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Faculdade de Ciências Médicas Júlia Malta Braga Turma 01 Órgãos Genitais Femininos Anatomia do aparelho reprodutor feminino . Anamnese . ❤ É comum que se estabeleça entre o médico e o paciente um laço mais emocional do que nas demais especialidades. ❤ A paciente deve sentir a disponibilidade afetiva do médico como ser humano que pretende e que pode ajudá-la. ❤ Não há um método infalível de abordar a paciente durante o interrogatório. A sequência e a profundidade das perguntas vão depender da sensibilidade do médico e da compreensão da paciente. ❤ Muitas vezes é necessário interrogar novamente a paciente, durante e após o exame físico, com a finalidade de obter informações que não foram relatadas ou bem exploradas anteriormente. ❤ É indispensável o conhecimento dos antecedentes pessoais fisiológicos da paciente ❤ Sobre o ciclo menstrual: ● Idade da Menarca ● Duração das menstruações ● Periodicidade da menstruação ● Volume da menstruação (nº de absorventes/dia) ● Calcula-se então o tipo menstrual da paciente, formado por três números: ○ idade da menarca/duração da menstruação/duração do ciclo × ex.: 09/05/28 ❤ Antecedentes pessoais: ● Idade do aparecimento de pelos (pubarca) ● Idade do aparecimento das mamas (telarca) Exame dos Faculdade de Ciências Médicas Júlia Malta Braga Turma 01 ● Data da última menstruação ● Data, aproximada, do início da atividade sexual ● Sobre gestações prévias: ○ Número de partos e abortamentos × Tipo, idade da mulher na época e complicações, caso tenha ocorrido. ○ Evolução do puerpério ○ Lactação ● Uso de anticoncepcionais: qual, por quanto tempo, regularidade ● Patologias pregressas ● Doenças ginecológicas anteriores e tratamentos especializados como radioterapia, hormonioterapia, cauterizações, curetagens e antibioticoterapia. ❤ História familiar: ● Patologias presentes na família ● Foco em moléstias hereditárias ● Histórico de abortos ou perdas gestacionais. Exame FÍSICO . ❤ Tem rigorosa sistematização. ❤ É um exame que implica em grande tensão emocional da paciente, especialmente quando for a primeira vez. ● Trabalhar o medo da dor, da vergonha e o temor por diagnóstico ruim, acalmando e confortando a paciente. ❤ Paciente nunca deve ficar totalmente despida, é importante o uso do avental. ❤ Recomendações à paciente: ● Bexiga deve estar esvaziada antes do exame. ● Em casos especiais, é necessário o esvaziamento intestinal, solicitando-se, então, o uso de laxativos na véspera. ● Não realizar duchas vaginais higiênicas na véspera ou no dia do exame. ● Evitar relações sexuais por até 3 dias anteriores. ❤ Exame físico geral: ● Avaliação do estado geral ● Linfonodos ● Estado de nutrição, caracterização do biótipo e determinação do peso e da altura ❤ Exame das mamas: ● Inspeção Estática ○ Fase da evolução das mamas - classificação de Tanner ○ Pele ○ Areola ○ Volume ○ Papila ○ Abaulamentos ○ Retrações ○ Simetria ○ Circulação venosa ○ Ptose ○ Sinais flogísticos (inflamatório) ● Inspeção Dinâmica procura avaliar alterações não visíveis anteriormente ○ Pedir ao paciente para levantar os braços. ○ Colocar a mão no quadril e movimentar ○ Abaixar os braços e o tronco, como se fosse colocar as mãos nos pés. Faculdade de Ciências Médicas Júlia Malta Braga Turma 01 ● Palpação dos linfonodos ○ Principalmente axilares, supra e infraclaviculares. ● Palpação das mamas ○ Pedir que coloque a mão atrás da cabeça. ○ Da clavícula até o sulco mamário, e até a linha axilar posterior. ○ Sempre em dedilhamento ○ Ao final, fazer compressão areolar. ❤ Exame do abdome: ● Inspeção ○ Avaliar alterações consequentes de gestação pregressa ● Ausculta ● Palpação superficial ● Palpação profunda ● Percussão Exame Ginecológico ❤ Posicionamento da paciente: ● Posição "ginecológica' ou de "talha litotômica” → maior parte das vezes ● Posição genitopeitoral ou “prece maometana” → quando necessário analisar a parede anterior da vagina. ● Em pré com as pernas entreabertas → em casos de prolapso e de incontinência urinária de esforço,as pernas entreabertas. ❤ Posicionamento do examinador: ● Entre as pernas da paciente, apoia o pé na escada e repousa o cotovelo da mão que examina na coxa. ❤ Inspeção em repouso: ● Vulva: ○ Implantação dos pêlos ○ Aspecto da fenda vulvar → fechada, entreaberta, aberta. ○ Umidade ○ Secreções ○ Hiperemia ○ Ulcerações ○ Distrofias ○ Neoplasias ○ Dermatopatias ○ Distopias ○ Malformações ● Perineo: ○ Integridade ○ Ruptura: Grau I, II ou III, com extensão ou não ○ Cicatrizes episiorrafias ou rinoplastias ● Anus: ○ Hemorroidas ○ Plicomas ○ Fissuras ○ Prolapso da mucosa ○ Malformações ● Entreabre os grande lábios possibilitando observar o clitóris, o óstio uretral, o hímen e o intróito vaginal. ❤ Inspeção com esforço: ● Solicita-se que a paciente faça esforço semelhante ao de evacuar ou de urinar ● Pode demonstrar protrusão das paredes vaginais ou do colo que denuncie a presença de distopia. ❤ Toque vaginal: ● Não deve ser feito em pacientes com hímen integro. ● Toque unidigital → bem tolerado, deve ser o inicial. ○ Expressão da uretra ○ Palpação das glândulas vestibulares Faculdade de Ciências Médicas Júlia Malta Braga Turma 01 ○ Palpação das paredes vaginais: observa-se elasticidade, capacidade, extensão, superfície, irregularidades, a sensibilidade e a temperatura. ○ Primeira impressão sobre os fundos de saco e o colo do útero ● Toque bidigital → analisa -se o colo do útero e os fundos de saco vaginais. ○ Colo do útero: orientação, forma, volume, superfície, consistência, comprimento, sensibilidade, mobilidade, o orifício externo (puntiforme, entreaberto, permeável à polpa digital) e lacerações. ○ Fundos de saco ou fórnices: distensibilidade, profundidade, sensibilidade, livres ou ocupados, rasos ou bombeados. × Quando ocupados, definir se trata-se de tumoração sólida ou cística, se dolorosa ou indolor, se fixa ou não. ● Toque combinado → enquanto uma das mãos palpa o hipogástrio e as fossas ilíacas, a outra realiza o toque vaginal, retal ou retovaginal. É a melhor maneira de obter uma ideia tridimensional da pelve da mulher, ele confirma e complementa os dados obtidos com as técnicas anteriores. ● Corpo do útero → posição, situação, forma, tamanho, consistência, superfície, mobilidade e sensibilidade. ○ Tamanho anotado em cm em relação à cicatriz umbilical. ○ Consistência:normal, amolecida, dura, lenhosa ou pétrea. ○ Superfície: lisa, regular, nodular ou lobulada. ○ Retroversões: primeiro, segundo ou terceiro graus, fixas ou móveis. ● Anexos → palpáveis ou não, dolorosos ou indolores, de volume normal ou aumentado, com presença ou não de tumor ○ Se aspecto tumoral: verificar forma, volume, consistência, superfície, mobilidade e sensibilidade ● Toque retal → indispensável na avaliação dos órgãos genitais internos, pois é a única maneira de avaliar corretamente as condições dos paramétrios. ○ Verificar afecções do canal anal ou do reto. ○ Deve-se ❤ Exame especular: ● Não deve ser feito em pacientes com hímen integro. ● Tem como finalidade a coleta de material para exame citológico, bacteriológico, cristalização e filância do muco cervical. ● Não se deve usar gel lubrificante, pois confunde a avaliação das secreções. ● Técnica de colocação do espéculo: ○ Deve-se avisar a paciente que iniciará a introduçãodo espéculo e explicar que será desconfortável, mas que se ela ficar o mais relaxada possível, não será doloroso. ○ Coloca-se a ponta do espéculo no vestíbulo (para a paciente sentir a temperatura e o material) e só depois introduz-se o espéculo bivalve na vagina em sentido longitudinal-oblíquo, afastando os pequenos lábios e imprimindo delicadamente um trajeto direcionado posteriormente, ao mesmo tempo em que se gira o instrumento para o sentido transversal. Ao terminar de introduzir, pode abrir ● Analisa-se: ○ Presença e aspecto das secreções ○ Coloração, epitelização e superfície do colo ○ Forma do orifício externo ○ Lacerações ○ Neoplasias ○ Ulcerações ○ Pólipos ○ Aspecto do muco cervical ○ Aspecto das paredes vaginais durante a lenta retirada do espéculo ● Colpocitologia: ○ Colhido através do exame de papanicolau. Faculdade de Ciências Médicas Júlia Malta Braga Turma 01 ○ A colpocitologia compreende a citologia oncoparasitária, a citologia a fresco e a citologia hormonaL × Citologia a fresco: feita quando há secreção patológica, sua análise é imediata. ↳ Técnica: coleta-se o material com a extremidade arredondada da espátula de Ayre, deposita sobre uma lâmina limpa, adiciona-se soro fisiológico em um de seus extremos e uma gota de NaOH no outro. O material é espalhado nos extremos da lâmina e coloca-se então lamínulas sobre estes. Observa-se então a lâmina no microscópio. ↳ Teste do odor amoníaco ou whiff teste: cheira-se a lâmina para detectar odor semelhante a peixe, indicativo de vaginose bacteriana. ↳ Fácil identificação de trichomonas, protozoários flagelados, hifas ou esporos de cogumelos. × Citologia oncoparasitária: deve ser feita uma vez ao ano, quando não há motivo pra observação mais frequente. ↳ Coleta: deve ser feita no ectocérvice e no endocérvice. ↳ Técnica: coloca-se a parte maior da extremidade rabo-de-peixe da espátula de Ayre no orifício cervical e gira está em 360°, para coletar células de toda a circunferência da zona de transição. Coleta-se também com escova endocervical. O material colhido é imediatamente espalhado sobre a lâmina e fixado com álcool etílico 95%, para posterior análise citopatológica. ❖ Quando há meio líquido ou necessidade de captura híbrida para HPV ou clamídia: Introduz-se quase totalmente no canal cervical um escova endocervical especial e a gira no mesmo sentido cinco vezes. Após a retirada, coloca-se sua ponta por inteiro em um frasco com o meio específico para análise. ↳ Esfregaço colocado imediatamente no fixador (álcool comum). ↳ Virgens: Material é colhido no introito vaginal. ↳ É feita a interpretação das células encontradas no esfregaço de acordo com o resultado.. × Citologia Hormonal: feita para avaliar a atividade secretora do ovário. ↳ Parâmetros avaliados: maturação, índice picnótico e eosinófilo. ↳ Pode substituir de maneira imprecisa, mas suficiente para fins clínicos, a dosagem dos estrogênios. ● Colposcopia: ○ É a visualização do colo do útero com o uso de um aparelho, o colposcópio, que tem lentes de aumento que possibilitam um aumento de 6 a 40 vezes. ○ É importante para a detecção de lesões pré-cancerosas e malignas do colo do útero, possibilitando a realização de biópsias guiadas. ○ Técnica: introduz-se o espéculo vaginal, limpa-se a vagina e o colo do útero, pode usar soro, para poder realizar os seguintes testes: × Teste do Ácido Acético: aplica-se o ácido acético em concentração até 5%, aguarda-se alguns minutos (2-4 min), e se realiza novamente a inspeção do colo uterino. ↳ Procura-se lesões que foram realçadas pelo produto, ficando mais brancas e brilhantes, ou leucoacéticas. × Teste de Schiller: aplica-se a solução de lugol (iodo-iodetada), que cora o tecido normal de marrom, estando iodo positivo ou Schiller negativo, e se houver áreas que não se coram, o teste é considerado alterado, assim, iodo negativo ou Schiller positivo. ↳ Mucosa vaginal atrófica: teste normal mesmo com coloração iodo-clara. ↳ Só o ectocérvice fica corado. Papanicolau: exame especular + citologia oncoparasitária Faculdade de Ciências Médicas Júlia Malta Braga Turma 01 × Teste de Collins ou vulvoscopia: aplica-se azul de toluidina na vulva e as lesões que ficarem coradas de azul são consideradas para a biópsia dirigida. ○ Resumindo: × Aspectos normais: ↳ Epitélio escamoso ↳ Epitélio colunar ↳ Transformação atípica × Aspectos anormais: ↳ Epitélio branco ↳ Mosaico ↳ Pontilhado ↳ Leucoplasia ↳ Vasos atípicos × Suspeita de invasão carcinomatosa × Miscelânea: ↳ Processo inflamatório ↳ Erosão ↳ Epitélio atrófico ↳ Pólipos ↳ Papilomas ↳ Condilomas
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