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Modelo de Tcc - Síndrome de Estocolmo e seus reflexos no Direito Penal.

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FACULDADE ESTÁCIO - FASE 
 
 
 
 
 
 
LUANA RÍLLAY SANTOS SOUZA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A SÍNDROME DE ESTOCOLMO E SEUS REFLEXOS NO DIREITO PENAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ARACAJU/SE 
2018 
 
 
LUANA RÍLLARY SANTOS SOUZA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A SINDROME DE ESTOCOLMO E SEUS REFLEXOS NO DIREITO PENAL 
 
 
 
 
 
Trabalho Científico apresentado à 
Faculdade Estácio de Sergipe, como 
requisito final para obtenção do Diploma 
de Graduação em Direito. 
Orientador (a): Prof.(a). Stella Luiza 
Moura Aranha Carneiro. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ARACAJU/SE 
2018 
 
AGRADECIMENTOS 
A Deus; 
Por ter me dado força e confiança para acreditar no meu sonho, e por ter me 
amparado em momentos difíceis abrindo portas onde imaginei que não houvessem 
saídas. Sem ele nada disso seria possível. 
Aos Pais; 
A vocês, que me deram a vida e me ensinou a vivê-la com dignidade, não bastaria 
um obrigado. A vocês, que iluminaram os caminhos obscuros com afeto e dedicação 
para que eu trilhasse sem medo e cheios de esperanças, não bastaria um muito 
obrigado. A vocês, que se doaram inteiros e renunciaram aos seus sonhos, para 
que, muitas vezes, pudesse realizar o meu. Pela longa espera e compreensão 
durante longas viagens, não bastaria um muitíssimo obrigado. A vocês, pais por 
natureza, por opção e amor, não bastaria dizer, que não tenho palavras para 
agradecer tudo isso. 
Difícil não é falar muito, mas dizer tudo, mostrando o que é essencial. Alegrem-se, 
pois se hoje sou Lua é porque vocês sempre foram o sol da minha vida. 
A minha prima, que carinhosamente chamo de Lili, obrigada por ser uma das cinco 
pessoas com qual mais convivo, sabemos o quanto isso é importante. 
A minha tia Mema, pelo conforto dos seus abraços apertados que me deixam 
sempre melhor e pela confiança que depositou em mim. 
 
Amo vocês! 
A uma pessoa especial; 
A Rodrigo, meu namorado, por todos os “monumentos” que passamos construir 
juntos, e por me ajudar a sempre ser alguém melhor, me aturando nos momentos 
difíceis, e me ensinando com a amor a ter paciência. 
 
 
Aos amigos de faculdade; 
Aos meus amigos de faculdade que sempre alegraram minhas tardes, eu quero 
gritar bem alto meu agradecimento porque sempre estiveram ao meu lado e não 
duvidaram da minha capacidade, em tornar tudo possível. Essa vitória é nossa! 
Aos mestres; 
A todos os mestres, que me instigaram a zelar pela justiça, pela partilha de 
conhecimentos, e ao incentivo de sempre usar o conhecimento para o bem. 
Aos amigos de Estágio; 
Pelos amigos e colegas que construí durante meu Estagio, nos quais sempre 
alegraram as minhas manhãs a cada bom dia. 
. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico à minha família, por ter construído a base de princípios 
e valores sobre a qual estou construindo minha vida, em 
especial aos meus pais, e avôs pela serenidade no amor, e por 
darem sentido ao meu desejo em transformar o mundo em algo 
melhor. A Deus, por me amparar e coloca-los em minha vida. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“A mais bela função da humanidade é a de administrar a 
justiça”. 
(Voltaire) 
RESUMO 
O presente trabalho tem como finalidade explanar sobre os aspectos psicológicos e 
a incidência dos danos psíquicos causados em vitimas que passam por momentos 
traumáticos durantes crimes em que sua liberdade encontra-se ameaçada, tal 
incidência psicológica que ocorre de forma inconsciente é definida na Psicologia 
como a Síndrome de Estocolmo, onde como meio de sobrevivência a vitima acaba 
criando laços afetivos pelo seu algoz. Diante disso serão analisados as 
consequências da Síndrome no âmbito jurídico, analisando seu conceito e os fatores 
que influenciam este fenômeno. 
Palavras-Chave: Psicologia Jurídica. Síndrome do Estocolmo. Direito Penal. 
Vitimologia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
1. Introdução; 2. Psicologia Aplicada no Direito Penal; 2.1. Vitimologia sob a ótica do 
Direito Penal; 2.2. A importância da Psicologia no Direito Penal; 3. Síndrome de 
Estocolmo; 3.1. Fenômeno que deu origem a Síndrome; 4. Efeitos do comportamento 
da vitima a Luz do Código Penal Brasileiro; 5. Acontecimentos que elucidam a 
Síndrome de Estocolmo; 5.1. Casos da Síndrome no Brasil; 5.2. A Síndrome em 
outros lugares; 5.3. A Síndrome na ficção; 6. Impactos da Síndrome em casos de 
Violência Domestica; 7. Considerações finais; 8. Referências 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
O estudo ora promovido é relevante na medida em que busca fazer a junção 
do direito com a psicologia, no intuito de demostrar o quanto essas ciências devem 
ser analisadas em conjunto para que assim sejam observados aspectos objetivos e 
subjetivos presentes em determinados crimes, transcendendo e tendo uma visão 
mais ampla, não se restringindo apenas ao delito, mas sim as consequências 
psicológicas presentes na vitima. 
Será abordado comportamentos encontrados em vitimas diante de crimes, 
onde existe certa subordinação entre o agressor e o ofendido, fazendo assim um 
estudo psicológico a cerca das condutas apresentadas pela vitima, onde diante de 
toda tensão e sofrimento psicológico tende a tomar atitudes de forma inconsciente 
com o intuito de se proteger de determinado perigo, tal reação é denominada de 
Síndrome de Estocolmo. 
Neste viés é importante mencionar que a Síndrome esta interligada a vários 
fatos ou acontecimentos, como um conjunto de sinais, que acabam por gerar 
sequelas psicológicas no individuo. 
Ademais, vale frisar que os efeitos presentes na vitima, diante de casos em 
que envolvam a Síndrome do Estocolmo, refletem no Direito Penal na medida em 
que esta deixa de promover a Ação Penal, ou não colabora com as informações 
necessárias durante o processo, protegendo assim o agressor. 
Serão também abordados acontecimentos que elucidam a Síndrome de 
Estocolmo que apesar de não ser muito conhecida esta presente em diversos casos 
publicados através da mídia. E também relacionados em casos onde há violência 
doméstica prevalece. 
Diante deste contexto, o presente trabalho tem como objetivo definir a 
importância da Psicologia no âmbito do Direito, em vista que o ser humano deve ser 
analisado não através das suas condutas, mas sim dos seus pensamentos, busca 
também conceituar a Síndrome do Estocolmo tendo como base autores renomados 
e especialistas no assunto, identificar o impacto que a Síndrome gera diante do 
Direito Penal, descrevendo casos reais que elucidam tal Síndrome, tal como seu 
impacto diante de casos relacionados à violência doméstica. 
A metodologia aplicada neste trabalho é de cunho bibliográfico, utilizando o 
método de abordagem dedutivo, pautada em doutrinas, artigos e na legislação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 A PSICOLOGIA APLICADA NO DIREITO PENAL 
 
“Somente quando o Direito deixar de negar que 
os atos e fatos objetivos passam pelo inconsciente... 
poderemos estar mais próximo do ideal de justiça” 
(Rodrigo da Cunha Pereira) 
 
O termo “psicologia” advém do grego “psyché” que significa alma, e “logos” 
que significa razão, etimologicamente sua junção é compreendida como “estudo da 
alma”, podendo também ser definida como ciência na qual examina os 
comportamentos humanos e processos mentais. 
Neste sentido, a Psicologia é uma área na qual possui várias faces, sendo 
uma delas definida como Psicologia Jurídica. Esta ciência tem como foco analisar o 
ser humano extraindo seus comportamentos diante das normas impostas, partindo 
de uma premissa psicológica dando atenção não apenas a infração, mas também a 
todas as esferas mentais do indivíduo, sendo abertos questionamentos acerca da 
motivação do ato. 
Na medida em que normas são impostas comfim de limitar certa conduta, 
nasce não apenas a ciência jurídica, mas também a psicológica, pois 
comportamentos devem ser analisados como fenômenos psicológicos para que 
assim ocorra a justiça de forma eficaz, com análise interligada não apenas ao fato. 
 
2.1 VITIMOLOGIA SOB A ÓTICA DO DIREITO PENAL 
Ao fazer a junção entre psicologia jurídica e direito penal, deverá não apenas 
ser observados a conduta do agressor, mas também os comportamentos da vítima, 
que influenciam no decorrer do ato. A ciência responsável por analisar a vitima tendo 
como base a sua relação com o crime e ate mesmo com o criminoso é chamada por 
sua vez de vitimologia. 
Para que se tenha uma maior compreensão do delito, muitas vezes se faz 
necessário à investigação do ofendido em todas as suas feições. O poder do 
inconsciente é o ápice das relações interpessoais, e na sociedade hodierna a mente 
humana a cada dia vem se tornando algo ainda mais indecifrável e imprevisível, o 
que se faz necessário conhecer todo o cenário do crime, desde fato material até 
mesmo ao comportamento da vitima. 
Existem dispositivos no Código Penal (1940), que demostram a importância 
do comportamento do ofendido. Exemplo disso encontra-se na Parte Geral do 
Código Penal, Capítulo III – DA APLICAÇÃO DA PENA, em seu art. 59, caput no 
qual detém a seguinte redação: 
Art. 59. O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à 
conduta social, à personalidade do agente, aos motivos, às 
circunstâncias e consequências do crime, bem como o 
comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário 
e suficiente para reprovação e prevenção do crime. 
 
2.3 A IMPORTANCIA DA PSICOLOGIA NO DIREITO PENAL 
“As leis nem sempre definem justiça.” 
(David Ben Schwantes) 
 
Sua importância é notável na medida em que parte de um pressuposto 
subjetivo, onde será necessário analisar não apenas a conduta, mas principalmente 
a sua motivação. Neste viés, será necessário abordar questionamentos tanto 
jurídicos como psicológicos, devendo ser observado todo aparato mental tanto do 
agressor como da vitima, pois o direito surge na medida em que a equidade é 
observada em seu aspecto subjetivo. 
Antes de indagar sobre a justiça em seu aspecto material devem ser 
levantados questionamentos acerca de todos os atos que contribuíram durante e 
após o crime. É de grande importância se atentar aos efeitos pelos quais o delito 
causou na vitima, não é adequado se prender apenas ao agressor, mas sim, dar 
maior atenção a quem foi agredido. 
Nesta linha de pensamento o foco maior será em analisar os efeitos 
psicológicos que são gerados na vitima, individuo que necessita de uma maior 
atenção, tendo em vista que foi lesado psicologicamente, lesões estas que refletem 
no Direito, e que precisam ser analisadas a partir de cada caso concreto, pois muitas 
vezes os danos psicológicos gerados em razão da lesividade do bem jurídico da 
vitima vão além da simples reparação do Estado que rotineiramente pune o agente 
isoladamente esquecendo-se de analisar e tentar minimizar os aspectos que afetam 
diretamente o psicológico da vítima. 
Portanto, não basta apenas punir o agente causador do dano, faz-se 
necessário uma analise individual do real potencial da lesão psicológica sofrida pela 
vitima, dando a esta suporte necessário para que estes danos não se perpetuem, 
possibilitando que a vitima retorne suas atividades com o mínimo de sequelas 
possível. 
 
3 SINDROME DE ESTOCOLMO 
 A Síndrome de Estocolmo está ligada a reações psicológicas que a vitima 
sofre durante o crime, em que normalmente acontece em casos de sequestro. 
Porém pode estar presente quando existe certa subordinação, onde o agredido se 
encontra em situação de perigo, dependendo da compaixão do seu agressor para 
que sobreviva. Esta Síndrome tem como principal característica a formação de 
empatia que a vitima acaba criando pelo seu algoz. Esse estado é formado 
inconscientemente na intenção de proteção de iminente perigo. 
 TRINDADE (2011, p. 223), conceitua a Síndrome da seguinte maneira: 
Quando uma pessoa passa por uma situação extremamente crítica 
em que sua existência fica completamente à mercê de outra, que 
detém o poder de vida ou de morte sobre ela, pode-se estabelecer 
um tipo de relação dependente em que a vitima adere 
psicologicamente ao agressor. Nesses casos, pode-se estabelecer 
uma espécie de amor ou paixão que decorre de um processo 
inconsciente de preservação cujo mecanismo mais evidente se 
expressa pela idealização e pela identificação, notadamente pela 
identificação projetiva, através da quais características da vítima são 
projetadas no agressor, com o fim de manter o controle do outro, 
defender-se dele e proteger-se de um mal grave e inesperado que 
ele pode causar. 
 
 Segundo o referido autor, para que ocorra a presença da Síndrome de 
Estocolmo deverão ser analisadas algumas condições, como: a) “Evento traumático 
(assalto, sequestro, roubo, abuso sexual, violência, acidente, catástrofe) com 
ameaça física ou psicológica; b) Crença de que o desfecho irá ocorrer; c) A vitima, 
no contexto de terror, percebe um mínimo de gesto de atenção (carinho, 
amabilidade, gentileza) por parte do agressor; d) Sentimento de impotência para 
escapar”. 
A Síndrome do Estocolmo pode se tornar cada vez mais expressiva devido às 
modalidades extremamente traumáticas de que se reveste a delinquência nos dias 
de hoje, sendo muito frequente os denominados sequestros relâmpagos e cárcere 
privado, além de outras formas de violência elaboradas em tempos de guerra e paz 
(TRINDADE, 2017, p. 241). 
 Convém ressaltar, que diante da perturbação mental e do sofrimento da 
vitima, pequenos atos que partem do agressor são vistos como gentis, seja a 
permissão de ir ao banheiro, ou ate mesmo o direito a um copo de água. Quando se 
trata desta síndrome qualquer mínimo ato é visto pelo ofendido como gentileza, 
criando certo sentimento de afeto, gesto que diante da psicologia se interpreta como 
um “socorro” para a preservação pessoal. 
 
3.1 FENÔMENO QUE DEU ORIGEM A SINDROME DE ESTOCOLMO 
 Esta síndrome surgiu durante um assalto em 23 de agosto de 1973, na cidade 
de Estocolmo capital Sueca, onde ladrões mantiveram três mulheres e homens 
como reféns durante um assalto ao banco. O ato aconteceu por seis dias, tempo em 
que foi desenvolvido certa relação afetiva das vitimas com os seus sequestradores, 
relação esta que se tornou conhecida como Síndrome do Estocolmo pelo psiquiatra 
e criminologista Nils Bejerot. 
Segundo TRINDADE (2011), o fato despertou a atenção da imprensa, e no 
momento em que um dos reféns foi libertado, um fotógrafo surpreendeu-se ao 
flagrar uma das vitimas se beijando com um dos assaltantes. 
 
 
 
4 EFEITOS DO COMPORTAMENTO DA VITIMA A LUZ DO CÓDIGO PENAL 
BRASILEIRO 
 Na medida em que a vitima cria um sentimento de afeto pelo seu algoz, está 
tende a não colaborar muito durante o processo ou resgate, neste viés o legislador 
pátrio a luz do Código Penal Brasileiro resolveu analisar o comportamento da vitima 
na dosimetria da pena de acordo com o Sistema Trifásico, onde será analisado em 
três etapas. Sobre este Sistema, o art. 68 do Código Penal Brasileiro (1940), reforça: 
Art. 68: A pena-base será fixada atendendo-se ao critério do art. 59 
deste Código; em seguida serão consideradas as circunstâncias 
atenuantes e agravantes; por último, as causas de diminuição e de 
aumento. 
 
A primeira fase consiste na aplicação da pena abstrata cominada pelo 
legislador, onde será analisada as circunstancias judiciais em cada caso. O art. 59 
do Código Penal de 1940 menciona de forma expressa a importância do 
comportamento da vitima como critério de aplicação de pena base. Vejamos: 
Art. 59: O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à 
conduta social, à personalidade do agente, aos motivos, às 
circunstâncias e consequências do crime, bem como aocomportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e 
suficiente para reprovação e prevenção do crime. 
 
Na segunda fase serão observadas as circunstâncias responsáveis por 
atenuar ou agravar a pena. Novamente no art. 65 o legislador demostrou a 
importância do estudo do comportamento da vitima de forma a beneficiar o agente, 
onde descreve as circunstâncias que atenuam. Analisemos: 
Art. 65: São circunstâncias que sempre atenuam a pena: III - ter o 
agente: c) cometido o crime sob coação a que podia resistir, ou em 
cumprimento de ordem de autoridade superior, ou sob a influência de 
violenta emoção, provocada por ato injusto da vítima. 
 
O mencionado art. usou-se da expressão “violenta emoção, provocada por 
ato injusto da vítima” de forma em que busca justificar e menorizar a conduta 
criminosa valorizando a conduta do agente que age motivado por uma injusta 
provocação daquele que vem a ser vitimizado. 
 Considera-se também o comportamento da vitima como causa de diminuição 
de pena, no principal crime doloso contra a vida, previsto no art. 121 § 1º, sendo 
assim necessário analisar inteiro a conduta e a motivação do agente. Observemos: 
Art. 121: Matar alguém: § 1º Se o agente comete o crime impelido 
por motivo de relevante valor social ou moral, ou sob o domínio de 
violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o 
juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço. 
 
Fica a critério do juiz sem parâmetros fixos, aplicar as circunstancias 
conforme o seu convencimento. Deve-se observar também as causas excludentes 
de punibilidade do agente, presentes no art. 107 do Código Pena de 1940 no qual 
mencionam as excludentes de punibilidade, seja “pela prescrição, decadência ou 
perempção; pela renúncia do direito de queixa ou pelo perdão aceito, nos crimes de 
ação privada”. 
 BITENCOURT (2007, p. 489) descreve: 
a) Prescrição decoado o prazo que a própria lei estabelece, 
observadas suas causas modificadoras, prescreve o direito estatal á 
punição. 
b) Decadência: É a perda do direito de ação privada ou do direito 
de representação em razão de não ter sido exercido dentro do prazo 
legal previsto. 
c) Perempção é a perda do direito de prosseguir no exercício da 
ação penal privada isto é, uma sanção jurídica aplicada ai querelante 
pela inercia, ou seja, pelo mau uso da faculdade que o Poder Público 
lhe concedeu de agir, privativamente, na persecução de 
determinados crimes. Na perempção, o querelante, que já iniciou a 
ação de exclusiva iniciativa privada, deixa de realizar atos 
necessários ao seu prosseguimento, deixando de movimentar o 
processo, levando à presunção de desistência. 
 
A decadência e a Síndrome de Estocolmo estão vinculadas na medida em 
que a vitima tem a possibilidade de permanecer inerte durante o lapso temporal de 6 
meses da ação Penal Privada. Isto ocorre na medida em que o ofendido ainda 
mantém certo laço afetivo com o agressor. 
Já a renúncia, de acordo ainda com BITENCOURT (2007, p. 500), é definida 
como: 
A manifestação de desinteresse de exercer o direito de queixa, que 
só pode ocorrer em ação de exclusiva iniciativa privada, e somente 
antes de inicia-la. Perdão do ofendido consiste na desistência do 
querelante de prosseguir na ação penal de exclusiva iniciativa 
privada. O perdão é ato bilateral e só se completa com sua aceitação 
pelo querelado. 
 
 Diante disto, a renúncia ocorre quando a vitima demostra desinteresse da 
ação, podendo esta ocorrer de forma expressa, ou tácita. A primeira ocorre com 
declarações perante a autoridade, já a tácita será quando a vitima praticar atos 
incompatíveis com a intenção de punir. 
 
5 ACONTECIMENTOS QUE ELUCIDAM A SINDROME DE ESTOCOLMO 
5.1 CASOS DA SINDROME NO BRASIL 
Um dos casos que ganhou os noticiários gira em torno de Patrícia Abravanel 
filha de Silvio Santos. Em agosto de 2001, aos 24 anos, a mesma foi sequestrada 
em São Paulo, sendo mantida em cativeiro por uma semana, neste período foi 
exigido pelos sequestradores certa quantia em dinheiro em troca de sua liberdade. 
Após o resgate, Patrícia surpreende a todos com suas declarações a respeito 
do evento traumático, mostrando que foram criados durante o sequestro laços 
afetivos. Tais revelações foram descritas por alguns especialistas como Síndrome do 
Estocolmo. 
Uma matéria relacionada ao fato e sua ligação com a Síndrome foi feita pelo 
Jornal Nacional em 29 de agosto de 2001, descreve: 
As declarações de Patrícia Abravanel sobre as pessoas que a 
sequestraram foram interpretadas por especialistas como a reação 
típica de vítimas de um grande trauma. Ela escapou do pior, mas 
depois de sete dias nas mãos de bandidos, não criticou os 
sequestradores. Pelo contrário: “Me alimentaram, me levaram chá, 
me levaram pipoca". A alegria da vítima às vezes esconde sintomas 
mais profundos - aquilo que os especialistas chamam de Síndrome 
de Estocolmo. 
Ainda durante a matéria a Doutora Isa Kabacznik especialista em pessoas 
que sofreram traumas, discorre: 
"Ela criou um vínculo com o sequestrador que é fora da realidade. O 
sequestrador não foi bonzinho com ela, ele sequestrou, ele prendeu, 
amarrou, deu as mínimas condições de vida, ir no banheiro, dar um 
chá. Ele tinha o poder de vida ou morte e só deixou viver por alguma 
razão, seja financeira ou medo de ser preso". Como outros que 
sofreram violências, Patrícia provavelmente precisará de ajuda 
profissional: "Passada a euforia, depois de algum tempo, eles 
passam por uma fase depressiva, e aí o tratamento psicoterápico, o 
apoio psicológico é muito importante. Na verdade o sequestro ficou 
como uma coisa mais distante, ainda não está muito clara para ela. É 
como se tivesse uma cortina que ainda não foi desvendada. Pelo 
menos é essa a impressão que está dando". 
 
5.2 A SINDROME EM OUTROS LUGARES 
Natascha Kupush, em 1998, aos 10 anos de idade foi sequestrada durante o 
percurso até a Escola na Áustria, e só foi encontrada após 8 anos. Este 
acontecimento houve grande repercussão da mídia, sendo objeto do filme e livro 
“3096 DIAS”. 
A vítima sofria agressões físicas e psicológicas constantemente, e vivia de 
forma precária em uma cela de 54 m², sem janelas e a prova de som, com 
tratamento degradante, sendo obrigada a realizar atividades domésticas. Em 23 de 
agosto de 2006, por um descuido do agressor, Natascha consegue fugir. 
A síndrome foi identificada após o Suicídio do agressor, onde Natascha se 
comove com o ocorrido. A mesma discorre: “Eu senti uma grande pena por ele, por 
ter achado vantajoso prender uma pessoa mais fraca para que dessa maneira 
concretizasse os seus sonhos”. 
5.3. A SÍNDROME NA FICÇÃO 
Esta Síndrome também esta presente em literaturas, exemplo disso advém do 
conto “A Bela e a Fera”, narrativa esta que gira em torno de uma donzela na qual 
mantinha um relacionamento abusivo, sendo mantida em cativeiro. Durante este 
evento traumático criou-se de forma inconsciente certa empatia, na qual a vítima 
(Bela) passa a ver seu agressor (Fera), como seu amigo e protetor. Ao final da 
história, ambos acabam criando um sentimento de afeto e se casam. 
 
6 IMPACTO DA SÍNDROME EM CASOS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA 
 É de grande importância debater o efeito da Síndrome do Estocolmo e seu 
impacto em casos de violência doméstica, pois são incontáveis as mulheres que 
sofrem com essa realidade. Inúmeros são os anúncios, palestras ou eventos que 
incentivam em agir em prol do seu bem estar, denunciando seus agressores, porém 
como aconselhar sem se postar psicologicamente diante da situação? É notável a 
suposta existência da violência doméstica, porém seus efeitos psicológicos são de 
suma importância e devem ser debatidos. Não se trata apenas do corpo, mas sim 
também de alma. 
 Em relacionamentos abusivos pequenos atos de afeto por parte do agressor, 
são vistos pelas mulheres como esperança de uma futura mudança, e em cada 
pequena gentileza existe a utopiade um provável relacionamento sereno, onde o 
amor não deixe espaço para tantas agressões. Assim muitas mulheres se prendem 
e assim acabam por não denunciar. 
 O trauma psicológico pode ser tão intenso, que muitas se culpam por serem 
agredidas, começam a se pôr no lugar do agressor, aceitando e concordando com 
suas atitudes, e com ego inflamado através do sentimento da culpa começam a 
analisar os fatos de acordo com o ponto de vista do agressor tendo isto como meio 
de sobrevivência. 
 Destaca José Barroso Filho em seu artigo publicado em 17 de marco de 2018 
que “na medida em que essa mulher fica isolada, sem alguém que possa ajudá-la a 
entender o que está acontecendo nem garantir-lhe a segurança de que precisa, ela 
passa a se adaptar a essa situação, para manter um bom relacionamento com o 
agressor. Tal é a desesperança que busca segurança no próprio agressor”. 
 
6.1 LEI MARIA DA PENHA 
 Não se pode abordar tal temática sem fazer referencia sobre a Lei 11.340 (7 
de Agosto de 2006), conhecida popularmente como Lei Maria da Penha. Esta lei foi 
criada através de um acontecimento real, onde Maria da Penha sofria violência 
doméstica praticada por seu ex-marido, a mesma foi vitima de duas tentativas de 
homicídio. 
Nesse aspecto essa Lei foi de grande importância na medida em que 
resguardava direitos e protegia as mulheres nas quais passavam pela mesma 
situação. Vejamos a art. 2º da referida lei: 
Art. 2o Toda mulher, independentemente de classe, raça, etnia, 
orientação sexual, renda, cultura, nível educacional, idade e religião, 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11340.htm
goza dos direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sendo-
lhe asseguradas as oportunidades e facilidades para viver sem 
violência, preservar sua saúde física e mental e seu aperfeiçoamento 
moral, intelectual e social. 
 
Convém ressaltar, a inefetividade presente nesta lei, em que nem sempre 
será aplicado ao caso concreto de forma pragmática, pois muitas são as mulheres 
que renunciam o direito de queixa por medo de que algo maior lhe venha acontecer, 
ou ate mesmo na esperança de que as agressões tenham fim, sendo restruturada a 
família. 
 
 Assim, TRINDADE (2011, p. 227) destaca: 
A assistência policial poderá ser preventiva, isto é, atuante na 
“iminência” da agressão, ou repressiva. As diretrizes baseiam-se 
numa autoridade policial mais participativa, protetiva e zelosa no 
atendimento á vitima. Esses cuidados foram incluídos porque a 
pratica demostrou que muitas mulheres não denunciam as 
agressões por medo de vingança do agressor contra si ou contra os 
filhos. Não raro, também, quando registram a ocorrências, as 
mulheres retornam a sua residência, pois não tem outro local para 
irem. Ali se submetem novamente ao ambiente agressivo e 
comumente são vitimas de novas agressões. Por isso, também é 
corriqueiro não parecerem as audiências no JECrim, forçando o 
Ministério Publico a pedir o arquivamento dos processos criminais. 
 
 Caso a vitima ofereça a queixa, ainda terá a possibilidade de renunciar seu 
direito, oportunidade descrita no art. 16 da Lei 11.340/06, vejamos: 
Art. 16. Nas ações penais públicas condicionadas à representação 
da ofendida de que trata esta Lei, só será admitida a renúncia à 
representação perante o juiz, em audiência especialmente designada 
com tal finalidade, antes do recebimento da denúncia e ouvido o 
Ministério Público. 
 
 Portanto, desde que admitida perante o juiz em audiência especialmente 
designada para esse fim, ouvido o Ministério Publico e antes do recebimento da 
denúncia a renuncia poderá ocorrer. 
Ainda sobre o tema posiciona-se Dias (2007, p 105) que “estar nas mãos da 
vitima a faculdade de suspender o inquérito policial colocando-a em situação 
privilegiada. Há verdadeira inversão de papeis. Assim terá mais facilidade para 
obter sucesso na conciliação, com maiores chances do agressor aceitar os termos 
que lhe são propostos para evitar o prosseguimento da ação penal.” 
Com isso mostra-se a importância em explanar este tema tendo em vista 
que são inúmeras as mulheres que acabam por sofrer desse mal, tendo como 
consequências danos psíquicos que influenciam no decorrer da ação penal, na 
medida em que acabam por renunciar seus direitos na intenção de proteger seu 
algoz. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
O presente trabalho possibilitou fazer uma análise a cerca das consequências 
psicológicas que surgem de forma inconsciente em vitimas que passam grandes 
tensões em determinados crimes, onde o agressor mantém o poder sobre sua 
sobrevivência. É com base neste contexto de aflição em decorrência do medo, e do 
desespero pela sobrevivência, que advém a Síndrome do Estocolmo, fazendo com 
que o individuo construa grande conexão e sentimentos de afeto pelo seu algoz. 
Dada à importância desse assunto, torna-se necessário avaliar em cada caso 
concreto as circunstancias e distúrbios psicológicos que foram refletidos na vitima 
durante todo o trauma, fazendo assim a menção de como os reflexos desta 
Síndrome influenciam no Direito Penal. 
Neste viés, convém ressaltar que deverão ser abordados estudos 
vitimológicos, com intuito de identificar a conduta da vitima, e quais são as 
consequências que acabam por influenciar de certa forma na ação criminosa e no 
decorrer do processo. Nem sempre apenas quem detém o poder de influenciar na 
situação é o criminoso, mas a vitima pode no decorrer do crime ser influenciada por 
atitudes que servem de estratégia de sobrevivência criada pelo inconsciente. 
Com isso, verifica-se a importância da junção do Direito com a Psicologia, na 
medida em que deverá ser levantado questionamento a cerca não somente da 
agressão, mas sim ao estudo da manifestação do inconsciente, que influenciam de 
maneira direta na prática delitiva. 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal: Parte Geral. 11. Ed. São 
Paulo: Saraiva, 2007. Vol. 1. 
DIAS, M.B. Manual de Direito das Familias. 4ª ed. Ver, atual e ampl. São Paulo: 
Revista dos Tribunais 2007. 
GLOBO.COM. Disponivel em 
<http://jornalnacional.globo.com/Telejornais/JN/0,,MUL537596-10406,00-
A+EXPLICACAO+MEDICA+PARA+O+ELOGIO+DE+PATRICIA+AOS+CRIMINOSO
S.html> Acessado em: 29 de Ago 2018. 
BARROSO, José. Disponivel em <http://www.cnj.jus.br/agencia-cnj-de-
noticias/artigos/13325-o-perverso-ciclo-da-violia-domica-contra-a-mulher-afronta-a-
dignidade-de-todos-n> Acessado em: 29 de Ago de 2018. 
BRASIL. Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940. Disponivel em 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del2848compilado.htm>. Acessado 
em: 02 de Nov de 2018. 
 
TRINDADE, Jorge. Manual de Psicologia jurídica para operadores do direito. 5º. 
Ed. Porto Alegre: Livraria do Advogado. 2011. 
 
 
 
http://jornalnacional.globo.com/Telejornais/JN/0,,MUL537596-10406,00-A+EXPLICACAO+MEDICA+PARA+O+ELOGIO+DE+PATRICIA+AOS+CRIMINOSOS.html
http://jornalnacional.globo.com/Telejornais/JN/0,,MUL537596-10406,00-A+EXPLICACAO+MEDICA+PARA+O+ELOGIO+DE+PATRICIA+AOS+CRIMINOSOS.html
http://jornalnacional.globo.com/Telejornais/JN/0,,MUL537596-10406,00-A+EXPLICACAO+MEDICA+PARA+O+ELOGIO+DE+PATRICIA+AOS+CRIMINOSOS.html
http://www.cnj.jus.br/agencia-cnj-de-noticias/artigos/13325-o-perverso-ciclo-da-violia-domica-contra-a-mulher-afronta-a-dignidade-de-todos-n
http://www.cnj.jus.br/agencia-cnj-de-noticias/artigos/13325-o-perverso-ciclo-da-violia-domica-contra-a-mulher-afronta-a-dignidade-de-todos-n
http://www.cnj.jus.br/agencia-cnj-de-noticias/artigos/13325-o-perverso-ciclo-da-violia-domica-contra-a-mulher-afronta-a-dignidade-de-todos-n
http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/DEL%202.848-1940?OpenDocument
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del2848compilado.htm

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