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1 Clara Rêgo – 7° Semestre 2021.2 Exame Ginecológico ANTES DO EXAME • Explicar o procedimento; • Pedir permissão; • Respeitar as decisões da paciente; • Evitar toques demorados e áreas erógenas; • Uso de luvas, jaleco e cabelo preso; • Manter postura gentil e profissional. Obs: Sempre examinar por etapas para não deixar a paciente completamente exposta, evitando exposição desnecessária do corpo. Obs2: antes do exame físico, importante fazer uma anamnese completa! Importantíssimo perguntar passando gineco- obstétrico (menarca, coitarca, ciclo menstrual, DUM, atividade sexual, métodos de anticoncepção, cirurgias, IST, doenças, gestações…) EXAME DAS MAMAS A drenagem linfática da mama é feita pelos gânglios axilares, mamários internos e interpeitorais. Então, ao solicitar USG de mamas, solicita-se juntamente o de axilas. Podemos orientar que a paciente faça as consultas e mamografias na menacme durante o período pós-menstrual para evitar desconfortos maiores. Os sinais e sintomas que são feitos em relação à mama são aparecimento de nódulos, dor e secreção papilar. 1. INSPEÇÃO ESTÁTICA : Consiste em olhar a mama da paciente sentada, parada com as mãos atrás da cabeça e na cintura. Devemos observar: • Implantação: o ideal é entre 2° e 7° espaço intercostal; • Tamanho: pequena, média ou volumosa; • Simetria; • Forma: densas, firmes, tuberosa ou pendentes; • Abaulamentos ou retrações; • Lesões dermatológicas; • Coloração da pele; • Mamilos: formato, coloração, tamanho do bico e da aréola. ↘ Formato: raso, plano, invertido/intruso, normal. Importante: o formato e tamanho do mamilo não define se a paciente é capaz ou incapaz de amamentar 2. INSPEÇÃO DINÂMICA : Busca principalmente retrações e abaulamentos que podem não ser vistos durante a inspeção estática principalmente em mamas mais volumosas e mais pendentes. Retrações podem corresponder a áreas tumorais, sendo potencialmente mais preocupantes que abaulamentos. Pedimos para a paciente levantar os braços + pressionar a cintura + projeção do tronco para frente, de forma que podemos ver a movimentação, desvios, retrações das mamas. 2 Clara Rêgo – 7° Semestre 2021.2 Obs: em casos de cânceres, a mama tem mobilidade bastante diminuída, até imóvel no local sede do tumor. 3. PALPAÇÃO: A paciente deve estar deitada em decúbito dorsal com braços abaixo da cabeça, examinando uma mama de cada vez e mantendo apenas uma descoberta. Deve-se pesquisar: 1. Volume do panículo adiposo. 2. Quantidade de parênquima mamário e eventuais alterações; 3. Elasticidade da papila; 4. Existência de secreção papilar – descarga capilar; 5. Temperatura da região. DESCARGA CAPILAR Deve-se palpar toda a glândula mamário e axila e realizar a expressão para avaliar se há descarga capilar (saída de secreção do mamilo). Deve ser feita apenas com um dedo e depois com dois, para comparação. Caso haja queixa em uma das mamas, iniciar o exame pela outra mama. Obs: A descarga deve ser descrita como presente ou ausente, incolor (água de rocha) esbranquiçada, sanguinolenta, esverdeada, amarronzada... a expressão não pode ser muito intensa e deve ser precedida de uma ordenha. A descarga láctea não está presente somente em lactantes, pode ser por hiperprolactinemia ou estimulação excessiva. É de grande importância o registro do exame físico! LINFONODOS: 3 Clara Rêgo – 7° Semestre 2021.2 As cadeias linfonodais devem ser palpadas. A depilação de axilas pode gerar um processo inflamatório e promover uma alteração benigna dos linfonodos dessa região, assim como os gânglios inguinais. Se encontrado um linfonodo aumentado ou alterado, necessário pesquisar: o Localização (axila, fossa supraclavicular...); o Número de linfonodos; o Maior diâmetro transverso; o Consistência; o Fusão ou fixação às estruturas vizinhas? Obs: A mão pode estar espalmada como dedilhando. QUADRANTES DA MAMA: ➔ o QSE é o que tem mais queixas e mais alterações benignas ou malignas. Isso por conta da densidade da glândula no local e receptores. ➔ Prolongamento axilar da mama é um abaulamento na axila que consiste em tecido mamário ectópico. ➔ Entre um quadrante e outro, chamamos de união dos quadrantes. A união dos quadrantes da mama com a cauda axilar é delimitada como colar de Spencer. EXAME DO ABDOME Mulheres têm muita obstipação por conta da progesterona (inibe a musculatura lisa) e hábitos de vida, por isso que examinar o abdome é também importante durante o exame ginecológico. Além disso, as patologias do aparelho ginecológico podem ter repercussões no peritônio e alguns órgãos viscerais, normalmente estão na região mais inferior da barriga (7, 8 e 9). Qualquer alteração encontrada no abdome deve ser descrita com local, tamanho, consistência e origem. 4 Clara Rêgo – 7° Semestre 2021.2 EXAME GENITAL 1. ÓRGÃO GENITAL EXTERNO : o Vulva – grandes lábios; o Períneo; o Disposição de pelos – monde do púbis. o Intróito vaginal; o Hímen; o Pequenos lábios; o Meato uretral; o Glândula de Bartholin: chamada também de glândula vestibular, é responsável por lubrificação do canal vaginal. o Glândulas de Skene: chamadas também de parauretrais. Também responsável pela lubrificação. Obs: essas duas glândulas não são visíveis, salvo em casos em inflamação e cistos. 2. ÓRGÃO GENITAL INTERNO : exame especular. O exame especular tem o objetivo de coleta de materiais para exame citológico, bacteriológico, cristalização e filância do muco cervical. É um exame de rastreio e diagnostico de diversas doenças, como câncer de colo do útero e ISTs. Obs: A vagina jovem é bem rugosa para que possa se distender na relação sexual e no parto, úmida e com corrimento mucoide. A vagina tem pH ácido, mas pode estar alcalina no período menstrual ou pós-coito. ➔ Espéculo: deve-se escolher o de tamanho apropriado e lubrificá-lo para melhor conforto da paciente. Só será realizado em mulheres não-virgens. I. Espéculo deve ser produzido fechado e direcionado para baixo. Então apoiar o espectro na fúrcula, faz a introdução lentamente. II. No meio do caminho, deve-se rodar o espectro, de forma que as válvulas fiquem paralelas às paredes anterior e posterior. III. Quando introduzido, as válvulas precisam ser abertas para assim expor o colo do útero. 5 Clara Rêgo – 7° Semestre 2021.2 ➔ Colo do útero: deve ser inspecionado. Pacientes nulíparas geralmente tem orifício externo puntiforme; mulheres que já tiveram parto vaginal tem colo em forma de fenda; mulheres pós-menopausa tem colo atrófico; e nas mais idosas é difícil de identificá-los. I. Observar coloração da mucosa; II. Se há secreções ou sangramentos; III. Orifício do colo; IV. Há manchas? Lesões? Vegetações? Lacerações? V. Coletar o material para citopatologia – escova e espátula → exame preventivo / Papanicolau. Com a espátula faz-se rotação de 360° no orifício cervical externo; com a escova endocervical introduzimos nos primeiros 2cm do canal rodando algumas vezes. VI. TESTE DE SCHILLER : solução de Lugol (iodo-iodetada) no colo uterino, que provoca uma colocação marrom nas células que tem glicogênio (as células da superfície epitelial do colo e vagina). As áreas que não adquirirem a coloração, indicam modificações patológicas → iodo positivo ou teste de Schiller negativo. Obs: COLPOSCOPIA é um exame complementar, usado para reconhecer, delimitar e diagnosticar aspectos da ectocervice e vagina com grande aumento. ➔ Toque genital: pode ser realizado, mas não é feito rotineiramente. Deve ser sempre feito após o exame genital externo e do exame especular. A técnica do toque é bidigital e bimanual, mas iniciamos com unidigital. o No unidigital avaliamos: períneo, uretra, paredes baginais – observando a elasticidade, capacidade, extensão, sensibilidade,temperatura e a sua superfície. o No bidigital: analisa o colo do útero e os fundos de sacos vaginais. Para avaliar o útero, o examinador toca a cérvice e eleva o útero em direção ao abdome, onde a outra mão irá palpá-lo. Exame preventivo 1. QUEM DEVE FAZER? Toda mulher que tem ou já teve vida sexual ativa deve fazer o exame preventivo periódico, especialmente entre 25 a 59 anos. 2. QUANDO FAZER? Inicialmente deve ser feito anualmente. Após dois exames seguidos (com intervalo de um ano) apresentando exame normal, o preventivo pode passar a ser feito a cada três anos. Obs: mulheres em grupo de risco (HIV + ou imunodeprimidas) devem realizá-los anualmente.
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