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1 LEGISLAÇÃO E NORMAS TÉCNICAS 1 Sumário NOSSA HISTÓRIA ....................................................................................................................... 4 Uma Breve Contextualização Histórica ...................................................................................... 5 Organização Internacional Do Trabalho (OIT) ............................................................................ 6 Tripartimos e Diálogo Social .................................................................................................. 8 Principais Organismos ........................................................................................................... 8 Sistema De Controle Normativo ............................................................................................ 9 Ordenamento Jurídico .............................................................................................................. 9 Direito do Trabalho ................................................................................................................. 11 Jornada de Trabalho ............................................................................................................ 16 Duração da jornada de trabalho ...................................................................................... 16 Controle da jornada ........................................................................................................ 16 Intervalos ........................................................................................................................ 17 Férias .................................................................................................................................. 17 Concessão ....................................................................................................................... 17 Início ............................................................................................................................... 18 Fracionamento ................................................................................................................ 18 Faltas .............................................................................................................................. 18 Trabalho durante as férias ............................................................................................... 19 Remuneração .................................................................................................................. 19 Férias não concedidas ..................................................................................................... 19 Fim do contrato............................................................................................................... 19 Contrato De Trabalho.............................................................................................................. 20 Relação de Trabalho X Relação de Emprego ........................................................................ 20 Características do Contrato de Trabalho .............................................................................. 21 Tipos de Contrato de Trabalho ............................................................................................ 21 Alteração e Extinção do Contrato de Trabalho ..................................................................... 22 Uma Breve Contextualização Acerca Das Normas Regulamentadoras ..................................... 23 Órgãos De Competência Trabalhista........................................................................................ 36 Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) ............................................................................ 36 Justiça Do Trabalho ............................................................................................................. 37 Vara do Trabalho ............................................................................................................. 38 Tribunais Regionais do Trabalho ...................................................................................... 38 Tribunal Superior do Trabalho ......................................................................................... 38 Ministério Público do Trabalho............................................................................................ 38 2 ABNT ................................................................................................................................... 38 FUNDACENTRO ................................................................................................................... 39 ACGIH ................................................................................................................................. 39 NIOSH ................................................................................................................................. 40 OSHA .................................................................................................................................. 40 ISOs .................................................................................................................................... 41 e-Social ................................................................................................................................... 41 eSocial Empresas - Principais dúvidas .................................................................................. 42 1. O que é o eSocial Empresas? ....................................................................................... 42 2. Como vai funcionar, na prática, o sistema? .................................................................. 43 3. Qual é o cronograma para a implantação do sistema? ................................................. 43 4. Quais são os sistemas de informação do Governo Federal que serão substituídos pelo eSocial Empresas? ........................................................................................................... 43 5. Quais são as vantagens para as empresas em utilizar o eSocial Empresas? .................. 44 6. Quais as vantagens para o trabalhador com a implantação deste programa? .............. 45 7. Por que o programa beneficia a população em geral e não apenas as empresas? ........ 45 8. Por que o eSocial Empresas é inovador? ...................................................................... 46 9. O que assegura que esse programa seja um dos mais sofisticados do mundo? ............ 46 10. É uma medida de combate à sonegação ou de desburocratização? ........................... 47 11. Se esse sistema vai facilitar o processo fiscalizatório, como o governo já afirmou, significa que há previsão de se ampliar a arrecadação de receita? ................................... 47 12. Quais as penalidades que as empresas estão sujeitas, caso não cumpram algum quesito? .......................................................................................................................... 47 13. Quanto foi investido nesse sistema? .......................................................................... 48 14. Se as micro e pequenas têm que aderir, o MEI será extinto pelo governo? ................ 48 15. Quais os benefícios da participação das empresas na fase de testes do sistema? ....... 48 16. Quando começaremos a sentir os efeitos da implementação do eSocial Empresas? .. 49 Módulo Empregador Doméstico.......................................................................................... 49 Diretrizes de implantação da Vigilância em Saúde do Trabalhador no SUS............................... 50 I. Conceituação básica ......................................................................................................... 50 II. Princípios ........................................................................................................................51 III. Objetivos ........................................................................................................................ 53 IV. Modelo de VISAT ............................................................................................................ 55 V. Estratégias ...................................................................................................................... 57 b) Critério epidemiológico ............................................................................................... 58 c) Abordagem Territorial ................................................................................................. 59 d) O ramo de atividade econômica .................................................................................. 59 3 e) Abordagem por cadeias produtivas ............................................................................. 60 f) Prioridades institucionais ............................................................................................. 60 g) Interação entre estratégias .......................................................................................... 61 VI. Complexidade da VISAT em Rede ................................................................................... 61 VII. Inspeção Sanitária ......................................................................................................... 62 VIII. Atribuições da VISAT .................................................................................................... 63 IX. Atribuições dos Profissionais da VISAT ............................................................................ 63 Atribuições da rede assistencial em cooperação com a Vigilância em Saúde: ....................... 64 REFERÊNCIAS .......................................................................................................................... 66 4 NOSSA HISTÓRIA A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós- Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 5 Uma Breve Contextualização Histórica Os direitos trabalhistas possuem a função de assegurar um equilíbrio nas relações de trabalho, como a história nos ensina, sem uma legislação eficiente que coordene as engrenagens do trabalho grandes desarmonias perturbariam tais relações. Ao voltarmos para uma Inglaterra do século XIX podemos perceber que as condições de trabalho eram degradantes, os operários eram expostos a doenças, jornadas exaustivas de trabalho e condições extremamente insalubres. Com salários extremamente baixos, toda a família se via na necessidade de estar empregada, e o trabalho infantil era bastante comum naquela época. Figura 1: Industria do final do século XIX O notável desequilíbrio entre os operadores e os donos das indústrias não demorou para gerar conflitos. Movimentos trabalhistas iam ganhando cada vem mais adeptos, sindicatos se fortaleciam e aos poucos as reinvindicações foram sendo atendidas. Em 1919 temos a criação da Organização Internacional do Trabalho, que emite normas internacionais para assegurar o trabalho descente e produtivo, em condições de liberdade, equidade, segurança e dignidade. 6 Enquanto a Europa vivia o fim da Segunda Revolução Industrial (1850, 1870) o Brasil ainda usava mão de obra escravista, e apenas a partir de 1888 com a abolição da escravidão que inicia a ideia de direito trabalhista no Brasil. As buscas pelo equilíbrio entre as partes que compõem as relações de trabalho ganharam destaque no governo Vargas, com a constituição de 1934. Nela estavam assegurados direitos como salário mínimo, jornada de trabalho de 8 horas, repouso semanal, férias remuneradas a assistência médica e sanitária. E finalmente em 1943 foi promulgada a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). O ambiente de laboral tem forte impacto no processo de saúde-doença dos trabalhadores, portanto é necessário tomar medidas de controle para que os colaboradores sejam expostos ao menor números de riscos possíveis, sejam ele de origem organizacional, física, química, biológica ou ergonômico. Organização Internacional Do Trabalho (OIT) A Organização Internacional do Trabalho (OIT ou ILO, do inglês International Labour Organization) é uma ramificação da Organização das Nações Unidas, especializada nas questões do trabalho, especialmente no que se refere ao cumprimento das normas (convenções e recomendações) internacionais. É a organização que promove os princípios fundamentais do direito do trabalho, e atua como um centro mundial de informações, estatísticas, pesquisas e estudos sobre trabalho. Fundada em 1919 como parte do Tratado de Versalhes, que pôs fim à Primeira Guerra Mundial, a Organização Internacional do Trabalho surgiu com o propósito de promover a justiça social, visto que o sentimento pós-guerra era carregado incertezas e injustiças. A missão da OIT é promover oportunidades para que homens e mulheres possam ter acesso a um trabalho decente e produtivo, em condições de liberdade, equidade, segurança e dignidade. Para a OIT, o trabalho decente é condição fundamental para a superação da pobreza, a redução das desigualdades sociais, a garantia da governabilidade democrática e o desenvolvimento sustentável. 7 A OIT possui uma representação no Brasil desde a década de 1950, com programas e atividades que refletem os objetivos da Organização ao longo de sua história. Além da promoção permanente das normas internacionais do trabalho, do emprego, da melhoria das condições de trabalho e da ampliação da proteção social, a atuação da OIT no Brasil se caracteriza pelo apoio ao esforço nacional de promoção do trabalho decente , que envolve temas como o combate ao trabalho forçado, ao trabalho infantil e ao tráfico de pessoas, assim como a promoção do trabalho decente para jovens e migrantes e da igualdade de oportunidades e tratamento, entre outros Os principais fundamentos que norteiam a política da OIT são: a. Paz universal e permanente baseada na justiça social. b. Entendimento da sociedade industrial como fonte de fortes conquista sociais. c. A busca pela melhoria continua das condições de trabalho no mundo. Os objetivos estratégicos são: a. Garantir o respeito às normas internacionais do trabalho, através de supervisão e aplicação de medidas cabíveis. b. Promover qualidade em todos níveis de emprego, promovendo liberdade e dignidade. c. Estabelecer a proteção social. d. Fortalecer a relação entre empregador, empregado e governo. Figura 2: Logo da OIT 8 Tripartimos e Diálogo Social A OIT busca atender as necessidades das trabalhadoras e trabalhadores reunindo governos, organizações de empregadores e sindicatos para estabelecer normas de trabalho, desenvolver políticas e elaborar programas. Aprópria estrutura da OIT, na qual trabalhadores e empregadores têm voz igual junto aos governos em suas deliberações, mostra o diálogo social em ação. Portanto o OIT trata-se de uma organização tripartite. Essa estrutura garante que as opiniões dos parceiros sociais sejam cuidadosamente refletidas nas normas, políticas e programas de trabalho da OIT. Principais Organismos A OIT realiza o seu trabalho através de três organismos principais, compostos por representantes de governos, empregadores e trabalhadores: A Conferência Internacional do Trabalho define as normas internacionais do trabalho e as políticas gerais da OIT. Seu encontro acontece todos os anos em Genebra. O Conselho de Administração é o conselho executivo da OIT. Ele se reúne três vezes por ano em Genebra e toma decisões sobre as políticas da OIT, além de estabelece o programa e o orçamento que são submetidos à Conferência para adoção. O Escritório Internacional do Trabalho é o secretariado permanente da OIT. Trata-se do ponto focal para todas as atividades gerais da OIT, preparadas sob o escrutínio do Conselho de Administração e sob a liderança do Diretor-Geral. O trabalho do Conselho de Administração e do Escritório é apoiado por comitês tripartites que cobrem grandes indústrias, além de comitês de especialistas em assuntos como treinamento profissional, desenvolvimento de gestão, segurança e saúde no trabalho, relações industriais, educação dos trabalhadores e 9 problemas especiais de mulheres e jovens trabalhadores. Sistema De Controle Normativo As normas internacionais de trabalho são apoiadas por um sistema de controle que é único no nível internacional e que ajuda a assegurar que os países implementem as convenções que ratificam. A OIT examina regularmente a aplicação de normas nos Estados membros e aponta as áreas onde elas poderiam ser melhor aplicadas. Se houver algum problema na aplicação das normas, a OIT procura ajudar os países através do diálogo social e da assistência técnica. A OIT desenvolveu diversos meios para supervisionar a aplicação das Convenções e Recomendações na lei e na prática, a partir de sua aprovação pela Conferência Internacional do Trabalho e ratificação pelos países. Ordenamento Jurídico Ordenamento jurídico é um sistema que define uma ordem hierárquica em todo conjunto que se relaciona com o direito e a justiça de um país. Tem por objetivo trazer harmonia e ordem para uma sociedade. O ordenamento jurídico brasileiro tem a seguinte sequência, em ordem de superioridade: 1. Normas Constitucionais: Regras e princípios que podem ser encontradas no texto da Constituição Brasileira de 1988. São normas que o legislador constituinte elegeu como constitucional, com o propósito de estruturar, organizar e reger o funcionamento do estado. Limitando sua atuação por meio de direitos e garantias. Tais normas se dividem em: Originárias: Promulgadas pelo próprio poder constituinte, ou seja, promulgada na criação da constituição. Derivadas: Mudanças no texto constitucional, como por exemplos as emendas constitucionais. 2. Leis complementares: Estas leis tem como propósito complementar e explicar algum texto da constituição. Sendo assim as leis complementares regulamentam o conteúdo das normas previstas pela Constituição 10 Federal. Para que uma lei dessa seja aprovada é necessário maioria absoluto de votos na Câmara de Deputados e no Senado Federal. As leis complementares podem ser propostas pelo presidente da República, por deputados, senadores, comissões da Câmara, do Senado e do Congresso, bem como pelo Supremo Tribunal Federal (STF), tribunais superiores, procurador-geral da República e por cidadãos comuns. 3. Leis ordinárias: Regulam as demandas não foram contidas por leis complementares, abrange os temas gerais da sociedade. São as leis mais comuns elaboradas pelo poder Legislativo, exigindo maioria simples de voto Câmara de Deputados e no Senado Federal. O presidente tem o poder de sanciona-las, veta-las ou veta-las parcialmente. 4. Leis delegadas: Ato normativo elaborado pelo Presidente da Republica e encaminhado ao Congresso Nacional para especificação de seus conteúdos. 5. Medidas Provisórias: Ato unipessoal do Presidente da República, com caráter imediato de lei, sem a participação do Poder Legislativo, que será chamada para discuti-la e aprova-la em momento posterior a promulgação. Utilizada em situações de relevância e urgência. 6. Decretos Legislativos: É um ato normativo de competência exclusiva do poder legislativo com eficácia análoga a uma lei. Regulamentam matérias de competência exclusiva do Congresso Nacional, elencadas, em sua maioria, no artigo 49 da Constituição Federal. Devem ser aprovadas tanto pelo Senado quanto pelo Congresso, e não tem participação do poder executivo, portanto o presidente não possui poder de veto. O decreto legislativo é promulgado somente pelo presidente do Senado Federal. 7. Resoluções: Atos administrativos normativos emitidos por autoridades superiores para disciplinar matérias de competência tanto do Congresso 11 Nacional e competência privativa da Câmara de Deputados e do Senado Federal. Se a resolução for do Congresso Nacional a aprovação é bicameral e a promulgação será feito pelo presidente do Congresso. Se for da Câmara de Deputados a promulgação será feita pelo presidente da Câmara de Deputados. E se for do Senado será feito pelo presidente do Senado. 8. Portarias: Ato administrativo emitido por qualquer autoridade pública, que contém instruções acerca da aplicação de leis ou regulamentos. Em um ordenamento jurídico é notável a presença de um sistema escalonado de normas seguindo uma dada hierarquia, na qual as normas inferiores devem estar em conformidade com as normas superiores. Figura 3: Hierarquia das leis Direito do Trabalho Direitos trabalhistas são uma conjuntura de normas jurídicas que regem sobre os trabalhadores e empregadores. Este conjunto está agrupado na Consolidação das Lei Trabalhistas (CLT) e amparada pela Constituição Federal e em diversos dispositivos jurídicos. A Constituição Federal em seu artigo 7 estabelece diversos direitos trabalhistas dos quais destacamos: 12 II - Seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário; IV - Salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender às suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim; V - Piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho; VI - Irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo; VIII - Décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da aposentadoria; IX - Remuneração do trabalho noturno superior à do diurno; XI - Participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração, e, excepcionalmente, participação na gestão da empresa, conforme definido em lei; XIII - Duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho; XIV - Jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento, salvo negociação coletiva; XV - Repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos; 13 XVII - Gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal; XVIII - Licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de cento e vinte dias; XIX - Licença-paternidade, nos termos fixados em lei;XXI - Aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de trinta dias, nos termos da lei; XXII - Redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança; XXIII - Adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei; XXIV - Aposentadoria; XXVI - Reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho; XXVIII - Seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa; XXX - Proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil; XXXI - Proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios de admissão do trabalhador portador de deficiência; 14 XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos; O Direito do trabalho é guiado por princípios que servem para fundamentar sua ordem jurídica, dos quais podemos destacar: 1. Principio de irrenunciabilidade dos direitos: Quaisquer renuncias executas ao direito trabalhista é imediatamente invalidada legalmente. 2. Principio da continuidade da relação de emprego: A relação de emprego deve sempre ser preservada no sentido de lhe garantir a mais longa duração possível. 3. Princípio da razão: Na relação entre empregado e empregador deve sempre prevalecer a razão. Não pode haver cobranças humanamente impossíveis de serem realizadas. 4. Principio da boa-fé: O que foi acordado entre os contratantes deve ser cumprido, e não deverá ser admitido quaisquer artificio em desfavor de uma das partes. 5. Princípio da primazia da realidade: Nos casos de discrepância entre o que está documentado e a verdade formal, deve sempre prevalecer a realidade dos fatos. 6. Princípio do Protetor: Divide-se em três regras básicas: 15 a. Regra da interpretação da norma: quando houver dúvidas a respeitos da interpretação das normas, o beneficiário deverá sempre ser o trabalhador; b. Regra do benefício da condição: o empregado deve exercer seu trabalho nas condições acordadas pelo empregador; c. Regra da continuidade da norma que mais favorecer o trabalhador. O trabalhador por sua vez deve cumprir seus deveres ao desempenhar seu papel na empresa. Tais deveres estão disposto no artigo 126º do código do trabalho, estes são: a. Apresentar-se no local de trabalho com assiduidade e pontualidade; b. trabalhar com zelo e diligência; c. respeitar e tratar com gentileza e retidão o empregador, os’ superiores hierárquicos e os colegas, entre outros; d. cumprir ordens e instruções do empregador e superior hierárquico, relativas à execução e disciplina do trabalho e segurança e saúde no trabalho; e. ser leal com o empregador, nomeadamente não negociando por conta própria ou alheia em concorrência com ele. O sigilo em relação aos métodos de trabalho ou negócio é outro ponto a cumprir; f. zelar pela conservação e boa utilização de bens relacionados com o trabalho; g. contribuir para o aumento da produtividade da empresa; 16 h. No caso de incumprimento dos deveres do trabalhador, o empregador pode exercer sobre si o seu poder disciplinar, aplicando diferentes tipos de sanções, de acordo com a gravidade da sua infração. Jornada de Trabalho No Brasil, todo trabalhador contratado com carteira assinada, ou seja, numa relação de emprego, tem a jornada de trabalho estipulada no contrato de trabalho. A lei exige que fique clara, por escrito, a duração do trabalho que esse profissional terá de cumprir diariamente. Duração da jornada de trabalho A Constituição da República, em seu artigo 7º, inciso XIII, inclui, entre os direitos dos trabalhadores, a “duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho”. O inciso XIV prevê a “jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento, salvo negociação coletiva”. Na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), o tema é tratado na Seção II, artigos 58 a 65. Algumas categorias cumprem jornada diferenciada por terem regulamentação própria. É o caso de bancários (seis horas diárias ou 30 horas semanais), jornalistas (cinco horas diárias ou 30 horas semanais), médicos (quatro horas diárias), aeronautas (devido às peculiaridades da atividade, a jornada pode chegar a 20 horas), radiologistas (24 horas semanais) e advogados (quatro horas diárias ou 20 horas semanais), entre outros. Controle da jornada O controle convencional do tempo de trabalho prestado é feito por meio do ponto. De acordo com o artigo 74, parágrafo 2º, da CLT, "para os estabelecimentos de mais de dez trabalhadores será obrigatória a anotação da hora de entrada e de saída, em registro manual, mecânico ou eletrônico, conforme instruções a serem expedidas pelo Ministério do Trabalho". E, de acordo com a jurisprudência do 17 TST (Súmula 338), a prova a respeito da jornada deve ser feita pelo empregador. A não apresentação injustificada dos controles de frequência gera presunção relativa de veracidade da jornada de trabalho alegada pelo empregado. Intervalos O chamado intervalo intrajornada, período destinado ao repouso e à alimentação, não é computado na jornada de trabalho. De acordo com o artigo 71 da CLT, quem trabalha mais de seis horas tem direito a um intervalo mínimo de uma hora. Se a jornada é inferior a seis horas, o intervalo é de no mínimo 15 minutos. Quando o período de descanso é descumprido, o empregador fica obrigado a remunerar o período correspondente como se fosse horas extras, ou seja, com acréscimo de no mínimo 50% sobre o valor da remuneração da hora normal de trabalho. O intervalo de uma hora pode ser reduzido em situações especiais relacionadas ao fornecimento de refeições em espaço adequado para 30 minutos, mediante autorização do Ministério Público do Trabalho. A Reforma Trabalhista (Lei 13.467/2017) passou a admitir a redução para 30 minutos, desde que haja previsão em convenção ou acordo coletivo de trabalho. Férias O trabalhador adquire direito a férias após cada período de 12 meses (período aquisitivo) de vigência do contrato de trabalho, ou seja, conta-se o ano contratual, e não o ano civil (CLT, artigo 130). Algumas circunstâncias interrompem essa contagem, como a do empregado que deixa o emprego e não é readmitido em 60 dias ou que permanece em licença remunerada por mais de 30 dias. Outras hipóteses estão previstas na lei (CLT, artigos 131 e 132). Concessão Após o primeiro ano de trabalho (período aquisitivo), inicia-se a contagem do período de concessão das férias (período concessivo). A escolha do período depende da concordância do empregador, que pode definir as escalas de férias. 18 A lei prevê duas exceções. Os membros de uma família que trabalharem no mesmo estabelecimento ou empresa terão direito a gozar férias no mesmo período, se assim o desejarem e se disto não resultar prejuízo para o serviço. A outra hipótese é a do empregado estudante menor de 18 anos, que tem o direito de fazer coincidir suas férias com as escolares. Início É vedado o início das férias nos dois dias que antecederem feriado ou dia de repouso semanal remunerado. O início das férias deve ser comunicado ao empregado com antecedência mínima de 30 dias, por escrito e mediante recibo, com apresentação da carteira de trabalho para a anotação dos períodos aquisitivos e concessivos. Essa anotação gera presunção relativa de veracidade em proveito do empregador,conforme o artigo 40, inciso I, da CLT e a Súmula 12 do TST. Fracionamento Até 2017, a CLT exigia que as férias fossem usufruídas num só período de 30 dias. A partir da entrada em vigor da Reforma Trabalhista (Lei 13.467/2017), desde que haja concordância do empregado, as férias podem ser fracionadas em até três períodos, desde que um deles não seja ser inferior a 14 dias corridos e os demais não sejam inferiores a cinco dias corridos cada um (artigo 134, parágrafo 1º da CLT). Faltas As faltas ao serviço podem ter impacto no direito de férias. De acordo com o artigo 130 da CLT, o empregado terá direito a férias na seguinte proporção: 30 dias corridos, quando não houver faltado ao serviço mais de cinco vezes; 24 dias corridos, quando houver tido de seis a 14 faltas; 18 dias corridos, quando houver tido de 15 a 23 faltas; 12 dias corridos, quando houver tido de 24 a 32 faltas. Não é considerada falta ao serviço a licença compulsória por motivo de maternidade ou aborto, por motivo de acidente do trabalho ou de enfermidade atestada pelo INSS, a ausência justificada pela empresa, durante suspensão preventiva para responder a inquérito administrativo ou de prisão preventiva, quando o réu não for submetido ao júri ou absolvido. http://www3.tst.jus.br/jurisprudencia/Sumulas_com_indice/Sumulas_Ind_1_50.html#SUM-12 http://www3.tst.jus.br/jurisprudencia/Sumulas_com_indice/Sumulas_Ind_1_50.html#SUM-12 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13467.htm#art1 19 Trabalho durante as férias Durante as férias, o empregado não poderá prestar serviços a outro empregador, salvo se estiver obrigado a fazê-lo em virtude de contrato de trabalho regular (no caso de dois empregos) Remuneração A Constituição da República assegura o gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal. Mas como ocorre o cálculo dessa remuneração? De acordo com o artigo 142 da CLT, depende de qual é a base utilizada para o cálculo do salário. Quando este for pago por hora com jornadas variáveis, deve- se apurar a média do período aquisitivo. Quando for pago por tarefa, a base será a média da produção no período aquisitivo. Quando o salário for pago por percentagem, comissão ou viagem, o cálculo leva em conta a média recebida nos 12 meses anteriores à concessão das férias. Também se computa, para a remuneração das férias, os adicionais por trabalho extraordinário, noturno, insalubre ou perigoso. Férias não concedidas O artigo 137 da CLT prevê um conjunto de sanções ao empregador que não concede ou atrasa a concessão ou a remuneração das férias de seus empregados. Caso sejam concedidas após o fim do período concessivo, as férias serão remuneradas em dobro. De acordo com a Súmula 81 do TST, se apenas parte das férias forem gozadas após o período concessivo, remuneram- se esses dias excedentes em dobro. No caso de não concessão, o empregado pode ajuizar reclamação trabalhista para que Justiça do Trabalho fixe o período de férias, sob pena de multa diária. Há, ainda, previsão de multa administrativa. Fim do contrato Ao fim do contrato, as férias adquiridas e não usufruídas devem ser indenizadas. No caso de empregados com menos de um ano de contrato, a lei assegura http://www3.tst.jus.br/jurisprudencia/Sumulas_com_indice/Sumulas_Ind_51_100.html#SUM-81 20 indenização proporcional ao tempo de serviço prestado se a dispensa for sem justa causa ou quando o contrato por tempo determinado chegar ao fim. Os empregados com mais de um ano de contrato também têm direito a férias proporcionais, desde que a demissão não seja por justa causa (Súmula 171 do TST). Contrato De Trabalho Relação de Trabalho X Relação de Emprego A relação de trabalho é aquela que compreende qualquer entrega de serviço prestado por pessoa física, mediante ou não pagamento. Como exemplos podemos citar o trabalho autônomo, voluntária avulso, eventual, institucional estagiário, emprego etc. A relação de emprego é a mais branda dentre as relações de trabalho, e para que exista é necessário que se cumpra 5 requisitos, são eles: 1. Pessoa física: A situação de empregado é exclusivamente de pessoa física. Portanto não existe empregado como pessoa juridica. 2. Pessoalidade: O empregado sujeito do contrato não pode ser substituído por outro empregado. Portanto deve executar o trabalho pessoalmente 3. Não eventualidade: O serviço prestado dever obedecer a uma certa habitualidade de forma continua e permanente, na qual o empregado pertença a cadeia produtiva da empresa. 4. Subordinação: O empregado enquanto funcionário é subordinado ao empregador. É permitido ao empregador penalizar o empregado caso descumpra suas ordens. 5. Onerosidade: O salário é um direito do empregado Contrato de trabalho é um acordo feito de forma tácita, verbalmente ou por escrito entre o empregador e o empregado, cujo o conteúdo irá dispor da relação de emprego. Sendo assim o empregado se compromete a prestar serviços pessoalmente, com habitualidade e sob subordinação do empregador, mediante pagamento. http://www3.tst.jus.br/jurisprudencia/Sumulas_com_indice/Sumulas_Ind_151_200.html#SUM-171 21 Características do Contrato de Trabalho Direito Privado: O empregado e o empregador são livres para dispor sobre o conteúdo do contrato de trabalho, sempre respeitas as leis vigentes. Informal: O contrato de trabalho é informal, podendo ser tácito ou verbal. Bilateral: Atribui direitos e deveres tanto para o empregado, quanto para o empregador. Pessoalidade: O empregado deve prestar seus serviços pessoalmente. Consensual: O contrato de trabalho dever ser expresso em livre vontade de ambas as partes. Comutativo: As obrigações devem ser expressas desde o inicio da contratação Sinalagmático: Envolve reciprocidade entre as partes do contrato, e cada uma delas deve executar sua função. Trato sucessivo: Perdura-se no tempo, ainda que seja por prazo determinado. Sendo assim não possui caráter instantâneo. Oneroso: Os serviços prestados pelo empregado dever gerar salário. Tipos de Contrato de Trabalho Contrato tácito: É aquele em que há uma sucessão de serviços prestados do empregado ao empregador. E o empregador não se opõe à tal prestação de serviços. Desta forma, mesmo que não exista nenhum contrato verbal ou escrito, há um contrato de trabalho tácito. Contrato expresso: Pode ser verbal ou escrito, e deve conter as disposições acerca do trabalho. Contrato escrito: É o contrato feita de forma escrita. Deve conter o nome, a qualificação, o objeto do contrato, os direitos e obrigações de cada parte, mediante assinatura de ambas as partes. 22 Contrato Verbal: Este contrato é feito de forma verbal, entre o empregado e o empregador. Contrato por Prazo Indeterminado: É o contrato de trabalho comum que não existe período pré-definido para termino. Contrato por Prazo Determinado: É o contrato de trabalho que é estipulado o inicio e o fim das prestações de serviço. Contrato Intermitente: Neste contrato a prestação de serviços não é continua, ou seja, ocorre com alternância de período prestados e inatividade. Alteração e Extinção do Contrato de Trabalho A alteração do contrato de trabalho só terá validade se for realizada de mútuo consentimento entre empregado e empregador, desde que não imponha prejuízos financeiro ou moral ao empregado. Dentre as alterações podemos destacar: a. Objetivas: Referentes às cláusulas de contrato como por exemplo mudança de local de prestação de serviço, função, remuneração entre outras. b. Subjetivas: Diz as alterações entre os sujeitos do contrato de trabalho. Como por exemplo a mudanças de empregadores, no caso de uma empresa mudar de dono. A extinção do contrato de trabalho consiste no término do contrato de trabalho e pode ocorrer do várias formas: a. Por iniciativado empregador, sem justa causa. É dispensa do empregado sem qualquer razão. Nessas circunstâncias, o empregado tem direito ao aviso prévio, férias vencidas, acrescidas de 1/3, férias proporcionais, décimo terceiro salário proporcional, saldo de salário, além de multa de 40% sobre o FGTS, que é a penalidade para a dispensa imotivada. Tem direito também de sacar os depósitos do FGTS. O empregador ainda tem que emitir os documentos 23 necessários para que o trabalhador possa se habilitar ao recebimento do Seguro-Desemprego. b. Por inciativa do empregado, que sem qualquer motivo pede para que o contrato seja rescindido. Quando pede demissão, o trabalhador perde o direito ao aviso prévio (salvo se trabalhado), não tem direito à indenização de 40% sobre os depósitos no FGTS, nem pode sacá-lo. Também não lhe são entregues as guias para saque do Seguro- Desemprego e, ainda, deixa de incidir a proteção das garantias de emprego. c. Por mútuo consentimento, quando ambas as partes do contrato entram em acordo para rescindir o contrato de trabalho. Neste caso as verbas devidas são o pagãmente da metade do aviso prévio (se indenizado) e metade da indenização do fundo de garantia (20%). E a integralidade das demais verbas. E não terá direito a seguro desemprego. d. Por iniciativa do empregador por justa causa. Neste caso a demissão é feita mediante a uma falta grave cometida pelo empregado. Estas faltas estão listadas CLT no artigo 482. A demissão por justa causa deve ser motivada. Neste tipo de rescisão o empregado perde todos benefícios trabalhistas. Terá direito apenas à saldo salário, proporcional do décimo terceiro salário e férias. Uma Breve Contextualização Acerca Das Normas Regulamentadoras Como surgiram as Normas Regulamentadoras? Quando foram emitidas? Quem as promulgou? Onde se encaixam no Ordenamento Jurídico? Entender o contexto histórico e como foram criadas tais normas servem de base para o agir competente de qualquer profissional da área de saúde e segurança do trabalho. Conhecer a história é construir identidade e ajuda entender a função social do profissional da área. A fase embrionária dos direitos trabalhistas no Brasil teve início com a abolição da escravidão em 1888. A regulamentação de trabalho para menores de idade 24 foi umas das primeiras inciativas tomados pelo governo já em 1891. Em seguida foi a vez de leis que regulasse os sindicatos de cada profissão, que por sua vez tinha o papel de representar os trabalhadores específicos e zelar pelos direitos dos mesmos. A primeira tentativa de sancionar um Código do Trabalho no Brasil foi em 1917 e surgiu pelas mãos do deputado Maurício de Lacerda. O código foi elaborado pela Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados e dispunha de assuntos como do contrato de trabalho; do dia de trabalho; dos acidentes do trabalho; disposições gerais. No ano seguinte foi criado o Departamento Nacional do Trabalho como o objetivo de planejar e fiscalizar a implantação de uma legislação socia-trabalhista no Brasil. Em 1923 surgia, no âmbito do então Ministério da Agricultura, Indústria e Comércio, o Conselho Nacional do Trabalho que era destinado à consulta dos poderes públicos em assuntos referentes à organização do trabalho e da previdência social. Com a ascensão ao poder por Getúlio Vargas em 1930, a Justiça do Trabalho e a proteção dos direitos dos trabalhadores ganharam destaque. Em 26 de novembro daquele ano, por meio do Decreto nº 19.433, foi criado o Ministério do Trabalho com o objetivo de interferir sistematicamente no conflito entre capital e trabalho. Até então, no Brasil, as questões relativas ao mundo do trabalho eram tratadas pelo Ministério da Agricultura, sendo insuficiente para atender as demandas da classe trabalhadora. Em primeiro de maio de 1943 por meio do Decreto-Lei nº 5.452 foi criada a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), e sancionada também pelo presidente Getúlio Vargas. A CLT unificou toda legislação trabalhista existente no Brasil inserindo de forma concreta os diretos trabalhistas nas legislação nacional. 25 Figura 4: CLT Em 1977 o Congresso Nacional decretou e o Presidente da República sancionou a lei nº 6.514 estabeleceu a redação dos art. 154 a 201 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), relativas à segurança e medicina do trabalho. Esta lei foi um marco na saúde e segurança dos trabalhadores no Brasil pois instituía a obrigatoriedade do atendimento aos itens de Segurança e Medicina do Trabalho. O artigo 200 da lei nº 6.514 criado na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) estabelecia que o Ministério do Trabalho deveria dispor normas complementares relativas à segurança e medicina do trabalho. E desta forma em 08 de junho de 1978, o Ministério do Trabalho aprovou a Portaria nº 3.214, que regulamentou as Normas Regulamentadoras (NRs) pertinentes a Segurança e Medicina do Trabalho. Estas normas são atualizadas afim de atender as demandas da sociedade e são validas até hoje, são elas: NR 1 – Disposições Gerais O objetivo desta Norma é estabelecer as disposições gerais, o campo de aplicação, os termos e as definições comuns às Normas Regulamentadoras relativas à segurança e saúde no trabalho. NR 2 – (REVOGADA) NR 3 – Embargo ou Interdição 26 Embargo e interdição são medidas de urgência, adotadas a partir da constatação de situação de trabalho que caracterize risco grave e iminente ao trabalhador. Considera-se grave e iminente risco toda condição ou situação de trabalho que possa causar acidente ou doença relacionada ao trabalho com lesão grave à integridade física do trabalhador. A interdição implica a paralisação total ou parcial do estabelecimento, setor de serviço, máquina ou equipamento. O embargo implica a paralisação total ou parcial da obra. Considera-se obra todo e qualquer serviço de engenharia de construção, montagem, instalação, manutenção ou reforma. NR 4 – Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho As empresas privadas e públicas, os órgãos públicos da administração direta e indireta e dos poderes Legislativo e Judiciário, que possuam empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, manterão, obrigatoriamente, Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho, com a finalidade de promover a saúde e proteger a integridade do trabalhador no local de trabalho. O dimensionamento dos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho vincula-se à gradação do risco da atividade principal e ao número total de empregados do estabelecimento, constantes dos Quadros I e II, anexos a esta NR, observadas as exceções previstas nesta NR. NR 5 – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes de Trabalho - CIPA, visa a proteção da saúde dos trabalhadores dentro do ambiente de trabalho. A CIPA é regulamentada pela CLT, nos artigos 162 a 165 e pela NR-5. Devem constituir CIPA, por estabelecimento, e mantê-la em regular funcionamento, as empresas privadas, públicas, sociedades de economia mista, órgãos da administração direta e indireta, instituições beneficentes, associações recreativas, cooperativas, bem como outras instituições que admitam trabalhadores como empregados. 27 . NR 6 – Equipamentos de Proteção Individual Estabelece a obrigatoriedade dos empregadores em fornecer equipamentos de proteção individual (EPI). A entrega dever ser registrada e todo equipamento deverá ter o CA (Certificado de Aprovação) do Ministério do Trabalho e Emprego. A utilização do EPI deverá ser feita de maneira e amenizar ou erradicar o risco. NR 7 – Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional Esta Norma Regulamentadora estabelece a obrigatoriedade de elaboração e implementação,por parte de todos os empregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados, do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO), com o objetivo de promoção e preservação da saúde do conjunto dos seus trabalhadores. Esta NR estabelece os parâmetros mínimos e diretrizes gerais a serem observados na execução do PCMSO, podendo os mesmos ser ampliados mediante negociação coletiva de trabalho. Caberá à empresa contratante de mão-de-obra prestadora de serviços informar a empresa contratada dos riscos existentes e auxiliar na elaboração e implementação do PCMSO nos locais de trabalho onde os serviços estão sendo prestados. NR 8 – Edificações Estabelece requisitos mínimos de segurança que devem ser executados nas edificações, para garantir segurança e conforto aos que nelas trabalhem. NR 9 – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais Estabelece a obrigatoriedade da elaboração e implementação, por parte de todos os empregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados, do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA, visando à preservação da saúde e da integridade dos trabalhadores, através da antecipação, reconhecimento, avaliação e consequente controle da ocorrência de riscos ambientais existentes ou que venham a existir no ambiente de trabalho, tendo em consideração a proteção do meio ambiente e dos recursos naturais. As ações do PPRA devem ser desenvolvidas no âmbito de cada estabelecimento 28 da empresa, sob a responsabilidade do empregador, com a participação dos trabalhadores, sendo sua abrangência e profundidade dependentes das características dos riscos e das necessidades de controle. NR 10 – Instalações e Serviços de Eletricidade Esta Norma Regulamentadora estabelece os requisitos e condições mínimas objetivando a implementação de medidas de controle e sistemas preventivos, de forma a garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores que, direta ou indiretamente, interajam em instalações elétricas e serviços com eletricidade. Esta NR se aplica às fases de geração, transmissão, distribuição e consumo, incluindo as etapas de projeto, construção, montagem, operação, manutenção das instalações elétricas e quaisquer trabalhos realizados nas suas proximidades, observando-se as normas técnicas oficiais estabelecidas pelos órgãos competentes e, na ausência ou omissão destas, as normas internacionais cabíveis. NR 11 – Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais Estabelece medidas de prevenção a operação de elevadores, guindastes, transportadores industriais e máquinas transportadoras. Trata da padronização dos procedimentos operacionais, e assim, busca garantir a segurança de todos os envolvidos na atividade. NR 12 – Máquinas e Equipamentos Esta Norma Regulamentadora e seus anexos definem referências técnicas, princípios fundamentais e medidas de proteção para garantir a saúde e a integridade física dos trabalhadores. Estabelece requisitos mínimos para a prevenção de acidentes e doenças do trabalho nas fases de projeto e de utilização de máquinas e equipamentos de todos os tipos, e ainda à sua fabricação, importação, comercialização, exposição e cessão a qualquer título, em todas as atividades econômicas. 29 NR 13 – Caldeiras e Vasos de Pressão Esta Norma Regulamentadora estabelece requisitos mínimos para gestão da integridade estrutural de caldeiras a vapor, vasos de pressão e suas tubulações de interligação nos aspectos relacionados à instalação, inspeção, operação e manutenção, visando à segurança e à saúde dos trabalhadores. O empregador é o responsável pela adoção das medidas determinadas nesta NR. NR 14 – Fornos Define os parâmetros e serem observados para à construção, manutenção e operação de fornos industriais nos ambientes de trabalho. NR 15 – Atividades e Operações Insalubres Com base na NR 15, o termo insalubridade é usado para definir o trabalho em um ambiente hostil à saúde. Tem direito ao adicional de insalubridade o trabalhador que exerce suas atividades em condições insalubres nos termos da NR 15. São consideradas atividades ou operações insalubres aquelas que, por sua natureza, condições ou métodos de trabalho, exponham os empregados a agentes nocivos à saúde, acima dos limites de tolerância fixados em razão da natureza e da intensidade do agente e o tempo de exposição aos seus efeitos. Os agentes causadores de insalubridade estão contidos nos anexos da NR 15, alguns exemplos de agentes insalubres são ruídos contínuo ou permanente; ruído de Impacto; tolerância para exposição ao calor; radiações ionizantes; agentes químicos e poeiras minerais. NR 16 – Atividades e Operações Perigosas O exercício de trabalho em condições de periculosidade assegura ao trabalhador a percepção de adicional de 30% (trinta por cento), incidente sobre o salário, sem os acréscimos resultantes de gratificações, prêmios ou participação nos lucros da empresa. O empregado poderá optar pelo adicional de Insalubridade que porventura lhe seja devido. É responsabilidade do empregador a caracterização ou a descaracterização da periculosidade, 30 mediante laudo técnico elaborado por Médico do Trabalho ou Engenheiro de Segurança do Trabalho, nos termos do artigo 195 da CLT. NR 17 – Ergonomia Esta Norma Regulamentadora visa a estabelecer parâmetros que permitam a adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente. As condições de trabalho incluem aspectos relacionados ao levantamento, transporte e descarga de materiais, ao mobiliário, aos equipamentos e às condições ambientais do posto de trabalho, e à própria organização do trabalho. Para avaliar a adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, cabe ao empregador realizar a análise ergonômica do trabalho, devendo a mesma abordar, no mínimo, as condições de trabalho, conforme estabelecido nesta Norma Regulamentadora. NR 18 – Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção Estabelece diretrizes de ordem administrativa, de planejamento e de organização, que objetivam a implementação de medidas de controle e sistemas preventivos de segurança nos processos, nas condições e no meio ambiente de trabalho na Indústria da Construção. Consideram-se atividades da Indústria da Construção as constantes do Quadro , Código da Atividade Específica, da NR 4 – Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho e as atividades e serviços de demolição, reparo, pintura, limpeza e manutenção de edifícios em geral, de qualquer número de pavimentos ou tipo de construção, inclusive manutenção de obras de urbanização e paisagismo. É vedado o ingresso ou a permanência de trabalhadores no canteiro de obras, sem que estejam assegurados pelas medidas previstas nesta NR e compatíveis com a fase da obra. A observância do estabelecido nesta NR não desobriga os empregadores do cumprimento das disposições relativas às condições e meio ambiente de trabalho, determinadas na legislação federal, estadual e/ou municipal, e em outras estabelecidas em negociações coletivas de trabalho. 31 NR 19 – Explosivos Determina parâmetros para o depósito, manuseio e armazenagem de explosivos. Objetivando regulamentar medidas de segurança para esse trabalho que é de alto risco. NR 20 – Segurança e Saúde no Trabalho com Inflamáveis e Combustíveis Estabelece requisitos mínimos para a gestão da segurança e saúde no trabalho contra os fatores de risco de acidentes provenientes das atividades de extração, produção, armazenamento, transferência, manuseio e manipulação de inflamáveis e líquidos combustíveis. NR 21 – Trabalho a céu aberto Estabelece medidas preventivas relacionadas com as atividadesa céu aberto, tais como, minas ao ar livre e pedreiras. NR 22 – Segurança e Saúde Ocupacional na Mineração Esta Norma Regulamentadora tem por objetivo disciplinar os preceitos a serem observados na organização e no ambiente de trabalho, de forma a tornar compatível o planejamento e o desenvolvimento da atividade mineira com a busca permanente da segurança e saúde dos trabalhadores NR 23 – Proteção contra Incêndios Estabelece medidas de proteção contra incêndios nos espaços de trabalho visando a preservação da saúde dos trabalhadores. Obriga as empresas a terem: a) proteção contra incêndio; b) saídas suficientes para a rápida retirada do pessoal em serviço, em caso de incêndio; c) equipamento suficiente para combater o fogo em seu início; 32 d) pessoas adestradas no uso correto desses equipamentos. NR 24 – Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais do Trabalho Esta norma estabelece as condições mínimas de higiene e de conforto a serem observadas pelas organizações, devendo o dimensionamento de todas as instalações regulamentadas por esta NR ter como base o número de trabalhadores usuários do turno com maior contingente. Para efeitos desta NR, trabalhadores usuários, doravante denominados trabalhador, é o conjunto de todos os trabalhadores no estabelecimento que efetivamente utilizem de forma habitual as instalações regulamentadas nesta NR. NR 25 – Resíduos Industriais Esta norma entende como resíduos industriais aqueles provenientes dos processos industriais, na forma sólida, líquida ou gasosa ou combinação dessas, e que por suas características físicas, químicas ou microbiológicas não se assemelham aos resíduos domésticos, como cinzas, lodos, óleos, materiais alcalinos ou ácidos, escórias, poeiras, borras, substâncias lixiviadas e aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como demais efluentes líquidos e emissões gasosas contaminantes atmosféricos. A empresa deve buscar a redução da geração de resíduos por meio da adoção das melhores práticas tecnológicas e organizacionais disponíveis. Os resíduos industriais devem ter destino adequado sendo proibido o lançamento ou a liberação no ambiente de trabalho de quaisquer contaminantes que possam comprometer a segurança e saúde dos trabalhadores. NR 26 – Sinalização de Segurança Devem ser adotadas cores para segurança em estabelecimentos ou locais de trabalho, a fim de indicar e advertir acerca dos riscos existentes. As cores são utilizadas nos locais de trabalho para identificar os equipamentos de segurança, delimitar áreas, identificar tubulações empregadas para a condução de líquidos e gases e advertir contra riscos. Devem atender ao disposto nas normas técnicas oficiais. A utilização de cores não dispensa o emprego de outras formas de 33 prevenção de acidentes. O uso de cores deve ser o mais reduzido possível, a fim de não ocasionar distração, confusão e fadiga ao trabalhador. NR 27 – Registro Profissional do Técnico de Segurança (REVOGADA) NR 28 – Fiscalização e penalidades Estabelece as medidas a serem adotados pela fiscalização trabalhista de segurança e medicina do trabalho, tanto no que diz respeito a concessão de prazos às empresas para a correção de irregularidades técnicas, como também, no que concerne ao procedimento de autuação por infração as Normas Regulamentadoras de Segurança e Medicina do trabalho. NR 29 – Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho Portuário O objetivo desta norma é dispor sobre a proteção obrigatória contra acidentes e doenças profissionais, facilitar os primeiros socorros a acidentados e alcançar as melhores condições possíveis de segurança e saúde aos trabalhadores portuários. As disposições contidas nesta NR aplicam-se aos trabalhadores portuários em operações tanto a bordo como em terra, assim como aos demais trabalhadores que exerçam atividades nos portos organizados e instalações portuárias de uso privativo e retro portuárias, situadas dentro ou fora da área do porto organizado NR 30 – Segurança e Saúde no Trabalho Aquaviário Esta norma regulamentadora tem como objetivo a proteção e a regulamentação das condições de segurança e saúde dos trabalhadores aquaviários. Para outras categorias de trabalhadores que realizem trabalhos a bordo de embarcações a regulamentação das condições de segurança e saúde dos trabalhadores se dará na forma especificada nos Anexos a esta norma. Esta norma aplica-se aos trabalhadores das embarcações comerciais, de bandeira nacional, bem como às de bandeiras estrangeiras, no limite do disposto na Convenção da OIT n.º 147 - Normas Mínimas para Marinha Mercante, utilizadas no transporte de 34 mercadorias ou de passageiros, inclusive naquelas embarcações utilizadas na prestação de serviços. NR 31 – Segurança e saúde no Trabalho na agricultura, pecuária, silvicultura, exploração florestal a aquicultura Esta Norma Regulamentadora tem por objetivo estabelecer os preceitos a serem observados na organização e no ambiente de trabalho, de forma a tornar compatível o planejamento e o desenvolvimento das atividades da agricultura, pecuária, silvicultura, exploração florestal e aquicultura com a segurança e saúde e meio ambiente do trabalho. Esta Norma Regulamentadora se aplica a quaisquer atividades da agricultura, pecuária, silvicultura, exploração florestal e aquicultura, verificadas as formas de relações de trabalho e emprego e o local das atividades. Esta Norma Regulamentadora também se aplica às atividades de exploração industrial desenvolvidas em estabelecimentos agrários. NR 32 – Segurança e saúde no trabalho em serviços de saúde Esta Norma Regulamentadora – NR tem por finalidade estabelecer as diretrizes básicas para a implementação de medidas de proteção à segurança e à saúde dos trabalhadores dos serviços de saúde, bem como daqueles que exercem atividades de promoção e assistência à saúde em geral. Para fins de aplicação desta NR entende-se por serviços de saúde qualquer edificação destinada à prestação de assistência à saúde da população, e todas as ações de promoção, recuperação, assistência, pesquisa e ensino em saúde em qualquer nível de complexidade. NR 33 – Segurança e saúde nos trabalhos em espaços confinados Esta Norma tem como objetivo estabelecer os requisitos mínimos para identificação de espaços confinados e o reconhecimento, avaliação, monitoramento e controle dos riscos existentes, de forma a garantir permanentemente a segurança e saúde dos trabalhadores que interagem direta ou indiretamente nestes espaços. Espaço Confinado é qualquer área ou ambiente não projetado para ocupação humana contínua, que possua meios limitados de entrada e saída, cuja ventilação existente é insuficiente para 35 remover contaminantes ou onde possa existir a deficiência ou enriquecimento de oxigênio. NR 34 – Condições e meio ambiente de trabalho na indústria da construção e reparação naval Esta Norma Regulamentadora estabelece os requisitos mínimos e as medidas de proteção à segurança, à saúde e ao meio ambiente de trabalho nas atividades da indústria de construção, reparação e desmonte naval. Consideram-se atividades da indústria da construção e reparação naval todas aquelas desenvolvidas no âmbito das instalações empregadas para este fim ou nas próprias embarcações e estruturas, tais como navios, barcos, lanchas, plataformas fixas ou flutuantes, dentre outras. A observância do estabelecido nesta NR não desobriga os empregadores do cumprimento das disposições contidas nas demais. NR 35 – Trabalho em Altura Esta Norma estabelece os requisitos mínimos e as medidas de proteção para o trabalho em altura, envolvendo o planejamento, a organização e a execução, de forma a garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores envolvidos direta ou indiretamente com esta atividade. Considera-setrabalho em altura toda atividade executada acima de 2,00 m (dois metros) do nível inferior, onde haja risco de queda. Esta norma se complementa com as normas técnicas oficiais estabelecidas pelos Órgãos competentes e, na ausência ou omissão dessas, com as normas internacionais aplicáveis. NR 36 – Segurança e Saúde no Trabalho em Empresas de Abate e Processamento de Carnes e Derivados O objetivo desta Norma é estabelecer os requisitos mínimos para a avaliação, controle e monitoramento dos riscos existentes nas atividades desenvolvidas na indústria de abate e processamento de carnes e derivados destinados ao consumo humano, de forma a garantir permanentemente a segurança, a saúde e a qualidade de vida no trabalho, sem prejuízo da observância do disposto nas demais Normas Regulamentadoras. 36 NR 37 – Segurança e Saúde em Plataformas de Petróleo Estabelecer requisitos mínimos de segurança, saúde e condições de vivência no trabalho a bordo de plataformas de petróleo. Órgãos De Competência Trabalhista. Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) O Ministério do Trabalho e Emprego é o órgão da administração pública federal responsável pelas questões trabalhistas no país. A sua principal função é garantir a estabilidade e o equilíbrio nos contratos de trabalho, conciliando interesses de empregado, empregadores e sindicatos. Compete ao MTE a garantia da saúde e segurança dos trabalhadores, a fiscalização do trabalho e aplicação das penalidades previstas cabíveis nas leis. A rede de atendimento do Ministério do Trabalho é composta por diversos canais de acesso disponibilizados à população como unidades de atendimento. Superintendências Regionais do Trabalho e Emprego (SRTE), Gerências Regionais do Trabalho e Emprego (GRTE) e Agências Regionais - São unidades de atendimento nos estados responsáveis pela execução, supervisão e monitoramento de ações relacionadas a políticas públicas de Trabalho e Emprego nos estados. Além do fomento ao trabalho, emprego e renda, execução do Sistema Público de Emprego, fiscalização do trabalho, mediação e arbitragem em negociação coletiva, um dos principais objetivos é a orientação e apoio ao cidadão. Agências do Sistema Nacional do Emprego (Sine) - As agências do Sine conectam as empresas aos trabalhadores em busca de empregos. São ações do Sine a intermediação de mão-de-obra; habilitação ao seguro-desemprego; qualificação Social e Profissional; orientação profissional; entre outros. Unidade Móvel do Trabalhador (UMT) – A UMT não é uma unidade de atendimento e sim um serviço criado para facilitar a vida dos trabalhadores que moram em cidades que não dispõem de um posto de atendimento do trabalho. 37 São veículos que se deslocam para onde o cidadão está, evitando que este seja obrigado a percorrer longos trechos de um município a outro. O principal serviço oferecido pelas vans, equipadas com balcão, cadeira, mesa e computador com acesso à internet, é a emissão de Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS), entretanto, os veículos estão equipados a prestar outros tipos de serviços, como atendimento sobre Seguro-Desemprego. Justiça Do Trabalho A organização Judiciária Trabalhista está prevista nos art. 111 a 116 da Constituição Federal, sendo composta hierarquicamente pelos seguintes órgãos: Figura 5: Hierarquia da Justiça do Trabalho Em cada instância da Justiça do Trabalho será proferida uma sentença judicial de acordo com a análise das provas efetuadas pelas partes no processo. A 38 sentença poderá ou não (dependerá se uma das partes irá entrar ou não com recurso) ser alvo de recurso para a instância superior. Vara do Trabalho É a primeira instância das ações de competência da Justiça do Trabalho, sendo competente para julgar conflitos individuais surgidos nas relações de trabalho. Tais controvérsias chegam à Vara na forma de Reclamação Trabalhista. A Vara é composta por um Juiz do Trabalho titular e um Juiz do Trabalho substituto. Tribunais Regionais do Trabalho Os Tribunais Regionais do Trabalho são divididos no Brasil em 25 regiões e estão aptos a exercer a segunda instância laboral, revisando as decisões emanadas das Varas do Trabalho. Tribunal Superior do Trabalho É a instância mais elevada de julgamento para temas envolvendo o direito do trabalho no Brasil. O tribunal está composto por 27 juízes com título de Ministro, todos nomeados pelo Presidente da República, após aprovação do Senado Federal. Todos devem ser brasileiros, entre 35 e 65 anos de idade e cumprir os demais requisitos da legislação para investidura em cargos públicos. Ministério Público do Trabalho O Ministério Público do Trabalho (MPT) tem como atribuição fiscalizar o cumprimento da legislação trabalhista quando houver interesse público, procurando regularizar e mediar as relações entre empregados e empregadores. Cabe ao MPT promover a ação civil pública no âmbito da Justiça do Trabalho para defesa de interesses coletivos, quando desrespeitados direitos sociais constitucionalmente garantidos aos trabalhadores. Também pode manifestar-se em qualquer fase do processo trabalhista, quando entender existente interesse público que justifique. O MPT pode ser árbitro ou mediador em dissídios coletivos e pode fiscalizar o direito de greve nas atividades essenciais. ABNT ABNT é o órgão responsável pela normalização técnica no Brasil, fornecendo insumos ao desenvolvimento tecnológico brasileiro. Esta organização emite 39 normas relacionadas a melhoria das condições de saúde e segurança dos trabalhadores como exemplo a NBR 18801 de Sistema de Gestão de Saúde e Segurança no Trabalho (SST) com o propósito de auxiliar no gerenciamento pela redução de acidentes e doenças ocupacionais. Temos também NBRs que ditam diretrizes acerca de procedimento de análise de riscos, como por exemplo as NBRs que trazem as conformidades para a iluminância. FUNDACENTRO A Coordenação de Higiene do Trabalho da Fundacentro deu início, na década de 1980, à publicação de uma série de normas técnicas denominadas anteriormente Normas de Higiene do Trabalho (NHT). Naquela época não foi elaborada NHT para o agente vibrações. Diante das transformações tecnológicas e da necessidade de atualização dos procedimentos de identificação, avaliação e controle da exposição dos trabalhadores aos agentes ambientais, a revisão das NHT tornou-se imprescindível, bem como a necessidade de elaboração de normas para outros agentes. Visando à utilização de terminologia mais atual, a nova série de normas passou a ser intitulada Normas de Higiene Ocupacional (NHO). Em caso de normas nacionais não estabelecerem limites de tolerância, são utilizadas normas internacionais, portanto vamos conhecer algumas organizações internacionais de higiene ocupacional. ACGIH ACGIH é a sigla da American Conference of Governmental Industrial Hygienists ou Conferência Americana de Higienistas Industriais Governamentais. Trata-se de uma associação privada de profissionais de higiene ocupacional e outros relacionados, sediada nos Estados Unidos da América. Entre os seus principais objetivos está promover a proteção de trabalhadores expostos a fatores de riscos ambientais. Suas publicações são referências mundiais na análise de riscos físicos, químicos e biológicos. 40 A ACGIH, entre outros trabalhos, estuda e estabelece os limites de exposição ocupacional para substâncias químicas, agentes físicos e índices de exposição biológicos adotados internacionalmente. Esses limites, para cada tipo de fator de risco, são utilizados em vários países na elaboração de normas de segurança e de proteção à saúde O acompanhamento das publicações da ACGIH constituem uma das melhores maneiras de se manter atualizado na área de saúde e segurança do trabalho e higiene ocupacional. Suas publicações sãotão importantes que as próprias Normas Regulamentadoras do Ministério do Trabalho e Emprego nelas se baseiam para construção de tabelas e definição de limites de exposição. NIOSH National Institute for Occupational Safety and Health ou NIOSH (Instituto Nacional de Segurança e Saúde Ocupacional) é a agência federal dos EUA responsável pela realização de pesquisas e produção de recomendações para a prevenção de lesões e doenças relacionada com o trabalho. O NIOSH faz parte do Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, Centers for Disease Control and Prevention), dentro do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos (Department of Health and Human Services). A NIOSH está sediada em Washington, D.C., com laboratórios de pesquisa e escritórios em Cincinnati, Ohio; Morgantown, West Virginia; Pittsburgh, Pensilvânia; Denver, Colorado; Anchorage, Alasca; Spokane, Washington; e em Atlanta, Geórgia. NIOSH é uma organização profissionalmente diversificada, com uma equipe de mais de 1.200 pessoas, representando uma ampla gama de disciplinas, incluindo a epidemiologia, a medicina, a higiene industrial, segurança, psicologia, engenharia, química e estatística. OSHA Occupational Safety and Health Administration (OSHA, Administração de Segurança e Saúde Ocupacional) dos Estados Unidos é uma agência do Departamento do Trabalho dos Estados Unidos. Ela foi criada pelo Congresso dos Estados Unidos sob o Ato de Segurança e Saúde Ocupacional (Occupational https://pt.wikipedia.org/wiki/Morgantown_(Virg%C3%ADnia_Ocidental) 41 Safety and Health Act), assinado pelo Presidente Richard M. Nixon, em 29 de dezembro de 1970. Sua missão é impedir acidentes do trabalho, doenças e acidentes mortais no trabalho através da emissão e aplicação de regras chamadas normas de segurança e saúde no trabalho. A agência é chefiada por um Vice-secretário Assistente do Trabalho. ISOs A Organização Internacional de Normalização ou Organização Internacional para Padronização é uma entidade que congrega os grémios de padronização/normalização de 162 países. Em 1946, em Londres, 65 autoridades de 25 países se reuniram para discutir meios de facilitar internacionalmente a coordenação e unificação de padrões industriais. Em 23 de fevereiro de 1947, a ISO inicia oficialmente suas atividades com 67 comitês técnicos, tendo mudado sua sede em 1949 para Genebra, na Suíça[2], onde permanece até hoje. A ISO aprova normas internacionais em um grande número de áreas de interesse econômico e técnico. O Brasil é membro desde a fundação oficial em 1947.[2] Portugal entrou na ISO em 1949. e-Social O Decreto nº 8373/2014 instituiu o Sistema de Escrituração Digital das Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas (eSocial). Por meio desse sistema, os empregadores passarão a comunicar ao Governo, de forma unificada, as informações relativas aos trabalhadores, como vínculos, contribuições previdenciárias, folha de pagamento, comunicações de acidente de trabalho, aviso prévio, escriturações fiscais e informações sobre o FGTS. A transmissão eletrônica desses dados simplificará a prestação das informações referentes às obrigações fiscais, previdenciárias e trabalhistas, de forma a reduzir a burocracia para as empresas. A prestação das informações ao eSocial https://pt.wikipedia.org/wiki/Organiza%C3%A7%C3%A3o_Internacional_de_Normaliza%C3%A7%C3%A3o#cite_note-:0-2 https://pt.wikipedia.org/wiki/Organiza%C3%A7%C3%A3o_Internacional_de_Normaliza%C3%A7%C3%A3o#cite_note-:0-2 42 substituirá o preenchimento e a entrega de formulários e declarações separados a cada ente. A implantação do eSocial viabilizará garantia aos diretos previdenciários e trabalhistas, racionalizará e simplificará o cumprimento de obrigações, eliminará a redundância nas informações prestadas pelas pessoas físicas e jurídicas, e aprimorará a qualidade das informações das relações de trabalho, previdenciárias e tributárias. A legislação prevê ainda tratamento diferenciado às micro e pequenas empresas. A obrigatoriedade de utilização desse sistema para os empregadores é estabelecida pela Secretaria Especial de Previdência e Trabalho, (ver Portaria do Ministério da Economia nº 300, de 13/06/2019 e Portaria da Secretaria Especia de Previdência e Trabalho nº 716, de 04/07/2019), conforme cronograma de implantação e transmissão das informações por esse canal. O projeto eSocial é uma ação conjunta dos seguintes órgãos e entidades do governo federal: Secretaria Especial de Previdência e Trabalho, que inclui a Secretaria de Previdência, Secretaria de Trabalho e o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS); Secretaria Especial da Receita Federal do Brasil; Secretaria Especial de Produtividade, Emprego e Competitividade; Secretaria Especial de Desburocratização, Gestão e Governo Digital, todos vinculados ao Ministério da Economia. eSocial Empresas - Principais dúvidas 1. O que é o eSocial Empresas? É um novo sistema de registro, elaborado pelo Governo Federal, para facilitar a administração de informações relativas aos trabalhadores. De forma padronizada e simplificada, o novo eSocial empresarial vai reduzir custos e tempo da área contábil das empresas na hora de executar 15 obrigações fiscais, previdenciárias e trabalhistas. Todas as informações coletadas pelas empresas vão compor um banco de dados único, administrado pelo Governo Federal, que abrangerá mais de 40 43 milhões de trabalhadores e contará com a participação de mais de 8 milhões de empresas, além de 80 mil escritórios de contabilidade. 2. Como vai funcionar, na prática, o sistema? Na prática, as empresas terão que enviar periodicamente, em meio digital, as informações para a plataforma do eSocial. Todos esses dados, na verdade, já são registrados, atualmente, em algum meio, como papel e outras plataformas online. No entanto, com a entrada em operação do novo sistema, o caminho será único. Todos esses dados, obrigatoriamente, serão enviados ao Governo Federal, exclusivamente, por meio do eSocial Empresas. 3. Qual é o cronograma para a implantação do sistema? De acordo com a Resolução do Comitê Diretivo do eSocial nº 02/2016 publicada no dia 31/08/2016, no Diário Oficial da União, a implantação do sistema será realizada em duas etapas: a partir de 1º de janeiro de 2018, a obrigatoriedade de utilização do eSocial Empresas será para os empregadores e contribuintes com faturamento apurado, no ano de 2016, superior a R$ 78 milhões. Já a partir de 1º de julho de 2018, a obrigatoriedade será estendida aos demais empregadores e contribuintes, independentemente do valor de faturamento anual. 4. Quais são os sistemas de informação do Governo Federal que serão substituídos pelo eSocial Empresas? Por meio desse canal, os empregadores passarão a comunicar ao Governo, de forma unificada, 15 obrigações: GFIP - Guia de Recolhimento do FGTS e de Informações à Previdência Social CAGED - Cadastro Geral de Empregados e Desempregados para controlar as admissões e demissões de empregados sob o regime da CLT RAIS - Relação Anual de Informações Sociais. LRE - Livro de Registro de Empregados CAT - Comunicação de Acidente de Trabalho CD - Comunicação de Dispensa CTPS – Carteira de Trabalho e Previdência Social 44 PPP - Perfil Profissiográfico Previdenciário DIRF - Declaração do Imposto de Renda Retido na Fonte DCTF - Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais QHT – Quadro de Horário de Trabalho MANAD – Manual Normativo de Arquivos Digitais Folha de pagamento GRF – Guia de Recolhimento do FGTS GPS – Guia da Previdência Social 5. Quais são as vantagens para as empresas em utilizar o eSocial Empresas? Além de simplificar processos, o que gera ganho de produtividade, o eSocial passará a subsidiar a geração de guias
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