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RESUMO PROTEÇÃO PENAL AOS INTERESSES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

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PROTEÇÃO PENAL AOS INTERESSES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
SÚMARIO
1. Crimes praticados por funcionário publico contra a administração em geral
1.1. Peculato, peculato culposo, peculato mediante erro de outrem
1.2. Inserção de dados falsos em sistema de informações, modificação ou alteração não autorizada de sistema de informações
1.3. Extravio, sonegação ou inutilização de livro ou documento
1.4. Emprego irregular de verbas ou rendas públicas
1.5. Concussão
1.6. Excesso de exação
1.7. Corrupção passiva
1.8. Facilitação de contrabando ou descaminho
1.9. Prevaricação
1.10. Condescendência criminosa
1.11. Advocacia administrativa
1.12. Violência arbitraria
1.13. Abandono de função
1.14. Exercício funcional ilegalmente antecipado ou prolongado
1.15. Violação do sigilo funcional
1.16. Violação do sigilo de proposta de concorrência
2. Crimes praticados por particular contra a administração geral
2.1. Usurpação de função pública
2.2. Resistência
2.3. Desobediência
2.4. Desacato
2.5. Tráfico de influência
2.6. Corrupção ativa
2.7. Contrabando e descaminho
2.8. Impedimento, perturbação ou fraude de concorrência
2.9. Inutilização de edital ou de sinal
2.10. Subtração ou inutilização de livro ou documento
2.11. Sonegação de contribuição previdenciária
3. Crimes praticados por particular contra a administração estrangeira
4. Crimes contra a administração da justiça
4.1. Reingresso de estrangeiro expulso
4.2. Denunciação caluniosa
4.3. Comunicação falsa de crime ou de contravenção
4.4. Autoacusação falsa
4.5. Falso testemunho ou falsa perícia
4.6. Coação no concurso do processo
4.7. Exercício arbitrário das próprias razões
4.8. Fraude processual
4.9. Favorecimento real e pessoal
4.10. Exercício arbitrário ou abuso de poder
4.11. Fuga de pessoa presa ou submetida a medida de segurança
4.12. Evasão mediante violência contra a pessoa
4.13. Arrebatamento de preso
4.14. Motim de presos
4.15. Patrocínio infiel, patrocínio simultâneo ou tergiversação
4.16. Sonegação de papel ou objeto de valor probatório
4.17. Exploração de prestígio
4.18. Violência ou fraude em arrematação judicial
4.19. Desobediência a decisão judicial sobre perda ou suspensão de direito
5. Crimes contra as finanças públicas
5.1. Contratação de operação de crédito
5.2. Inscrição de despesas não empenhadas em restos a pagar
5.3. Assunção de obrigação no último ano do mandato ou legislatura
5.4. Ordenação de despesa não autorizada
5.5. Prestação de garantia graciosa
5.6. Não cancelamento de restos a pagar
5.7. Aumento de despesa total com pessoal no último ano do mandato ou legislatura
5.8. Oferta pública ou colocação de títulos no mercado
1. Crimes praticados por funcionário público contra a administração em geral
São crimes funcionais praticados por funcionário público no exercício de sua função. Afetam a probidade administrativa, gerando dano ou perigo de dano a ordem administrativa. São distribuídos em: peculato, estelionato, concussão, corrupção, prevaricação, resistência, desobediência, desacato, denunciação caluniosa, calunia, falso testemunho.
1.1. Peculato, peculato culposo, peculato mediante erro de outrem
Peculato: Subtração de coisas pertencentes ao Estado. Art. 312 do C.P. – Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio. Pena: reclusão, de dois a doze anos, e multa.
Peculato culposo: art. 312, § 2, C.P, negligência, imprudência ou imperícia, concorre para a prática do crime de outrem. O agente pratica um delito doloso se aproveitando das facilidades proporcionadas, culposamente, pelo funcionário público. Não haverá peculato culposo caso o crime principal seja tentado, pois, não admite tentativa em crime culposo. Pena: detenção 3 meses a 1 ano.
Peculato mediante erro de outrem: art. 313 C.P Apropriar-se de dinheiro ou qualquer utilidade que, no exercício do cargo, recebeu por erro de outrem. Tutela-se a moralidade e o patrimônio de outrem, admite-se a tentativa. Pena: detenção 3 meses a 1 ano.
1.2. Inserção de dados falsos em sistema de informações, modificação ou alteração não autorizada de sistema de informações
Peculato eletrônico: art. 313 – A C.P. Inserir ou facilitar, o funcionário autorizado, a inserção de dados falsos, alterar ou excluir indevidamente dados corretos nos sistemas informatizados ou bancos de dados da Administração Pública com o fim de obter vantagem indevida para si ou para outrem ou para causar dano. Crime doloso, ação pública incondicionada. Pena: reclusão, 2 a 12 anos, e multa. 
Art. 313 – B, C.P. Modificar ou alterar, o funcionário, sistema de informações ou programa de informática sem autorização ou solicitação de autoridade competente. Se a modificação ou alteração resulta dano para a administração pública, ou para o administrado, as penas serão aumentadas. Pena: detenção, 3 meses a 2 anos, e multa.
1.3. Extravio, sonegação ou inutilização de livro ou documento
Art. 314, C.P. Extraviar livro oficial ou qualquer documento, de que tem a guarda por razão do cargo; sonegá-lo ou inutilizá-lo, total ou parcialmente. Pena: reclusão, de 1 a 4 anos, se o fato não constitui crime mais grave.
1.4. Emprego irregular de verbas ou rendas públicas
Art. 315, C.P. Dar às verbas ou rendas públicas aplicação diversa da estabelecida em lei. Pena: detenção, de 1 a 3 meses, ou multa. Tutela-se as verbas públicas de uma administração irregular. Objetivo: impedir o emprego tumultuado, irracional e arbitrário de verbas, rendas e respectivas aplicações, crime doloso.
1.5. Concussão
Art. 316, C.P. Exigir, para si ou para outrem, direita ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida. Pena: reclusão, de 2 a 12 anos, e multa. Tutela-se a moralidade e, a proteção ao patrimônio particular constrangido pelo ato. Sendo policial militar, responderá pelo art. 305 do COM. Em caso de mero pedido, será outro crime, exemplo: art. 317 – corrupção passiva.
1.6. Excesso de exação
Art. 316, § 1, C.P. Se o funcionário exige imposto, taxa ou emolumento que sabe indevido, ou, quando devido, emprega na cobrança meio vexatório ou gravoso, que a lei não autoriza. Pena: detenção, 6 meses a 2 anos, ou multa, de um conto a dez contos de réis.
1.7. Corrupção passiva
Art. 317, C.P. Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem. Pena: reclusão, de 2 a 12 anos, e multa. É necessário haver um nexo causal entre a vantagem solicitada ou aceita e a atividade exercida pelo corrupto. STF sobre a corrupção passiva: não haverá mais diferenciação entre corrupção passiva e o tráfico de influência.
1.8. Facilitação de contrabando ou descaminho
Art. 318, C.P. Facilitar, com infração de dever funcional, a prática de contrabando ou descaminho (Art.314). Pena: reclusão, de 3 a 8 anos, e multa.
Descaminho: fraude empregada para iludir, total ou parcialmente, o pagamento de impostos de importação, exportação ou consumo.
Contrabando: configura a importação ou exportação de mercadorias cuja entrada no país ou saída dele é absoluta ou relativamente proibida. 
1.9. Prevaricação
Art. 319, C.P. Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra a disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal. Pena: detenção, de 3 meses a 1 ano, e multa. Tutela-se a administração contra os comportamentos de funcionários desidiosos, crime doloso.
Prevaricação imprópria - Art. 319 – A, C.P. Deixar o diretor de penitenciária e/ou agente público, de cumprir seu dever de vedar ao preso o acesso a aparelho telefônico, de rádio ou similar, que permita a comunicação com outros presos ou com o ambiente externo. Pena: detenção, de 3 meses a 1 ano. 
1.10. Condescendência criminosa
Art. 320, CP. Deixar o funcionário, por indulgencia, de responsabilizar subordinado que cometeu infração no exercício do cargo ou, quando lhefalte competência, não levar o fato ao conhecimento da autoridade competente. Pena: detenção, de 15 dias a 1 mês, ou multa. O agente deixa de praticar o ato por indulgência.
1.11. Advocacia administrativa
Art. 321, C.P. Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administração pública, valendo-se da qualidade de funcionário. Pena: detenção, de 1 a 3 meses, ou multa. Se o interesse é ilegítimo a pena será de detenção, de 3 meses a 1 ano, além de multa. Prevê, como conduta criminosa, o ato de um servidor público defender interesses particulares, junto ao órgão da administração pública onde exerce suas funções. 
1.12. Violência arbitraria
Art. 322, C.P. Praticar violência, no exercício de função ou pretexto de exercê-la. Pena: detenção, de 6 meses a 1 ano, além da pena correspondente à violência. Tutela-se a moralidade do serviço e integridade física. 
1.13. Abandono de função
Art. 323, C.P. Abandonar cargo público, fora dos casos permitidos em lei. Pena: detenção, de 15 dias a 1 mês, ou multa. Se do falto resultar prejuízo público, a pena será de detenção de 3 meses a 1 ano, e multa. Se o fato ocorrer em lugar compreendido na faixa de fronteira, detenção de 1 a 3 anos, e multa. Tutela-se as funções públicas, ou seja, o regular funcionamento das atividades.
1.14. Exercício funcional ilegalmente antecipado ou prolongado
Art. 324, C.P. Entrar no exercício de função pública antes de satisfeitas as exigências legais, ou continuar a exercê-la, sem autorização, depois de saber oficialmente que foi exonerado, removido, substituído ou suspenso. Pena: detenção, de 15 dias a 1 mês, ou multa. O agente deve ter cometido o dolo, pouco importando o motivo que o motivou. 
1.15. Violação do sigilo funcional
Art. 325, C.P. Revelar fato de que tem ciência em razão do cargo e que deva permanecer em segredo, ou facilitar-lhe a revelação. Pena: detenção de 6 meses a 2 anos, ou multa. Se da ação ou omissão resultado dano à administração pública ou a outrem, a pena será de reclusão, de 2 a 6 anos, e multa.
1.16. Violação do sigilo de proposta de concorrência
Art. 326, C.P. Devassar o sigilo de proposta de concorrência pública, ou proporcionar a terceiro o ensejo de devassá-lo. Pena: detenção de 3 meses a 1 ano, e multa. Crime cometido por funcionário público, em processo licitatório. 
2. Crimes praticados por particular contra a administração geral
2.1. Usurpação de função pública
Art. 328, C.P. Usurpar o exercício de função pública. Pena: detenção de 3 meses a 1 ano, e multa. Quando um indivíduo particular exerce, ou pratica ato de uma função que não lhe é devida. É necessário que a função usurpada seja absolutamente estranha ao usurpador para a configuração de crime.
2.2. Resistência
Art. 329, C.P. Opor-se à execução de ato legal, mediante violência ou ameaça a funcionário competente para executá-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio. Pena: detenção, de 2 meses a 2 anos. Se o ato, em razão da resistência, não se executa, a pena será de reclusão, de 1 a 3 anos. As penas são aplicáveis sem prejuízo das correspondentes à violência.
2.3. Desobediência
Art. 330, C.P. Desobedecer a ordem legal de funcionário público. Pena: detenção, de 15 dias a 6 meses, e multa. Ato de não acatar ordem legal de funcionário público. Exemplo: Juiz intima testemunha a depor e ela não comparece. A pena prevista é de 15 dias até 6 meses de detenção e multa.
2.4. Desacato
Art. 331, C.P. Desacatar funcionário público no exercício da função ou em razão dela. Pena: detenção, de 6 meses a 2 anos, ou multa. Ocorre quando um indivíduo ofende um funcionário público que está exercendo seu trabalho.
2.5. Tráfico de influência
Art. 332, C.P. Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para outrem, vantagem ou promessa de vantagem, a pretexto de influir em ato praticado por funcionário público no exercício da função. Pena: reclusão, de 2 a 5 anos, e multa. Caso alegue que a vantagem também é destinada ao funcionário, a pena será aumentada da metade.
2.6. Corrupção ativa
Art. 333, C.P. Oferecer ou promoter vantagem indevida a funcionário público, para determiná-lo a praticar, omitir ou retardar o ato de ofício. Pena: reclusão, de 2 a 12 anos, e multa. A propina é um dos principais exemplos de corrupção ativa. 
2.7. Contrabando e descaminho
Descaminho: fraude empregada para iludir, total ou parcialmente, o pagamento de impostos de importação, exportação ou consumo. Art. 334, C.P. Iludir, no todo ou em parte o pagamento de direito ou imposto devido pela entrada, pela saída ou pelo consumo de mercadoria. Pena: reclusão, de 1 a 4 anos.
Contrabando: configura a importação ou exportação de mercadorias cuja entrada no país ou saída dele é absoluta ou relativamente proibida. Art. 334 – A, C.P. Importar ou exportar mercadoria proibida. Pena: reclusão, de 2 a 5 anos.
2.8. Impedimento, perturbação ou fraude de concorrência
Art. 335, C.P. Impedir, perturbar, ou fraudar concorrência pública ou venda em hasta pública, promovida pela administração federal, estadual, ou municipal, ou por entidade paraestatal; afastar ou procurar afastar concorrente ou licitante, por meio de violência, grave ameaça, fraude ou oferecimento de vantagem. Pena: detenção, de 6 meses a 2 anos, ou multa, além da pena correspondente à violência.
2.9. Inutilização de edital ou de sinal
Art. 336, C.P. Rasgar ou, de qualquer forma, inutilizar ou conspurcar edital afixado por ordem de funcionário público; violar ou inutilizar selo ou sinal empregado, por determinação legal ou por ordem de funcionário público, para identificar ou cerrar qualquer objeto. Pena: detenção, de 1 mês a 1 ano, ou multa.
2.10. Subtração ou inutilização de livro ou documento
Art. Subtrair ou inutilizar, total ou parcialmente, livro oficial, processo ou documento confiado à custódia de funcionário, em razão de ofício, ou de particular em serviço público. Pena: reclusão, de 2 a 5 anos, se o fato não constitui crime mais grave.
2.11. Sonegação de contribuição previdenciária
Art. 337 – A, C.P. Suprimir ou reduzir contribuição social previdenciária e qualquer acessório, mediante as condutas dispostas no art. 83 da lei 9.430/96, são elas: hipótese de concessão de parcelamento do crédito tributário; omitir da folha de pagamento da empresa ou de documento de informações previsto pela legislação; deixar de lançar mensalmente nos títulos as quantidades descontados do segurado; omitir total ou parcialmente receitas ou lucros aferidos.
3. Crimes praticados por particular contra a administração estrangeira
Os crimes praticados por particular contra a administração estrangeira são: corrupção ativa em transação comercial internacional, previsto pelo art. 337 – B, C.P. Prometer, oferecer ou dar, direta ou indiretamente, vantagem indevida a funcionário público estrangeiro, ou a terceira pessoa, para determiná-lo a praticar, omitir ou retardar o ato de ofício. Pena: reclusão, de 1 a 8 anos, e multa; tráfico de influência em transação comercial internacional, art. 337-C, C.P. Solicita, exigir, cobrar ou obter para si ou para outrem, direta ou indiretamente, vantagem ou promessa de vantagem a pretexto de influir em ato praticado por funcionário público estrangeiro no exercício de sua função. Pena: reclusão, de 2 a 5 anos, e multa. Considera-se funcionário público estrangeiro quem, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego, ou função pública em entidades estatais ou em representações diplomáticas de país estrangeiro.
4. Crimes contra a administração da justiça
4.1. Reingresso de estrangeiro expulso
Art. 338, C.P. Reingressar no território nacional o estrangeiro que dele foi expulso. Pena: reclusão, de 1 a 4 anos, sem prejuízo de nova expulsão após o cumprimento da pena. Admite-se a tentativa, por se tratar de uma ação consistente em vários atos, permitindo o fracionamento do “iter criminis”.
4.2. Denunciação caluniosa
Art. 339, C.P. Dar causa a instauração de investigação policial, de processo judicial, instauração de investigação administrativa, inquérito civil ou ação de improbidade administrativaconta alguém, imputando-lhe crime de que o sabe inocente. Pena: reclusão, de 2 a 8 anos, e multa. Quando o agente acusa funcionário público de ter praticado crime inexistente
4.3. Comunicação falsa de crime ou de contravenção
Art. 340, C.P. Provocar a ação de autoridade, comunicando-lhe a ocorrência de crime ou contravenção que saber não se ter verificado. Pena: detenção, de 1 a 6 meses, ou multa. O agente faz a comunicação de um crime que não ocorreu, gerando a atuação de uma autoridade no intuito de investigar o falso crime.
4.4. Autoacusação falsa
Art. 341, C.P. Acusar-se, perante autoridade, de crime inexistente ou praticado por outrem. Pena: detenção, de 3 meses a 2 anos, ou multa. Essa norma jurídica tem como objetivo proteger a administração da justiça, garantindo que os verdadeiros criminosos sejam punidos.
4.5. Falso testemunho ou falsa perícia
Art. 342, C.P. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete em processo judicial ou administrativo, inquérito policial, ou em juízo arbitral. Pena: reclusão, de 2 a 4 anos, e multa.
4.6. Coação no concurso do processo
Art. 344, C.P. Usar de violência ou grava ameaça, com o fim de favorecer interesse próprio ou alheio, contra autoridade, parte, ou qualquer outra pessoa que funciona ou é chamada a intervir em processo judicial, policial ou administrativo, ou em juízo arbitral. Pena: reclusão, de 1 a 4 anos, e multa, além da pena correspondente à violência. 
4.7. Exercício arbitrário das próprias razões
Art. 345, C.P. Fazer justiça pelas próprias mãos, para satisfazer pretensão, embora legitima, salvo quando a lei permite. Pena: detenção, de 15 dias a 1 mês, ou multa, além da pena correspondente à violência. 
4.8. Fraude processual
Art. 347, C.P. Inovar artificialmente, na pendência de processo civil ou administrativo, o estado de lugar, de coisa ou de pessoa, com o fim de induzir a erro o juiz ou o perito. Pena: detenção, de 3 meses a 2 anos, e multa. Pessoa que tenta de forma ardilosa, induzir o juiz ou o perito a erro durante o processo.
4.9. Favorecimento real e pessoal
Favorecimento pessoal - Art. 348, C.P. Auxiliar a subtrair-se à ação de autoridade pública autor de crime a que é cominada a pena de reclusão. Pena: detenção, de 1 a seis meses, e multa. Se ao crime não é cominada a pena de reclusão, a pena será de 15 dias a 3 meses, e multa. Se quem presta o auxílio é ascendente, descendente, cônjuge ou irmão do criminoso, será isento de pena.
Favorecimento real – Art. 349, C.P. Prestar a criminoso, fora dos casos de coautoria ou de receptação, auxílio destinado a tornar seguro o proveito de crime. Pena: detenção, de 1 a seis meses, e multa.
Art. 349 – A, C.P. Ingressar, promover, intermediar, auxiliar ou facilitar a entrada de aparelho telefônico de comunicação móvel, de rádio ou similar, sem autorização legal, em estabelecimento prisional. Pena: detenção, de 3 meses a 1 ano.
4.10. Exercício arbitrário ou abuso de poder
Art. 350, C.P. Ordenar ou executar medida privativa de liberdade individual, sem as formalidades legais ou com o abuso de poder. Pena: detenção, de 1 mês a 1 ano. Também incorre na pena o funcionário que: ilegalmente recebe e recolhe alguém a prisão; prolonga a execução de pena ou de medida de segurança; submete pessoa que está sob sua guarda ou custódia a vexame ou constrangimento; efetua, com abuso de poder, qualquer diligência.
4.11. Fuga de pessoa presa ou submetida a medida de segurança
Art. 351, C.P. Promover ou facilitar a fuga de pessoa legalmente presa ou submetida à medida de segurança detentiva. Pena: detenção, de 6 meses a 2 anos. Se o crime for praticado a mão armada, ou por mais de uma pessoa, a pena será de reclusão. Se houver emprego de violência contra a pessoa, aplica-se também a pena de violência.
4.12. Evasão mediante violência contra a pessoa
Art. 352, C.P. Evadir-se ou tentar evadir-se o preso ou individuo submetido a medida de segurança detentiva, usando de violência contra a pessoa. Pena: detenção, de 3 meses a 1 ano, além da pena correspondente a violência.
4.13. Arrebatamento de preso
Art. 353, C.P. Arrebatar o preso, a fim de maltratá-lo, do poder de quem o tenha sob guarda ou custódia. Pena: reclusão, de 1 a 4 anos, além da pena correspondente a violência.
4.14. Motim de presos
Art. 354, C.P. Amotinarem-se presos, perturbando a ordem ou disciplina da prisão. Pena: detenção, de 6 meses a 2 anos, além da pena correspondente a violência. Ato de desafio ou desordem organizado por um grupo de prisioneiros contra os administradores da prisão.
4.15. Patrocínio infiel, patrocínio simultâneo ou tergiversação
Art. 355, C.P. Trair, na qualidade de advogado ou procurador, o dever profissional, prejudicando interesse, cujo patrocínio, em juízo lhe é confiado. Pena: detenção, de 6 meses a 3 anos, e multa.
4.16. Sonegação de papel ou objeto de valor probatório
Art. 356, C.P. Inutilizar, total ou parcialmente, ou deixar de restituir autos, documento ou objeto de valor probatório, que recebeu na qualidade de advogado ou procurador. Pena: detenção, de 6 meses a 3 anos, e multa.
4.17. Exploração de prestígio
Art. 357, C.P. Solicitar ou receber dinheiro ou qualquer outra utilidade, a pretexto de influir em juiz, jurado, órgão do Ministério Público, funcionário de justiça, perito, tradutor, intérprete ou testemunha. Pena: reclusão, de 1 a 5 anos, e multa. 
4.18. Violência ou fraude em arrematação judicial
Art. 358, C.P. Impedir, perturbar ou fraudar arrematação judicial, afastar ou procurar afastar concorrente licitante, por meio de violência, grave ameaça, fraude ou oferecimento de vantagem. Pena: detenção, de 2 meses a 1 ano, ou multa, além da pena correspondente à violência.
4.19. Desobediência a decisão judicial sobre perda ou suspensão de direito
Art. 359, C.P. Exercer, função, atividade, direito, autoridade ou múnus, de que foi suspenso ou privado por decisão judicial. Pena: detenção, de 3 meses a 2 anos, ou multa.
5. Crimes contra as finanças públicas
5.1. Contratação de operação de crédito
Art. 359 – A. Ordenar, autorizar ou realizar operação de crédito, interno ou externo, sem prévia autorização legislativa. Pena: reclusão, de 1 a 2 anos. Incide também quem ordena, autoriza ou realiza operação de crédito, interno ou externo.
5.2. Inscrição de despesas não empenhadas em restos a pagar
Art. 359 – B. Ordenar ou autorizar inscrição em restos a pagar, de despesa que não tenha sido previamente empenhada ou que exceda limite estabelecido em lei. Pena: detenção, de 6 meses a 2 anos.
5.3. Assunção de obrigação no último ano do mandato ou legislatura
Art. 359 – C. Ordenar ou autorizar a assunção de obrigação, nos dois últimos quadrimestres do último ano do mandato ou legislatura, cuja despesa não possa ser paga no mesmo exercício financeiro ou, caso reste parcela a ser paga no exercício seguinte, que não tenha contrapartida suficiente de disponibilidade de caixa. Pena: reclusão, de 1 a 4 anos.
5.4. Ordenação de despesa não autorizada
Art. 359 – D. Ordenar despesas não autorizadas por lei. Pena: reclusão, de 1 a 4 anos. 
5.5. Prestação de garantia graciosa
Art. 359 – E. Prestar garantias em operação de crédito sem que tenha sido constituída contragarantia em valor igual ou superior ao valor da garantia prestada na forma da lei. Pena: detenção, de 3 meses a 1 ano.
5.6. Não cancelamento de restos a pagar
Art. 359 – F. Deixar de ordenar, de autorizar ou promover o cancelamento do montante de restos a pagar inscrito em valor superior ao permito por lei. Pena: detenção, de 6 meses a 2 anos.
5.7. Aumento de despesa total com pessoal no último ano do mandato ou legislatura
Art. 359 – G. Ordenar, autorizar ou executa ao que acarrete aumento de despesa total com pessoal, nos 180 dias anteriores ao final do mandato ou da legislatura. Pena: reclusão, de 1 a 4 anos.
5.8. Oferta pública ou colocação de títulos no mercado
Art. 359 – H. Ordenar, autorizar ou promover a oferta pública ou a colocação no mercado financeiro de títulos da dívida pública sem que tenham sido criadospor lei ou sem que estejam registrados em sistema centralizado de liquidação e de custódia. Pena: reclusão, de 1 a 4 anos.
6. Bibliografia
· BASTOS, Agnaldo. Conheça os principais crimes contra a administração pública: corrupção, peculato, concussão e prevaricação. Advocacia dos concursos, 04 de junho de 2021.
· ARAUJO, Renan. Crimes contra a administração pública – A importância no mundo dos concurso. Estratégia concursos, 2019.
· MMINTO, Rafael. Principais crimes contra a administração pública. Master juris, 08 de fevereiro de 2019.
· CLIS, Sérgio Henrique Marques. Violência arbitrária e lei de abuso de autoridade. Jus.com.br, março de 2016.
· VADE mecum, acadêmico de direito Rideel 25ª edição, 2017 2º semestre.

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