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1 CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIFAVIP | WYDEN COORDENAÇÃO DE ARQUITETURA E URBANISMO Paula Milena de Andrade Souza PROJETO ARQUITETÔNICO: Centro comunitário no Engenho Bálsamo da Linha, em Jaqueira - PE Caruaru 2021 2 PAULA MILENA DE ANDRADE SOUZA PROJETO ARQUITETÔNICO: Centro comunitário no Engenho Bálsamo da Linha, em Jaqueira - PE Projeto de trabalho final apresentado ao Centro Universitário Unifavip Wyden, como requisito parcial para a obtenção do título de Arquiteto e Urbanista. Professora: Maria Izabel Cabral Caruaru 2021 3 À minha avó Helena Andrade (in memorian), pelo exemplo de simplicidade, humildade e determinação, que me inspirou para fazer esse projeto. A ela, todo o meu respeito, amor e admiração. 4 AGRADECIMENTOS Agradeço a primeiramente a Deus, por todas as experiências que ele me proporcionou e pelas bençãos recebidas para alcançar minhas conquistas e por sempre me manter forte mesmo com todas as dificuldades. Aos meus professores reconheço pelo tempo dedicado a nós, pelos recursos e ferramentas que nos deram, resultando na nossa evolução dia após dia, por nos instigar a pensar e ser cada vez mais ousados nas propostas e até mesmo por todas as críticas e conselhos que nos fez repensar em alguns conceitos. À minha professora Izabel Cabral, por nos conduzir durante toda a execução do trabalho da melhor forma possível mesmo no cenário caótico devido a pandemia causada pela COVID-19 e por sempre transmitir tanta calma e clareza. Ao meu namorado, Vinícyus Oliveira, por me compreender e me incentivar através de atitudes e palavras, além de aguentar os meus desabafos quando algo não dava certo, agradeço a disposição pela ajuda, críticas, companheirismo, paciência e carinho, mas principalmente por sempre me lembrar que eu sou capaz. Sem você, eu não teria conseguido. Aos meus pais, por nunca terem poupado esforço para garantir o meu melhor, por serem o meu refúgio nos momentos difíceis, e por sempre me orientar e me educar da melhor formar, fazendo com que eu me tornasse uma pessoa capaz. À minha família, que além de serem inspiração para esse trabalho, me ajudaram em todas as etapas da vida. E a todos que contribuíram e participaram dessa etapa da minha vida. 5 RESUMO Em tempos atuais e, principalmente com a pandemia causada pela COVID-19, as pessoas estão cada vez mais com a qualidade de vida afetada, o que acarreta na sensação de não pertencimento e diminui o convívio social. O espaço público vai sendo desvalorizado e substituído pelas telas, e as comunidades rurais são as mais prejudicadas com tudo isso, pois toda a atenção está voltada à centros urbanos e consequentemente a violência e marginalidade aparecem com mais frequência. Logo, este presente trabalho visa propor um anteprojeto arquitetônico de um Centro Comunitário no Engenho Bálsamo na Linha, pertencente ao município de Jaqueira, Pernambuco. O objetivo é levar o essencial para uma área esquecida de implantação de projetos urbanos e entregar qualidade de vida à população, incentivar a educação, cultura e entregar espaços de lazer, contribuindo para a integração da população e melhorando a qualidade de vida. Palavras-chave: Centro Comunitário. Inclusão social. Conforto ambiental. Qualidade de vida. 6 LISTA DE FIGURAS Figura 1 – Vista aérea do Protótipo de Pavilhão 21 Figura 2 – Pátio do Protótipo de Pavilhão 21 Figura 3 – Fachada da biblioteca do Protótipo de Pavilhão 22 Figura 4 – Interior da biblioteca do Protótipo de Pavilhão 22 Figura 5 – Croqui de inspiração do Protótipo de Pavilhão 23 Figura 6 – Sala de aula do Protótipo de Pavilhão 23 Figura 7 – Oficina de costura do Protótipo de Pavilhão 24 Figura 8 – Pátio da Escola Primária Umubano 25 Figura 9 – Vista aérea da Escola Primária Umubano 25 Figura 10 – Corte da Escola Primária Umubano 26 Figura 11 – Sala de aula da Escola Primária Umubano 26 Figura 12 – Vista externa da Escola Primária Umubano 27 Figura 13 – Sala de aula da Escola Primária Umubano 27 Figura 14 – Vista aérea da Forest School 28 Figura 15 – Vista superior da Forest School 29 Figura 16 – Planta humanizada da Forest School 29 Figura 17 – Vista do pátio da Forest School 30 Figura 18 – Área externa da Forest School 30 Figura 19 – Escritório IT’s Biofilia 31 Figura 20 – Escritório IT’s Biofilia 32 Figura 21 – Circulação no IT’s Biofilia 32 Figura 22 – Área comum no IT’s Biofilia 33 7 Figura 23 – Área de convivência no IT’s Biofilia 33 Figura 24 – Sala de reunião no IT’s Biofilia 34 Figura 25 – Mapa de situação de Jaqueira em relação a Recife 35 Figura 26 – Mapa com a localização de alguns dos engenhos próximos 36 Figura 27 – Mapa de situação do terreno 37 Figura 28 – Gráfico Rosa dos Ventos da cidade de Palmares-PE 38 Figura 29 – Mapa de condicionantes físico ambientais 38 Figura 30 – Zoneamento 40 Figura 31 - Organofluxograma 41 8 LISTA DE QUADROS Quadro 1 – Programa de necessidades e pré-dimensionamento 39 9 LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS PE Pernambuco ZPA Zona de Produção Agrícola M Metros APIE A Partner in Education 10 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO 13 2 A ARQUITETURA, O CENTRO COMUNITÁRIO E A INTEGRAÇÃO COM A NATUREZA 15 2.1. CENTRO COMUNITÁRIO 15 2.2. CONFORTO AMBIENTAL 17 2.3. BIOFILIA 18 3 REFERÊNCIAS PROJETUAIS 20 3.1. PROTÓTIPO DE PAVILHÃO | KISUMU, QUÊNIA 20 3.1.1. Aplicação no projeto 24 3.2. ESCOLA PRIMÁRIA UMUBANO | KIGALI, RUANDA 24 3.2.1. Aplicação no projeto 28 3.3. NATIONAL ARBORETUM CHILDREN’S FOREST SCHOOL | POCHEON-SI, COREIA DO SUL 28 3.3.1. Aplicação no projeto 31 3.4. ESCRITÓRIO IT’S BIOFILIA | ITAIM BIBI, BRASIL 31 3.4.1. Aplicação no projeto 34 4 CARACTERIZAÇÃO DO OBJETO 34 4.1. CONTEXTO URBANO 34 4.2. TERRENO 36 4.3. ESTUDO DO ENTORNO 37 11 4.4. PROGRAMA DE NECESSIDADES E PRÉ-DIMENSIONAMENTO 39 4.5. ZONEAMENTO E ORGANOFLUXOGRAMA 40 5 SUMÁRIO PRELIMINAR DE PFG 42 REFERÊNCIAS 4412 “Se há vida e atividade no espaço urbano, então também existem muitas trocas sociais. Se o espaço da cidade for desolado e vazio, nada acontece.” Jan Gehl 13 1 INTRODUÇÃO Os centros comunitários são espaços versáteis que tem como papel realizar a integração entre as pessoas e realizar atividades que irá trabalhar o desenvolvimento local e social da comunidade. Na realidade atual, e principalmente com o início da pandemia causada pela COVID-19, as pessoas estão cada vez mais se isolando em suas residências, o que causa a sensação de não pertencimento e diminui o convívio social. O estudo apresenta a proposta de um projeto social, através de uma edificação que atenda às necessidades das famílias do Engenho Bálsamo da Linha e das comunidades próximas. O Engenho está situado na zona da mata sul, na cidade de Jaqueira-PE e surgiu a partir da agroindústria brasileira, chegando a ser uma das 48 ZPAs (Zonas de Produção Agrícolas) da falida Usina Catende. Grande parte da sua população recebe benefícios de programas sociais governamentais e tem a agricultura como principal fonte de renda, infelizmente tendo uma má remuneração e uma enorme carga de trabalho, o que acarreta em baixo grau de escolaridade. O projeto servirá com diversas atividades para suprir a carência da população, como oferta de cursos profissionalizantes, auxílio para o desenvolvimento da criatividade e habilidades de leitura, interpretação, compreensão e relação com a história da comunidade, além de usar a produção de alimentos a partir do cultivo para resgatar e fortalecer a agricultura local, gerando renda e, portanto, autonomia financeira. A comunidade também poderá contar com um espaço externo, com playground e área contemplação, descanso, lazer e esportes, e práticas que reforçarão a cultura como a música, dança e teatro. A proposta do Centro Comunitário do ponto de vista social, é motivada a atender uma demanda real que busca consolidar algumas atividades e principalmente procura refletir a importância de vivencias que podem ser proporcionadas pelas atividades, contribuindo com o mecanismo de inclusão social. Diante do que foi exposto nos parágrafos anteriores, a problematização do trabalho é mostrar qual o impacto que um centro comunitário pode causar na comunidade do Bálsamo da Linha. O presente trabalho tem como objetivo geral desenvolver o anteprojeto de um centro comunitário no engenho Bálsamo da Linha no município de Jaqueira-PE, que atenda às necessidades da comunidade, reforçando a convivência social. Dispondo 14 dos seguintes objetivos específicos: (1) Configurar espaços que incentivem o convívio em comunidade através da educação, esporte, diversidade, lazer, dentre outras atividades; (2) Aplicar soluções que, além de minimizar custos de manutenção do edifício, priorizem o uso da ventilação e iluminação naturais e tenham soluções construtivas de simples execução; (3) Propor uma integração entre a natureza, a arquitetura e o homem, utilizando os conceitos de biofilia. A metodologia adotada, consiste em pesquisas bibliográficas, através de artigos publicados na internet, além normas técnicas e de livros que foram necessários para realizar a base do projeto. Também foram utilizados estudos de caso acerca de temas abordados neste trabalho. Estruturalmente, o trabalho está dividido em cinco capítulos, no qual o primeiro contará com uma introdução composta por uma breve apresentação sobre o tema, as problemáticas, justificativas, objetivo geral e específicos, procedimentos metodológicos e estrutura do trabalho; O segundo, será composto pelo reflexão técnico-conceitual, que irá discutir sobre arquitetura biofílica, o centros comunitários e o conforto ambiental; No próximo será feito a análise quatro projetos que serão usados como referências; O quarto, contará com uma análise do contexto urbano e do terreno, junto com um estudo sobre o entorno da área de estudo, com os condicionantes físico ambientais, programa de necessidades, pré-dimensionamento, zoneamento e organofluxograma; Por último, terá o sumário preliminar e as ações que serão realizadas na disciplina de Projeto Final de Graduação. 15 2 A ARQUITETURA, O CENTRO COMUNITÁRIO E A INTEGRAÇÃO COM A NATUREZA Esta etapa do trabalho, busca trazer conteúdos necessários para a compreensão do tema, através de autores, conceitos e embasamentos teóricos, abordando desde conceitos de centro comunitário, até iluminação e ventilação natural e a biofilia. 2.1. CENTRO COMUNITÁRIO No processo atual do êxodo rural, as comunidades têm sofrido bastante com o abandono da sua população que, principalmente, vai em busca de melhores empregos, acarretando na falta de crescimento e investimento no povoado e causando preocupações em relação ao futuro, visto que pode ocasionar até mesmo na sua extinção, pelo fato de que os jovens não terão locais que satisfaçam seus anseios e necessidades. Se há vida e atividade no espaço urbano, então também existem muitas trocas sociais. Se o espaço da cidade for desolado e vazio, nada acontece (GEHL, 2013, p. 22). Diante disso, é necessário entender a carência de espaços que conectem e ofereçam serviços coletivos e sociais, como os centros comunitários que pode ser considerado um espaço versátil que oferece livre acesso para todos de uma determinada comunidade ou apenas à um grupo mais específico, onde essas pessoas podem se envolver com algum tipo de atividade, sejam elas celebrações, encontros, reuniões, algo ligado à religião e pode servir até mesmo como um local de refúgio, tendo como principal objetivo, atender as necessidades da população, diminuindo os efeitos da exclusão social e gerando e envolvimento das famílias e oferecendo a cidadania (BONFIM, 2000, p. 5). Surge como uma estrutura, onde se desenvolvem acções tão diversificadas quanto as necessidades sentidas pela população, não sendo apenas o somatório das actividades dirigidas a pessoas e grupos de diversas faixas etárias, mas uma modalidade integrada e global de responder aos problemas das pessoas e das famílias. (BONFIM et al., 2000, p. 7). 16 Os centros comunitários realizam intervenções na comunidade, buscando trazer uma integração social que apresente outras maneiras de se relacionar e de viver, de acordo com princípios como a animação, conhecimento, informação, afeto e responsabilidade. De acordo com Bonfim et al. (2000), um dos propósitos do centro comunitário é contribuir para a criação de condições que possibilitem aos indivíduos, o exercício pleno do seu direito de cidadania e apoiar as famílias no desempenho das funções e responsabilidades, reforçando a sua capacidade de integração e participação social. Para isso acontecer da melhor forma, são necessárias três condições, sendo a proximidade, a gleba em que o projeto será inserido é onde tudo irá acontecer e terá que está localizada em uma área central e articulada; A flexibilidade, pois as atividades devem ser moldadas de acordo com as necessidades da comunidade, tornando o centro em um ambiente interativo; E por último a participação, que é essencial visto que o objetivo principal é reforçar o laço entre as pessoas da comunidade, então é necessário que as pessoas se envolvam e interajam. Do ponto de vista de projetos sociais, os centros comunitários podem auxiliar na educação e até mesmo na vida profissional, também podem estimular a criatividade e o desenvolvimento das crianças, oferecer diversas formas de arte e esportes, fazendo com que as pessoas saiam das ruas e deixem de aprender ações que não são corretas. Fica claro que se propõem à utilização do fenômeno esportivo como valorização do movimento, e a sistematização do movimento reiterado no tempo para a busca deum estilo de vida saudável (ALMEIDA et al., 2012, p.79). A escassez das áreas públicas e projetos sociais, infelizmente geram a marginalização e consequentemente a insegurança ao andar pelas ruas e quando a comunidade participa, os casos de criminalidade diminuem. De acordo com Reis (2012), a criminalidade e a violência afetam negativamente o desenvolvimento econômico e social, diminuem o capital social, aumentam o grau de exclusão social e de pobreza, colocam em risco a cidadania e a segurança, além de reduzirem a capacidade de o Estado governar efetivamente. 17 2.2. CONFORTO AMBIENTAL É de grande importância buscar soluções para projetar edificações, que tenham um conjunto de condições que garantam um conforto ambiental, visto que ele influencia, tanto na satisfação, quanto na eficiência dos usuários, pois é necessário ter um ambiente que seja confortável para a realização das atividades, sejam elas básicas ou mais complexas. Além de garantir melhor eficiência e satisfação dos usuários, a estratégia também resulta na redução dos gastos de utilização e de manutenção, redução da poluição e não exige um aumento de custo na obra (FROTA et al., 2001, p. 17). Segundo Corbella et al. (2009), são estratégias para conseguir um excelente conforto ambiental: Controlar os ganhos de calor, dissipar a energia térmica do interior do prédio, remover a umidade em excesso e promover o movimento de ar, promover o uso da iluminação natural e controlar o ruído. O conforto térmico está ligado a sensação de estar bem e elas tem ligações com aspectos climáticos: a temperatura, a umidade, a radiação infravermelha (dos elementos da construção vizinhos à pessoa – parede, chão, vidros, cortinas...), o movimento do ar, a radiação solar; o tipo de atividade (quanto mais atividade, mais elevada a temperatura da pele) e seu vestuário, a idade e o sexo (ligados a diferenças de peso, metabolismo e tipo de roupa) (CORBELLA et al., 2009, p. 33). Já o conforto lumínico, está ligado a sensação de enxergar bem e sentir o conforto visual. É de extrema importância que o ambiente nem seja pouco iluminado e nem tenha muita iluminação, para que não haja ofuscamento, por isso a importância de cada ambiente ter uma iluminação adequada para as atividades que ali serão realizadas e podemos afirmar também que a iluminação correta ajuda a prevenir futuros problemas de visão já que não é preciso forçar muito para enxergar. Segundo Fraga (2012), o conforto luminoso está condicionado a fenômenos físicos, fisiológicos e psicológicos, pois uma iluminação adequada influencia na forma como se ver as coisas. E por último, o conforto acústico, que exige uma boa absorção acústica e um bom isolamento, pois a sua ausência condiciona fortemente a saúde e produtividade das pessoas (OLIVEIRA, 2011). Tem como objetivo proporcionar a ausência de 18 barulhos indesejáveis, causando, assim como os outros confortos, uma sensação de bem-estar. O ruído, o som que incomoda, pode ser controlado atuando sobre a fonte produtora do som, sobre o caminho de propagação do som ou no receptor. Existem os isolantes acústicos, que servem para reduzir a energia do som transmitido pelas estruturas para os ambientes vizinhos, e os absorventes acústicos, que servem para reduzir a energia de um som refletido por uma superfície do mesmo ambiente. As placas rígidas e planas refletem muito sem absorver. Podem ser consideradas como “espelhos” para o reflexo do som. As superfícies formadas por materiais fibrosos ou porosos absorvem bem o som. (CORBELLA et al., 2009, p. 52). 2.3. BIOFILIA O termo biofilia vem do grego, onde bio que significa vida e philia afinidade, que quer dizer amor à vida e foi estudado pelo pioneiro da sociobiologia, Edward Osborne Wilson. A palavra é usada para explicar a relação e o amor entre o homem e a natureza e ela chega para mostrar a necessidade do estar próximo da natureza e de acordo com Wilson (1996), o humano evoluiu 99% de sua história em um mundo biocêntrico, o que leva acreditar que no momento que o homem se afasta da natureza, ele perde a ligação instintiva com a natureza. Segundo algumas pesquisas da psicologia ambiental, as pessoas tendem a se sentirem melhor em locais abertos com ambientes naturais ou em locais internos, mas com alguns tipos de elementos que remetam a essa ligação com a natureza, como plantas por exemplos. Com isso, Cooper Browning diz que: (...) trazer elementos que permitem a conexão direta com a natureza (como parques e lagos) ou conexões indiretas (ou seja, design de interiores que utilizam elementos naturais, cores e padrões que remetem à natureza, plantas, bem como explorar visuais para áreas verdes) para dentro de um ambiente urbanizado pode ajudar a nos recuperar mentalmente e aliviar nossas atividades do dia-a-dia, afim de manter o bem-estar positivo (BROWNING; COOPER, 2015, p. 7). Ou seja, estar conectado com a natureza de alguma forma pode nos ajudar a desenvolver o bem-estar e a saúde mental e física. Contudo, nos dias de hoje onde está cada vez mais comum a substituição dos elementos naturais pela tecnologia e grandes áreas urbanas, o papel da arquitetura biofílica é fundamental para trazer de volta essa conexão do ser humano com a natureza e consequentemente causar o desenvolvimento de bem-estar e saúde citados anteriormente. 19 Desenvolver alguns elementos que indique a presença de vegetação, luz natural ou de água, ajuda a implantar ou ativar por meio dos usuários dos locais a presença da natureza. Uma das características, se não a principal, é que a presença da biofilia é uma forma de deixar o ambiente mais “saudável”, podendo até mesmo auxiliar pacientes na recuperação. Pensando nessas características, Kellert e Calabrese (2015, p. 6) desenvolveram 5 princípios básicos para obter sucesso na aplicação da arquitetura biofílica. São esses: a) “Promover o envolvimento repetitivo e sustentado com a natureza” – Dando um exemplo, não se deve colocar apenas um vaso com planta em um local e achar que a conexão com a natureza já está presente. Ou seja, deve-se repetir a aplicação de elementos que remetam a natureza, e não aplicar apenas um para que a conexão seja efetiva, pois na natureza você observa sequência e ritmo dos elementos. b) “Se concentrar nas adaptações humanas ao mundo natural que, ao longo do tempo da evolução, aumentaram a saúde, a forma física e o bem-estar das pessoas” – Nesse princípio o que se deve ser observado é que se torna essencial a realização de adaptações e ideias que busquem melhorar o bem- estar e que pode vir a melhorar a qualidade de vida dos usuários desse local. c) “Incentivar um apego emocional a configurações e ambientes especiais” – Nesse caso o que deve ser levado em consideração é a projeção de locais que chamem a atenção e estimulem a memórias afetiva dos usuários. Essa memória afetiva pode ser ativada fazendo a ligação de elementos da natureza com o seu dia a dia e com isso vai fazer, de forma inconsciente, o usuário sentir apego àquele espaço. d) “Promover interações positivas entre pessoas e a natureza, que incentiva um senso expandido de relacionamento e responsabilidade pela comunidade humana e natural” – Quem projetar o espaço tem que se preocupar em fazer um espaço que promova a interação entre a natureza e o usuário, e sempre que possível fazer que essa interação seja mútua. Neste caso pode ser utilizado conceitos de sustentabilidade, já que o homem terá que respeitar a natureza e se preocupar em manter os recursos e se preocupar em deixar o espaço sempre saudável. e) “Incentivar o fortalecimento mútuo, a interconexão e soluções de arquitetura de forma integrada” – Já o último dos 5 princípios desenvolvidos por Kellert e Calabrese (2015), diz respeito a utilização de elementos da arquitetura que 20 sejam elementosda arquitetura biofílica também, como a utilização da madeira em vigas e pilares por exemplos. Com isso iria ocorrer a substituição de elementos sem nenhuma conexão com a natureza, como os pilares e vigas de concreto ou de metal. Contudo, as estratégias da arquitetura biofílica a serem utilizadas devem sempre seguir esses princípios nos projetos a serem realizados e buscando o desenvolvimento urbano sustentável. Esses espaços projetados são sempre vistos como essencial na busca de um espaço sustentável. 3 REFERÊNCIAS PROJETUAIS A seguinte análise, tem como propósito obter referências para o projeto arquitetônico. Em cada estudo de caso serão abordados aspectos como materiais, funcionalidade, conforto e acessibilidade. Os projetos escolhidos foram o Protótipo de Pavilhão, localizada em Kisumu, Quênia; Escola Primária Umubano, localizada em Kigali, Ruanda; Escola Infantil Coreana Arboretum Children's, localizada em Pocheon- si, Coreia do Sul; e o Escritório IT’S Biofilia, localizada em São Paulo, Brasil. 3.1. PROTÓTIPO DE PAVILHÃO | KISUMU, QUÊNIA O Protótipo de Pavilhão é um centro comunitário localizado em Kisumu, Quênia e teve a sua construção concluída em 2016. Possui 560 m² e é um espaço destinado a encontros populares para que os membros da comunidade possam interagir entre si (ARCHDAILY BRASIL, 2020). 21 Figura 1- Vista aérea do Protótipo de Pavilhão. Fonte: ARCHDAILY, 2020. A edificação teve início devido ao questionamento de duas estudantes, Laura Katharina Strähle e Ellen Rouwendal, que se perguntavam “E se os estudantes pudessem fazer mudanças em regiões pobres do mundo a partir de intervenções arquitetônicas em pequena escala?” (ARCHDAILY BRASIL, 2020). Figura 2- Pátio do Protótipo de Pavilhão. Fonte: ARCHDAILY, 2020. As mesmas, buscaram em conjunto com os moradores do vilarejo rural, trabalhadores e estudantes, projetar um protótipo de pavilhão para uso público que 22 tenha um impacto social, utilizando materiais e técnicas construtivas comuns e simples para facilitar e baratear a obra (ARCHDAILY BRASIL, 2020). Figura 3- Fachada da biblioteca do Protótipo de Pavilhão. Fonte: ARCHDAILY, 2020. Figura 4- Interior da biblioteca do Protótipo de Pavilhão. Fonte: ARCHDAILY, 2020. O centro comunitário foi inspirado na Acácia, uma árvore local que servia como ponto de encontro entre as pessoas da comunidade que se reuniam embaixo dela à procura de se esconder do sol forte e da chuva (ARCHDAILY BRASIL, 2020). 23 Figura 5- Croqui de inspiração do Protótipo de Pavilhão. Fonte: ARCHDAILY, 2020. Foi construído um pavilhão com vão livre de 64 m², estruturado em bambu e com o cuidado de pensar em um telhado que capture a água da chuva e proporcione um ambiente com ventilação natural, e a fachada com detalhes que permitem a iluminação natural no interior. O espaço é composto pelo espaço comunitário, salas de tecnologia da informação e comunicação, biblioteca, oficina de costura e panificação (ARCHDAILY BRASIL, 2020). Figura 6- Sala de aula do Protótipo de Pavilhão. Fonte: ARCHDAILY, 2020. 24 Figura 7- Oficina de costura do Protótipo de Pavilhão. Fonte: ARCHDAILY, 2020. 3.1.1. Aplicação no projeto A edificação acima servirá de inspiração pois, assim como o presente trabalho, busca proporcionar um impacto na sociedade, possui soluções que permitem um ambiente confortável com ventilação e iluminação naturais, e utilizar materiais e técnicas construtivas vernaculares que podem facilitar a manutenção e baratear a obra. Além de apresentar diversos ambientes, podendo agradar toda a população, independente de gênero e idade. 3.2. ESCOLA PRIMÁRIA UMUBANO | KIGALI, RUANDA A Escola Primária Umubano é um complexo educacional localizado em Kigali, Ruanda e teve sua construção finalizada em 2010. Possuindo 900 m², a escola foi projetada pelo grupo de arquitetos MASS Design Group com o intuito de estimular a educação na África e oferecer educação para crianças em estado de vulnerabilidade ou que sejam órfãs (ARCHDAILY BRASIL, 2013). 25 Figura 8- Pátio da Escola Primária Umubano. Fonte: ARCHDAILY, 2013. Os responsáveis por terem a iniciativa do projeto foi o grupo de instituição britânica APIE (A Partner in Education) que tiveram a missão de estimular a educação na África e construir novas instalações. Foi convidado então, a equipe do MASS Design Group, que ficou responsável por escolher o novo local para a implantação, projetar a nova instalação e ficar dando o auxílio na etapa da construção da estrutura (ARCHDAILY BRASIL, 2013). Figura 9- Vista aérea Escola Primária Umubano. Fonte: ARCHDAILY, 2013. 26 A Escola Primária Umubano teve como inspiração o próprio bairro, que é localizado em uma área de declive acentuado onde as pessoas fazem o percurso em ziguezague em terrenos agrícolas com terraços. E na construção foram usados materiais locais, como por exemplo o papiro e o tijolo, como forma de incentivar o mercado local e reduzir gastos (ARCHDAILY BRASIL, 2013). Figura 10- Corte da Escola Primária Umubano. Fonte: ARCHDAILY, 2013. O espaço é composto por sete prédios que tem uma configuração estratégica para a aprendizagem das crianças, é um mix de salas internas e externas, terraços e espaços de jogos. É possível contar com 9 salas de aula, além de biblioteca, laboratório de informática, cozinha, administração, salas mistas internas, áreas de ensino externas e terraços para jogos, tudo isso destinado a crianças em situação de vulnerabilidade e adultos afim de revitalizar a comunidade (ARCHDAILY BRASIL, 2013). Figura 11- Sala de aula da Escola Primária Umubano. Fonte: ARCHDAILY, 2013. 27 Figura 12- Vista externa da Escola Primária Umubano. Fonte: ARCHDAILY, 2013. A mão-de-obra e experiências locais, principalmente de artesãos, foram essenciais na hora de criar as estratégias de ventilação e iluminação natural através da estrutura do telhado suspenso, do clerestório e dos detalhes das aberturas feitas com o uso dos tijolos, reduzindo o consumo de energia e deixando o ambiente mais confortável (ARCHDAILY BRASIL, 2013). Figura 13- Sala de aula da Escola Primária Umubano. Fonte: ARCHDAILY, 2013. 28 3.2.1. Aplicação no projeto O estudo de caso acima, assim como o Protótipo de Pavilhão, utiliza de materiais locais, como por exemplo o tijolo, além de usar solução construtivas comuns. O uso do telhado suspenso, do clerestório e das aberturas laterais, também servirão de inspiração, pois proporcionam um ambiente com ventilação e iluminação natural. 3.3. NATIONAL ARBORETUM CHILDREN’S FOREST SCHOOL | POCHEON-SI, COREIA DO SUL A National Arboretum Children’s Forest School é um espaço educacional e expositivo localizado em Pocheon-si, Coreia do Sul e teve sua construção finalizada em 2021. Possui 224 m², a escola foi projetada pelo grupo de arquitetos Geeumplus e tem como finalidade ensinar as crianças de forma lúdica e divertira sobre a importância do meio ambiente (ARCHDAILY BRASIL, 2021). Figura 14- Vista aérea da Forest School. Fonte: ARCHDAILY, 2021. A escola foi projetada para ter o conceito biofílico, onde a natureza, o homem e a arquitetura coexistem. É possível observar que a edificação é rodeada por abetos e ciprestes antigos que foram preservados, formando uma paisagem perfeita com a harmonia entre a escola e o espaço verde (ARCHDAILY BRASIL, 2021). 29 Figura 15- Vista superior da Forest School. Fonte: ARCHDAILY, 2021. Além das árvores, espaço foi projetado em módulos com formato de favo de mel, ressaltando a importância das abelhas, que são insetos vulneráveis às mudanças climáticas e necessárias no ecossistema. Ou seja, o objetivo do espaço é mostrar, através da arquitetura, às crianças de forma divertida e expositivaqual a importância do meio ambiente, das abelhas e da biodiversidade (ARCHDAILY BRASIL, 2021). Figura 16- Planta humanizada da Forest School. Fonte: ARCHDAILY, 2021. O prédio conta com um palco ao ar livre, onde serve como uma sala de aula externa e também é onde os visitantes assistem apresentações ao ar livre; também tem o jardim de chuva, local onde a água da chuva é coletada para ser reutilizada e 30 também é o local onde as crianças reciclam; a horta, que estimula vários sentidos no cultivo; além de um jardim na cobertura, onde se tem um jardim polinizador que possibilita a observação da vida dos insetos. Tem o acabamento feito em madeira ecológica, além de placas de aço no interior, que representa vários temas da ecologia. (ARCHDAILY BRASIL, 2021). Figura 17- Vista do pátio da Forest School. Fonte: ARCHDAILY, 2021. Figura 18- Área externa da Forest School. Fonte: ARCHDAILY, 2021. 31 3.3.1. Aplicação no projeto O estudo de caso apresentado acima foi escolhido pelo uso do design biofílico, o prédio fica cercado de árvores que foram preservadas, fazendo com que a escola fique integrada com a natureza e consequentemente uma linda paisagem. Além de ter ambientes que mostram a valorização do cultivo e da natureza. 3.4. ESCRITÓRIO IT’S BIOFILIA | ITAIM BIBI, BRASIL O escritório IT’S Biofilia é uma ampliação da sede de uma empresa de arquitetura, engenharia e design localizado em Itim Bibi, Brasil e teve sua construção finalizada em 2019. Possui 350 m² e foi projetada pelo grupo de arquitetos da própria empresa, a IT’s Informov e teve como objetivo aplicar a biofilia no design no escritório, aumentando a produtividade e sensação de bem-estar dos funcionários (ARCHDAILY BRASIL, 2019). Figura 19- Escritório IT’s Biofilia. Fonte: ARCHDAILY, 2019. A ampliação do escritório da IT’s Informov também foi projetada com o design biofílico, que ganhou muito espaço na área da saúde e cada vez mais está sendo empregado em espaços corporativos. O conceito tem como objetivo integrar a natureza ao ambiente de trabalho, nesse caso, com a intenção de deixar um ambiente confortável e que transmita uma sensação de bem-estar e aumente a produtividade dos funcionários (ARCHDAILY BRASIL, 2019). 32 Figura 20- Escritório IT’s Biofilia. Fonte: ARCHDAILY, 2019. A companhia Interface, referência mundial em pisos comerciais, realizou um estudo que revelou que quem trabalha em locais com elementos da natureza possui 15% a mais de bem-estar, 6% a mais de produtividade e 15% a mais de criatividade. “A aplicação da biofilia está aliada a nossa proposta de realizar projetos humanizados, com foco nas pessoas” Explicou o CEO da IT’s Informov, Marcelo Breda (ARCHDAILY BRASIL, 2019). Figura 21- Circulação do IT’s Biofilia. Fonte: ARCHDAILY, 2019. 33 Figura 22- Área comum do IT’s Biofilia. Fonte: ARCHDAILY, 2019. Das características usadas, podemos destacar: O uso de plantas em todos os ambientes; jogo de luz e sombra e o uso da iluminação direta; ventilação natural; música ambiente; texturas que lembram a natureza; o uso da cor verde no mobiliário; uso de materiais como a madeira e o sisal e aroma suave (ARCHDAILY BRASIL, 2019). Figura 23- Área de convivência do IT’s Biofilia. Fonte: ARCHDAILY, 2019. 34 Figura 24- Sala de reunião do IT’s Biofilia. Fonte: ARCHDAILY, 2019. 3.4.1. Aplicação no projeto Assim como o IT’S biofilia, o centro comunitário será projetado com foco nas pessoas, ou seja, o design biofílico é muito importante se o objetivo é ter um ambiente que transmita a sensação de bem-estar, além de aumentar a criatividade e produtividade das pessoas. No projeto será usado plantas nos ambientes, texturas que remetam à natureza, procurar aplicar a cor verde e materiais como a madeira. 4 CARACTERIZAÇÃO DO OBJETO Neste capítulo serão abordadas as etapas pré-projetuais, sendo o contexto urbano, análise do terreno e dos condicionantes, programa de necessidades, pré- dimensionamento, zoneamento e organofluxograma. 4.1. CONTEXTO URBANO O Engenho Bálsamo da Linha está localizado no município pernambucano de Jaqueira, que faz parte da mesorregião da mata pernambucana, tem como principal via de acesso a PE-126 e fica situada à 147 km da capital Recife. Está limitada ao norte pela cidade de Lagoa dos Gatos, Catende e Belém de Maria; ao sul pela cidade de Maraial; ao leste pela cidade de Catende; e ao oeste pela cidade de São Benedito do Sul. 35 A cidade possui uma unidade territorial que se estabelece em 87.208 km² (IBGE 2020), conta com uma população estimada de 11.632 (IBGE 2021) e tem como principal fonte de economia a agricultura, principalmente da cana-de-açúcar e da banana, alcançando um PIB per capita de R$9.358,82 (IGBE 2019). Sua taxa de escolarização de pessoas com 6 até 14 anos de idade é de 95,4% (IBGE 2010), porém se posiciona no 140ª lugar no ranking com outras cidades do estado de Pernambuco. Na figura abaixo, é possível observar a cidade de Jaqueira em Pernambuco, onde está localizado o Engenho Bálsamo da linha. Figura 25- Mapa de situação de Jaqueira em relação a Recife. Fonte: Elaborado pela Autora com base no IBGE e através do QGIS (2021). A comunidade conta com uma área total de 630 hectares e o público que o projeto alcançará será de aproximadamente mil pessoas. Trata-se de um local estratégico pois é de fácil acesso para as pessoas da comunidade e pode abranger comunidades vizinhas como por exemplo o Engenho Bálsamo das Freiras, Engenho Boa Vista, Engenho Laje Nova, Engenho São Bento, dentre outros. É possível ver alguns dos engenhos próximos na imagem a seguir. 36 Figura 26- Mapa com a localização de engenhos próximos da comunidade. Fonte: Elaborado pela Autora com base no IBGE e através do Google Earth (2021). 4.2. TERRENO Para este projeto foi escolhido um terreno (Figura 27) que pertence a cidade de Jaqueira e pode ser considerado um espaço ocioso. Um dos fatores que contribuiu na escolha é o fato dele ter uma ótima localização, pois se encontra na principal rua da comunidade. O terreno conta com uma área total de 3.427 m² e está inserido próximo a única escola da comunidade, Escola Municipal Bálsamo da Linha, além de também ficar perto da Igreja Católica e do espaço onde os moradores costumam se encontrar. 37 Figura 27- Mapa de situação do terreno. Fonte: Elaborado pela Autora com base no Google Earth (2021). 4.3. ESTUDO DO ENTORNO O uso do solo do Engenho é de predominância residencial, com a presença de apenas uma escola municipal, uma igreja, um mercadinho e um bar, o que acaba dificultando a vitalidade do local. O gabarito tem altura predominante de apenas 1 pavimento e possui um baixo fluxo de transportes. O estudo1 dos condicionantes físicos e ambientais é de extrema importância para a proposta do anteprojeto, para que seja possível buscar soluções que proporcionem um maior conforto ambiental, como por exemplo, a melhor posição dos ambientes e abertura das fachadas. De acordo com as análises, os ventos predominantes se encontram no Leste e Sudeste, e em seguida pelo Nordeste (Figura 28). O terreno é favorecido pela ausência de construções próximas, que dificultem a passagem do ar. Também é observado a trajetória do sol (Figura 29), o que vai ajudar na etapa das elaborações de soluções que tornam a edificação agradável. 1 Para mais informações sobre esse estudo, foi consultado o site ProjetEEE e ao buscar pela cidade de Jaqueira, observou-se que o site não tem dados sobre a mesma, então o estudo foi feito com base na cidade mais próxima, Palmares. 38 Figura 28- Gráfico Rosa dos Ventos de Palmares-PE. Fonte: ProjetEEE (2021). Figura 29- Mapa de condicionantes físico ambientais. Fonte: Elaborado pela Autoracom base no Google Earth (2021). 39 4.4. PROGRAMA DE NECESSIDADES E PRÉ-DIMENSIONAMENTO O espaço comunitário contará com ambientes com o objetivo de atender desde crianças do berçário até adultos, ou seja, o centro contemplará pessoas de todas as idades, com a ideia de conectar e aumentar a convivência social. Ele será composto por ambientes que foram pensados para toda a população, com espaços apropriados para os pais deixarem os bebês enquanto participam de eventos no centro, espaços que incentivem à busca pelo conhecimento e pela cultura, práticas esportivas e o estímulo a movimentação da agricultura local, através da inserção de aulas de culinária onde serão usados produtos locais. Quadro 1- Programa de necessidades e pré-dimensionamentos. SETOR AMBIENTE Qtd ÁREA (m²) ÁREA TOTAL (m²) ADMINISTRAÇÃO Recepção 1 10 45 Administração com arquivo 1 22 DML 1 4 Lavabo 2 9 INFANTIL Brinquedoteca 1 20 45 Copa 1 4 DML 1 2 WC fem/mas 1 4 Fraldário 1 15 CULTURA Sala de oficinas 1 26 166 Sala de costura 1 26 Sala de música e dança 1 40 Biblioteca com teatro e camarim 1 40 Depósito 1 6 DML 1 2 WC feminino 1 13 WC masculino 1 13 EDUCAÇÃO Sala multiuso 2 50 166 Sala de informática 1 26 Auditório 1 58 Arquivo / Depósito 1 4 DML 1 2 WC feminino 1 13 WC masculino 1 13 40 CULINÁRIA Ateliê - Culinária 1 52 160 Horta 1 - Lanchonete 1 20 Praça de alimentação 1 - Depósito 1 14 DML 1 4 Vestiário feminino (alunos do ateliê) 1 5 Vestiário masculino (alunos do ateliê) 1 5 Vestiário feminino 1 30 Vestiário masculino 1 30 LAZER Playground 1 - 800 Quadra poliesportiva 1 400 Quadra de areia 1 400 Academia ao ar livre 1 - Circuito (Passeio, corrida, ciclismo) 1 - ÁREA TOTAL 1382 Fonte: Elaborado pela Autora, com base nos dados do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação e da NBR 9050 (2021). 4.5. ZONEAMENTO E ORGANOFLUXOGRAMA A partir do estudo dos condicionantes físico ambientais, foi feito o zoneamento para ter-se uma base para o organograma e visar um melhor posicionamento para a obtenção de recursos naturais como a iluminação e ventilação natural (Figura 30). Figura 30- Zoneamento. 41 Fonte: Elaborado pela Autora (2021). Em busca de uma melhor organização espacial, foi feito o organofluxograma (Figura 31), para a compreensão da conexão e fluxo entre os ambientes, que foi dividido em seis setores como o apoio administrativo, área destinada a crianças, cultura, educação, culinária, lazer e o pátio central. Figura 31- Organofluxograma. Fonte: Elaborado pela Autora (2021). 42 5 SUMÁRIO PRELIMINAR DE PFG Para dar continuidade ao presente trabalho, foi elaborado um sumário preliminar de PFG, sabendo que é essencial um planejamento para a execução da próxima parte do projeto. A próxima etapa do projeto acontecerá entre os meses de fevereiro e julho, na disciplina de Projeto Final de Graduação e será seguido o sumário abaixo: 1 INTRODUÇÃO 0 2 A ARQUITETURA, O CENTRO COMUNITÁRIO E A INTEGRAÇÃO COM A NATUREZA 0 2.1. CENTRO COMUNITÁRIO 0 2.2. CONFORTO AMBIENTAL 0 2.3. BIOFILIA 0 3 REFERÊNCIAS PROJETUAIS 0 3.1. PROTÓTIPO DE PAVILHÃO | KISUMU, QUÊNIA 0 3.1.1. Aplicação no projeto 0 3.2. ESCOLA PRIMÁRIA UMUBANO | KIGALI, RUANDA 0 3.2.1. Aplicação no projeto 0 3.3. NATIONAL ARBORETUM CHILDREN’S FOREST SCHOOL | POCHEON-SI, COREIA DO SUL 0 3.3.1. Aplicação no projeto 0 3.4. ESCRITÓRIO IT’S BIOFILIA | ITAIM BIBI, BRASIL 0 3.4.1. Aplicação no projeto 0 4 CARACTERIZAÇÃO DO OBJETO 0 4.1. CONTEXTO URBANO 0 4.2. TERRENO 0 4.3. ESTUDO DO ENTORNO 0 43 4.4. PROGRAMA DE NECESSIDADES E PRÉ-DIMENSIONAMENTO 0 4.5. ZONEAMENTO E ORGANOFLUXOGRAMA 0 5 OBJETO DE ESTUDO 0 5.1. CONCEITO E PARTIDO ARQUITETÔNICO 0 5.2. MEMORIAL JUSTIFICATIVO 0 5.3. IMPLANTAÇÃO 0 5.4. ESTUDO DE MASSAS 0 5.5. ANTEPROJETO 0 5.6. DETALHES CONSTRUTIVOS 0 CONSIDERAÇÕES FINAIS 0 REFERÊNCIAS 0 44 REFERÊNCIAS ALMEIDA, Marco Antonio Bettine de et al. Qualidade de Vida: definição, conceitos e interfaces com outras áreas de pesquisa. São Paulo: Edições Each, 2012. 142 p. Disponível em: http://each.uspnet.usp.br/edicoes-each/qualidade_vida.pdf. Acesso em: 27 set. 2021. ARCHDAILY BRASIL. Escola Infantil Coreana Arboretum Children's Forest: geeumplus. GEEUMPLUS. 2021. Disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/965980/escola-infantil-coreana-arboretum-childrens- forest-geeumplus. Acesso em: 05 out. 2021. ARCHDAILY BRASIL. Escola Primária Umubano. MASS Design Group. 2013. Disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/01-121337/escola-primaria-umubano- slash-mass-design-group. Acesso em: 05 out. 2021. ARCHDAILY BRASIL. Escritório IT’S Biofilia: it's informov. IT'S Informov. 2019. Disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/920529/escritorio-its-biofilia-its- informov?ad_source=search&ad_medium=search_result_projects. Acesso em: 05 out. 2021. ARCHDAILY BRASIL. Protótipo de Pavilhão: da paisagem ao jardim na cobertura / laura katharina strähle & ellen rouwendal. Da Paisagem ao Jardim na Cobertura / Laura Katharina Strähle & Ellen Rouwendal. 2020. Disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/947226/prototipo-de-pavilhao-da-paisagem-ao- jardim-na-cobertura-laura-katharina-strahle-and-ellen-rouwendal. Acesso em: 05 out. 2021. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9050: Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos. 3 ed. Rio de Janeiro: Abnt, 2015. 163 p. BONFIM, Catarina de Jesus et al. Centro Comunitário. 2000. 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FUNDO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO DIRETORIA DE GESTÃO, ARTICULAÇÃO E PROJETOS EDUCACIONAIS (Brasil).Manual de Orientações Técnicas: elaboração de projetos de edificações escolares. 3. ed. Brasília: FNDE, em desenvolvimento. 193 p. FRAGA, Patricia. Conforto Térmico. 2012. 19 slides, color. Disponível em: https://pt.slideshare.net/PatrciaFraga/conforto-trmico. Acesso em: 30 out. 2021. FROTA, Anésia Barros et al. Manuel de Conforto Térmico. 5. ed. São Paulo: Studio Nobel, 2001. GEHL, Jan. Cidades Para Pessoas. 2. ed. São Paulo: Perspectiva, 2013. KELLERT, Stephen R.; CALABRESE, Elizabeth F.. The Practice of Biophilic Design. 2015. KOWALTOWSKI, Doris C. C. K.. Arquitetura Escolar: o projeto do ambiente de ensino. São Paulo: Oficina dos Textos, 2011. OLIVEIRA, Marta. Conforto Ambiental. 2011. Disponível em: http://construindosustentavel.blogspot.com/2011/01/conforto-ambiental.html. Acesso em: 02 out. 2021. PROJETEEE. Dados Climáticos: palmares. Palmares. 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