Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
APG 22 MEDICINA Nayara Viana ,2 período, unifipmoc Descrever a formação embriológica do sistema reprodutor, abordando seus respectivos hormônios As gônadas se desenvolvem a partir das cristas gonadais que surgem do crescimento da mesoderme intermediária. Durante a 5 a semana de desenvolvimento, as cristas gonadais aparecem como protuberâncias imediatamente mediais aos mesonefro (rim intermediário). Adjacente às cristas gonadais estão os ductos mesonéfricos, que, por fim, evoluem para estruturas do sistema genital em homens. Um segundo par de ductos, os ductos paramesonéfricos, se desenvolve lateralmente aos ductos mesonéfricos e, por fim, forma as estruturas do sistema genital nas mulheres. Os dois tipos de ductos drenam para o seio urogenital. Um embrião precoce tem o potencial de seguir um padrão de desenvolvimento masculino ou feminino, porque contém ambos os conjuntos de ductos e cristas genitais que podem se diferenciar em testículos ou ovários. As células de um embrião masculino têm um cromossomo X e um cromossomo Y. O padrão masculino de desenvolvimento é iniciado por um gene “interruptor mestre” no cromossomo Y chamado SRY, que significa região determinante do sexo do cromossomo Y (Sexdetermining Region of the Y chromosome). Quando o gene SRY é expresso durante o desenvolvimento, o seu produto proteico faz com que as células sustentaculares primitivas comecem a se diferenciar em testículos durante a 7 a semana. As células sustentaculares em desenvolvimento secretam um hormônio chamado substância inibidora de Müller (MIS), que provoca a apoptose das células no interior dos ductos paramesonéfricos. Como resultado, estas células não contribuem com quaisquer estruturas funcionais do sistema genital masculino. Estimuladas pela gonadotropina coriônica humana (hCG), as células intersticiais primitivas dos testículos começam a secretar o androgênio testosterona durante a 8 a semana. A testosterona então estimula o desenvolvimento do ducto mesonéfrico de cada lado em epidídimo, ducto deferente, ducto ejaculatório e glândula seminal. Os testículos se ligam ao ducto mesonéfrico por vários túbulos que acabam se tornando túbulos seminíferos. A próstata e as glândulas bulbouretrais são evaginações endodérmicas da uretra. As células de um embrião feminino têm dois cromossomos X e nenhum cromossomo Y. Como não há SRY, as cristas gonadais se desenvolvem em ovários, e como o MIS não é produzido, os ductos paramesonéfricos florescem. As extremidades distais dos ductos paramesonéfricos se fundem para formar o útero e a vagina; as partes proximais não fundidas dos ductos tornamse as tubas uterinas. Os ductos mesonéfricos se degeneram sem contribuir com quaisquer estruturas funcionais do sistema genital feminino, em decorrência da ausência de testosterona. As glândulas vestibulares maiores e menores se desenvolvem a partir das excrescências endodérmicas do vestíbulo. Desenvolvimento da Genitália Externa Masculina A masculinização da genitália externa indiferenciada é induzida pela testosterona produzida pelas células intersticiais dos testículos fetais. À medida que o falo primordial aumenta e se alonga para formar o pênis, as pregas uretrais formam as paredes laterais do sulco uretral na superfície ventral do pênis. Esse sulco é revestido por uma proliferação de células endodérmicas, a placa uretral, a qual se estende a partir da parte fálica do seio urogenital. As pregas uretrais se fundem uma com a outra ao longo da superfície ventral do pênis para formar a uretra esponjosa. O ectoderma superficial se funde no plano mediano do pênis, formando a rafe peniana e confina a uretra esponjosa dentro do pênis. Desenvolvimento da Genitália Externa Feminina O falo primordial no feto feminino gradualmente se torna o clitóris. O clitóris é ainda relativamente grande com 18 semanas. As pregas uretrais não se fusionam, exceto posteriormente, quando elas se juntam para formar o frênulo dos pequenos lábios. MEDICINA Nayara Viana, 2 período, unifipmoc As partes não fusionadas das pregas urogenitais formam os pequenos lábios. As pregas lábio escrotais se fundem posteriormente para formar a comissura labial posterior e anteriormente para formar a comissura labial anterior e o monte do púbis. A maior parte das pregas lábio escrotais permanecem não fusionadas, mas se desenvolvem em duas grandes pregas de pele, os grandes lábios. MEDICINA Nayara Viana, 2 período, unifipmoc Compreender a anatomofisiologia do sistema reprodutor masculino e feminino ÓRGÃOS DO SISTEMA GENITAL MASCULINO ● Suas funções são: 1) Os testículos produzem espermatozóides e o hormônio masculino testosterona. 2) Os ductos transportam, armazenam e auxiliam na maturação dos espermatozóides. ○ As glândulas sexuais acessórias secretam a maior parte da porção líquida do sêmen. 3) O pênis contém a uretra, uma passagem para a ejaculação de sêmen e excreção de urina. SISTEMA REPRODUTOR MASCULINO - ORGANIZAÇÃO GERAL ● Testículos -> são as gônadas masculinas, produzem espermatozoides e secretam hormônios. É um par de glândulas ovais no escroto com aproximadamente 5 cm de comprimento e 2,5 cm de diâmetro. ● Sistema de ductos (epidídimo, ducto deferente, ductos ejaculatórios e uretra) -> faz o transporte e armazenamento dos espermatozóides, auxilia na maturação deles e libera-os para o meio externo. ● Glândulas sexuais acessórias -> encontram-se posteriormente à base da bexiga urinária e anteriormente ao reto, formada por glândulas seminais, próstata e glândulas bulbouretrais, que formam a genitária interna. ● Escroto -> faz parte das estruturas de apoio, contém os testículos, consiste em pele solta e tela subcutânea subjacente. DUCTOS DO SISTEMA GENITAL NOS HOMENS - Células dos túbulos seminíferos ● Células espermatogênicas -> são as células formadoras de esperma, que depois de produzidas são liberadas para o lúmen do túbulo seminífero. ● Células sustentaculares (Sertonni) -> várias funções no apoio à espermatogênese, ajudando a regular o desenvolvimento dos espermatozóides (oferece sustento e nutrição), produzem hormônios, enzimas, fatores de crescimento e ABP (proteínas ligadoras de androgênios). ● Células intersticiais de Leydig -> secretam testosterona, o androgênio mais prevalente, responsável pelo desenvolvimento de características masculinas e promove a libido no homem (impulso sexual). Epidídimo -> é um ducto único que se localiza na parte posterior dos testículos, formado pelos túbulos seminíferos quando estão deixando o testículo e se unem. Função: é o local de maturação dos espermatozóides (adquirem motilidade e capacidade de fertilizar um óvulo - 14 dias) e armazenam os espermatozóides por até vários meses URETRA ● É o ducto terminal compartilhado dos sistemas reprodutivo e urinário. ● Parte prostática da uretra -> mede 2 a 3 cm e passa na próstata. ● Parte membranácea da uretra -> mede 1 cm e passa nos músculos profundos do períneo. ● Parte esponjosa da uretra -> mede de 15 a 20 cm, passa no corpo esponjoso do pênis, termina no óstio externo da uretra Obss.. Por vezes pode acontecer falha na descida de um ou de ambos os testículos (criptorquidismo), ocorrendo em 1 a 3% dos recém-nascidos masculinos. Na maior parte dos casos o testículo desce espontaneamente mais tarde. Aquele que permanecer no abdome durante a puberdade se torna estéril e não será capaz de produzir espermatozoides. Os testículos criptorquídeos perdem seu potencial de produzir espermatozoides, mas podem produzir andrógenos, porque não são tão sensíveis a temperatura. Como os testículos que não descem são propensos a se tornarem cancerígenos, a saúde pública recomenda que MEDICINA NayaraViana, 2 período, unifipmoc sejam levados para o escroto via tratamento com testosterona ou, se necessário, cirurgicamente. PÊNIS ● Corpo do pênis: ○ Corpos cavernosos do pênis -> duas massas dorso-laterais. ○ Corpo esponjoso do pênis -> massa médio- ventral menor, contém a parte esponjosa da uretra e a mantém aberta durante a ejaculação. ○ Tecido erétil -> composto pela pele, uma tela subcutânea e seios sanguíneos revestidos por células endoteliais e circundados por músculo liso. Envolve todas as três massas. *Órgãos sistema genital feminino (citados apg 21) ● Glande do penis: ○ É a extremidade distal do corpo esponjoso do pênis é uma região um pouco aumentada, a sua margem é a coroa. ○ Recobrindo a glande em um pênis não circuncidado está o frouxamente ajustado prepúcio do pênis. ● Raiz do penis: ○ É a porção de inserção (porção proximal). MEDICINA Nayara Viana, 2 período, unifipmoc CICLO REPRODUTIVO FEMININO Durante os anos férteis, as mulheres não grávidas normalmente apresentam alterações cíclicas nos ovários e útero. Cada ciclo dura aproximadamente 1 mês e envolve tanto a oogênese (ou ovogênese) quanto a preparação do útero para receber um óvulo fertilizado. Hormônios secretados pelo hipotálamo, adenohipófise e ovários controlam os principais eventos. O ciclo ovariano consiste em uma série de eventos nos ovários que ocorrem durante e após a maturação do oócito. O ciclo uterino (menstrual) é uma série concomitante de alterações no endométrio do útero para prepara-lo para a chegada de um óvulo fertilizado, que ali vai se desenvolver até o nascimento. Se a fertilização não ocorrer, os hormônios ovarianos diminuem, o que faz com que o estrato funcional do endométrio descame. O termo geral ciclo reprodutivo feminino abrange os ciclos ovariano e uterino, as alterações hormonais que os regulam e as mudanças cíclicas relacionadas nas mamas e no colo do útero. Regulação hormonal do ciclo reprodutivo feminino O hormônio liberador de gonadotropina (GnRH) secretado pelo hipotálamo controla os ciclos ovariano e uterino. O GnRH estimula a liberação do hormônio foliculoestimulante (FSH) e do hormônio luteinizante (LH) pela adenohipófise. O FSH inicia o crescimento folicular, enquanto o LH estimula o desenvolvimento adicional dos folículos ovarianos. Além disso, o FSH e o LH estimulam os folículos ovarianos a secretar estrogênio. O LH estimula as células da teca de um folículo em desenvolvimento a produzir androgênios. Sob influência do FSH, os androgênios são absorvidos pelas células granulosas do folículo e, em seguida, convertidos em estrogênios. No meio do ciclo, o LH estimula a ovulação e, então, promove a formação do corpo lúteo, a razão para o nome hormônio luteinizante. Estimulado pela LH, o corpo lúteo produz e secreta estrogênios, progesterona, relaxina e inibina. Foram isolados pelo menos seis estrogênios diferentes do plasma de mulheres, mas apenas três estão presentes em quantidades significativas: beta (β)estradiol, estrona e estriol. Em uma mulher não grávida, o estrogênio é o estradiol mais abundante, que é sintetizado a partir do colesterol nos ovários. Os estrogênios secretados pelos folículos ovarianos têm várias funções importantes, dentre elas: 1)Promover o desenvolvimento e manutenção das estruturas reprodutivas femininas, características sexuais secundárias e mamas. As características sexuais secundárias incluem a distribuição do tecido adiposo nas mamas, no abdome, no monte do púbis e nos quadris; tom da voz; uma pelve ampla; e o padrão de crescimento de pelos no corpo 2)Aumentar o anabolismo proteico, incluindo a formação de ossos fortes. Em relação a isso, os estrogênios são sinérgicos com o hormônio do crescimento (hGH) Baixar o nível sanguíneo de colesterol, que provavelmente é o motivo de as mulheres com menos de 50 anos correrem risco muito menor de doença da artéria coronária (DAC) do que os homens de idade semelhante. 3)Níveis sanguíneos moderados inibem tanto a liberação de GnRH pelo hipotálamo quanto a secreção de LH e de FSH pela adenohipófise. Há uma pequena quantidade de relaxina produzida pelo corpo lúteo durante cada ciclo mensal relaxa o útero inibindo as contrações do miométrio. Presumivelmente, a implantação de um óvulo fertilizado ocorre mais facilmente em um útero “tranquilo”. Além disso, a inibina é secretada pelas células granulosas dos folículos em crescimento e pelo corpo lúteo após a ovulação. Ela inibe a secreção de FSH e, em menor grau, de LH. MEDICINA Nayara Viana, 2 período, unifipmoc Fases do ciclo reprodutivo feminino A duração do ciclo reprodutivo feminino normalmente varia de 24 a 36 dias. Para essa discussão, assumese uma duração de 28 dias e dividese o ciclo em quatro fases: a fase menstrual, a fase préovulatória, a ovulação e a fase pós- ovulatória. Fase menstrual A fase menstrual, também chamada de menstruação, perdura aproximadamente os 5 primeiros dias do ciclo. (Por convenção, o primeiro dia da menstruação é o dia 1 de um novo ciclo.) EVENTOS NOS OVÁRIOS. Sob influência do FSH, vários folículos primordiais se desenvolvem em folículos primários e, então, em folículos secundários. Este processo de desenvolvimento pode levar vários meses para ocorrer. Portanto, um folículo que começa a se desenvolver no início de um dado ciclo menstrual pode não alcançar a maturidade e ovular até vários ciclos menstruais mais tarde. EVENTOS NO ÚTERO. O fluxo menstrual do útero consiste em 50 a 150 mℓ de sangue, líquido tecidual, muco e células epiteliais do endométrio descamado. Esta eliminação ocorre porque os níveis decrescentes de progesterona e estrogênios estimulam a liberação de prostaglandinas que fazem com que as arteríolas espirais do útero se contraiam. Como resultado, as células que elas irrigam são privadas de oxigênio e começam a morrer. Por fim, todo o estrato funcional descama. Nesta altura, o endométrio está muito fino, com cerca de 2 a 5 mm, porque apenas o estrato basal permanece. O fluxo menstrual passa da cavidade uterina pelo colo do útero e vagina até o meio externo. Fase préovulatória A fase préovulatória é o período entre o fim da menstruação e a ovulação. A fase préovulatória do ciclo tem comprimento mais variável do que as outras fases e representa a maior parte das diferenças na duração do ciclo. Tem a duração de 6 a 13 dias em um ciclo de 28 dias. EVENTOS NOS OVÁRIOS. Alguns dos folículos secundários nos ovários começam a secretar estrogênios e inibina. Por volta do dia 6, um folículo secundário único em um dos dois ovários superou todos os outros para se tornar o folículo dominante. Os estrogênios e a inibina secretados pelo folículo dominante diminuem a secreção de FSH, o que faz com que os outros folículos menos bem desenvolvidos parem de crescer e sofram atresia. Os gêmeos ou trigêmeos fraternos (não idênticos) ocorrem quando dois ou três folículos secundários se tornam codominantes e mais tarde são ovulados e fertilizados aproximadamente ao mesmo tempo. Normalmente, um folículo secundário dominante único passa a ser o folículo maduro, que continua aumentando até que tenha mais de 20 mm de diâmetro e esteja pronto para a ovulação. Este folículo forma uma protuberância em forma de vesícula decorrente da tumefação do antro na superfície do ovário. Durante o processo de maturação final, o folículo maduro continua aumentando a sua produção de estrogênios. EVENTOS NO ÚTERO. Os estrogênios liberados para o sangue pelos folículos ovarianos em crescimento estimulam o reparo do endométrio; as células do estrato basal sofrem mitose e produzem um novo estrato funcional. Conforme o endométrio se espessa,desenvolvemse glândulas uterinas retas e curtas, e as arteríolas se espiralam e alongam à medida que penetram no estrato funcional. A espessura do endométrio aproximadamente dobra, alcançando cerca de 4 a 10 mm. Em relação ao ciclo uterino, a fase préovulatória também é denominada fase proliferativa, porque o endométrio esta proliferando. Ovulação A ovulação, a ruptura do folículo maduro e a liberação do oócito secundário para o interior da cavidade pélvica, geralmente ocorre no 14 o dia em um ciclo de 28 dias. Durante a ovulação, o oócito secundário permanece cercado por sua zona pelúcida e coroa radiada. Os níveis elevados de estrogênios durante a última parte da fase pré- ovulatória exercem um efeito de feedback positivo MEDICINA Nayara Viana, 2 período, unifipmoc sobre as células que secretam LH e hormônio liberador de gonadotropina (GnRH) e induzem à ovulação, como se segue: 1)Uma alta concentração de estrogênios estimula a liberação mais frequente de GnRH pelo hipotálamo. Também estimula diretamente os gonadotropos na adenohipófise a secretar LH. 2)O GnRH promove a liberação adicional de FSH e LH pela adenohipófise. 3) O LH provoca a ruptura do folículo maduro e a expulsão de um oócito secundário aproximadamente 9 h após o pico de LH. O oócito ovulado e suas células da coroa radiada geralmente são deslocados para a tuba uterina. De tempos em tempos, um oócito é perdido na cavidade pélvica, onde depois se desintegra. O pequeno volume de sangue que, às vezes, extravasa para a cavidade pélvica do folículo rompido pode causar dor, conhecida como dor intermenstrual (do alemão mittelschmerz), no momento da ovulação. Um teste de venda livre que detecta um aumento no nível de LH pode ser usado para predizer a ovulação com 1 dia de antecedência. Fase pósovulatória A fase pósovulatória do ciclo reprodutivo feminino é o período entre a ovulação e o início da menstruação seguinte. Em duração, é a parte mais constante do ciclo reprodutivo feminino. Tem a duração de 14 dias em um ciclo de 28 dias, do 15 o ao 28 o dia. EVENTOS NO OVÁRIO. Depois da ovulação, o folículo maduro colapsa, e a membrana basal entre as células granulosas e a teca interna se rompe. Uma vez que um coágulo se forma pelo pequeno sangramento do folículo rompido, o folículo se torna o corpo rubro (ver Figura 28.13). As células da teca interna se misturam com as células granulosas conforme todas estas células se transformam nas células do corpo lúteo sob a influência do LH. Estimulado pelo LH, o corpo lúteo secreta progesterona, estrogênios, relaxina e inibina. As células lúteas também absorvem o coágulo de sangue. Em relação ao ciclo ovariano, esta fase é chamada de fase lútea. Os eventos posteriores em um ovário que ovulou um oócito dependem se o óvulo foi fertilizado. Se o óvulo não foi fertilizado, o corpo lúteo tem uma vida útil de apenas 2 semanas. Em seguida, a sua atividade secretora declina, e ele se degenera em um corpo albicante. À medida que os níveis de progesterona, estrogênios e inibina diminuem, a liberação de GnRH, FSH e LH aumenta, em decorrência da perda da supressão por feedback negativo pelos hormônios ovarianos. O crescimento folicular é retomado e começa um novo ciclo ovariano. Se o oócito secundário for fertilizado e começar a se dividir, o corpo lúteo persiste além de sua duração normal de 2 semanas. Ele é “resgatado” da degeneração pela gonadotropina coriônica humana (hCG). Este hormônio é produzido pelo cório do embrião, começando aproximadamente 8 dias após a fertilização. Como o LH, o hCG estimula a atividade secretora do corpo lúteo. A determinação de hCG no sangue ou na urina materna é um indicador de gravidez e é o hormônio detectado pelos testes de gravidez de venda livre. EVENTOS NO ÚTERO. A progesterona e os estrogênios produzidos pelo corpo lúteo promovem o crescimento e enrolamento das glândulas uterinas, a vascularização do endométrio superficial e o espessamento do endométrio até 12 a 18 mm. Em decorrência da atividade secretora das glândulas uterinas, que começam a secretar glicogênio, este período é denominado fase secretora do ciclo uterino. Estas alterações preparatórias alcançam seu pico aproximadamente 1 semana após a ovulação, no momento em que um óvulo fertilizado pode chegar ao útero. Se a fertilização não ocorrer, os níveis de progesterona e estrogênios declinam, em decorrência da degeneração do corpo lúteo. A interrupção na progesterona e nos estrogênios provoca a menstruação. MEDICINA Nayara Viana, 2 período, unifipmoc MEDICINA Nayara Viana, 2 período, unifipmoc Explicar a gametogênese masculina Nos seres humanos, a espermatogênese leva de 65 a 75 dias. Começa com a espermatogônias, que contêm o número diploide (2n) de cromossomos. As espermatogônias são tipos de células tronco; quando sofrem mitose, algumas espermatogônias permanecem próximo da membrana basal dos túbulos seminíferos em um estado não diferenciado, para servir como um reservatório de células para a divisão celular futura e subsequente produção de espermatozoides. O restante das espermatogônias perde contato com a membrana basal, espreme-se através das junções oclusivas da barreira hematotesticular, sofre alterações de desenvolvimento e diferencia-se em espermatócitos primários. Os espermatócitos primários, como as espermatogônias, são diploides (2n) ; ou seja, contêm 46 cromossomos. Pouco depois de se formar, cada espermatócito primário replica seu DNA e então começa a meiose. Na meiose I, pares de cromossomos homólogos se alinham na placa metafásica, e ocorre o crossing- over. Em seguida, o fuso meiótico puxa um cromossomo (duplicado) de cada par para um polo oposto da célula em divisão. As duas células formadas pela meiose I são chamadas de espermatócitos secundários. Cada espermatócito secundário tem 23 cromossomos, o número haploide (n). Cada cromossomo dentro de um espermatócito secundário, no entanto, é constituído por 2 cromátides (2 cópias do DNA) ainda ligadas por um centrômero. Não há replicação de DNA nos espermatócitos secundários. Na meiose II, os cromossomos se alinham em fila indiana ao longo da placa metafásica, e as duas cromátides de cada cromossomo se separam. As quatro células haploides resultantes da meiose II são chamadas de espermátides. Portanto, um único espermatócito primário produz quatro espermátides por meio de dois episódios de divisão celular (meiose I e meiose II). Durante a espermatogênese ocorre um processo único. Conforme as células espermatogênicas proliferam, elas não conseguem completar a separação citoplasmática (citocinese). As células permanecem em contato por meio de pontes citoplasmáticas ao longo de todo o seu desenvolvimento. Este padrão de desenvolvimento provavelmente é responsável pela produção sincronizada de espermatozoides em qualquer área do túbulo seminífero. Também pode ser importante para a sobrevivência de metade dos espermatozoides contendo um cromossomo X e metade contendo um cromossomo Y. O cromossomo X maior pode transportar os genes necessários para a espermatogênese que estão faltando no cromossomo Y menor. A fase final da espermatogênese, a espermiogênese, consiste no desenvolvimento de espermátides haploides em espermatozoides. Não ocorre divisão celular na espermiogênese; cada espermátide se torna um espermatozoide único. Durante este processo, as espermátides esféricas se transformam no espermatozoide delgado e alongado. Um acrossomo forma-se no topo do núcleo, que se condensa e se alonga, um flagelo se desenvolve, e as mitocôndrias se multiplicam. As células sustentaculares eliminam o excessode citoplasma que se desprende. Por fim, os espermatozoides são liberados de suas conexões com as células sustentaculares, em um evento conhecido como espermiação. O espermatozoide então entra no lúmen do túbulo seminífero. O líquido secretado pelas células sustentaculares “empurra” os espermatozoides ao longo de seu caminho em direção aos ductos dos testículos. Neste momento, os espermatozoides ainda não conseguem se deslocam sozinhos. MEDICINA Nayara Viana, 2 período, unifipmoc Controle hormonal da função testicular Embora os fatores de iniciação sejam desconhecidos, na puberdade, determinadas células neurosecretoras do hipotálamo aumentam a sua secreção de hormônio liberador de gonadotropina (GnRH). Este hormônio estimula, por sua vez, os gonadotropos na adenohipófise a aumentar sua secreção de duas gonadotropinas, o hormônio luteinizante (LH) e o hormônio foliculoestimulante (FSH). O LH estimula as células intersticiais que estão localizadas entre os túbulos seminíferos a secretar o hormônio testosterona. Este hormônio esteroide é sintetizado a partir do colesterol nos testículos e é o principal androgênio. É lipossolúvel e se difunde facilmente das células intersticiais para o líquido intersticial e, em seguida, para o sangue. A testosterona, via feedback negativo, suprime a secreção de LH pelos gonadotropos da adeno- hipófise e suprime a secreção de GnRH pelas células neurossecretoras do hipotálamo. Em algumas células alvo, como aquelas dos órgãos genitais externos e da próstata, a enzima 5- alfarredutase converte a testosterona em outro androgênio, chamado dihidrotestosterona (DHT). O FSH atua indiretamente ao estimular a espermatogênese. O FSH e a testosterona atuam sinergicamente nas células sustentaculares estimulando a secreção da proteína de ligação a androgênios (ABP) no lúmen dos túbulos seminíferos e no líquido intersticial em torno das células espermatogênicas. A ABP se liga à testosterona, mantendo a sua concentração elevada. A testosterona estimula as etapas finais da espermatogênese nos túbulos seminíferos. Uma vez alcançado o grau de espermatogênese necessário para as funções reprodutivas masculinas, as células sustentaculares liberam inibina, um hormônio proteico assim chamado por inibir a secreção de FSH pela adenohipófise. Se a espermatogênese ocorrer muito lentamente, menos inibina é liberada, o que possibilita maior secreção de FSH e aumento da espermatogênese. A testosterona e a dihidrotestosterona se ligam aos mesmos receptores de androgênios, que se encontram no interior dos núcleos das célulasalvo. O complexo hormônioreceptor regula a expressão do gene, ativando alguns genes e desativando MEDICINA Nayara Viana, 2 período, unifipmoc outros. Em decorrência dessas alterações, os androgênios produzem vários efeitos: Desenvolvimento prénatal. Antes do nascimento, a testosterona estimula o padrão masculino de desenvolvimento dos ductos do sistema genital e a descida dos testículos para o escroto. A di- hidrotestosterona estimula o desenvolvimento dos genitais externos. A testosterona também é convertida no encéfalo em estrogênios (hormônios feminilizantes), que podem atuar no desenvolvimento de determinadas regiões do encéfalo em homens. Desenvolvimento das características sexuais masculinas. Na puberdade, a testosterona e a di- hidrotestosterona realizam o desenvolvimento e o alargamento dos órgãos sexuais masculinos e o desenvolvimento das características sexuais secundárias masculinas. As características sexuais secundárias distinguem os homens das mulheres, mas não têm um papel direto na reprodução. Estes incluem o crescimento muscular e esquelético que resulta em ombros largos quadris estreitos; os pelos faciais e torácicos (dentro dos limites da hereditariedade) e a presença de mais pelos em outras partes do corpo; o espessamento da pele; o aumento da secreção das glândulas sebáceas e o aumento da laringe e consequente engrossamento da voz. Desenvolvimento da função sexual. Os androgênios contribuem para o comportamento sexual masculino e espermatogênese, e para o desejo sexual (libido) em homens e mulheres. Lembrese de que o córtex da glândula suprarrenal é a principal fonte de androgênios nas mulheres Estimulação do anabolismo. Os androgênios são hormônios anabólicos; isto é, estimulam a síntese de proteínas. Este efeito é evidente no maior peso dos músculos e massa óssea que é observado na maior parte dos homens em comparação às mulheres. Um sistema de feedback negativo regula a produção de testosterona. Quando a concentração de testosterona no sangue aumenta até um determinado nível, isso inibe a liberação de GnRH pelas células hipotalâmicas. Como resultado, há menos GnRH no sangue portal que flui do hipotálamo para a adenohipófise. Os gonadotropos na adenohipófise então liberam menos LH, de modo que a concentração de LH no sangue sistêmico cai. Com menos estimulação pelo LH, as células intersticiais dos testículos secretam menos testosterona, e há um retorno à homeostasia. Se a concentração de testosterona no sangue cai muito, no entanto, o GnRH é novamente liberado pelo hipotálamo e estimula a secreção de LH pela adenohipófise. O LH, por sua vez, estimula a produção de testosterona pelos testículos.
Compartilhar