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Disciplina: INTRODUÇÃO À OCEANOGRAFIA Aula 7 <OCEANOGERAL.7> UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA DEPARTAMENTO DE SISTEMÁTICA E ECOLOGIA Prof. Tarcisio A. Cordeiro 2011 Estação oceanográfica à bordo do R.V. Seward Johnson, NE Brasil. © 2000, M. Carroll http://www.ufpb.br/ INTERAÇÕES OCEANO - ATMOSFERA AULA 7.2 OCEANOGRAFIA FÍSICA Vórtices atmosféricos na Ilha de Guadalupe. Earth Observatory http://earthobservatory.nasa.gov/Newsroom/NewImages/images.php3?img_id=4487 • AULA 7.3 OCEANOGRAFIA FÍSICA INTRODUÇÃO À OCEANOGRAFIA FÍSICA A oceanografia física é o estudo dos processos físicos no oceano e da interação do oceano com a atmosfera. Os oceanógrafos físicos estudam correntes, marés, ondas, e convecções no oceano, ao longo das costas e na zona de arrebentação e ainda, o balanço de calor do oceano, incluindo o aquecimento solar, a evaporação, o fluxo de radiação infravermelha para dentro e para fora do mar, o transporte do calor e do sal por correntes. O objetivo de seu trabalho é compreender a natureza e funcionamento dos oceanos, o papel do oceano no clima e nas eras glaciais, fazer predições sobre alguns fenômenos tais como o El Niño, tsunamis, marés e a influência do oceano sobre o clima local. Os oceanógrafos físicos constroem freqüentemente modelos numéricos de movimentos do oceano e de interações com outros sistemas da Terra (fig. abaixo), e ainda, desenvolvem instrumentos para serem usados em navios e em satélites (Ocean World). Segundo o Prof. Carlos Lentini (UFBA, PDF), oceanografia física é o estudo do movimento dos fluidos nos oceanos. O seu objetivo é o entendimento destes processos nas várias escalas espaciais e temporais, a simulação destes processos e se possível, a previsão destes processos. Os oceanógrafos físicos estudam a distribuição das propriedades físicas da água do mar, salinidade, temperatura, pressão e densidade; bem como sua relação com a circulação. http://oceanworld.tamu.edu/resources/definitions.htm http://oceanworld.tamu.edu/resources/definitions.htm http://oceanworld.tamu.edu/resources/definitions.htm http://www.oceanografia.ufba.br/ftp/Introducao_Oceanografia/fisica_3.pdf http://www.oceanografia.ufba.br/ftp/Introducao_Oceanografia/fisica_3.pdf http://www.oceanografia.ufba.br/ftp/Introducao_Oceanografia/fisica_3.pdf • AULA 7.4 OCEANOGRAFIA FÍSICA Para todos os efeitos, considera-se que os raios solares chegam a toda superfície do globo em linhas paralelas. Imagine-se uma máscara colocada à frente do globo, com uma janela de 100 km2 colocada sobre o Equador; uma área equivalente seria aquecida na superfície. Se movermos a janela para 30º de latitude, veremos a mesma quantidade de energia distribuída agora por aprox. 116 km2. Aos 60º de latitude, a mesma quantidade de energia irá se distribuir por mais de 200 km2. Esse quadro já explica a diminuição da temperatura do equador para os pólos, mas só em parte. OCEANO E ATMOSFERA – SISTEMAS ACOPLADOS Tanto o oceano como a atmosfera são fluídos e por isso, apresentam alguns comportamentos semelhantes. A superfície de contato entre os dois é muito extensa, o que dá origem a um sistema de interdependência, o que acontece em um deles irá provocar alterações no outro. As correntes marinhas superficiais e as ondas, são conseqüência direta dos padrões dos ventos globais. Por outro lado, a maior parte da energia que impulsiona o clima, estão nos oceanos. A energia solar é a fonte de toda a circulação atmosférica e oceânica, e ainda do clima, que tem aí a sua origem. Isso se deve à forma esférica da Terra, sua rotação e inclinação em seu próprio eixo e em torno do Sol. Para entender o processo, podemos inicialmente imaginar um globo e observar de que forma a radiação solar incide sobre a sua superfície. Adaptado de Kolars, J. & Nystuen, J. D. 1975. Physical Geography, McGraw Hill, 312 pp. In Arlinghaus, S. Univ. Michigan. http://www-personal.umich.edu/~sarhaus/courses/NRE530_F1998/INDEX.HTM http://www-personal.umich.edu/~sarhaus/courses/NRE530_F1998/INDEX.HTM http://www-personal.umich.edu/~sarhaus/courses/NRE530_F1998/INDEX.HTM http://www-personal.umich.edu/~sarhaus/courses/NRE530_F1998/INDEX.HTM • AULA 7.5 OCEANOGRAFIA FÍSICA Imagem adaptada de NOAA A CIRCULAÇÃO DA ATMOSFERA COMO CONSEQUENCIA DO AQUECIMENTO DIFERENCIADO - SAZONALIDADE Agora, uma vez incluída a rotação da Terra em seu próprio eixo, vamos considerar os efeitos da rotação da Terra em torno do Sol. O eixo de rotação da Terra possui um inclinação de 23,5º em relação ao plano da eclíptica, o plano no qual a Terra orbita o Sol. Isto significa que as latitudes de 23,5º Norte e Sul, receberão a radiação solar num ângulo de 90º em uma determinada época do ano. Significa também, que o cinturão térmico do planeta se deslocará numa amplitude de 47º, passando pelo Equador, completando um ciclo a cada ano. Por exemplo, nos dia 22 de junho o Sol fica a 90º sobre a latitude de 23,5º N, também chamada de trópico de câncer. No dia 22 de dezembro, o Sol estará a pino sobre o trópico de Capricórnio, a 23,5º S. Essas datas são conhecidas como os dias do solstício, se estivermos no hemisfério onde há o verão, vamos experimentar o dia mais longo do ano, se for no hemisfério onde há o inverno, será o dia mais curto do ano. Nas datas de 23 de setembro e 21 de março ocorre o equinócio; o dia e a noite terão a mesma duração em todo o planeta porque o Sol estará situado diretamente sobre o Equador. A insolação da superfície terrestre é homogênea nesse período, a estação do ano será o outono ou a primavera, dependendo do hemisfério. ECLÍPTICA http://www.srh.noaa/ • AULA 7.6 OCEANOGRAFIA FÍSICA A CIRCULAÇÃO DA ATMOSFERA COMO CONSEQUENCIA DO AQUECIMENTO DIFERENCIADO - CICLOS LONGOS Além da sazonalidade, outros ciclos interferem na forma como a Terra é aquecida pelo Sol, entretanto estes ciclos são muito longos em referência ao tempo de vida do ser um humano. Excentricidade – existe uma variação na forma da orbita da Terra ao redor do Sol, hora mais circular, hora mais elíptica, que podem resultar em variações de temperatura média na superfície da Terra. O ciclo dura aproximadamente 100.000 anos. Obliqüidade – o eixo de rotação da Terra também apresenta uma oscilação em relação ao plano da órbita, variando de 21,5° a 24,5° (no momento a 23,5 °). Este ciclo tem uma duração de aprox. 41.000 anos. Precessão – o eixo da Terra oscila de forma a descrever um circulo, apontando para diferentes pontos do espaço, num ciclo de 25.770 anos. Excentricidade (modificado de: Wikipedia), obliquidade (mod. Portal do Astrônomo) e precessão (PRISMA). Vega Polaris http://en.wikipedia.org/wiki/File:Eccentricity_zero.svg http://www.portaldoastronomo.org/noticia.php?id=469 http://cftc.cii.fc.ul.pt/PRISMA/capitulos/capitulo2/modulo2/topico5.php O CALOR NO OCEANO E NA ATMOSFERA Como visto, a quantidade de energia solar disponível por unidade de área na superfície da Terra diminui com o aumento da latitude por uma questão de geometria; mas além disso existe ainda a reflexão da luz solar, que também aumenta com a latitude (aula 6, slide 38) e com o alto albedo das calotas polares, intensificando a desigualdade no aquecimento da Terra. Como resultado, em termos de energia observamos um balanço positivo nas baixas latitudes, e um balanço negativo nas altas (figura ao lado). Observando o balanço de energia nas diferentes latitudes podemos nos perguntar: como é possível serem irradiadas 300 cal nas regiões polares, se foram recebidas menos de • AULA 7.7 OCEANOGRAFIA FÍSICA c a l/ c m 2 /d ia latitude Adaptado de Schmiegelow, 2004. 200 cal? Ou ainda: porque as regiões equatoriais não se aquecem ainda mais? O fato é que parte da energia irradiada nos pólos foi transportada pela atmosfera e pelo oceano, a partirde latitudes mais baixas. A circulação atmosférica e a oceânica trabalham juntas distribuindo o excesso de energia solar dos trópicos para os pólos, equalizando o clima da Terra. A forma como o transporte da energia acumulada nos trópicos se distribui pelo planeta acontece segundo alguns padrões e se devem à algumas características dos fluídos, tais como a expansão e contração térmica da água e do ar, equilíbrio isostático e calor latente de evaporação. A rotação e inclinação da Terra em torno do Sol estabelece os padrões sazonais, as estações do ano, e a rotação da Terra em seu próprio eixo irá influenciar no deslocamento de massas de água e de ar. A conjunção de todas essas forças dão a forma naquilo que nós nos acostumamos a chamar de clima da Terra. • AULA 7.8 OCEANOGRAFIA FÍSICA COMPOSIÇÃO DA ATMOSFERA A atmosfera é a camada de gases, vapor e poeira que se estendem da superfície da Terra até aproximadamente 10.000 km de altitude, tornando-se cada vez mais rarefeita com a altitude mas ainda presa pela atração gravitacional da Terra. Os gases e outros materiais que formam a Gas Symbol Content Nitrogen N2 78,084% 9 9 ,9 9 8 % Oxygen O2 20,947% Argon Ar 0.934% Carbon Dioxide CO2 0.033% Neon Ne 18,2 ppm Helium He 5,20 ppm Krypton Kr 1,10 ppm Sulfur dioxide SO2 1,00 ppm Methane CH4 2,00 ppm Hydrogen H2 0,50 ppm Nitrous Oxide N2O 0,50 ppm Xenon Xe 0,09 ppm Ozone O3 0,07 ppm Nitrogen dioxide NO2 0,02 ppm Iodine I2 0.01 ppm Carbon monoxide CO trace Ammonia NH3 trace Fonte: NOAA, EUA atmosfera nos permitem a respiração, nos protege da radiação e de pequenos corpos do espaço exterior, contém umidade (nuvens), permitem a combustão de forma controlada e uma temperatura amena em relação a outros planetas. Em suma, a atmosfera é a bolha protetora dentro da qual nós vivemos. Apenas quatro gases perfazem quase 100 % de sua composição. O mais comum é o nitrogênio, por diluir o oxigênio, acaba desacelerando os processos de combustão. O nitrogênio também é um elemento indispensável na formação da matéria viva, usado na composição das proteínas. O oxigênio atmosférico teve origem como um subproduto da fotossíntese e também é usado por todos os seres vivos. O argônio é um gás nobre e pouco reativo, por isso é usado em soldas e em lâmpadas incandescentes. O dióxido de carbono é assimilado pelas plantas no processo da fotossíntese e também age como um cobertor planetário, impedindo o escape do calor para o espaço exterior. http://www.srh.noaa.gov/jetstream/atmos/atmos_intro.htm ESTRUTURA DA ATMOSFERA A atmosfera se modifica com a altitude e são reconhecidas cinco camadas distintas (figura ao lado), identificadas por suas características em relação à temperatura, composição química, movimento e densidade. Cada camada é separada por transições, um forte gradiente de alguma de suas características, que recebe o sufixo “pausa”, isto é o equivalente à termoclina e haloclina no oceano. • AULA 7.9 OCEANOGRAFIA FÍSICA 500 km 85 km 6 - 20 km 50 km Troposfera, é camada inferior da atmosfera e é onde a vida e quase todo o clima ocorrem. A espessura da troposfera varia com a latitude, enquanto no Equador ela mede de 18 a 20 km, chega a apenas 9 km acima dos 50º de latitude, e a 6,5 km nos pólos. A concentração de gases diminui com a altitude, o ar se torna rarefeito e pobre em oxigênio, o que limita a aviação comercial aos 11 km de altitude. A temperatura também diminui com a altitude, chegando a -50ºC. A camada de transição entre a troposfera e a camada sobrejacente chama- se tropopausa, e ambas são conhecidas como atmosfera inferior. Estratosfera, se estende da tropopausa até 50 km de altitude, contém cerca de 19% dos gases atmosféricos e muito pouco vapor de água. A temperatura se eleva com a altitude, de aprox. -60 até -15ºC, junto à estratopausa. Na camada inferior da estratosfera, entre 15 e 30 km, o oxigênio encontra radiação ultravioleta suficiente para se transformar em ozônio, criando uma camada (de ozônio) quase opaca ao ultravioleta, responsável pelo aumento de temperatura. É uma camada com ventos calmos, onde os gases se movimentam lentamente. Estratosfera, estratopausa, mesosfera e mesopausa são chamadas coletivamente de atmosfera média. Mesosfera, se localiza entre 50 e 85 km de altitude. Aqui os gases são ainda mais rarefeitos que na estratosfera, de forma que o aquecimento produzido pelo acúmulo de radiação ultravioleta não se faz mais sentir; assim a temperatura diminui com o aumento da altitude para até -120ºC, junto à mesopausa. No entanto as moléculas de gases estão concentradas o suficiente para desacelerar e volatilizar meteoritos. Wikipedia http://en.wikipedia.org/wiki/Earth%27s_atmosphere ESTRUTURA DA ATMOSFERA (cont.) Termosfera, acima da mesopausa e até 690 km de altitude, é ainda mais rarefeita, somente a radiação solar de alta energia é absorvida: raios x e ultravioleta. Nesse ambiente a radiação solar penetra livremente, o que eleva a temperatura até 2.000ºC; contudo, se fosse possível colocar a mão nua nessa atmosfera, sentiríamos muito • AULA 7.10 OCEANOGRAFIA FÍSICA frio. Isso acontece porque as moléculas de gases se encontram muito afastadas umas das outras. Na camada mais baixa da termosfera ainda existem ondas de gravidade semelhantes às marés, provocadas pelo aquecimento dos gases durante o dia. A estação espacial internacional orbita na parte mais alta da termosfera. É ainda a camada onde ocorre a ionosfera, que reflete as ondas de rádio e dá origem a aurora boreal. A transição com a camada sobrejacente é chamada termopausa. Exosfera, é a camada mais externa da atmosfera, podendo chegar até os 10.000 km de altitude. Nesta camada os gases presentes são os de menor peso atômico, principalmente o hidrogênio, hélio, dióxido de carbono e, em sua parte inferior, chamada de exobase, encontramos o oxigênio atômico. Na exobase está o nível crítico, definido de duas formas: i) a altitude acima da qual a colisão entre átomos é desprezível e, ii) a altitude aonde os átomos apresentam trajetória balística. Somente a partir da exosfera moléculas de gases podem escapar para o espaço e ainda, é onde os satélites artificiais são posicionados. Imagem: UCAR in: TonyDude http://www.ucar.edu/learn/1_1_1.htm http://tonydude.net/NaturalScience100/Topics/2Earth/3atmosphere.html • AULA 7.11 OCEANOGRAFIA FÍSICA ESTRUTURA DA ATMOSFERA (cont.) A composição e a concentração de gases se modifica com a altitude, isto se reflete na forma como a energia solar é absorvida, transmitida ou refletida. Como conseqüência, observamos um perfil de temperatura característico, que também é utilizado na delimitação das camadas da atmosfera (figura ao lado). Alterações na composição química da atmosfera, ou na espessura de alguma de suas camadas, teriam conseqüências sobre os níveis de radiação e o sobre o clima na superfície terrestre. Podendo, inclusive, interferir na sua capacidade de abrigar a vida na forma como a conhecemos. Nas últimas décadas a camada de ozônio tem sido objeto de muita discussão na mídia e no meio político, devido ao reconhecimento de que sua destruição pode causar uma grande redução na atividade biológica global, um dos sintomas é o aumento na incidência de doenças de pele em humanos. Imagem: University Corporation for Atmospheric Research, UCAR. http://www.windows.ucar.edu/tour/link=/earth/images/profile_jpg_image.html • AULA 7.12 OCEANOGRAFIA FÍSICA ESTRUTURA DA ATMOSFERA (cont.) Variação na densidade e temperatura em função da altitude (Wikipedia). http://en.wikipedia.org/wiki/Earth%27s_atmosphere • AULA 7.13 OCEANOGRAFIA FÍSICA A CIRCULAÇÃO DA ATMOSFERA Vamos imaginar um planeta com uma superfície lisa e uniforme, que não girasse em seu próprioeixo e que completasse sua órbita em 40 h, sendo essa a duração de seu dia. A circulação da atmosfera seria muito simples e o clima bem homogêneo. O Equador mais aquecido, iria irradiar calor para o ar, o qual, por expansão térmica, ficaria menos denso e se elevaria na atmosfera. Isso criaria uma área de baixa pressão na região equatorial, para onde outra quantidade de ar superficial irá se dirigir, se aquecer e se elevar. Nas regiões polares o ar arrefecido se tornaria menos denso e desceria da alta atmosfera em direção à superfície, criando uma região de alta pressão. Assim seriam formadas duas gigantescas células de convecção*, uma em cada hemisfério. Os ventos só apresentariam duas direções, alinhadas com o eixo Norte-Sul da Terra. Este sistema atmosférico ideal sofreria muita interferência se adicionássemos rotação ao planeta. Na Terra, como em outros planetas, a rotação dá origem ao efeito de Coriolis. Lutgens, F. K. & Tarbuck, E. J. 2000. The Atmosphere: An Introduction to Meteorology (8ª ed). Prentice Hall. 512 pp. In John P. Stimac, East. Illinois University. *Convecção, radiação e condução são formas de transmissão de calor, na convecção o calor é transportado por correntes de algum fluído. http://www.ux1.eiu.edu/~jpstimac/1400/circulation.html http://www.ux1.eiu.edu/~jpstimac/1400/circulation.html http://www.ux1.eiu.edu/~jpstimac/1400/circulation.html http://www.ux1.eiu.edu/~jpstimac/1400/circulation.html http://www.ux1.eiu.edu/~jpstimac/1400/circulation.html http://www.ux1.eiu.edu/~jpstimac/1400/circulation.html • AULA 7.14 OCEANOGRAFIA FÍSICA Imagens: Wikipédia EFEITO DE CORIOLIS O efeito de Coriolis recebeu esse nome em homenagem ao cientista francês Gaspard-Gustave Coriolis, que o descreveu em 1835, permitindo a interpretação e previsão de diversos fenômenos na superfície da Terra, tais como o movimento das massas de ar, a circulação de água oceânica, o desvio na trajetória de projéteis de longo alcance e a modificação no plano do movimento de um pêndulo, como foi demonstrado no famoso experimento de Foucault no Pantheon, em 1851. HEMISFÉRIO HEMISFÉRIO NORTE SUL O efeito de Coriolis existe somente em sistemas aonde pelo menos um componente apresenta um plano em rotação. A fórmula foi obtida a partir das leis da inércia, todavia o efeito não é uma aceleração propriamente dita, e por esse motivo o termo força de Coriolis, embora muito usado, parece ser inadequado. O fenômeno descrito por Coriolis pode ser entendido como resultado da soma de dois movimentos. No primeiro temos a velocidade e direção de um corpo em relação a um eixo em rotação e, no segundo temos a velocidade angular do eixo ou de corpos solidários ao eixo. Mais em Alice M. Grimm, UFPR. Gustave Coriolis, França, 1792 – 1843, foi matemático, engenheiro mecânico e cientista. http://en.wikipedia.org/wiki/Coriolis_effect http://en.wikipedia.org/wiki/Foucault_pendulum http://fisica.ufpr.br/grimm/aposmeteo/cap7/cap7-3.html • AULA 7.15 OCEANOGRAFIA FÍSICA EFEITO DE CORIOLIS A velocidade angular de qualquer ponto sobre a Terra será sempre a mesma, 360º em 24 h. Já a velocidade linear com a qual um ponto sobre a Terra descreve um arco vai depender da latitude. Assim, alguém posicionado sobre o Equador estará se deslocando no espaço a uma velocidade aproximada de 1.600 km/h, se estiver localizado a 30º de latitude, a velocidade será de 1.400 km/h, e aos 60º, 800 km/h (figura ao lado). Essas diferenças de velocidade produzem os seguintes efeitos em corpos se deslocando sobre o globo (Wikipedia): a) Se a velocidade é paralela à rotação, como no Equador, o efeito de Coriolis é zero. b) Se a velocidade é em direção ao eixo, o efeito é na direção da rotação. c) Se a velocidade é em direção para fora do eixo de rotação, o efeito é em direção contrária a da rotação. d) Se a velocidade é na direção da rotação, o efeito é em direção para fora do eixo de rotação. e) Se a velocidade é contra a direção da rotação, o efeito é em direção ao eixo. hemisfério norte direção trajetória Ao lado: mísseis balísticos (uma vez lançados, não podem mudar sua direção) estarão sujeitos ao efeito de Coriolis. No hemisfério Norte serão desviados para a direita; no hemisfério Sul, para a esquerda. http://en.wikipedia.org/wiki/Coriolis_effect • AULA 7.16 OCEANOGRAFIA FÍSICA Lutgens, F. K. & Tarbuck, E. J. 2000. The Atmosphere: An Introduction to Meteorology (8ª ed). Prentice Hall. 512 pp. In John P. Stimac, East. Illinois University. A CIRCULAÇÃO DA ATMOSFERA Uma vez adicionada a rotação da Terra, e o efeito de Coriolis no sistema de circulação atmosférica, vamos encontrar agora três células de convecção em cada hemisfério: as células de Hadley, de Ferrel e Polares. Um cinturão de baixa pressão se forma na região equatorial, a Zona de Convergência Intertropical (ZCIT), onde predominam ventos fracos, calmarias e chuva intensa. Na linguagem dos antigos marinheiros, os ventos eram chamados de doldrums, significando agonia, tédio ou melancolia, porque era comum a nave ficar parada no meio do oceano. O perigo não era grande porque a precipitação permitia aos tripulantes das caravelas acumularem água. Zonas de alta pressão se formam nas regiões subtropicais, aos 30º de latitude, onde massas de ar frio no alto da troposfera descem à superfície e divergem em todas as direções. Os ventos tropicais podem seguir para a ZCIT para formar os ventos alísios, que por serem persistentes e confiáveis, eram conhecidos por trade winds, ventos do comércio, Os ventos podiam seguir também para as altas latitudes, formando os westerlies, ventos de oeste, em conformidade com o efeito de Coriolis. Ferrel cell Polar cell http://www.ux1.eiu.edu/~jpstimac/ A CIRCULAÇÃO DA ATMOSFERA (cont.) Como nos 30º de latitude os ventos não tem direção definida, as caravelas podiam ficar presas e a ausência de chuvas obrigava a tripulação a jogar os cavalos e outros animais pela borda para economizar água, daí o nome horse latitudes. As frentes polares se formam nas latitudes entre 50 e 60º, onde a pressão é baixa e a precipitação é alta, com ventos fortes. A célula Polar possui estrutura simples, massas de ar descem do topo da troposfera até os pólos e formam ventos desviados para oeste, chamados de polar easterlies, ventos polares de leste. As correntes de jato (jet streams) são correntes de ar muito velozes, 60 a 125 km/h que ocorrem na alta troposfera ou na estratosfera, contornando a Terra com um curso ondulante. Essas correntes de ar foram descobertos durante incursões aéreas na segunda guerra mundial, quando as primeiras aeronaves chegaram a tal altitude. As causa para a ocorrência das correntes de jato tem a ver com a rotação vertical das massas de ar que acontece nos limites entre as células de convecção, acelerados pelos ventos muito fortes que ocorrem na tropopausa (Wikipedia). • AULA 7.17 OCEANOGRAFIA FÍSICA Imagens modificadas de: East. Illinois University. http://en.wikipedia.org/wiki/Jet_stream http://www.ux1.eiu.edu/~jpstimac/ • AULA 7.18 OCEANOGRAFIA FÍSICA A CIRCULAÇÃO DA ATMOSFERA - O QUADRO REAL A somatória de todos os aspectos relacionados com a circulação atmosférica apresentados até agora produzem um padrão extremamente complexo de células de convecção. Apesar da sua estrutura em mosaico e de que esta varia significativamente de ano para ano, a circulação atmosférica global se mantém relativamente constante. Sistemas meteorológicos isolados, como as depressões das latitudes médias e as células convectivas tropicais, ocorrem ao "acaso" e é por isso que o tempo não pode ser previsto com muita antecedência, até um máximo de um mês, em termos teóricos. Na prática as previsões não alcançammais de 10 dias. Apesar disso, a média destes sistemas, ou seja, o clima, é bastante estável. Ao lado, células de Hadley interpretadas a partir do espaço. Velocidades verticais médias em Julho, de 1979 a 2001, a 500 hPa (hectopascal = milibar). O ar ascendente, valores negativos, concentra-se junto ao equador térmico, enquanto o ar descendente, valores positivos, é mais difuso. Wikimedia http://commons.wikimedia.org/wiki/Image:Omega-500-july-era40-1979.png CICLONES E ANTICICLONES Os ciclones são áreas de baixa pressão e geralmente exibem isóbaras quase circulares. Se as isóbaras forem alongadas, com a pressão mais baixa perto do centro, são chamadas de calhas. O ar entra em uma área de baixa pressão por todas as direções e no hemisfério norte o efeito de Coriolis desvia o sentido do vento à direita de seu trajeto. Isto cria uma rotação anti- horário em torno do centro de baixa e uma convergência perto do centro do sistema. Enquanto o ar colide perto do centro é forçado para o alto onde então ocorre uma divergência, quando o ar se afasta do centro do sistema. A divergência no nível mais alto é necessária para o sistema se manter, caso contrário o centro do sistema se encheria de ar e o gradiente horizontal de pressão desapareceria. • AULA 7.19 OCEANOGRAFIA FÍSICA Geology.UFL Os anticiclones são as áreas de alta pressão que exibem isóbaras quase circulares. Se as isóbaras forem alongadas com a pressão mais elevada perto do centro são chamadas cumes. Nas áreas de alta pressão o ar é forçado para a superfície, como resultado da convergência na parte alta do sistema. Quando o ar se aproxima da superfície é forçado para fora (divergência) do centro. O efeito de Coriolis desvia o ar à direita de seu trajeto criando uma rotação no sentido horário em torno do centro de alta pressão. Mais em: Ritter, M. E. The Physical Environment: an Introduction to Physical Geography. 2006. UWSP http://en.wikipedia.org/wiki/Contour_line http://ess.geology.ufl/ http://www.uwsp/ • AULA 7.20 OCEANOGRAFIA FÍSICA VENTOS GEOSTRÓFICOS Uma porção de ar que inicialmente estava em repouso, irá se mover de uma área de alta pressão em direção a uma área de baixa pressão, por conta das forças do gradiente de pressão. Entretanto, à medida em que a porção de ar começa a se deslocar, ele é defletido pelo efeito de Coriolis (para a direita no hemisfério Norte e para esquerda no Sul). Enquanto o vento ganha velocidade, a deflecção também aumenta, até um ponto no qual a força do gradiente de pressão e o efeito de Coriolis se igualam. Nesta condição, o vento irá soprar paralelamente ao gradiente de pressão (ou às isóbaras) e, quando isto acontece, WW2010, Univ. Illinois estes ventos são chamados coletivamente de geostróficos. Este fenômeno também é observado na superfície dos oceanos e recebem o nome de correntes geostróficas. http://ww2010.atmos.uiuc.edu/%28Gh%29/guides/mtr/fw/geos.rxml • AULA 7.21 OCEANOGRAFIA FÍSICA Imagens: Wikipedia SISTEMAS DE BAIXA PRESSÃO As massas de ar se deslocam sempre de uma região de alta pressão para uma de baixa, tendendo ao equilíbrio isobárico (pressão igual). O que provoca as diferenças de pressão é o calor solar, em áreas mais aquecidas o ar se aquece e se eleva, diminuindo a pressão naquele local. O ar em torno do centro de baixa pressão irá se deslocar na sua direção e nesse movimento, estará sujeito ao efeito de Coriolis. O esquema apresentado na figura de cima mostra as forças atuantes em um sistema de baixa pressão no hemisfério norte. As setas negras representam o movimento do ar, as setas azuis as forças criadas pelo gradiente de pressão e as setas vermelhas o efeito de Coriolis, sempre perpendicular à velocidade (setas sem escala). O resultado desta combinação de forças pode ser visualizado na figura de baixo, um sistema de baixa pressão girando no sentido anti-horário sobre a Islândia. Um sistema de alta pressão teria rotação horária. http://en.wikipedia.org/wiki/Coriolis_effect • AULA 7.22 OCEANOGRAFIA FÍSICA INTERFACE OCEANO-ATMOSFERA LIBERAÇÃO DE CALOR Ao passar do estado de vapor para o estado líquido, a água libera enormes quantidades de energia na forma de calor. Em larga escala, toda esta energia pode impulsionar os fenômenos climáticos mais extremos, tais como furacões, ciclones, trovoadas, trombas de água e tempestades elétricas. A fonte primária de energia dos ciclones tropicais é a liberação do calor latente de condensação (o inverso de Lv, slide 6.13) do vapor de água na alta atmosfera. Portanto, um ciclone tropical pode ser visto como um evento térmico gigante, suportado pelas forças da rotação e da gravidade da Terra. O processo pode ser iniciado com uma nuvem tipo cumulonimbus, que eleva grande quantidade de vapor até a alta atmosfera. Em contato com o ar frio, o vapor condensa e libera calor para a atmosfera, elevando a velocidade dos ventos. Os ventos mais fortes e a baixa pressão atmosférica no nível do mar promovem a evaporação. Quanto mais vapor se eleva e condensa, mais calor é liberado, intensificando o vento e aumentando a altura das nuvens. Assim o sistema recebe energia suficiente para que o ciclone se torne auto-sustentável, estabelecendo uma retroalimentação positiva que continua até que o ciclone extraia toda a reserva de calor disponível. Um único ciclone pode liberar energia equivalente a 200 vezes a produção mundial de eletricidade. Mais informações e imagens: Wikipedia http://en.wikipedia.org/wiki/Tropical_cyclogenesis • AULA 7.23 OCEANOGRAFIA FÍSICA GEOGRAFIA DOS CICLONES TROPICAIS Os ciclones tropicais, como o nome sugere, ocorrem sobre o cinturão térmico dos oceanos, sendo mais freqüentes no hemisfério norte, onde a camada superficial dos oceanos é mais aquecida. No hemisfério sul, os ciclones ocorrem no oeste do oceano Pacífico e no Índico. No Atlântico sul foram registrados dois eventos, um atingiu a costa do Rio Grande do Sul e o outro, da Bahia, ambos em 2004. A imagem abaixo mostra a incidência e trajeto dos ciclones tropicais registrados entre 1985 e 2005 (Wikipedia). http://en.wikipedia.org/wiki/Tropical_cyclogenesis • AULA 7.24 OCEANOGRAFIA FÍSICA VENTOS NO OCEANO Trombas d’água ao largo das Bahamas, NOAA Chuva de peixes em Singapura em 1862, Wikipedia. http://www.photolib.noaa/ http://pt.wikipedia.org/wiki/Chuva_de_animais • AULA 7.25 OCEANOGRAFIA FÍSICA VENTOS NO OCEANO Tromba d’água ao largo da Florida, fotografada de um avião em 10.09.1969, por Dr. J. Golden, NOAA http://www.photolib.noaa/ • AULA 7.26 OCEANOGRAFIA FÍSICA VENTOS NO OCEANO Tempestades no oceano produzem ondas e elevação do nível do mar. É geralmente nessas condições que as embarcações de Busca e Salvamento são acionadas, exigindo grande destreza do piloto e muita coragem por parte de toda a tripulação. Na foto, embarcação de resgate sai na barra do Rio Columbia, foto: NOAA Acima: resultado do furacão Camille no Golfo do Mississipi, em 17.08.69, foto: NOAA. http://www.photolibnoaa/ http://www.photolib.noaa.gov/htmls/wea02403.htm • AULA 7.27 OCEANOGRAFIA FÍSICA INFLUÊNCIA DOS CONTINENTES Como visto anteriormente, a água e o solo têm capacidade de armazenar calor diferentes. Enquanto no oceano a temperatura varia até 5ºC entre o dia e a noite, nos continentes a variação pode chegar a 30ºC. O resultado disso pode ser observado na margens do oceano. Durante o dia o Sol aquece o solo e a água, mas o solo libera o calor rapidamente, aquecendo a atmosfera que se eleva e produz assim, uma área de baixa pressão. A água, por sua vez, armazena calor e muito pouco é liberado para a atmosfera; o ar sobre o oceano irá se deslocar para a área de baixa pressão originando uma célula de convecção e os ventos conhecidospor viração ou maral. Quando entra a noite o continente já resfriou e não libera mais calor para a atmosfera, a camada superficial do solo se torna mais fria que o oceano. Nessas condições o oceano se torna a parte do sistema com maior calor latente e passa a perder calor para a atmosfera, que se aquece, se eleva e cria uma área de baixa pressão. O ar frio sobre o continente passa a fluir em direção ao mar e dá origem aos ventos conhecidos por terral. Este fenômeno ocorre em pequena escala espacial e temporal, todavia este princípio explica a ocorrência das monções no Indo-Pacífico e os efeitos do El Niño, em escala continental. DIA NOITE VIRAÇÃO OU MARAL TERRAL Modificado de Schmiegelow, 2004 • AULA 7.28 OCEANOGRAFIA FÍSICA INFLUÊNCIA DOS CONTINENTES As imagens ao lado ilustram os padrões gerais do vento associados com as monções do inverno e do verão na Ásia; uma interação climática complexa entre a distribuição de terras e de águas, topografia, e circulação atmosférica tropical e de latitudes médias. Durante o inverno no hemisfério Norte, a insolação sobre o sul asiático é muito fraca, dando origem a um grande centro de alta pressão (H). Nas águas aquecidas do Oceano Índico formam-se centros de baixa pressão, para onde fluem as massas de ar, passando sobre o continente. O ar frio e seco não propicia a formação de chuvas e sua permanência determina a duração do período de secas na Índia e no sudeste asiático. No verão, devido à insolação mais intensa, ocorre o aquecimento do solo e da atmosfera, dando origem a centros de baixa pressão (L) no Norte da Índia e do sudeste asiático. Massas de ar quente e úmido sobre o Oceano Índico se deslocam para essa região e dão início ao principal ciclo de chuvas da região. Os sistemas de vento do tipo das Monções existem também na Austrália, na África, na América do Sul e na América do Norte. Texto e figuras de: Pidwirny, M. 2006. "Local and Regional Wind Systems". Fundamentals of Physical Geography, 2ª Ed. Em 09.07.2008, http://www.physicalgeography.net/fundamentals/7o.html http://www.physicalgeography.net/fundamentals/7o.html CIRCULAÇÃO DO OCEANO INDUZIDA PELO VENTO Os principais sistemas de ventos da troposfera são os alísios, os ventos subtropicais de oeste e ventos polares de leste, os quais, em cada hemisfério, exercem considerável atrito sobre a superfície do oceano; essa é a principal força motriz da circulação da água superficial. A circulação gerada pelo vento concentra-se, em média, nos primeiros 100 m da coluna de água, podendo eventualmente chegar a centenas de metros como na Corrente do Golfo; movimenta de 10 a 20 % de todo o volume de água do oceano (Lentini, C., pdf e Ocean Motion, NASA). Veja animação da fig. acima em: Exploring Earth • AULA 7.29 OCEANOGRAFIA FÍSICA Além de movimentar a camada superficial dos oceanos, os sistemas de ventos promovem a distribuição de calor entre latitudes e entre o oceano e os continentes. Enquanto o sistema de alísios leva ar arrefecido em direção ao equador, os sistemas de ventos de oeste levam ar arrefecido em direção às regiões subpolares e, o sistema polar leva ar frio até as latitudes médias. Os grandes giros oceânicos transportam enormes quantidades de água, sais e energia térmica, Para uma animação mais realista veja a representação para o hemisfério Sul em Princeton.edu. http://www.oceanografia.ufba.br/ftp/Introducao_Oceanografia/fisica_3.pdf http://oceanmotion.org/html/background/ocean-vertical-structure.htm http://oceanmotion.org/html/background/ocean-vertical-structure.htm http://oceanmotion.org/html/background/ocean-vertical-structure.htm http://oceanmotion.org/html/background/ocean-vertical-structure.htm http://oceanmotion.org/html/background/ocean-vertical-structure.htm http://oceanmotion.org/html/background/ocean-vertical-structure.htm http://www.classzone.com/books/earthvisualizations/es2401/es2401page01.cfm?chapter_no=visualization http://www.princeton.edu/aos/images/polar_15.swf http://www.princeton.edu/aos/images/polar_15.swf http://www.princeton.edu/aos/images/polar_15.swf • AULA 7.30 OCEANOGRAFIA FÍSICA VENTOS CORRENTES Modificado de Munk, 1955; in Schmiegelow, 2004. CIRCULAÇÃO DO OCEANO INDUZIDA PELO VENTO (cont.) Os ventos alísios formam as correntes equatoriais nos oceanos Pacífico, Atlântico e Índico, que fluem de leste para oeste. No equador, onde o efeito de Coriolis é nulo, a água é empilhada na margem direita dos continentes e escoam em direção a oeste, formando as contracorrentes equatoriais. Os ventos de oeste impulsionam as correntes nas regiões subtropicais, essas águas, pelo efeito de Coriolis e pela presença da margem esquerda dos continentes, se desviam para o equador completando o giro. Próximo ao círculo polar ártico formam-se os giros subpolares no extremo norte dos oceanos Atlântico e Pacífico, impulsionados pelos ventos de oeste na região subtropical e pelos ventos de leste na região polar. Como não existem continentes nas latitudes subpolares no hemisférios sul, as águas nessa região fluem livremente em direção leste, formando o giro circumpolar antártico • AULA 7.31 OCEANOGRAFIA FÍSICA AS PRINCIPAIS CORRENTES SUPERFICIAIS OCEÂNICAS In: NASA Ocean Motion.Org Veja mapa mais detalhado em Wikimedia http://oceanmotion.org/html/background/wind-driven-surface.htm http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/7/7b/Ocean_currents_1943.jpg Name Transport (Sv) Ocean Type Agulhas 20-90 S. Atlantic Warm Alaska N. Pacific Warm Angola 5 S. Atlantic Antarctic CP 130 Southern Antarctic Coastal 10 Southern Antilles 2-7 N. Atlantic Azores 8 N. Atlantic Benguela 7-15 S. Atlantic Warm/Cool Brazil 20-70 S. Atlantic Warm California N. Pacific Cool Canary 8 N. Atlantic Cool Caribbean 26-33 N. Atlantic East Australian S. Pacific Warm East Greenland 7-35 N. Atlantic East Iceland N. Atlantic Florida 30 N. Atlantic Guiana 10 N. Atlantic Guinea 3 N. Atlantic Gulf Stream 30-150 N. Atlantic Warm Irminger 2-4 N. Atlantic Kuroshio N. Pacific Warm Labrador 4-8 N. Atlantic Cool Loop Current 30 N. Atlantic Malvinas 10 S. Atlantic Name Transport (Sv) Ocean Type Mexican 8-10 N. Atlantic North Atlantic 35-40 N. Atlantic North Atlantic Drift 30 N. Atlantic Warm North Pacific Drift N. Pacific Warm North Brazil 10-30 N. Atlantic North Equatorial 15 N. Atlantic North Equatorial CC 18 N. Atlantic Norwegian 2-4 N. Atlantic Oyashio N. Pacific Cool Peru S. Pacific Cool Portugal N. Atlantic Slope N. Atlantic Slope Jet N. Atlantic South Atlantic S. Atlantic South Equatorial 15 S. Atlantic Spitsbergen N. Atlantic Subtropical CC 4-10 N. Atlantic Weddell Scotia CF 40-90 N. Atlantic West Australian Indian Cool West Greenland North Atlantic West-Spitsbergen Atlantic West Wind Drift S. Pacific Cool Yucatan 23-33 N. Atlantic CC = Counter Current, CF = Confluence, CP = Circumpolar PROPRIEDADES DAS CORRENTES OCEÂNICAS SUPERFICIAIS • AULA 7.32 OCEANOGRAFIA FÍSICA Transporte médio anual em Sverdrups (Sv) (1 Sv =106 m3/s; ex. Rio Amazonas 0,23 Sv). Univ. Miami, RSMAS http://oceancurrents.rsmas.miami.edu/properties.html • AULA 7.33 OCEANOGRAFIA FÍSICA A ESPIRAL DE EKMAN Os ventos constantes que sopram na superfície do mar produzem uma camada horizontal e fina, a camada de Ekman, nome dado em homenagem a Vagn Walfrid Ekman, oceanógrafo sueco que descreveu o fenômeno em 1905. Esta camada pode ter 10, 50, ou no máximo 100 m de profundidade. Trata-se de uma camada fina quando comparada às profundidades do oceano. Cada camada do oceano afeta a camada abaixo dela através de seu movimento. Cada camada sucessivamente mais profunda move-se em uma velocidade mais lenta do que a camada acima e move-se, no hemisfério sul, ligeiramente para a esquerda da camada acima. A mudança no WikimediaDireção do vento Força exercida pelo vento na superfície do oceano Direção resultante da água superficial, 45º do vento. Componente do efeito de Coriolis sentido é criada pelo efeito de Coriolis e a distribuição de velocidades e direções nas sucessivas camadas resultam na espiral de Ekman (fig. ao lado). Nessa espiral, a camada mais superficial apresenta a maior velocidade e um desvio de 45º em relação ao vento, na parte inferior a velocidade é muito reduzida e tem direção contrária à da superfície. A velocidade das correntes superficiais dependem da velocidade, duração e distância percorrida pelos ventos (pista de vento), mas em geral, as correntes superficiais tem velocidade aprox. de 2% dos ventos que as originam, assim, um vento de 50 km/h irá originar uma corrente de água superficial com 1 km/h (Schmiegelow, 2004). http://commons.wikimedia/ • AULA 7.34 OCEANOGRAFIA FÍSICA O TRANSPORTE DE EKMAN Os transporte de Ekman é o resultado do cisalhamento dos ventos sobre as camadas superficiais do oceano, é obtido integrando-se verticalmente a espiral de Ekman. Nessa espiral, enquanto o movimento na camada superior é 45° à direita do sentido do vento (no hemisfério norte), na base da espiral a água se move no sentido contrário do vento, embora como pouca velocidade. Para conhecer o movimento médio da água do oceano sob o efeito do vento, ou seja, o transporte de Ekman, somam-se as velocidades em todas as profundidades. O resultado é o deslocamento líquido da camada de Ekman, que é 90° à direita do vento no hemisfério norte, e 90° à esquerda no hemisfério sul. O primeiro cientista a perceber o desvio de 45º das águas superficiais em relação ao vento foi Fritjof Nansen, durante sua extraordinária expedição à bordo do Fram. Todavia, foi o físico sueco V. Walfrid Ekman quem forneceu a explicação matemática para o fenômeno. O transporte de Ekman é de grande importância na formação dos giros oceânicos, do relevo da superfície do oceano, das correntes geostróficas e das ressurgências costeiras e de borda de plataforma. http://marevolto.blogs.sapo.pt/12973.html Modificado de NASA CIRCULAÇÃO DE LANGMUIR A ação do vento na superfície do oceano pode produzir um movimento helicoidal da água, cujo eixo é desviado aprox. 15º à direita do vento no hemisfério norte. A descoberta é devida a Irving Langmuir, em 1938, que observou o acúmulo de sargaço formando longas linhas na superfície do mar. A água em rotação forma áreas de divergência e de convergência, nas áreas de convergência são encontrados espuma e detritos flutuando, bem como surfactantes. A distância entre duas linhas de convergência pode variar de 15 a 300 m. As linhas de ressurgência são mais espalhadas do que as de convergência, a água pode subir de alguns metros até de dezenas de metros, mas nunca ultrapassa a picnoclina. Em uma observação feita com ventos à 14 m/s, a distância entre as linhas era de 20 m e a velocidade vertical da água chegou a 18 cm/s (Wikipedia). Imagem: NASA • AULA 7.35 OCEANOGRAFIA FÍSICA http://sealevel2.jpl.nasa.gov/jr_oceanographer/oceanographer-dgiacomo.html http://en.wikipedia.org/wiki/Langmuir_circulation http://sealevel2.jpl.nasa.gov/jr_oceanographer/oceanographer-dgiacomo.html • AULA 7.36 OCEANOGRAFIA FÍSICA O TRANSPORTE DE EKMAN E RESSURGÊNCIAS COSTEIRAS Dependendo do tipo de costa e de sua orientação, a ação dos ventos sobre as águas costeiras pode levar à ocorrência de ressurgências. Na região sudeste brasileira, na latitude de Cabo Frio – RJ, durante a maior parte do ano existe uma prevalência dos alísios de sudeste, que devido ao transporte de Ekman, empurram águas da camada superficial do oceano em direção à plataforma. Nessas condições e devido à geometria da linha de costa, as águas acabam por submergir, criando uma subsidência (submersão) de águas oceânicas. Grandes quantidades de fito- e zooplâncton também submergem e vão servir de alimento aos organismos filtradores do bentos, uma parte ainda entre em decomposição e outra pode empreender migrações verticais e retornar à zona eufótica. No verão os alísios de nordeste são freqüentes e quando sopram de forma contínua, as águas sobre a plataforma se deslocam em direção ao alto mar. Águas profundas são então “puxadas” para áreas mais rasas, fluindo sobre o assoalho da plataforma continental, podendo ou não aflorar à superfície. Águas profundas são mais frias e ricas em nutrientes e, quando chegam até a zona eufótica, favorecem a produção primária. A ressurgência pode ser facilmente percebida pela forte redução na temperatura da água superficial. • AULA 7.37 OCEANOGRAFIA FÍSICA CORRENTES GEOSTRÓFICAS O transporte de Ekman somente se verifica em condições ideais, na realidade, experimentos demonstraram que a camada superficial se desvia menos que 45º em relação ao vento, e que o transporte líquido tem um desvio que em média chega aos 70º. Em águas costeiras a corrente tem quase a mesma direção do vento. Apesar disso, o transporte de massa de fato ocorre e podemos verificar um acúmulo de água nas regiões para onde as águas convergem, como por exemplo, na área central dos grandes giros (fig. ao lado). Essa elevação no nível do mar dá origem às correntes geostróficas, porque no mar como em terra, a água flui para a menor elevação pela ação da gravidade. As elevações no oceano não são perceptíveis com as técnicas usadas em terra, para tanto utiliza-se o perfil de densidade do oceano ou imagens de satélite, uma colina oceânica tem tipicamente menos de 2 m de altura e milhares de milhas náuticas de área. Coriolis and gravity in balance Correntes geostróficas no hemisfério norte, modificado de Thurman e Trujillo, 1999. • AULA 7.38 OCEANOGRAFIA FÍSICA TOPOGRAFIA DA SUPERFÍCIE E OS GRANDES GIROS DOS OCEANOS Até a chegada da era dos satélites artificiais, capazes de medir a elevação no nível do mar com precisão de poucos centímetros (TOPEX/Poseidon), a topografia do oceano era estimada a partir da obtenção de séries de perfis de densidade da água. Navios oceanográficos verificavam a distribuição da temperatura e da salinidade na coluna de água, buscando visualizar os locais e o volume das colinas oceânicas. Se as termoclinas fossem encontradas abauladas para baixo e sobre elas uma camada de mistura espessada, isto era entendido como o resultado de um empilhamento de água superficial (fig. abaixo). Devido à rotação da Terra, o centro de rotação dos giros oceânicos é deslocado em direção à margem oeste, ou seja, a parte mais alta das colinas oceânicas ficam próximas do lado direito dos continentes. A partir do topo das colinas, a inclinação é mais acentuada para oeste e bem suave na direção leste. Outra conseqüência da posição das colinas é que no lado oeste as águas possuem menos espaço para fluir entre o topo da colina e o continente; menor espaço no caminho de um fluído é compensado com maior velocidade. De fato, as correntes do lado oeste são estreitas, profundas e mais velozes que as correspondentes do lado leste. A este processo deu-se o nome de intensificação de oeste* (ver figuras do slide anterior e ao lado). *Thurman e Trujillo (1999) e Schmiegelow (2004) 50-60 cm/s 11-23 cm/s http://topex-www.jpl.nasa.gov/mission/topex.html Cortesia: NASA/JPL-Caltech. • AULA 7.39 OCEANOGRAFIA FÍSICA A TOPOGRAFIA DA SUPERFÍCIE DO OCEANO http://sealevel.jpl.nasa.gov/gallery/science.html http://sealevel.jpl.nasa.gov/gallery/science.html http://sealevel.jpl.nasa.gov/gallery/science.html • AULA 7.40 OCEANOGRAFIA FÍSICA MOVIMENTO INERCIAL INDUZIDO PELO VENTO Movimento inercial no Mar Báltico, superposto sobre uma deriva lenta em direção a nordeste, observado com o auxílio de uma bóia de deriva. Ao que tudo indica uma rajada devento durando várias horas ocorreu entre 18 de 19 de Agosto. Quando o vento cessou, a água começou a se mover formando espirais, com um movimento geral próxima a noroeste. A fricção reduz os círculos iniciais, até que o movimento inercial praticamente parou em 24 de agosto. MEANDROS E ANÉIS O desenvolvimento do sensoriamento remoto permitiu a constatação de que a superfície do oceano é tão dinâmica e complexa como a atmosfera. As grandes correntes marinhas não fluem In: Tomczak, M. 1999 (IntroOc); segundo: T. Gustafson and B. Kullenberg, 1936. suavemente como poderíamos pensar a partir da observação de mapas e gráficos. Na realidade, as correntes fluem formando meandros como nos rios. Eventualmente, alguns meandros formam círculos em rotação (loops) e se desprendem da corrente, dando origem aos anéis, mais conhecidos na literatura oceanográfica como “rings”. Anéis de águas quentes no Golfo do Alasca são usados como áreas de alimentação por elefantes marinhos do ártico (Mirounga angustirostris). Imagem e história: Aphriza.Wordpress e Tagging of Pacific Predators http://www.es.flinders.edu.au/~mattom/IntroOc/por/notes/figures/fig6a1.html http://aphriza.wordpress.com/2006/12/13/elephant-seals-refuel-at-mid-ocean-eddies/ http://topp.org/blog/e_seal_homecoming_days_are_here • AULA 7.41 OCEANOGRAFIA FÍSICA ANÉIS (cont.) Os anéis têm tipicamente entre 100 e 200 km de diâmetro, excepcionalmente podem chegar a 400 km. O anéis de águas quentes podem ter uma profundidade de 1.500 m, já os de águas frias podem chegar a 4.000 m. O tempo de vida varia de alguns meses a um ano e meio (Ocean Motion, NASA). Ao lado, etapas da formação de meandros e de anéis na interface entre duas massas de água (modificado de Schmiegelow, 2004). Na figura ao lado, o sobe e desce das isolinhas de temperatura representa o perfil vertical de um transecto através da Corrente do Golfo e de um anel de águas frias, cujo núcleo está situado a aproximadamente 100 km ao sul da Corrente. A isoterma de 16°C (que separa a área rosa da azul) separa as águas frias das águas do Mar de Sargasso; a isoterma de 20ºC delimita a Corrente do Golfo (em cor rosa mais intensa). A isoterma de 16ºC vai da superfície até os 600 m de profundidade sob a Corrente do Golfo, se eleva até a superfície no centro do anel e depois mergulha novamente, sob o Mar de Sargasso (Univ. Carolina) http://oceanmotion.org/html/background/rings.htm http://oceanmotion.org/html/background/rings.htm http://oceanmotion.org/html/background/rings.htm http://oceanmotion.org/html/background/rings.htm http://oceanmotion.org/html/background/rings.htm http://oceanmotion.org/html/background/rings.htm http://kingfish.coastal.edu/gulfstream/p6.htm http://kingfish.coastal.edu/gulfstream/p6.htm http://kingfish.coastal.edu/gulfstream/p6.htm http://kingfish.coastal.edu/gulfstream/p6.htm Imagem: meandros e anéis no Atlântico norte – ocidental, a escala de cores representa a concentração de cloforila na camada superficial, Ocean Motion, NASA. • AULA 7.42 OCEANOGRAFIA FÍSICA ANÉIS O anéis se deslocam em velocidades variáveis, de 2 a 5 km/dia, a velocidade de rotação na borda externa pode ser superior a 1,5 km/h (Ocean Motion, NASA). No centro dos anéis de águas quentes ocorre uma elevação do nível do mar, já nos de água fria, ocorre uma depressão. Os anéis podem ocorrer em todos os oceanos e girar em qualquer direção, mas sua deriva será determinada pela massa de água que a contém. Acima: perfis de temperatura em anéis de águas frias e quentes (Univer. Carolina) Talvez uma das propriedade mais interessante dos anéis seja a sua capacidade de transportar comunidades de organismos de um lugar para outro, atravessando massas de águas nas quais esses organismos não poderiam sobreviver. Por exemplo, os pescadores de águas frias podem encontrar peixes e tartarugas típicos de águas quentes em ambientes subtropicais; plâncton nerítico pode ser levado de um lado ao outro de uma bacia oceânica. http://oceanmotion.org/html/background/rings.htm http://oceanmotion.org/html/background/rings.htm http://oceanmotion.org/html/background/rings.htm http://oceanmotion.org/html/background/rings.htm http://oceanmotion.org/html/background/rings.htm http://oceanmotion.org/html/background/rings.htm http://kingfish.coastal.edu/gulfstream/p6.htm ºC • AULA 7.43 OCEANOGRAFIA FÍSICA Temperatura na superfície Imagem: Miami Isopynic Coordinate Ocean Model (MICOM) DISTRIBUIÇÃO DA TEMPERATURA NO ATLÂNTICO NORTE, ESTUDADO ATRAVÉS DE MODELOS COMPUTACIONAIS. Ao lado e nos slides seguintes, estão animações obtidas através de modelos computacionais - foram usados 256 processadores que trabalharam 24 horas por dia durante 30 dias (720 h) para cada modelo. Esses modelos foram submetidos à verificações à partir de observações feitas com satélites e navios de pesquisa. As animações evidenciam que diferentes propriedades das massas de água apresentam diferentes comportamentos em relação à sua distribuição espacial, mesmo se tratando das mesmas correntes oceânicas e do mesmo espaço de tempo utilizado nos três modelos. http://oceanmodeling.rsmas.miami.edu/micom/High_Resolution/Run1/Run1.htm http://oceanmodeling.rsmas.miami.edu/micom/High_Resolution/Run1/Run1.htm S • AULA 7.44 OCEANOGRAFIA FÍSICA Imagem: Miami Isopynic Coordinate Ocean Model (MICOM) Salinidade na superfície DISTRIBUIÇÃO DA SALINIDADE NO ATLÂNTICO NORTE, ESTUDADO ATRAVÉS DE MODELOS COMPUTACIONAIS. http://oceanmodeling.rsmas.miami.edu/micom/High_Resolution/Run1/Run1.htm http://oceanmodeling.rsmas.miami.edu/micom/High_Resolution/Run1/Run1.htm http://oceanmodeling.rsmas.miami.edu/micom/High_Resolution/Run1/Run1.htm Imagem: Miami Isopynic Coordinate Ocean Model (MICOM) m Altura da superfície -1,10 0,72 • AULA 7.45 OCEANOGRAFIA FÍSICA DISTRIBUIÇÃO DA TOPOGRAFIA NO ATLÂNTICO NORTE, ESTUDADO ATRAVÉS DE MODELOS COMPUTACIONAIS. http://oceanmodeling.rsmas.miami.edu/micom/High_Resolution/Run1/Run1.htm http://oceanmodeling.rsmas.miami.edu/micom/High_Resolution/Run1/Run1.htm http://oceanmodeling.rsmas.miami.edu/micom/High_Resolution/Run1/Run1.htm • AULA 7.46 OCEANOGRAFIA FÍSICA Jan-Fev-Mar Abr-Maio-Jun Jul-Ago-Set Out-Nov-Dec RSMAS, Miami PADRÕES SAZONAIS DE CIRCULAÇÃO COSTEIRA E OCEÂNICA AO LARGO DAS REGIÕES NORDESTE E NORTE DO BRASIL (Rosenstiel School of Marine Sciences, EUA) http://oceancurrents.rsmas.miami.edu/atlantic/north-brazil_3.html http://oceancurrents.rsmas.miami.edu/atlantic/north-brazil_3.html • AULA 7.47 OCEANOGRAFIA FÍSICA Imagens: NASA Goddard Space Flight Center in NOAA EL NIÑO SOUTHERN OSCILATION (ENSO) O El Niño é um fenômeno oceânico-atmosférico que ocorre na região equatorial do Pacífico e seguramente é o mais bem estudado. Em condições normais, a termoclina (a 20ºC) nessa região chega a 300 m no lado oeste e fica próxima a superfície no extremo leste. Águas profundas ressurgem na costa do Perú e mantém uma alta produtividade primária, favorecendo a pesca (fig.1). Durante um evento El Niño a termoclina se apresenta horizontalizada e a ressurgência é interrompida (fig. 2). Na condição de La Niña, a topografia da superfície do oceano e a termoclina são invertidas em relação às condições normais (fig. 3). 20ºC 20ºC 1 NORMAL 2 EL NIÑO 20ºC 3 LA NIÑA 20ºC http://www.nasa.gov/centers/goddard/home/index.html http://www.nasa.gov/centers/goddard/home/index.html http://www.pmel.noaa.gov/tao/elnino/nino_profiles.html • AULA 7.48 OCEANOGRAFIA FÍSICA EL NIÑO E O CLIMA DA TERRA O El Niño produz mudanças consideráveis na circulação atmosférica, alterando o clima das regiões tropicais e subtropicais do planeta. No Brasil, por ex., observamos secas rigorosas na Região nordeste e diminuiçãoda precipitação na Região Norte. Já na Região Sul ocorrem grandes inundações e outros desastres ligados ao excesso de precipitação. Na Região Sudeste o inverno é mais ameno, facilitando a ocorrência de pragas durante a primavera e verão. Nas outras regiões ocorrem pequenas variações na intensidade e época das chuvas. Na condição de La Niña, o quadro se reverte, no Sul as secas prolongadas podem frustrar a colheita de grãos e impacta fortemente a pecuária. As Regiões Norte e Nordeste sofrem com chuvas intensas. Veja mais em: CPTEC - INPE Imagens: CPTEC - INPE http://www.cptec.inpe.br/enos/ http://www.cptec.inpe.br/enos/ http://www.cptec.inpe.br/enos/ http://www.cptec.inpe.br/enos/ http://www.cptec.inpe.br/enos/ http://www.cptec.inpe.br/enos/ http://www.cptec.inpe.br/enos/ http://www.cptec.inpe.br/enos/ Polinômio: y = 0,000x2 - 0,467x + 489,6 0 2 4 6 8 10 12 1877 1897 1917 1937 1957 1977 1997 2017 anos de ocorrência in te rv al o e n tr e o co rr ên ci as e m a n o s TENDÊNCIA NO INTERVALO ENTRE OCORRÊNCIAS DO EL NIÑO © 2008 T A Cordeiro • AULA 7.49 OCEANOGRAFIA FÍSICA Fonte de dados: INPE.BR A FREQÜÊNCIA DO EL NIÑO Segundo alguns autores, o El Niño tem uma tendência de ocorrer a cada 3-7 anos, todavia esse intervalo pode variar de 1 a 10 anos. As intensidades dos eventos também são bem variáveis; os eventos mais intensos, desde o início das observações em 1877, ocorreram recentemente: em 1982-83 e em 1997-98 (INPE), o que eventualmente esta associado ao aquecimento global. No gráfico abaixo estão representados os intervalos (em anos) entre os eventos registrados nos últimos 130 anos; aparentemente o intervalo tem se reduzido. ! Veja também as animações no site: CPTEC - INPE http://www.cptec.inpe.br/enos/ http://www.cptec.inpe.br/enos/animacao.shtml http://www.cptec.inpe.br/enos/animacao.shtml http://www.cptec.inpe.br/enos/animacao.shtml http://www.cptec.inpe.br/enos/animacao.shtml CORRENTES OCEÂNICAS SUPERFICIAIS VISTAS DO ESPAÇO. Imagem: University of Florida • AULA 7.50 OCEANOGRAFIA FÍSICA http://www.phys.ufl.edu/~weather/pages/images.html http://www.phys.ufl.edu/~weather/pages/images.html http://www.phys.ufl.edu/~weather/pages/images.html Grau Designação nós km/h m/s Aspecto do mar Efeitos em terra 0 Calmaria <1 <2 <1 Espelhado Fumaça sobe na vertical 1 Bafagem 1 a 3 2 a 6 1 a 2 Pequenas rugas na superfície do mar Fumaça se inclina e indica direção do vento 2 Aragem 4 a 6 7 a 11 2 a 3 Ligeira ondulação sem rebentação As folhas das árvores movem; os moinhos começam a trabalhar 3 Fraco 7 a 10 13 a 19 4 a 5 Ondulação até 60 cm, com alguns carneiros As folhas agitam-se e as bandeiras desfraldam ao vento 4 Moderado 11 a 16 20 a 30 6 a 8 Ondulação até 1.5 m, carneiros frequentes Poeira e pequenos papéis levantados; movem-se os galhos das árvores 5 Fresco 17 a 21 31 a 39 9 a 11 Ondulação até 2.5 m, muitos carneiros Movimentação de árvores pequenas; superfície dos lagos ondula 6 Muito Fresco 22 a 27 41 a 50 11 a 14 Ondas grandes até 3.5 m; borrifos Movem-se os ramos das árvores; dificuldade em manter um guarda chuva aberto 7 Forte 28 a 33 52 a 61 14 a 17 Mar revolto até 4.5 m com espuma e borrifos Movem-se as árvores grandes; dificuldade em andar contra o vento 8 Muito Forte 34 a 40 63 a 74 17 a 21 Mar revolto até 7.5 m com rebentação e faixas de espuma Quebram-se galhos de árvores; circulação de pessoas difícil 9 Duro 41 a 47 76 a 87 21 a 24 Mar revolto até 9 m; borrifos afectam visibilidade Danos em árvores; impossível andar contra o vento 10 Muito Duro 48 a 55 89 a 102 25 a 28 Mar revolto até 12 m; superfície do mar branca Árvores arrancadas; danos na estrutura de construções 11 Tempestade 56 a 63 104 a 117 29 a 32 Mar revolto até 14 m; pequenos navios sobem nas vagas Estragos abundantes em telhados e árvores 12 Furacão >64 >119 >33 Mar todo de espuma; visibilidade nula Grandes estragos • AULA 7.51 OCEANOGRAFIA FÍSICA CLASSIFICAÇÃO DOS VENTOS E O ESTADO DO MAR – A ESCALA BEAUFORT
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