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Consulta de Enfermagem em Ginecologia 1 Resumo por: Aline Bezerra Etapas da consulta A consulta do enfermeiro deve ser realizada de forma sistemática e empática a fim de alcançar resultados que favoreçam a monitorização quanto a manutenção da saúde e resolutividade de potenciais demandas. 1. Anamnese 2. Exame físico geral 3. Exame das mamas 4. Exame ginecológico 5. Exames complementares 6. Evoluções e registros Durante a anamnese devemos coletar: identificação, aspectos sociodemográficos, queixas e duração, antecedentes pessoais e familiares, hábitos de vida, antecedentes ginecológicos e obstétricos, antecedentes sexuais. Cuidados importantes: criar um ambiente acolhedor, respeitar a privacidade, orientar sobre o procedimento e esclarecer dúvidas, orientar para o esvaziamento vesical antes de iniciar o exame, fornecer à mulher roupa adequada ao exame, perguntar se já fez o exame, orientar a mulher a respirar com tranquilidade e relaxar durante o exame, como técnicas de vocalização (dizer a letra A cantando) Importante - profissional: ● Lavar as mãos (antes e após o exame) ● Preencher a ficha de requisição laboratorial (Papanicolau) e etiqueta de identificação de recipiente e lâmina ● Preparar material e equipamento necessários respeitando normas assépticas ● Manter área a ser examinada descoberta e com boa luminosidade; agir com segurança ● Posicionar-se sentado(a) e com cabeça a nível da pelve da paciente para realização da inspeção e do exame especular Exame das Mamas O exame deve ser realizado como parte inicial da investigação e deve incluir a inspeção estática, inspeção dinâmica, palpação das cadeias ganglionares axilares e supraclaviculares e mamas. Em caso de mulheres mastectomizadas, deve-se palpar a parede do tórax, pele e cicatriz cirúrgica. 2 O exame das mamas pode ser dividido em 4 etapas: Inspeção estática ____________ ● Colocar a mulher sentada na mesa ginecológica, com os braços ao lado do corpo. ● Desnudar primeiro uma mama, depois a outra e pedir que eleve o braço da mama que será examinada, primeiro, sobre a cabeça. ● Observar e descrever as características da mama: tamanho/volume das mamas; simetria; pigmento aureolar; mamilo; abaulamentos; pele (cicatriz/alterações); processo inflamatório, aspecto casca de laranja; circulação colateral; retrações; ulcerações ou tumores satélites; mastectomia. Inspeção dinâmica ___________ ● Com a mulher sentada e tórax desnudo: solicita-se elevação e abaixamento dos braços lentamente e que realize a contração da musculatura peitoral, comprimindo a palma das mãos uma contra a outra adiante do tórax, ou comprimindo o quadril com as mãos de cada lado. Três movimentos: elevar membros superiores acima da cabeça; membros superiores abaixo da mama e para frente; mãos a cada lado no quadril. ● A partir dos movimentos, temos que analisar: abaulamentos, retrações de mamas, mobilidade a mama. Palpação: região axilar e supraclavicular ____________ ● Mulher permanece sentada; apoiar o braço do lado a ser examinado, no braço do examinador, que irá palpar com a mão livre em busca de irregularidades (mamas auxiliar) ● Palpar a região à procura de linfonodos, caso tenha algum evidente, deve-se avaliar a localização, número, diâmetro, consistência, nível doloroso. Palpação das mamas _________ ● Com a mulher deitada em decúbito dorsal e as mãos atrás da nuca, iniciar a palpação partindo da base da mama para a papila, inclusive o prolongamento axilar ● Observar a presença ou ausência de massa palpável isolada, consistência do parênquima e possíveis alterações na temperatura da pele. ● A palpação deve iniciar seguindo um sentido circular vindo da região externa para a interna da mama, abordando todos os quadrantes e áreas da mama com movimentos suaves. Depois que palpar com uma mão, palpa com as duas mãos e sempre comparar um lado com o outro. 3 Expressão da aréola e papila mamária (descarga papilar): Realizado em puérperas para avaliar a lactação presente. Não indicado em gestantes (para não estimular parto prematuro - ocitocina e nem em exames de rotina normais) → A mulher permanece em decúbito dorsal, pressionar a aréola para verificar a presença de secreção. Exame ginecológico A inspeção dos órgãos genitais externos requer utilização de luvas e o paciente em posição litotômica/ginecológica. Inspeção externa ___________ Observar: 1. Observar meatro uretral e forma do períneo (entre vulva e ânus): possíveis cirurgias e roturas. 2. Maturação sexual: Disposição dos pêlos e tecido adiposo, morfologia do panículo adiposo 3. Aspecto do clítoris 4. Grandes e pequenos lábio 5. Conformação externa da vulva (grandes lábios) e pequenos lábios- normais/ tróficos 6. Formato e tamanho vaginal para o exame especular. Importante: - Observar presença de lesões, massas, abcessos; tumores; hiperemia; presença de odor com indicativo de infecção ou falta de higiene; Glândula de Bartholin inflamada - Orifício vaginal quanto a colpocele (saída de estruturas pelo canal vaginal): Prolapso uterino (colo uterino); Enterocele (intestino); Retrocele (reto) e Cistocele (bexiga). Visível ou manobra de Vasalva - pedir para paciente tossir. - Orífico anal quanto a hemorroidas, fissuras e integridade do esfíncter. 4 - Registrar todas as alterações ou ausência de alterações - exame pélvico sem alterações na inspeção externa. Palpação externa ___________ Investigar a presença palpável de anormalidades - Palpação da Glândula de Bartholin Exame pélvico / especular / inspeção interna ___________ Coleta de Material para Exame de citologia oncótica Quem pode coletar? Privativo do Enfermeiro Quando começar? Mulheres com 25 anos que já iniciaram atividade sexual, anualmente e que após dois anos segue-se a cada 3 anos. - Gestante segue periodicidade; - Pós PN aguardar de 3 a 6 meses até 3 anos no máx.; Pós aborto aguardar 1° ciclo - Imunossuprimida: após início de atividade sexual com intervalo semestral no 1° ano e depois seguimento anual se tudo estiver normalizado. - Histerectomia total por lesão benigna não é necessária; parcial segue rotina normal; histerectomia por lesão de câncer: depende da lesão. Quando encerrar? Aos 64 anos após dois exames negativos consecutivos nos últimos 5 anos; maiores de 64 anos que nunca fizeram, deve-se fazer 2 exames negativos a cada 3 anos e depois encerra. Importante: informar a preparação de cada consulta: - Não ter relações sexuais, uso de medicamentos vaginais e anticoncepcionais locais, até 48h antes. - No dia do exame não deve estar menstruada - Mulheres grávidas também podem se submeter ao exame. Instrumentos: - Espéculo vaginal (Collins): tamanho 0, 1, 2 e 3 que deve ser escolhido por: idade (quanto maior, deve ser menor); paridade e obesidade (quanto maior, deve ser maior). - Pinça de cherron e álcool: assepsia - Algodão - Luvas de procedimento - Espátula de Ayre: superfície ectocervical - área externa de abertura do colo - Escovinha endocervical -dentro do óstio do colo - Lâmina de vidro de borda fosca - Soro fisiológico - Lugol Procedimento: 1. Lavar as mãos; explicar o procedimento e tranquilizar paciente, se necessário técnica de vocalização. Usar luvas de procedimento por não se tratar de um procedimento estéril. Se necessário, aquecer espéculo com luvas. 2. Identificar a lâmina, na parte fosca com lápis preto: código da unidade (CNES), número de registro da mulher; iniciais do nome da paciente. Após identificação, limpar a lâmina com gaze seca. 5 3. Abertura dos lábios vaginais e Introduzir o espéculo fechado e com cabo para baixo (metal ou descartável); um pouco lateralizado. OBS: O espéculo tem variados tamanhos (0,1, 2, 3); deve-se escolher o tamanho adequado ao paciente. OBS: não pode colocar lubrificantes, porém em alguns casos pode colocar um pouco de soro ou estimular lubrificação em idosas, pós climatério, por exemplo 4. Inspecionara parede vaginal e colo uterino Avaliar e registrar: cor, presença de lacerações, lesões, ulcerações, neoformações, hiperemias; se tem corrimento; formato óstio do colo do útero (circular: não teve filhos, nulípara | transverso/fenda: teve filhos, multípara) 5. Coletar material citológico Com espátula (ectocérvice), fazer 360° no colo do útero. Na lâmina dispor de cima para baixo, transversal. A escovinha (endocérvice) de dentro para fora, na lâmina ir girando. Avaliar conteúdo: cor; consistência (elástico, leitosos, grumosos, bolhoso); quantidade (escasso, moderada, abundante) 6. Realizar o Teste de Schiller e outros testes, se necessários e avaliar. 7. Retirar o espéculo. Testes: - Teste de Whifi - KOH 10%: 1 gota e fazer coleta - liberou odor - teste de aminas positivo - Gardnerella vaginallis - Inspeção visual de ácido acético: limpar colo de útero com algodão seco; pincelar o colo do útero com solução ácido acético 5% - se ficar branco em até 2 minutos - detecta lesão sugestiva de HPV. - Teste de Schiller: embebe-se algodão com solução de lugol e molha colo uterino; verifica-se alterações na mucosa - epitélio escamoso fixam lugol de cor acastanhado escuro (schiller negativo - iodo positivo) - epitélio anormal não capta substâncias (Schiller positivo- iodo negativo) - lesão precursora de HPV. Palpação bimanual: avaliar o útero quanto a posição, formato, tamanho, consistência, regularidade, motilidade, massas e sensibilidade; fazer mediante queixas.
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