenitais; CU-Cordão Umbilical; CT-Cavidade Torácica; TGM- Tubérculo Genital Masculino em corte longitudinal com as pregas urogenitais aos 68 dias de gestação. (CARNEIRO, 2002) CONCLUSÃO A ultrassonografia mostra-se ser eficaz no exame andrológico de touros e no diagnóstico gestacional de fêmeas pois, por ser uma técnica moderna permite avaliar os órgãos reprodutivos, além de auxiliar no controle efetivo de prenhez e natalidade. Obrigado REFERÊNCIAS BEEFPOINT. Utilização da ultrassonografia na reprodução de bovinos. 2010. Disponível em: <https://www.beefpoint.com.br/utilizacao-da-ultrassonografia-na-reproducao-de-bovinos-66805/>. Acesso em: 11 de abril de 2022 COELHO, M. F.; CARDOSO, A. P.; SANTOS, B. S. ULTRASSONOGRAFIA DOPPLER EM ANDROLOGIA. Portugal, 2008. CURTINAZ, A. S.; FRIGOTTO, D. F. Diagnósticos reprodutivos a campo. Programa integrado de diagnóstico. Disponível: <http://www2.ufpel.edu.br/nupeec/anexos/c78b1c14af.pdf>. Acesso em: 11 de abril de 2022. PASTORE, A. A.; TONIOLLO, G. H.; CANOLA, J. C.; MERCADANTE, E. Z. Contribuição da ultrassonografia na avaliação andrológica de bovinos Nelore. Belo Horizonte, 2015 GASPERIN, B. G.; VIEIRA, A. D.; PEGORARO, L. M. C.; OLIVEIRA, F. C.; FERREIRA, C. E. R.; PRADIEÉ, J.; ROVANI, M. T.; HAAS, C. H. S.; MIRANDA, V.; VOGG, A. P. D.; CAMPOS, F. T. Ultrassonografia reprodutiva em fêmeas bovinas e ovinas. Pelotas: Embrapa Clima Temperado, 2017. CARNEIRO, BRUNO CORREIA. SEXAGEM FETAL POR ECOGRAFIA. Porto, Portugal, 2012.