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1 CAPÍTULO 8 – FALHAS FRATURA FLUÊNCIA FADIGA 2 8.1. Introdução 8. FALHAS A engenharia e ciência dos materiais tem papel importante na prevenção e análise de falhas em peças ou componentes mecânicos 3 8.1. Introdução Os materiais podem fraturar de dois modos: dúctil e frágil. A diferença está na quantidade de deformação plástica que o material sofre antes de fraturar. A fratura ocorre em duas etapas: formação e propagação da trinca. Deformação elástica ou plástica Deformação por tração uniaxial 8. FALHAS • Dúctil a deformação plástica continua até uma redução na área para posterior ruptura (É OBSERVADA EM MATERIAIS CFC) • Frágil não ocorre deformação plástica, requerendo menos energia que a fratura dúctil que consome energia para o movimento de discordâncias e imperfeições no material (É OBSERVADA EM MATERIAIS CCC E HC) 4 8.1. Introdução O tipo de fratura depende: da temperatura, da velocidade de deformação e das dimensões do defeito Com relação à propagação de defeitos, vimos uma propriedade importante do material, a tenacidade (resistência à propagação da fratura). A tenacidade é medida pelo fator de concentração de tensões ( K ) . 8. FALHAS 8.1. Fratura 5 8.1.2. Fratura dúctil O material sofre uma longa estricção, a partir de uma determinada tensão, até um único ponto no momento da fratura. As deformações permanentes acontecem pela concentração excessiva de tensões proporcionada pelo acúmulo de discordâncias em juntas de grãos e defeitos cristalinos. Naturalmente a ruptura dúctil implica em quebra das ligações entre os átomos, levando à formação de uma microfissura. . Fratura altamente dúctil: 8. FALHAS 8.1. Fratura 6 8.1.2. Fratura dúctil A capacidade remanescente de deformação elástica diminui com a quebra de ligações atômicas, afetando de forma direta esse mecanismo. A redução das áreas resistentes, proporcionalmente ao número de ligações rompidas, leva a um aumento na velocidade com que as deformações permanentes se processam. Assim, a capacidade de deformação plástica, ou o mecanismo em si, não é diretamente afetada; diz-se, neste caso, que as rupturas das ligações tem influência indireta sobre o mecanismo. Fratura altamente dúctil: 8. FALHAS 7 8.1.2. Fratura dúctil Fratura moderadamente dúctil O material fratura após sofrer alguma deformação plástica. 8.1. Fratura 8. FALHAS 8 8.1. Fratura 8. FALHAS Altamente Dúctil Moderadamente Dúctil Frágil Comportamento das fraturas Grande Moderado %AL ou %EL Pequeno • A fratura dúctil é preferível por 2 razões: Dúctil: Deformação plástica dá um alerta Frágil: Ocorre repentinamente. 9 8.1. Fratura 8. FALHAS • Fratura Ductil: -- uma peça -- grande deformação • Fratura Frágil -- muitas peças -- pequenas deformações 8.3. Fratura Dúctil a- formação do pescoço b- formação de cavidades c- coalescimento das cavidades para promover uma trinca ou fissura d- formação e propagação da trinca em um ângulo de 45 graus em relação à tensão aplicada e- rompimento do material por propagação da trinca 10 s 8.3. Fratura Dúctil 11 • Resulting fracture surfaces (steel) 50 mm particles serve as void nucleation sites. 50 mm From V.J. Colangelo and F.A. Heiser, Analysis of Metallurgical Failures (2nd ed.), Fig. 11.28, p. 294, John Wiley and Sons, Inc., 1987. (Orig. source: P. Thornton, J. Mater. Sci., Vol. 6, 1971, pp. 347-56.) 100 mm Fracture surface of tire cord wire loaded in tension. Courtesy of F. Roehrig, CC Technologies, Dublin, OH. Used with permission. s 8. FALHAS 12 5.1.2. Fratura dúctil Microcavidades esféricas Microcavidades parabólicas 8. FALHAS 13 5.1.2. Fratura dúctil Fratura dúctil (taça e cone) Fratura frágil em aço doce 8. FALHAS 14 a) Não ha deformação plástica apreciável. b) Trincas se propagam rapidamente. c) Trincas se propagam aproximadamente perpendicularmente a direção da carga aplicada. d) Propagação da trinca ocorre comumente por clivagem: quebra de ligações atômicas ao longo de planos cristalográficos específicos; 5.1.3. Fratura frágil Clivagem = propagação de trinca 8. FALHAS 15 Ocorre ruptura das ligações atômicas sem o desenvolvimento prévio de mecanismos de deformação permanente com intensidade apreciável. É também facilitada pela presença de defeitos: como os vazios, que concentram tensões, ou pela diferente capacidade de deformação entre o arranjo cristalino e defeitos de natureza diversa. . A fratura ocorre sem deformação plástica. 5.1.3. Fratura frágil 8. FALHAS 16 Em termos de balanço de energia pode-se afirmar que: a ruptura frágil acontece sempre que a energia de deformação local introduzida pelas solicitações externas iguala, ou é superior, à energia necessária para romper a ligação entre os átomos. A fratura ocorre sem deformação plástica. 5.1.3. Fratura frágil 8. FALHAS 17 5.1.3. Fratura frágil A formação e propagação de uma trinca ocorre na direção perpendicular à aplicação da tensão. Este processo para a maioria dos materiais cristalinos frágeis corresponde a quebra sucessiva e repetida ao longo de planos cristalográficos específicos, conhecida como fratura transgranular. Quando a ruptura ocorre no contorno de grão é dita fratura intergranular. 8. FALHAS 18 5.1.3. Fratura frágil Início da trinca Início da trinca 8. FALHAS 19 5.1.4. Transição dúctil-frágil Materiais dúcteis se tornam frágeis a temperaturas mais baixas. Portanto, é necessário que a temperatura corresponda à temperatura efetiva de trabalho. Exemplo: Os navios tipo Liberty, da época da 2ª Guerra, quebraram ao meio porque eram fabricados de aço com baixa concentração de carbono, que se tornou frágil em contato com as águas frias do mar. 8. FALHAS 20 5.1.4. Transição dúctil-frágil Aços com diferentes concentrações de carbono Aços com diferentes concentrações de manganês 8. FALHAS 21 5.1.5. Tensão de trincas 8. FALHAS 5.2. Ensaios de fratura por impacto 22 Um martelo cai como um pêndulo e bate na amostra, que fratura. A energia de impacto é aquela necessária para fraturar o corpo de prova. Ela é obtida diretamente da diferença entre altura final e altura inicial do martelo. 8. FALHAS 5.2. Ensaios de fratura por impacto 23 5.2.1. Energia de impacto versus temperatura 5. Fadiga 24 Fadiga é um tipo de falha que ocorre em materiais sujeitos à tensão que varia no tempo. É a forma de falha ou ruptura que ocorre nas estruturas sujeitas à forças dinâmicas e cíclicas Nessas situações o material rompe com tensões muito inferiores à correspondente à resistência à tração (determinada para cargas estáticas) A falha pode ocorrer a níveis de tensão substancialmente mais baixos do que o limite de resistência do material. É responsável por aproximadamente 90% das falhas em metais. Ocorre subitamente , ou seja, sem aviso prévio. A falha por fadiga é do tipo frágil, com muito pouca deformação plástica. 8. FALHAS 25 Os esforços alternados que podem levar à fadiga podem ser: Tração e compressão Flexão. Torção. 5.3.1. Ensaios de fadiga 8. FALHAS 26 PRINCIPAIS RESULTADOS DO ENSAIO DE FADIGA 27 PRINCIPAIS RESULTADOS DO ENSAIO DE FADIGA 28 PRINCIPAIS RESULTADOS DO ENSAIO DE FADIGA Vida em fadiga (Nf): corresponde ao número de ciclos necessários para ocorrer a falha em um nível de tensão específico. 29 5.3.3. Fatores que afetam o tempo de vida Nível médio de tensão: Quanto maior o valor médio da tensão, menor é avida. Defeitos de superfície: A maior parte das trincas que iniciam o processo de falha se origina na superfície do material. Isto implica que as condições da superfície afetam fortemente a vida de fadiga. Precauções que diminuem a fratura por fadiga: evitando cantos vivos. Evitar cantos vivos. Tratamento da superfície Eliminar arranhões ou marcas através de polimento. Carbonetação: forma camadas mais duras e gera tensões compressivas que compensam parcialmente a tensão externa. 8. FALHAS 5.4. Fluência 30 Fluência é a deformação plástica que ocorre em materiais sujeitos a tensões constantes, a temperaturas elevadas. Quando um metal é solicitado por uma carga, imediatamente sofre uma deformação elástica. Com a aplicação de uma carga constante, a deformação plástica progride lentamente com o tempo (fluência) até haver um estrangulamento e ruptura do material Definida como a deformação permanente, dependente do tempo e da temperatura, quando o material é submetido à uma carga e temperatura constantes. A fluência é indesejável porque limita o tempo de vida de um determinado componente ou estrutura. Em metais a fluência se torna importante em temperaturas de trabalho próximas a temperatura de fusão do material (T0,4Tf.) 8. FALHAS 5.4. Ensaios de Fluência 31 8. FALHAS É executado pela aplicação de uma carga uniaxial constante a um corpo de prova de mesma geometria dos utilizados no ensaio de tração, a uma temperatura elevada e constante O tempo de aplicação de carga é estabelecido em função da vida útil esperada do componente Mede-se as deformações ocorridas em função do tempo ( x t) 32 5.4.1. Curva de fluência Na região secundária a taxa de crescimento é constante (estado estacionário), devido a uma competição entre encruamento e recuperação. Na região primária o material encrua, tornando-se mais rígido, e a taxa de crescimento da deformação com o tempo diminui. Na região terciária ocorre uma aceleração da deformação causada por mudanças microestruturais tais como rompimento das fronteiras de grão. 8. FALHAS 33 5.4.2. Influência da temperatura e tensão Após a deformação inicial, a deformação é virtualmente independente do tempo. A deformação instantânea no momento da aplicação da tensão aumenta. A taxa de fluência em estado estacionário aumenta. O tempo de vida até ruptura diminui. 8. FALHAS 34 5.4.2. Influência da temperatura e tensão 8. FALHAS 35 Relação entre a temperatura e a taxa de fluência estacionária Sendo, K2 e n constantes do material , Qc a energia de ativação para fluência 5.4.2. Influência da temperatura e tensão 8. FALHAS Temperatura Módulo de elasticidade Tamanho de grão 36 5.4.3. Fatores que influenciam a fluência Em geral: Quanto maior o ponto de fusão, maior o módulo de elasticidade e maior é a resistência à fluência. Quanto maior o o tamanho de grão maior é a resistência à fluência. 8. FALHAS Referências 37 - William D. Callister, David G. Rethwisch - Ciência e Engenharia de Materiais: uma Introdução - Notas de aula do Prof. Adriano Mendes – Unifal - Notas de aula da Profa. Karrina Almeida – Unifei - Notas de Aula EEL/USP, Eng. Mecanica Unicamp, UFPR - Cienciadosmateriais.org http://www.ebah.com.br/search?q="William D. Callister" "David G. Rethwisch"&type=book http://www.ebah.com.br/search?q="William D. Callister" "David G. Rethwisch"&type=book http://www.ebah.com.br/search?q="William D. Callister" "David G. Rethwisch"&type=book http://www.ebah.com.br/search?q="William D. Callister" "David G. Rethwisch"&type=book http://www.ebah.com.br/search?q="William D. Callister" "David G. 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