Aula Sobre Greve negociação coletiva

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NEGOCIAÇÃO COLETIVA
 
O artigo 8º da Constituição Federal prescreve:
“VI – é obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações coletivas.”
A negociação coletiva é o instrumento pelo qual os atores sociais trabalhistas normalizam as suas relações de trabalho.
 É através desta que os interesses antagônicos entre o capital e o trabalho, num ato de intercâmbio, ajustam-se, estabelecendo regras que aderem aos contratos individuais de trabalho.
A negociação coletiva visa a celebração de um contrato coletivo de trabalho, estabelecendo melhores condições de trabalho. 
É uma forma de atenuação da dependência jurídica e econômica do trabalhador em relação ao empregador.
A convenção e o acordo coletivo de trabalho são, a um só tempo: 
um ato-regra, de caráter normativo, aplicável às empresas e aos empregados que pertençam ou venham pertencer aos grupos representados;
- um contrato, no que tange as cláusulas que obrigam, direta ou reciprocamente, as respectivas partes.
Dentre outras disposições, esse negócio jurídico deve dispor sobre as condições que deverão reger as relações individuais de trabalho durante sua vigência(art. 613, IV, da CLT). 
Principal característica da negociação coletiva:
1 – fixar as condições de trabalho e emprego; ou regular as relações entre empregadores e trabalhadores;
2 – regular as relações entre empregadores ou suas organizações e uma ou várias organizações de trabalhadores.
Os sindicatos detêm a exclusividade da negociação coletiva.
Os sindicatos representativos de categorias econômicas ou profissionais e as empresas, inclusive as que não tenham representação sindical, quando provocados, não podem recusar-se à negociação coletiva, havendo recusa se dará ciência ao Departamento Nacional do Trabalho ou aos órgãos regionais do Ministério do Trabalho.
O Sindicato representativo da categoria profissional, que terá oito dias para assumir a direção dos entendimentos entre os interessados, devendo igual procedimento ser observado pelas empresas interessadas com relação ao Sindicato da respectiva categoria econômica.
O DIREITO DE GREVE
 
A greve é um dos instrumentos de conquistas dos trabalhadores, possuindo uma dimensão como fato social, representando uma modalidade dos conflitos coletivos.
A Lei atribui a entidade sindical e somente na sua falta, a uma comissão de negociação, a legitimidade ativa e o conseqüente comando do procedimento de greve. 
A expressão entidade sindical, abrange os sindicatos, as federações e as confederações.
A greve só pode ser deflagrada depois de frustada a negociação coletiva e verificada a impossibilidade da submissão do conflito coletivo à arbitragem; se a negociação coletiva há de versar sobre postulações que possam ser atendidas por convenção coletiva de trabalho, celebrada entre o sindicato dos trabalhadores e o sindicato patronal da respectiva categoria, ou acordo coletivo de trabalho firmado entre aquele sindicato e a empresa ou empresas interessadas.
A constituição brasileira, ao tratar de greve, determina que a lei disponha sobre o atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade em relação aos serviços e atividades essenciais, sujeitando-se os que abusarem do direito de greve às penas da lei.
O artigo 7º da Lei 7.783 dispõe:
“Observadas as condições previstas nesta Lei, a participação em greve suspende o contrato de trabalho, devendo as relações obrigacionais durante o período ser regidas pelo acordo, convenção, laudo arbitral ou decisão da Justiça do Trabalho.
Parágrafo único – É vedada a rescisão de contrato de trabalho durante a greve, bem como a contratação de trabalhadores substitutos, exceto na ocorrência das hipóteses previstas nos arts. 9 e 14.”
Na suspensão do contrato de trabalho, não há prestação de serviços nem pagamento de salários. Contudo, no acordo que puser fim à greve, formalizado em Convenção, acordo coletivo ou conciliação homologada pelo Tribunal do trabalho, as partes poderão dispor sobre o pagamento dos salários ou estipular o desconto parcelado dos mesmos.