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HIDRÁULICA - Aula 5 Profª: Valéria Rodrigues Escoamento em orifícios (Foronomia). • Classificação, Teorema de Torricelli. • Inversão do Jato. • Contração da veia incompleta. • Vórtice, perda de carga e escoamento com nível variável. Estudo do Bocais. • Classificação, vazão, experiência de Venturi. • Perda de carga, bocal normal e entrada arredondada. Tubos sujeitos a descarga livre. • Tipos de escoamentos, cálculo da vazão. • Descarga em bueiros. ORIFÍCIOS E BOCAIS •Aberturas de perímetro fechado e forma geométrica definida, feitas abaixo da superfície livre da água. •Encontrados em paredes de reservatórios, pequenos tanques ou saída de canais ou canalizações. •Usados para medir, controlar e direcionar a vazão. 2 4 Escoamento em orifícios (Foronomia) 5 ORIFÍCIO DE CHAPA METÁLICA FINA COM FORMATO HEXAGONAL 6 O orifício é o mais rudimentar de todos os aparelhos primitivos para medir a vazão. 7 FORMAS DO ORIFÍCIO CONDIÇÕES DAS BORDAS (PAREDES) 8 Na parede espessa observa-se aderência do jato. Não é necessário biselar se a espessura da chapa (e) < 1,5DN (circular) ou a menor dimensão de outras formas. Na prática é usual biselar a parede no contorno do orifício ou adotar a parede em chapa metálica fina. 9 10 O valor de e estiver compreendido em 2 a 3 vezes o D (Azevedo Netto). 11 Orifícios pequenos com área inferior a 1/10 da área da superfície do recipiente pode-se desprezar a velocidade do líquido na superfície. DIMENSÕES DO ORIFÍCIO Seja d o diâmetro do orifício circular, ou a menor dimensão do orifício que tenha outra forma. Orifícios pequenos: são aqueles cujas dimensões são muito menores do que a profundidade em que se encontra o orifício. Em geral a sua dimensão na vertical é d<1/10h. Orifícios grandes: d>1/10h. 0 1 12 • Desprezar a perda de carga já que o fluido foi considerado sem velocidade. • Sendo o referencial em 1 temos que Z0 = H e Z1 = 0. • Como não há perda de carga, a energia (pressão) não se altera. P0/ρg = 0 e P1/ ρg = H. • Não houve variação de energia dos pontos 0 até 1, apenas transformação. As partículas descem lentamente.As partículas descem lentamente. 0 1 13 • V0 <<<<<<<< V1 • A pressão em 0 e 1 é atmosférica. P0/ρg = 0 e P1/ ρg = 0. • Não houve variação de energia do ponto 0 até 1. • Z1 = 0 referencial. Energia cinéticaEnergia potencial 14 Vertical. Inclinada para montante ou jusante. Horizontal. POSIÇÃO DA PAREDE OBS: Quando a parede for horizontal e h < 3d surge o vórtice, que afeta o coeficiente de descarga. 15 O orifício tem forma geométrica conhecida. A abertura está abaixo da superfície livre do líquido. O recipiente é constantemente alimentado, de modo que o nível de água permaneça. ESCOAMENTO 16 CONTRAÇÃO DA VEIA LÍQUIDA 17 Vena contracta: O jato passa a ter área menor que a área do orifício. Teorema de Torricelli As partículas fluidas vindas de diversas direções passam pelo orifício, em trajetórias curvilíneas e se move em um filete paralelo ao atravessar a seção do orifício. Com isso, o jato contrai-se um pouco diminuindo sua área. As partículas de água divergem depois de tocar as bordas do orifício (inércia). Orifícios pequenos em paredes delgadas Cada partícula, ao atravessar a seção contraída, teria uma velocidade idêntica à queda livre, desde a superfície livre do reservatório até o plano de referência, passado pelo centro do orifício. 13 Ao atravessarem a seção do orifício, as partículas continuam a se mover em trajetórias curvilíneas porém, não podem mudar bruscamente de direção, o que causa a contração da veia líquida (onde as linhas de corrente são paralelas e retilíneas). Cc = 0,62 (valor médio prático). Cc = π/(π + 2) – Orifícios longos, abertos em paredes delgadas. Coeficiente de contração (Cc), que expressa a redução no diâmetro do jato: Cc = Ac /A Ac = área da seção contraída A = área do orifício. Ac 14 20 Azevedo Netto, et al. (1998). 21 Água - orifícios circulares: A seção contraída encontra-se a uma distância da face interna do orifício aproximadamente igual a metade do diâmetro do orifício (0,5 d). Filetes convergentes tornam-se paralelos ao passar pela seção contraída. Lembrete: Em orifícios pequenos admite-se que todas as partículas que atravessam o diâmetro do orifício possuem mesma velocidade sob a mesma carga. 22Referência: eixo do orifício. Caso + comum: Veia líquida escoando na atmosfera. Velocidade teórica: não leva em conta as perdas de cargas. 2 1 23 VtV r Vt V Cv r A velocidade real (Vr) é menor que a velocidade teórica (Vt) devido a consideração da perda de carga, então adota-se um coeficiente de correção (Cv). A velocidade real na seção contraída é menor que a velocidade teórica (Vt) devido: Atrito externo; Viscosidade. Cv é determinado experimentalmente e é função do diâmetro do orifício (d), da carga hidráulica (h) e da forma do orifício. Na prática pode-se adotar Cv = 0,985 (valor médio). 24 Calculando a velocidade no ponto c (orifício) usando equações de perda de carga. H + Zc 2gH – Vc2 Vazão = velocidade x área. (Q = VA, portanto V = Q/A), temos: Q2 = VrAc. ghCcCvAQ 2 VAZÃO REAL ATRAVÉS DO ORIFÍCIO ghCvCvVtVr 2 Velocidade real do jato. ghACQ d 2 Cd = CcCv = 0,62x0,985 = 0,61 Pequenos orifícios Coeficiente de descarga (Cd) Ac = ACc A = área do orifício (m2); h = carga sobre o centro do orifício (m). 20 26Azevedo Netto, et al. (1998). Área contraída Velocidade real. Cd = coeficiente de descarga. 27 Nível zero A1>>>>>A2 temos v1<<<<<<Vt Cada partícula, ao atravessar a seção contraída terá velocidade idêntica a de queda livre, desde a superfície livre do reservatório até o plano de referencia, passando pelo centro do orifício. Pressão atmosférica Vt não considera as perdas existentes. Coeficiente de redução da velocidade Cv = 0,985. Informações resumidas 28 O jato de líquido possui trajetória parabólica (como ocorre em todos os corpos pesados e sujeitos a uma velocidade inicial) e ocupa a área total do orifício. Fenômeno da inversão do jato A veia líquida não conserva a forma do orifício. No início o jato sai com a forma do orifício e se modifica aos poucos ao passar por ele. A forma dos jatos passam por estágios a partir da seção contraída. Carga h = h1 – h2 29 Orifícios afogados abertos em paredes verticais delgada • Todas as partículas que atravessam o orifício tem a mesma velocidade. • Considera-se os níveis constantes nos dois reservatórios. • Os coeficientes de descargas são ligeiramente inferiores, na prática essa diferença é desprezível. • Aplica-se a equação de Bernoulli entre os pontos (1) e (2), situados na linha de corrente 1-2, com referência em (2). A veia escoa em massa líquida, porém ocorre contração. 30 Diferença de nível Regime permanente Aplica-se a equação de Bernoulli nas áreas aa e bb Linha de corrente 31 A vazão (Q) que atravessa a seção contraída é dada por: Chamado de CC (coeficiente de contração) a relação entre AC e A. Onde (5) em (4): (1) (2) (3) Definido como Coeficiente de descarga (Cd), o produto Cv e Cc, temos: (4) (7) em (6), sendo: Cd = f(Cv; Cc; d; h0 – h1; forma do orifício) (5) h1 = h0 h2 = h1 Orifícios com escoamento livre de pequenas dimensões e paredes delgadas 32 Nesse caso h1 = 0 e a fórmula (8) se escreve chamando h2 de h. Quando o orifício é contração incompleta, a vazão é calculada pela fórmula: Sendo o coeficiente de vazão C’d (coeficiente de vazão para contração incompleta) relacionado com o coeficiente de vazão Cd (coeficiente de vazão para contração completa) através da seguinte expressão, obtida experimentalmente por Bidone: K = relação entre o perímetro da parte sem contração e o perímetro total do orifício. (6) (7) (8) Quando h1 é muito diferente de h2, o uso da altura média de água h sobre o centro do orifício de diâmetro D para o cálculo da vazão, não é recomendado.A velocidade da água no centro de um orifício grande é diferente da velocidade média do fluxo neste orifício. 33 VAZÃO EM ORIFÍCIOS GRANDES h1hh2 D h < 2D Carga sobre um trecho elementar dh. Largura do orifício. 34 Orifícios de grandes dimensões sob cargas reduzidas • Não se pode mais admitir que todas as partículas tem a mesma velocidade, devido ao grande valor de D. • A carga (h) não é única, varia de faixa para faixa. Os orifícios grandes devem ser divididos em pequenas faixas horizontais de altura infinitamente pequenas, onde pode ser aplicada a equação deduzida para orifícios pequenos. Orifícios livres de grandes dimensões Considerando-se um orifício de formato retangular, a faixa elementar terá área A velocidade na área elementar será de: A descarga elementar será: 35 (1) (teórica) (2) (3) (Vr = CvVt; Ac = CcA; Q = VrAc) Substituindo (1) em (2) e em (3): (4) (5) Para seção retangular – Grandes dimensões - d>1/3h) 36 (8) L = A/(h2 –h1) Para uma seção qualquer (6) (7) Contração incompleta da veia Para orifícios retangulares, Cd assume o valor de C’d, como mostrado abaixo: C’d = Cd(1 + 0,15k) orifício do totalperímetro contraçãoda supressãohá que em parteda perímetro k a b Perímetro total = 2(a + b) Dependendo da posição do orifício a contração da veia pode ser afetada, modificada ou suprimida e alterar a vazão. Para que a contração seja completa o orifício deve estar localizado a uma distância do fundo ou das paredes laterais pelo 2 vezes a sua menor dimensão. 32 Fator k para correção de Cd 38Orifícios retangulares. Fator k para correção de Cd • Para orifícios junto a uma parede lateral ou junto ao fundo, k = 0,25. • Para orifícios junto a uma parede lateral e ao fundo, k = 0,50. • Para orifícios junto ao fundo e a duas paredes laterais, k = 0,75. C’d = Cd(1 + 0,13k) Orifícios circulares 34 40 C’d = Cd(1 + 0,15k) 1) k = 0,05+0,2 2(0,05+0,2) = 0,25 0,50 = 0,50 C’d = Cd(1 + 0,15k) = 0,62(1 + 0,15.0,50) = 0,695 2) k = 0,2 2(0,05+0,2) = 0,20 0,50 = 0,40 C’d = Cd(1 + 0,15k) = 0,62(1 + 0,15.0,60) = 0,71 3) k = 2.0,05+0,2 2(0,05+0,2) = 0,30 0,50 = 0,60 C’d = Cd(1 + 0,15k) = 0,62(1 + 0,15.0,40) = 0,680 42 • Descrito em primeiramente por Venturi. • O sentido de movimento é diferente para cada hemisfério: Sentido dos ponteiros do relógio para o hemisfério sul (desprezando a influência de causas perturbadoras). Comprovar que é mito: *Pegue dois recipientes de aproximadamente 45x35x10 cm. *Faça um buraco no fundo de cada um e feche-os com uma rolha. *Encha-os com água e, com o dedo, mexa a água no sentido horário no primeiro recipiente e no sentido anti-horário no segundo recipiente. *Espere até que a água esteja completamente parada e retire as rolhas com cuidado de não perturbar a água. Resultado: A água não vai escoar no sentido horário nos dois recipientes como prevê o Efeito de Coriolis, o vórtice formado no primeiro recipiente escoará no sentido horário e no segundo recipiente escoará no sentido anti-horário. Conclusão: A água guarda uma certa quantidade de movimento residual que, apesar de muito pequena, ainda é muito maior do que a força de Coriolis. John C. Salzsieder no artigo "Exposing the bathtub Coriolis myth" (revista "The Physics Teacher", volume 32, fevereiro de 1994). 43 A força de Coriolis determina o sentido de rotação da água em uma pia? 44 A formação de vórtex é inconveniente para o escoamento, pois o arraste de ar causado pelo redemoinho reduz a vazão, provoca ruídos e acúmulo de ar em pontos altos das canalizações, prejudicando o funcionamento de motobombas instaladas a jusante. 45 hf= ( 1 𝐶𝑣 2 − 1) 𝑣𝑟 2 2𝑔 A velocidade real é diferente da velocidade teórica devido a perda de carga. Perda de carga nos orifícios, adufas e comportas hf= 𝑣𝑡 2 2𝑔 − 𝑣𝑟 2 2𝑔 𝐶𝑉 = 𝑣𝑟 𝑣𝑡 𝑣𝑡 = 𝑣𝑟 𝐶𝑣 hf= 𝑣𝑟 2 𝐶𝑣 22𝑔 − 𝑣𝑟 2 2𝑔 46 Em comportas o coeficiente (Cv) varia entre 0,6 e 0,8, admitindo 0,7. Temos: hf= ( 1 𝐶𝑣 2 − 1) 𝑣𝑟 2 2𝑔 hf= ( 1 0,72 − 1) 𝑣𝑟 2 2𝑔 hf= 𝑣𝑟 2 2𝑔 1,04 ~ 1,0 Vr= 0,7 2𝑔𝐻 H altura do nível da água até o centro da comporta, Em comportas afogadas H é a diferença entre os níveis de água a montante e a jusante. ghACQ d 2 Escoamento com nível variável Durante o esvaziamento de um reservatório por meio de um orifício de pequena dimensão, a altura h diminui com o tempo. Com a redução de h, a vazão Q também irá decrescer. Como determinar o tempo para esvaziar ou retirar um volume v do reservatório? 40 dtghCdAdv 2 48 ghACQ d 2 Num pequeno intervalo de tempo dt a vazão que passa pelo orifício será: E o volume infinitesimal escoado será: Obs: Lembrar que v = Q t Nesse mesmo intervalo de tempo, o nível de água no reservatório baixará de uma altura dh, o que corresponde ao volume: dv = Ardh A = área do orifício (m2); Ar = área do reservatório (m 2); t = tempo necessário par o esvaziamento (s). dtghACdhA dr 2 49 ghAC dhA dt d r 2 Igualando as duas expressões que fornecem o volume, podemos isolar o valor de dt: Integrando-se a expressão entre dois níveis, h1 e h2, obtemos o valor de t. dhh gAC A t h hd r 1 2 2/1 2 2/122/11 2 2 hh gAC A t d r h2 = 0 e h1=h. h gAC A t d r 2 2 Esvaziamento de reservatórios: equação simplificada O tempo para o esvaziamento total de um reservatório de área constante, através de um orifício pequeno, pode ser estimado através da equação: T = 2V/Q V = volume inicial de líquido contido no reservatório. Q = vazão inicial que ocorre quando h = hi (altura de água no início do esvaziamento). 43 São pequenos tubos adaptados a orifícios pelos quais escoam líquidos dos reservatórios. A principal finalidade do bocal é dirigir o jato d’água e regular a vazão. 51 Orifícios em parede espessa é avaliado da mesma forma que bocais. Divergente Convergente 52 Seu comprimento deve estar compreendido entre 1,5 a 3 vezes o seu diâmetro (DN). Bocal padrão: L = 2,5D. Bocal de borda: reentrante de L padrão. 53 Classificação dos bocais em relação as dimensões Curto L < D Funciona como um orifício em parede delgada. Longo L > D 54 Classificação dos bocais em relação a forma geométrica Cilíndricos: • Interiores ou reentrantes • Exteriores Cônicos: • Convergentes • Divergentes Tubo dentro do reservatório tem seu comprimento quase igual ao diâmetro. • Interiores ou reentrantes • Exteriores 55 Vazão nos bocais: Aplica-se a fórmula geral para os pequenos orifícios. Cd = 0,61 Cd = 0,98 Cd = 0,51 Cd = 0,82 Valores de Cd Bocal reentrante de borda à menor vazão Bocal cilíndrico externo com veia aderente 56 Bocais Cilíndricos • Contração da veia ocorre no interior do bocal cilíndrico. • A veia pode colar-se ou não às paredes do bocal. Bocal cônico simples Bocal cônico com extremidade cilíndrica Bocal convexo Bocal tipo Rouse Bocais para jato de água de incêndio ou similares. 57 • Aumenta-se a vazão. Nos convergentes, a descarga é máxima para θ = 13°30’: Cd = 0,94. Os tubos divergentes com a pequena seção inicial convergente denominam-se Venturi, por terem sido estudados pelo investigador italiano. As experiências de Venturi demonstram que um ângulo de divergência de 5° combinado com o comprimento do tubo igual a cerca de 9 vezes o diâmetro da seção estrangulada, permite os mais altos coeficientes de descarga. Bocais Cônicos: 58 Bocais, agulhetas, requintes, canhões Os bocais são construídos para várias finalidades como combate a incêndios (requintes), operações de limpeza, serviços de construção, aplicações agrícolas (aspersores), tratamento de água, maquinas hidráulicas (agulhetas), chafariz, etc. Os coeficientes de descarga (Cd), geralmente, estão compreendido entre 0,95 e 0,98. Os bocais de incêndio, normalmente, tem diâmetro de saída de 25 a 37,5 mm. Mini e microbocais a alta pressão (esculpidos em materiais específicos para resistiràs pressões e cavitações) para corte de peças usando água (metal, plásticos, tecido, etc). Chafariz ornamental possui bocais específicos para efeitos especiais. 59 Microbocal 60 61 Chafariz ornamental 62 Mangueira para combate a incêndio 63 Concreto Projetado: Concreto disparado, projetado ou jateado por mangueiras especiais com uso de ar comprimido. Pode ser via seca ou úmida dependendo se o concreto for lançado com ou sem água misturada previamente. O processo via seca aplica a água no bocal de lançamento controlado pelo operador. Também são utilizados aditivos aceleradores de pega para reduzir o índice de reflexão, quantidade de concreto que não adere à superfície projetada. Aplicação de concreto 64 65 Incêndio Agrícola 66 67 Experiência de Venturi • Vazão aumenta com a adição de um bocal (Paradoxo). • Novos pontos de perda de energia são criados. • Experiência de Venturi – a pressão média na coroa de depressão do bocal que envolve a veia líquida é menor que a pressão atmosférica. Introduziu um tubo de vidro e observou que o valor foi 0,75h (limite teórico 1 atm = 10,33 mca). P V Q No orifício a descarga ocorre contra a pressão atmosférica, com a adição de um bocal passa a ser feita contra uma pressão menor que esta, elevando a vazão. Zona de formação de vácuo: o escoamento se dá com pressão menor que a atmosférica, contribuindo para o aumento da vazão. 46 69 Perda de carga em bocal Da carga total H, que atua sobre um bocal cilíndrico, cerca de 2/3 se converte em velocidade e o 1/3 restante corresponde a energia despendida na entrada do bocal. L = 0,3 m D = 0,10 m ~2/3 de 10 m (66,6%) ~1/3 (33,4 %) = 3,34 m A perda de (1/3H) é equivalente a metade de h (h = 2/3H). Igual a perda de carga dos orifícios Abocal = πD 2/4 Carga cinética. Teórica Real 70 Bocais comuns Cv = 0,82 tem-se 0,5 v2/2g (50%). Perda de carga em bocal normal e bocal com entrada arredondada Bocais com formas bem arredondadas (b) consegue-se elevar o valor de Cv até 0,98. Apenas cerca de 0,04v2/2g (4%) - melhores condições de entrada. 71 Melhor forma para um bocal é uma Tratriz (Curva plana com tangentes que tem mesmo comprimento). Pseudoesfera. Considere o comprimento fixo PM. Teatriz é curva formada pela trajetória da extremidade M desse segmento a partir de A, quando a extremidade P for transladada desde O ao longo da reta x, e a posição de M é decrescente em relação a y. 72 Tubos curtos sujeitos a descarga livre • Existem problemas relativos a determinação de vazão de tubos curtos com descargas livre. • Cuidados em relação a particularidades dos tubos curtos devem ser observadas, oque não acontece na prática. • Exemplos: Extravasores, canalizações para esvaziamento de tanques, bueiros, instalações industriais, etc. Análise do problema: • L=0 e L=D (orifícios). • L= 2D e L = 3D (bocais). • L > nD (tubulações). Teoricamente, n < 40 em casos mais favoráveis e n > 250 nos casos mais comuns. Merriman: 500 D limite inferior para tubulações. 73 Tubos muito curtos sujeitos a descarga livre • Valores de L entre 3D e nD que excedem bocais e não são caracterizados como tubulações normais, ou seja, superam bocais (3D) e não excedem tubulações (500D). • As fórmulas gerais usadas para tubulações com L > 100D, devendo considerar as perdas de entrada e de velocidades para tubulações com L < 4000D. • Tubulações grandes predominam atritos ao longo das linhas enquanto curtas a energia convertida em velocidade e perdas de cargas localizadas (ex. entrada). Azevedo Netto, et al. (1998). 74 Perda de carga nos orifícios e bocais Equivale a energia de velocidade do jato acrescida da perda na saída. Perda de carga em um orifício, bocal ou na entrada de uma canalização. Os valores do coeficiente f variam com a velocidade média do líquido e com o diâmetro da canalização, para condições iguais de temperatura e rugosidade das paredes. Tubos muito curtos com descarga livre apresentam dificuldades para fixar valor adequado de f (velocidade desconhecida qdo determina-se a vazão e a falta de valores experimentais para perdas e velocidades elevadas). 75 Perda de carga nas tubulações retilíneas A equação pode ser escrita como: Em uma tubulação retilínea, além da perda de na entrada (0,5v2/2g) e da carga correspondente a velocidade (v2/2g) considera-se, também, a perda de carga por atrito ao longo das peças hf. 0,82 76 Condições de entrada nos tubos O regime normal de escoamento é atingido após um certo percurso inicial. Após esse trecho de transição pode-se encontrar uma distribuição de velocidade capaz de caracterizar um regime de escoamento (ponto de vista teórico). Na prática são observados o escoamento em regime laminar e o escoamento turbulento. OBS: Nenhuma das equações práticas estabelecidas para encanamentos, a rigor, poderiam ser aplicadas para as condições que prevalecem no trecho inicial. • Entrada bem arredondada de forma a evitar contrações, todas as partículas entrarão no tubo e escoarão com a mesma velocidade (v2/2g – energia cinética da massa), exceto, para camadas muito pequenas junto às paredes do tubo. • As partículas nos filetes que ocupam a parte central serão mais aceleradas e as partículas mais próximas das paredes ficam retardadas. • Perfil parabólico em condições de equilíbrio é atingido após uma distância infinita (teoricamente). Na prática, o perfil de equilíbrio seria atingido após um percurso L = 0,13ReD (Prandtl e Tietjens). Para Re = 1800 (número de Reynolds) - L = 234D. 77 Escoamento laminar Energia cinética no eixo do tubo: 78 Escoamento turbulento • Condições de regime alcançadas de forma mais rápida que no laminar, L = 20 a 40D a partir da borda de entrada. • A partir da aresta de entrada (0) o regime laminar vai se tornando espesso até um valor crítico z, onde se observa que a espessura da camada se reduz repentinamente a um valor bastante pequeno (σ), que se mantém constante (filme laminar) - Teoricamente. • Em z origina-se uma camada que limita o escoamento turbulento, cuja espessura aumenta muito rapidamente. • O trecho zt, o regime se estabelece mais rápido que o trecho zt’ devido a curvatura acentuada. No ponto onde se convergem, as condições de regime são atingidas em toda seção do escoamento. 79 Cálculo de vazão Para tubos muitos curtos com descarga livre aplica-se a equação geral para de descargas em bocais (devidos aos diversos problemas para atender o rigor teórico torna-se mais vantajoso para o engenheiro). Orifícios de parede delgada. Bocais. Para tubos muitos curtos o valor de Cd vai decrescendo a medida que eleva a relação L/D, em consequência da influencia dos atritos internos e externos (paredes dos tubos). Tubos novos de ferro fundido com 0,3 m de diâmetro e carga inicial aplicada de 30 m (Eytelwein). D = DN 80 Azevedo Netto, et al. (1998). 81 Descargas em bueiros • Os bueiros são condutos relativamente curtos e geralmente trabalham afogados. • Para bueiros de concretos, até 15 m de comprimento, recomendam-se valores de Cd da tabela 5.7. Cd = f(L/D) – Universidade de Iowa, EUA.
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