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TCC ANGÉLICA E RAFAEL- REUTILIZAÇÃO DE RESÍDUOS DE GESSO NA SUBSTITUIÇÃO DO CIMENTO PARA FABRICAÇÃO DO TIJOLO ECOLÓGICO

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CENTRO UNIVERSITÁRIO GERALDO DI BIASE 
FUNDAÇÃO EDUCACIONAL ROSEMAR PIMENTEL 
PRÓ-REITORIA DE ASSUNTOS ACADÊMICOS 
INSTITUTO DE TECNOLOGIA e ENGENHARIA - 
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL 
 
 
 
 
 
 
 
REUTILIZAÇÃO DO RESÍDUO DE GESSO NA 
SUBSTITUIÇÃO DO CIMENTO PARA FABRICAÇÃO DO 
TIJOLO ECOLÓGICO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Angélica Cheves do Nascimento Faria 
Rafael da Silva Faria 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Volta Redonda, 2020 
 
 
Angélica Cheves do Nascimento Faria 
Rafael da Silva Faria 
 
 
 
 
 
 
REUTILIZAÇÃO DO RESÍDUO DE GESSO NA 
SUBSTITUIÇÃO DO CIMENTO PARA FABRICAÇÃO DO 
TIJOLO ECOLÓGICO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Projeto de Pesquisa apresentado como requisito 
parcial para obtenção do grau de bacharel pelo 
Curso de Engenharia Civil, do Instituto de 
Ciências Exatas, da Terra e Engenharia, do 
Centro Universitário Geraldo Di Biase. 
 
 
Professor-orientador: Marco Aurélio Silva de 
Oliveira 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Volta Redonda, 2020 
 
 
Sumário 
 
 
1 Introdução .............................................................................................................. 05 
2 Objetivo Geral ........................................................................................................ 06 
3 Objetivo Específico ................................................................................................. 06 
4 Referencial Teórico ................................................................................................ 06 
4.1 Resíduos Sólidos provenientes da construção civil ....................................... 06 
4.2 Resíduos de Gesso ....................................................................................... 08 
4.3 Gesso como material construtivo ................................................................... 10 
4.4 Cimento .......................................................................................................... 11 
4.5 Tijolo Ecológico .............................................................................................. 12 
4.6 Tijolo Ecológico com Resíduos de Gesso ...................................................... 14 
5 Materiais e Métodos ............................................................................................... 15 
5.1 Caracterização do Solo .................................................................................. 15 
5.2 Reciclagem do Resíduo de Gesso ................................................................. 17 
5.3 Confecção dos Tijolos Ecológicos ................................................................. 18 
5.4 Ensaio de Resistência à Compressão ........................................................... 19 
5.5 Ensaio de Absorção de água ......................................................................... 21 
6 Resultados e Discursões ........................................................................................ 22 
7 Conclusão .............................................................................................................. 23 
8 Referências Bibliográficas ...................................................................................... 24 
 
‘ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Resumo 
O presente estudo tem como objetivo reutilizar o resíduo de gesso para substituição 
do cimento na fabricação do tijolo ecológico de modo que atenda as normas utilizadas 
para fabricação do mesmo, assim diminuir o consumo do cimento, e minimizar o 
impacto desagradável ao meio ambiente. Essa pesquisa é de natureza aplicada, com 
objetivos exploratórios, adotou-se uma abordagem quantitativa, com método 
exploratório. Primeiramente foi realizado a caracterização do solo e a reciclagem do 
resíduo de gesso. Em continuidade, confeccionou os tijolos solo-cimento conforme 
NBR 10833. A primeira amostra produzida foi sem adição de resíduos de gesso, 
posteriormente produziu os tijolos com dosagens de gesso. Realizou ensaio de 
resistência a compressão e ensaio de absorção de água conforme a NBR 10836. Após 
analisar os resultados obtidos verificou-se qual a porcentagem de substituição do 
cimento por gesso atende aos valores referenciais pré-estabelecidos pelas normas 
utilizadas. Ao findar do estudo analisou a economia em quilos de cimento e resíduo 
de gesso em quilos reutilizados, para construção de uma casa com 60m², com 
consumo de 151m² de alvenaria. 
 
Palavras Chave: Construção Sustentável, Resíduo de Gesso, Tijolo ecológico 
 
Abstract 
 
The present study aims to reuse the plaster residue to replace cement in the 
manufacture of ecological brick so that it meets the standards used for making it, thus 
reducing cement consumption and minimizing the unpleasant impact on the 
environment. This research is of an applied nature, with exploratory objectives, a 
quantitative approach was adopted, with an exploratory method. First, soil 
characterization and plaster waste recycling were carried out. In continuity, he made 
the soil-cement bricks according to NBR 10833. The first sample produced was without 
the addition of plaster residues, later he produced the bricks with plaster dosages. It 
carried out a compressive strength test and a water absorption test according to NBR 
10836. After analyzing the results obtained, it was verified that the percentage of 
replacement of cement by plaster meets the pre-established reference values by the 
standards used. At the end of the study, he analyzed the savings in kilograms of 
cement and plaster waste in kilograms reused, for the construction of a 60m² house, 
with 151m² of masonry consumption. 
 
 
 
Keywords: Ecological brick, Gypsum Residue, Sustainable Construction. 
 
 
 
 
 
5 
 
1 Introdução 
 
Nos dias atuais temos uma maior preocupação com o meio ambiente, de forma 
que são desenvolvidas novas técnicas que ajudam a minimizar os impactos 
ambientais negativos. A construção civil está sempre em expansão, aumentando 
também a produção de resíduos produzidos em obra, o que nos leva a desempenhar 
novos meios de construir que possam apresentar menor impacto ambiental e também 
novo meios de reutilização desses resíduos gerados. 
O gesso utilizado na construção civil também gera grande quantidade de 
resíduos. De acordo com Barzotto et al (2017), a quantidade de resíduos de Gesso 
gerado é de cerca de 30 % em relação a obra a ser feita, o que deve ser devidamente 
descartado, gerando um custo a mais a obra realizada. Estima-se que 4% dos 
resíduos de construção civil é gesso (FERNANDES, 2016) 
Santi,(2004)descreve que o processo de fabricação do cimento, é um processo 
que emite gases na atmosfera, de modo que polui o meio ambiente e faz mal à saúde. 
A matéria prima para a fabricação do cimento, na sua maioria são minerais como 
calcário, minério de ferro, argila, extraído de jazidas, provocando diversas alterações 
em suas regiões onde se localiza as reservas, mudanças físicas e ambientais, 
resíduos. 
A fabricação de tijolo ecológico, conhecido como Tijolo Solo-Cimento, é uma 
dessas técnicas que vem se desenvolvendo com a finalidade de uma obra que cause 
menor impacto ambiental, em conjunto a isso uma obra limpa, rápida e econômica, 
atendendo aos princípios de uma construção comprometida com o meio ambiente. 
O gesso é um material aglomerante, utilizado de diversas formas na construção 
civil, como forro, sancas, emboço, o que produz resíduos de gessos, que podem ser 
reaproveitados. 
Essa pesquisa propõe a substituição do cimento por resíduos de gesso 
reciclado, realizar os testes necessários, com o intuito de agregar uma nova forma de 
produção desses tijolos, serão realizados testes de resistência a compressão e 
absorção de água, espera-se com os testes analisar um percentual que irá atender 
aos resultados exigidos pelas normas referentes a fabricação do tijolo ecológico e 
diminuição do impacto ambiental. 
 
 
6 
 
 
2 OBJETIVOGERAL 
 
Utilizar resíduos de gesso e diminuir o consumo do cimento na fabricação do 
tijolo ecológico através da substituição do cimento por gesso, sendo assim promover 
uma diminuição do impacto negativo ao meio ambiente através de uma técnica 
sustentável e econômica. 
 
 
3 OBJETIVO ESPECÍFICO 
 
Avaliar a substituição do cimento por gesso na fabricação de tijolo ecológico 
sem função estrutural para utilização em alvenaria de vedação, por meio de ensaios 
de resistência a compressão e testes de absorção de água, analisar os resultados 
obtidos de acordo com as normas para tal procedimento e assim buscar a uma forma 
de promover uma técnica sustentável com menor impacto ao meio ambiente. 
 
4 REFERÊNCIAL TEÓRICO 
 
4.1 Resíduos Sólidos proveniente da Construção Civil 
 
 A construção civil nos dias atuais é um grande gerador de resíduos, no quais 
são maléficos ao meio ambiente e também proporcionam desperdícios financeiros. 
(NAGALLI, 2014). 
Com todas essas problemáticas nota-se que a importância da buscar por 
arquiteturas mais sustentáveis é imprescindível, pois os recursos do planeta são 
finitos, o crescimento da população e de suas atividades têm gerado grandes impactos 
negativos ao meio ambiente (PISANI, 2005). 
Pinto (1999) apud John (2000), destaca que nas grandes cidades brasileiras as 
atividades de canteiro de obra são responsáveis por cerca de 50%de resíduos de 
construção e demolição (RCD), o que de acordo com Karpinski et al (2009), o que 
muitas vezes são depositados de forma inadequada em aterros clandestinos, 
encostas de rodovias, afetando diretamente o meio ambiente conforme mostra a figura 
1, onde há depósito inadequado de Resíduos de Construção Civil (RCC). 
7 
 
 
 
Figura 1: Resíduos de construção civil descartados de forma inadequada 
Fonte: https://omunicipio.com.br/eu-pesquiso-os-residuos-da-construcao-civil/ 
 
O que foge da orientação da Resolução do Conselho Nacional do Meio 
Ambiente (CONAMA) 307/02, onde diz que o resíduo de construção civil não poderá 
ser disposto em locais inadequados, como em encostas, rios, lotes vagos entre outros. 
 Resíduos da Construção Civil (RCC), na definição do CONAMA 307/02, são 
resíduos que procedem de reformas, reparos, construções, como por exemplo: Tintas, 
madeiras, blocos cerâmicos, forros, telhas, gesso, concreto em geral, mais conhecido 
como entulho. 
 
Os resíduos de construção civil são classificados em quatro classes, sendo 
Classe A , Classe B, Classe C e Classe D, onde encontra-se : 
 
Art. 3º Os resíduos da construção civil deverão ser classificados, para 
efeito desta Resolução, da seguinte forma: 
I - Classe A - são os resíduos reutilizáveis ou recicláveis como 
agregados, tais como: 
a) de construção, demolição, reformas e reparos de pavimentação e 
de outras obras de infraestrutura, inclusive solos provenientes de 
terraplanagem; 
b) de construção, demolição, reformas e reparos de edificações: 
componentes cerâmicos (tijolos, blocos, telhas, placas de 
revestimento etc.), argamassa e concreto; 
c) de processo de fabricação e/ou demolição de peças pré-moldadas 
em concreto (blocos, tubos, meios-fios etc.) produzidas nos canteiros 
de obras; 
II - Classe B - são os resíduos recicláveis para outras destinações, tais 
como: plásticos, papel, papelão, metais, vidros, madeiras e gesso; 
https://omunicipio.com.br/eu-pesquiso-os-residuos-da-construcao-civil/
8 
 
(Redação dada ao inciso pela Resolução CONAMA nº 431, de 
24.05.2011, DOU 25.05.2011 ) 
III - Classe C - são os resíduos para os quais não foram desenvolvidas 
tecnologias ou aplicações economicamente viáveis que permitam a 
sua reciclagem ou recuperação; (NR) (Redação dada ao inciso pela 
Resolução CONAMA nº 431, de 24.05.2011, DOU 25.05.2011) 
IV - Classe "D": são resíduos perigosos oriundos do processo de 
construção, tais como tintas, solventes, óleos e outros ou aqueles 
contaminados ou prejudiciais à saúde oriundos de demolições, 
reformas e reparos de clínicas radiológicas, instalações industriais e 
outros, bem como telhas e demais objetos e materiais que contenham 
amianto ou outros produtos nocivos à saúde. (Redação dada ao inciso 
pela Resolução CONAMA nº 348, de 16.08.2004, DOU 17.08.2004 ) 
 
. O CONAMA, resolução n°307/2002, estabeleceu obrigações aos geradores 
de resíduos da construção civil, onde no art.4° diz que os geradores deverão ter como 
objetivo prioritário a não geração de resíduos e, a redução, a reutilização, a 
reciclagem, o tratamento dos resíduos sólido, e o descarte dos rejeitos sem agredir 
ao meio ambiente. 
Ferreira (2014) apud Carneiro (2005), existem vários fatores que aumentam a 
geração de resíduos na construção civil, entre eles estão: Projetos realizados com 
falta de detalhamento, falta de mão de obra adequada. 
Na visão de Carneiro et al (2010), citado por Ferreira (2014) não é possível ter 
um cálculo correto da quantidade gerada de RCC, levando em conta que no Brasil 
grande parte das construções são feitas irregularmente, o que torna inviável esse 
cálculo e faz com que chegue à conclusão que a quantidade de resíduos gerados é 
bem maior do que a apresentada por cálculos. 
 
4.2 Resíduo de Gesso 
 
O gesso utilizado na construção civil também gera resíduos e é classificado de 
acordo com CONAMA 307/02 em Classe B, deverão ser reutilizados, reciclados ou 
encaminhados a áreas de armazenamento temporário, sendo dispostos de modo a 
permitir a sua utilização ou reciclagem futura; 
O resíduo formado pelo gesso de construção promove um grande impacto 
ambiental, contaminação dos lençóis freáticos, o que é um prejuízo à economia. 
Quando o resíduo de gesso se decompõe em aterros dá origem ao gás sulfídrico, 
devido às reações do sulfato com a matéria orgânica. E a longo prazo resulta em 
vazios no solo, decorrente a lixiviação do gesso. (JOHN, 2003) 
9 
 
 MUNHOZ (2008), destaca a quantidade de resíduos de gesso gerada em São 
Paulo : 
 
“, São geradas 12.000 toneladas por ano de resíduos 
de gesso na Grande São Paulo, o que resulta num 
custo para as prefeituras de R$ 2,5 milhões/ ano. 
Estima-se que 5% do gesso acartonado é 
transformado em resíduos durante a construção. Já 
o gesso aplicado como revestimento, diretamente 
sobre alvenaria, gera uma quantidade maior de 
resíduos, em torno de 35%”( MUNHOZ,2008) 
 
 
Ao reutilizar resíduos de gesso favorece a preservação do meio ambiente, 
minimiza a exploração de matéria prima, consequentemente a preservação das 
jazidas. (JOHN, 2003) 
Com base na visão dos autores citados anteriormente, é possível observar a 
grande necessidade de estudo e prática de novas técnicas de forma que possibilite o 
avanço de reciclagem do gesso, diminuindo assim impactos negativos ao meio 
ambiente. 
Uma pesquisa realizada por Pinheiro (2011), pela UNICAMP, afirma a 
viabilidade de reutilização do resíduo de gesso, através de moagem e calcinação do 
resíduo. Em uma entrevista dada por Pinheiro ao site Ecodebate (2013), ela explica 
que foi realizado cinco ciclos de reciclagem do gesso, no qual apresentou 
características químicas e microestruturais muito parecidas, concluiu que o gesso 
pode ser reciclado infinitas vezes. 
A figura 2 refere- se a essa pesquisa realizada pela UNICAMP, na qual mostra 
as etapas realizadas no processo de reciclagem do gesso. 
 
10 
 
 
Figura 2: Retrata na sequência a pesquisa realizada pela UNICAMP 
para reciclagem do gesso 
 Fonte: https://www.ecodebate.com.br / 
 
 
John (2003) descreve em sua citação que: 
 
 “O processo de hidratação do gesso de construção puro resulta em 
produto com composição exatamente igual a que o originou, a gipsita 
(CaSO4.2H2O). A reciclagem de resíduos de gesso aglomerante 
demanda além da moagem, remoção de impurezas, como o papel, 
uma calcinação a baixa temperatura [...] segundo a experiência 
internacional atual é possível reciclar inclusivegesso acartonado que 
contem outros compostos, produzindo aglomerantes, desde que 
sejam removidos contaminantes incorporados no processo de geração 
de resíduos (Campbell, 2003, Marvin 2000, Hummel, 1997).” 
 
 
A pesquisa de Pinheiro (2011) e Jonh (2003) descrita acima destaca a 
viabilidade de reciclagem do resíduo de gesso como função aglomerante, embasado 
nisso, esse presente estudo reutiliza o resíduo de gesso reciclado como aglomerante 
na substituição de parte do cimento utilizado na fabricação do tijolo ecológico. 
 
4.3 O Gesso como Material Construtivo 
 
De acordo com a descrição de Ribeiro (2006), o gesso é um mineral 
aglomerante que tem sua matéria prima a gipsita retirada do meio ambiente, em 
11 
 
jazidas. É produzido pela calcinação da gipsita, tem como características sua 
plasticidade da massa fresca, seu endurecimento rápido, seu tempo de pega é bem 
rápido, entre 3 a 16 min., fim de pega entre 5 a 30 min. 
É um bom isolante térmico e acústico e uma grande resistência ao fogo, é 
encontrado em todo mundo, na construção civil utiliza-se como revestimento de 
alvenarias, para divisórias, placas de gesso acartonado. Com seu tempo de pega 
curto ocorre maior desperdício e grande quantidade de resíduos, assim também com 
recortes de placas de forro ou divisórias também geram grandes quantidades de 
resíduos. 
 
 4.4 Cimento 
 
O Cimento é o aglomerante mais utilizado, conhecido como Cimento Portland, 
nome dado por sua semelhança com o cimento fabricado com a pedra Portland, na 
Inglaterra, RIBEIRO (2006). Tem como matéria prima o calcário, que é relativamente 
barata, o que faz com que o cimento não tenha um valor tão alto, tornando-se 
preferência nas grandes e pequenas obras,( MAURY, 2012). 
A produção do cimento pode ser classificada em três etapas, a primeira, coleta 
da matéria prima (argila areia e calcário), segunda é a produção de clínquer através 
de combustão a 1.400°C, resfriamento rápido e por último a moagem do clínquer mais 
adição de gesso (EDUCACIVIL, 2020). 
 
Maury (2012), ressalta que: 
 
 “Há impactos e danos à saúde desde a extração de matéria-prima, que gera 
degradação e alterações no ambiente natural próximo às fábricas e às áreas 
de mineração, passando pela emissão de material particulado, causador de 
muitos problemas à saúde humana, até o macro impacto gerado na fase de 
clinquerização, com forte emissão de gases de efeito estufa, principalmente 
o dióxido de carbono.” 
 
A figura 7 ilustra uma fábrica de cimento, em Cantagalo, RJ, onde observa se 
o chaminé emitindo material, o que como foi dito, cauda diversos danos a moradores 
próximos e ao meio ambiente. 
12 
 
 
Figura 3: Fábrica de cimento em Cantagalo, RJ 
Fonte: construcaolatinoamericana.com 
Com base nas referências anteriores observa-se a necessidade de ampliar 
estudos pra diminuir o impacto causado pela produção do cimento ao meio ambiente, 
de modo que diminua a emissão de gases poluentes, poeira, porém ainda assim as 
empresas que utilizam as jazidas como fonte de minérios o que também agride o meio 
ambiente. 
 
 
4.5 Tijolo ecológico 
 
O solo-cimento, também é conhecido como tijolo ecológico por suas 
características favoráveis ao meio ambiente. Começou a ser empregado em 
construções no Brasil em 1948, quando casas feitas com paredes monolíticas foram 
construídas na Fazenda Inglesa, em Petrópolis (RJ).(FIAIS,SOUZA,2016) 
Motta (2014), pontua que o tijolo ecológico de solo-cimento é composto por 
solo, cimento Portland e água, moldado por prensa manual ou hidráulica. Possui dois 
furos internos, eles permitem embutir a rede hidráulica e elétrica, dispensando o 
recorte das paredes conforme pode ser observado na figura 4 a seguir. 
 
 
13 
 
. 
Figura 4: Instalações Hidráulicas 
 Fonte: https://jmtijolosecologicos.com.br/ 
. 
Mota (2010), diz que tijolo de solo-cimento oferece vantagens que vão além 
das ambientais, servindo também para a economia no processo construtivo, conforto 
e estética. O tijolo solo-cimento possui uma resistência à compressão semelhante à 
do tijolo tradicional, porém a qualidade final é superior, com dimensões regulares e 
faces planas 
De acordo com a Associação Brasileira Cimento Portland-(ABCP) (2009), o 
solo é o componente mais utilizado para a obtenção do solo-cimento. Praticamente 
qualquer tipo de solo pode ser utilizado, entretanto os solos mais apropriados são os 
que possuem teor de areia entre 45% e 50%. 
Esse método construtivo proporciona inúmeras vantagens, Mota (2011) diz que 
tijolo convencional precisa de queimar cerca de 1.63m³ de madeira para 1000 tijolos 
convencionais, o que não acontece na produção do tijolo ecológico, pois sua cura é 
ao ar livre, o que evita emissão de gases ao meio ambiente. 
Motta (2014), aborda algumas vantagens do tijolo ecológico, dentre elas a 
redução em 30% do tempo de construção em relação à alvenaria convencional; 
colunas embutidas nos furos distribuem melhor a carga de peso sobre as paredes; 
https://jmtijolosecologicos.com.br/
14 
 
redução o do uso de madeira para forma de vigas e pilares quase a zero; promovendo 
uma economia de concreto e argamassa em cerca de 70%; assim também uma 
economia de 50% de ferro. 
 Silva (2016) apud Figuerola (2004) mostra que o tijolo ecológico tem uma 
economia de 20% a 40% quando comparado com tijolos convencionais de barro ou 
cerâmico, promove um controle térmico e acústico. Em relação a áreas molhadas, os 
azulejos podem serem assentados diretamente sobre os blocos, economizando uso 
de massas de assentamento, 
Uma alvenaria de tijolo solo-cimento praticamente não gera resíduos, sua forma 
com encaixes facilita o manuseio, economiza em quantidade de argamassa, além de 
não ser necessário argamassa de revestimento, e assim aumenta- se a economia da 
obra. (JORDAN,2018). 
Diante da visão de Souza, apud Taveira (1987), os tijolos ecológicos ainda 
podem ser benéficos por não oferecer condições para instalações e proliferações de 
insetos nocivos à saúde pública, atendendo às condições mínimas de habitabilidade. 
E de acordo com Silva (2016) harmonizando assim, aspectos fundamentais para a 
construção civil: custo, qualidade, tempo e sustentabilidade. 
Sobre a desvantagem do tijolo ecológico, Motta (2014), diz que quando o solo 
é coletado indevidamente, favorece os processos erosivos ao meio ambiente, e as 
dosagens deve ser respeitada para evitar futuras patologias. Outra desvantagem 
apresentada por Jordan (2018), é a falta de mão de obra qualificada e ainda há uma 
resistência da sociedade em aceitar esse novo objeto de construção. 
 
4.6 Tijolo ecológico com Resíduo de Gesso 
 
Como dito anteriormente, o tijolo ecológico é composto de solo, cimento e água. 
Sabe- se que o cimento é um aglomerante que quando fabricado emite gases na 
atmosfera e polui o meio ambiente (SANTI, 2004) 
 Dito isso vemos que há um fator não sustentável na produção do tijolo solo 
cimento, pois o cimento utilizado, mesmo em baixa quantidade emitiu gases poluentes 
ao meio ambiente, também já foi falado que é viável reutilizar o resíduo de gesso 
reciclado como aglomerante. Com a finalidade de aumentar a sustentabilidade do 
tijolo ecológico realiza-se essa pesquisa com a substituição do cimento por resíduos 
15 
 
de gesso, assim diminuir o consumo de cimento, aumentar o consumo de resíduos de 
gesso e minimizar o impacto negativo ao meio ambiente. 
Essa pesquisa associa tijolo ecológico e reutilização de resíduos de gesso, 
aplicada de acordo com a ABNT NBR 10833/12 e NBR 10836, analisa o proporcionar 
novas técnicas para reutilização do gesso, unindo assim à produção de tijolos 
ecológicos, minimizando os impactos ambientais e economia na construção. 
 
5 MATERIAIS E MÉTODOS 
 
 Para este estudo da viabilidade da substituição do cimento utilizado na 
fabricação de tijolo solo-cimento por resíduos de gesso, confeccionouquatro lotes de 
tijolos, primeiro o Tijolo Referência (TR) sem adição de gesso, consecutivamente o 
Tijolo com substituição de 10% do cimento por resíduo de gesso (T1 10%), Tijolo com 
substituição de 20% do cimento por resíduo de gesso (T2 20%) e por último o Tijolo 
com substituição de 30% do cimento por resíduos de gesso (T3 30%). O traço utilizado 
foi de 1:6, sendo, uma parte de cimento para 6 de solo. Realizou-se diversos ensaios 
e testes para obter a resposta se seria ou não viável essa substituição. A produção 
dos tijolos foi de acordo com a ABNT NBR 10833, para fabricação de tijolos maciço e 
bloco vazado solo-cimento com utilização de prensa hidráulica. Para os ensaios 
relacionados a resistência a compressão e a absorção de água analisou-se conforme 
a ABNT NBR10836 para bloco vazado de solo-cimento sem função estrutural - 
determinação da resistência à compressão e da absorção de água. O resíduo de 
gesso foi coletado de uma fábrica de placas de revestimento 3D em gesso. As práticas 
no laboratório foram divididas em cinco etapas: caracterização do solo; reciclagem do 
resíduo de gesso; confecção dos tijolos; ensaio de resistência a compressão e ensaio 
de absorção de água. 
 
5.1 Caracterização do Solo 
 
Foi coletado e realizado a caracterização do solo, através de ensaio por 
sedimentação, realizou-se a analise granulométrica conforme orienta a NBR 10833, 
utilizando peneiras de 2,0mm, 1,2mm, 0,6 mm,0,42 mm, 0,25mm, 0,15mm, 0,06mm, 
0,002mm, figura 5 e figura 6. 
 
16 
 
 
 Figura 5: Peneira 2mm Figura 6: lavando o solo para retirar toda argila 
 Fonte: splabor (2017) Fonte: Autores 
 
 
Ensaio de compactação do solo onde os principais equipamentos são: perneira 
n°.4 (4,8mm); balança; molde cilíndrico de 1000 cm³, soquete cilíndrico pequeno 
(2,5kg); extrator de amostras; Cápsulas para determinação de umidade; estufa. Onde 
o teste realizado registra os resultados de tipo de Proctor normal, umidade ótima de 
20,5%, Massa especifica seca máxima de 1,62 g/cm³. Na tabela 1, descreve a divisão 
granulométrica obtida nesse ensaio. 
 
 
 Tabela 1: Detalha a divisão granulométrica obtida 
Composição Granulométrica % 
Pedregulho 0% 
Areia grossa 11 
Areia média 11 
Areia fina 7 
Silte 1 
Argila 70 
∑= 100 
 Fonte: Autores 
 
Com base nesse processo o solo foi caracterizado como Solo Argilo Arenoso, 
com uma distribuição 29% de areia e mediante esse resultado precisou adicionar 20% 
de areia ao solo, para obter a quantidade de areia necessária que é de 45% a 50%, 
conforme indica a Associação Brasileira de Cimento Portland. 
17 
 
 
5.2 Reciclagem do resíduo de gesso 
 
O gesso coletado foi quebrado em pedaços menores, foi triturado com soquete 
Haste Marshall (figura 7), o mesmo foi hidratado com uma relação água/gesso de 
0,62. 
 
 
Figura 7: Gesso sendo triturado manualmente 
Fonte: Autores 
 
. Após a hidratação o gesso foi triturado (figura 8) e peneirado na malha de 
0,42mm. 
Então o resíduo de gesso foi a estufa a uma temperatura de 150°C por 24 
horas. O objetivo foi provocar alterações químicas no resíduo a fim de obter 
características mecânicas e físicas próximas às do gesso comercial. A figura 8, a 
seguir, destaca como o resíduo de gesso coletado ficou após ser reciclado. 
 
 
Figura 8: Antes e depois do resíduo de gesso 
Fonte: Autores 
 
 
 
18 
 
 
5.3 Confecção Tijolos ecológicos 
 
Para a confecção do tijolo solo-cimento aplicou a NBR 10833-Fabricação de 
tijolo maciço e bloco vazado de solo-cimento com utilização de prensa hidráulica. Na 
figura 9, mostra o modelo de prensa hidráulica utilizado para confeccionar os tijolos 
desse presente estudo. 
 
 
Figura 9: Prensa Hidráulica pra confecção tijolo ecológico 
 Fonte: Autores 
 
 Foram estudadas quatro composições de tijolos, sendo: TR, T1 10%, T2 20%, 
T2 20%, T3 30%. O TR, destina-se a ser a referência utilizada para análise dos demais 
tijolos dosados com resíduo de gesso reciclado. Pra a confecção do TR, adicionou ao 
solo já destorroado e peneirado, o cimento, 20% de areia, e a água até alcançar a 
consistência ideal. O traço foi preparado na proporção de 1:6, adicionado a prensa 
hidráulica. Para cada traço utilizou 20 litros de solo, 3,33 litros de cimento para o TR, 
e no T1 10%, T2 20% e T3 30%, foi retirado porcentagens do cimento e substituída 
por resíduo de gesso reciclado. Cada traço faz 6 tijolos de 7X15X30. Para tijolos com 
essas dimensões utiliza-se a cada m² 46 tijolos. 
19 
 
A tabela 2 a seguir descreve a quantidade de materiais utilizados de acordo 
com a porcentagem de substituição do cimento por resíduo de gesso. 
 
 
Tabela 2: materiais utilizados para cada lote de tijolo 
Materiais Utilizados ( Litros) 
Tijolo Solo L Areia L Cimento L Gesso L Água L 
TR 16 4 3.33 ----- 1.7 
T1 10% 16 4 3.00 0.33 1.0 
T2 20% 16 4 2.67 0.67 0.94 
T3. 30% 16 4 2.33 1.00 0.92 
 
 A figura 10, permite observar os tijolos confecionados com substituição de partes 
do cimento por gesso : 
 
 
Figura 10: substituição de 20% de cimento por resíduo de gesso reciclado 
Fonte: Autores 
 
5.4 Ensaio de Resistência a Compressão 
 
 Seguindo NBR 10836, utilizando uma prensa hidráulica conforme figura 11, 
que possibilite a distribuição uniforme dos esforços ao corpo de prova, o capeamento 
foi feito com pasta de cimento Portland de consistência plástica deixando as faces 
planas e paralelas. 
20 
 
 
 
Figura 11: Prensa de ensaio de resistência à compressão 
Fonte: Autores 
 
O resultado desse ensaio de resistência à compressão, expresso em Mpa, de 
cada corpo de prova, divide-se pela carga máxima em N, pela média das áreas das 
duas faces de trabalho em mm². A resistência média é obtida pela média das tensões 
de ruptura. Os resultados estabelecidos pela NBR 10834 devem ser superiores a 1,7 
MPa em valores individuais e 2,0 MPa para o valor médio referente a 28 dias de cura. 
Sendo assim, aos 28 dias de cura dos tijolos, foi realizado o ensaio de 
resistência a compressão nas amostras (AM). inicialmente o TR, tijolo referência aos 
demais, no qual apresentou uma resistência a compressão média de 2,7 MPa, o T1 
10% apresentou resistência média de 2,5 MPa, o T2 20% resistência média de 2,2 
MPa e o último, T3 30% resistência média de 1,1 MPa. 
 Na tabela 3, define os resultados individuais de cada amostra e também a 
média obtida com resultados resistência dos tijolos com idade 28 dias. 
 
Tabela 3: Resultados obtidos no ensaio de resistência a compressão 
resistência à compressão (MPa) 
Tijolo AM1 AM2 AM 3 Média Obtida Valor Referência 
Individual/ Média 
TR 2,7 2,4 3.0 2,7 ≥1,7/ ≥2,0 
T1 10% 2,4 2,6 2,5 2,5 ≥1,7/ ≥2,0 
T2 20% 2,5 2,2 1,9 2,2 ≥1,7/ ≥2,0 
T3. 30% 1,2 0,9 1,2 1.1 ≥1,7/ ≥2,0 
21 
 
Nessa tabela observa-se que, dos tijolos com substituição do cimento por resíduos de 
gesso, os que alcançaram sucesso nos resultados foram os T1 10% e o T2 20%, pois 
tanto os resultados individuais quanto os resultados da média alcançaram o valor 
referencial estabelecido. 
 
5.5 Ensaio teste de absorção de água 
 
Realizada análise de absorção de água conforme NBR 10836, utilizou-se 
balança, estufa elétrica com capacidade de manter a temperatura entre 105°C e 
110°C e tanque de imersão. 
Os corpos de prova são colocados em estufa com temperatura entre 105°C e 
110°C obtendo a amassa seca M1 em g. Coloca-se os corpos de prova imersos em 
água por 24 horas, após esse tempo, secar com um pano úmido e determinar a massa 
antes dos corridos 3 minutos, obtendo a massa saturada M2, em g. De acordo com a 
NBR 10833, o valor da absorção, o que deve ser em porcentagem, deve ser calculado 
pela equação a seguir: 
𝐴% =
𝑀2 −𝑀1
𝑀1
𝑥100 
 
 
O resultadoda absorção média foi obtido a partir da média dos valores 
individuais. A NBR 10834 destaca que esses valores devem ser no máximo de 20 % 
para média e os valores individuais não devem ser superior a 22%. Nesse ensaio o 
TR apresentou uma média de 19,4%, T1 apresentou 19,8 %, T2 apresentou 21,6% e 
T3 apresentou porcentagem de absorção média de 23,2%. A tabela 4 destaca os 
valores obtidos nos ensaios de resistência a compressão: 
 
Tabela 4: Resultados obtidos através do ensaio de absorção de água 
Absorção de Água (%) 
Tijolo AM 1 AM 2 AM 3 Média Obtida Valor Referência 
Individual/ Média 
TR 19,4 19,8 19 19,4 ≤22 / ≤20 
T1 -10% 19,7 19,9 20 19,8 ≤22 / ≤20 
T2 -20% 21,9 21,5 21,5 21,6 ≤22 / ≤20 
T3- 30% 23 23,5 23 23,2 ≤22 / ≤20 
22 
 
 
Na tabela anterior permite observar que as amostras do T2 20% e T3 30% não 
alcançaram a média desejada. 
 
6 RESULTADOS E DISCURSÕES 
 
Essa pesquisa realizada, confeccionou 4 amostras de tijolos, e ao analisar 
essas amostras observa-se que o TR, alcançou uma resistência de 2,7 Mpa, e uma 
absorção de 19,4%, ou seja, se enquadrou aos valores estabelecidos pela NBR 
10834. Porém TR, não tem substituição do cimento por gesso. Nos ensaios de 
resistência a compressão realizados das amostras confeccionadas com substituição 
do cimento por gesso, o tijolo que atendeu os valores pré-estabelecidos nos dois 
ensaios, foi o tijolo T1- 10%, que apresenta uma média de resistência à compressão 
de 2,5 MPa, sendo que o valor mínimo da média estabelecido é de 2 MPa, destaca 
que está acima do valor mínimo, o resultado de absorção é de média 19,8%, o que 
também se enquadra na especificação de absorção de água, conforme especificado 
por norma, média ≤ 20 %. Ao comparar T1-10% com o TR, nota-se uma pequena 
diferença nos resultados de resistência à compressão e absorção, se optar, entre a 
confecção de tijolo, com ou sem adição de resíduo de gesso reciclado, fica viável 
escolher o tijolo com adição de 10% de resíduo de gesso reciclado, pois atende aos 
valores referência de resistência e absorção, diminui o consumo de cimento e reutiliza 
resíduos de gesso. 
Com base na tabela de materiais utilizados, observa-se que o tijolo T1 10%, 
utiliza 0,33 litros ou 0,458 Kg de resíduo de gesso reciclado. Sabendo que o 
rendimento em m², de tijolo com essas dimensões é de 46 tijolos por m², sendo assim, 
esse valor aumenta para 3,51kg por m². 
 Geralmente em uma obra utiliza-se bem mais que 1m² de tijolo ecológico, 
levando isso em consideração optou-se em analisar a construção de uma casa de 
60m² com tijolo ecológico, com uma quantidade de alvenaria de aproximadamente 
151m² de tijolos ecológicos, verifica-se que há uma economia significativa de 530kg 
em cimento, que consequentemente promove uma reutilização da mesma quantidade 
de resíduo de gesso reciclado. 
 
 
23 
 
 
7 CONCLUSÕES 
 
Ao término dessa pesquisa, ficou claro que a reutilização do resíduo de gesso 
é viável e que com essa técnica apresentada, diminui o consumo de cimento na 
fabricação do tijolo solo-cimento e minimiza o impacto negativo ao meio ambiente, 
tanto pelo resíduo de gesso quanto pelo processo de fabricação do cimento que como 
foi apresentado, promove grandes impactos negativos ao meio ambiente. 
O tijolo T1 com substituição de 10% do cimento por resíduo de gesso reciclado, 
destaca-se nessa pesquisa decorrente aos seus resultados satisfatórios que 
apresentou uma média de resistência à compressão de 2,5MPa, que se encaixa aos 
valores referência de resistência a compressão que é média mínima de 2,0 MPa e no 
ensaio de absorção de água também ficou dentro dos parâmetros estabelecidos, 
apresentou uma média de absorção de 19,8%, que deve ser menor ou igual a 20% 
 Com base nesse estudo realizado observamos que T1- 10% alcançou a ideia 
proposta, pois ao utilizar esse método, gera-se uma economia em 3,51kg/m², e ao 
analisarmos em uma proporção de 151 m², gera uma economia de 530kg de cimento, 
que em sacos, representa 11 sacos, além de reutilizar 530kg de resíduo de gesso. 
Isso significa que com essa técnica aumenta do fator sustentabilidade do tijolo solo-
cimento pois diminui a utilização do cimento que é um item causador de diversas 
formas de poluição. Outro benefício que essa pesquisa propõe é um novo destino ao 
resíduo de gesso. 
Entretanto, a presente pesquisa realizada, mesmo viável, economica e 
sustentável, necessita-se de novos estudos para analisar a viabilidade de utilização 
de quantidade maior de resíduo de gesso na substituição do cimento na fabricação do 
tijolo ecológico, de forma que a resistência à compressão e absorção de água estejam 
dentro dos valores estabelecidos pela norma, em busca de construções mais 
sustentáveis, e diminuir os impactos negativos ao meio ambiente. 
 
 
 
 
 
 
24 
 
 
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