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SEMINÁRIO 3

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TRAUMATISMO CONTUSO 
 TRAUMATISMO DAS PÁLPEBRAS 
Hematoma periocular 
 Um olho negro que consiste em um hematoma 
e/ou equimose periocular e edema 
 
 DO GLOBO OCULAR 
Compressão do diâmetro anteroposterior com 
expansão simultânea do plano equatorial, associada ao 
aumento transitório da PIO 
A extensão da lesão depende da gravidade do 
traumatismo 
O traumatismo contuso ocasiona efeitos em longo prazo; 
o prognostico é reservado 
 
 CÓRNEA 
Abrasão corneana envolve uma lesão do epitélio 
 Edema corneano agudo – pode ser observado 
subjacente a uma abrasão de grandes 
dimensões 
 Lacerações na membrana de Descemet são 
verticais e mais frequentemente associadas ao 
traumatismo do parto 
 
 HIFEMA 
Hemorragia na câmara anterior; a fonte do sangramento 
é a raiz da íris ou a porção mais anterior do corpo ciliar 
– o sangue forma um “nível de fluido”, exceto quando o 
hifema é total 
Tratamento – visa a prevenção de hemorragia 
secundaria e ao controle de qualquer elevação na PIO, 
que pode ocasionar tingimento dos tecidos oculares 
 
 UVEA ANTERIOR 
PUPILA 
A íris pode ser comprimida contra a superfície anterior 
do cristalino causando a impressão de pigmentos da 
margem da pupila 
Pode resultar em midríase traumática temporária ou 
permanente; a pupila reage lentamente ou não reage à 
luz 
Iridodialise é uma deiscência da íris em relação ao corpo 
ciliar na sua raiz; apresenta aspecto em forma de D; pode 
originar diplopia monocular 
 
CRISTALINO 
Rupturas mínimas da capsula do cristalino com entrada 
de humor aquoso, hidratação das fibras do cristalino e sua 
consequente opacificação 
A opacidade ocorre no córtex subcapsular, resultando 
em opacidade em forma de flor; pode desaparece em 
seguida, permanecer estacionaria ou progredir até a 
maturidade 
Pode ser feita a cirurgia de catarata nas opacidades 
exacerbadas; a subluxação do cristalino pode ocorrer 
secundariamente à ruptura do ligamento suspensor 
Visualizada sob midríase, e observado tremor da íris ou 
do cristalino 
Pode resultar em diplopia monocular se for muito intenso; 
astigmatismo lenticular devido à inclinação do cristalino 
 
 RUPTURA DO GLOBO OCULAR 
Pode resultar de traumatismo contuso muito grave; 
prognostico ruim se o nível inicial se limitar à percepção 
da luz 
A ruptura é geralmente anterior, com prolapso de 
estruturas como o cristalino, íris, corpo ciliar e vítreo; 
pode ser encoberta por hemorragia subconjuntival 
extensa 
Uma ruptura posterior oculta deve ser suspeitada se 
houver assimetria na profundidade da câmara anterior e 
baixa PIO no olho afetado 
 
 HEMORRAGIA VÍTREA 
Descolamento posterior do vítreo – células pigmentadas 
(poeira de tabaco) podem ser observadas flutuando no 
vítreo anterior e, podem não estar associadas à ruptura 
retiniana 
 COMMOTIO RETINAE 
Concussão a retina sensorial que gera edema de aspecto 
turvo, dando aparência acinzentada 
Se a macula for envolvida, uma “mancha cor de cereja” 
poderá ser observada na fóvea, o comprometimento 
grave – hemorragia intrarretiniana, que pode afetar a 
macula 
Prognostico em casos leves – bom; resolução 
espontânea em 6 semanas 
Prognostico em casos graves – degeneração pigmentar 
progressiva e formação de buraco macular 
 RUPTURA COROIDENA 
Envolve a coroide, a membrana de Bruch e o epitélio 
pigmentar da retina 
1. Diretas – localizadas anteriormente no local do 
impacto e são paralelas à ora serrata 
2. Indiretas – ocorrem no lado oposto ao do 
impacto 
Após semanas ou meses – estria vertical crescente 
branca de esclera exposta subjacente, concêntrica com 
o disco optico 
Prognostico ruim se fóvea envolvida 
 
 RUPTURAS E DESCOLAMENTO DA RETINA 
Na ora serrata, causada por tração do gel vítreo 
relativamente inelástico ao longo da face posterior da 
base do vítreo 
Descolamento – fluido sub-retiniano pode se desenvolver 
lentamente 
 NEUROPATIA OPTICA TRAUMÁTICA 
Pós traumatismo ocular, orbitário ou craniano, com uma 
perda súbita de visão que não pode ser explicada por 
outra patologia ocular 
Direta – decorrente de lesão contusa ou incisa do nervo 
optico por fragmentos ósseos deslocados, um projetil ou 
hematoma local 
Indireta – força do impacto é transmitida 
secundariamente ao nervo, devido ao impacto em olho, 
orbita ou estruturas cranianas 
 TRAUMATISMO CRANIANO POR MAUS-
TRATOS 
“Síndrome do bebe sacudido” – maus-tratos físicos em 
crianças < 2 anos 
Causada por sacudidas violentas; padrão de lesão 
decorre da aceleração e desaceleração rotacional da 
cabeça, ao contrário das lesões geradas por quedas 
Irritabilidade, letargia e vômitos – gastroenterite ou outra 
 histórico de lesão é negado 
CORPO ESTRANHO NA CORNEA E NA 
CONJUNTIVA 
Quando um organismo estranho atinge córnea ou 
conjuntiva – epitélio da córnea e na conjuntiva tarsal, 
além do estroma corneano, conjuntiva bulbar e fornices 
 
 
Trauma mais prevalente nas urgências oftalmológicas; 
lesão conjuntival mais comum – uma das causas mais 
importantes de trauma ocular ocupacional 
 
MANIFESTAÇÃO CLINICA 
 
FISIOPATOLOGIA 
No primeiro momento – filme lacrimal vai lavar o corpo 
estranho e depois pode dividir em: 
1. O CE pode ser transportada para o sistema de 
drenagem lacrimal e sair espontaneamente 
2. O CE pode aderir a conjuntiva tarsal superior no 
sulco subtarsal (muito comum); ali alojado, toda 
vez que o paciente piscar teremos a abrasão da 
córnea; como não houve saída espontânea será 
necessário intervenção medica para sua 
remoção 
É comum que o corpo estranho se encontre na córnea, 
causando irritação ao paciente. Pode acontecer de ter 
infiltrações leucociticas ao redor do CE formando um anel 
de coloração 
Complicações – risco aumentado de infecção secundaria, 
uveites e ulceração corneana em caso de demora para 
retirar 
 
Teste de seidel – a fluoresceína é um corante que cora 
a membrana basal exposta a uma lesão epitelial e pode 
evidenciar vazamento de humor aquoso por ferimentos 
penetrantes; um padrão de marcas de arranhaduras 
verticais na córnea que indica corpos estranhos 
embutidos na superfície da conjuntiva tarsal da pálpebra 
superior 
Retirada do corpo estranho 
 CORPO ESTRANHO NA CÓRNEA 
1° tenta-se remover por irrigação com solução salina; se 
falhar – cotonete esterilizado com ponta de algodão é 
usado 
Se falhar – agulha hipodérmica sob anestesia tópica; se 
for uma substancia magnética, um ima portátil pode ser 
usado para remove-lo; se for impactado no estroma, ele 
deverá ser removido usando um microscópio operatório 
No caso de corpos metálicos – pode formar um círculo 
oxidado na córnea; esses anéis podem ser removidos 
por raspagem com agulha ou por uma broca ou um ima 
 
 CORPO ESTRANHO NA CONJUNTIVA 
No fornice ou conjuntiva tarsal – remover com swab 
com ou sem anestesia 
Conjuntiva bulbar – remover com agulha hipodérmica 
sob anestesia tópica 
Tratamento – aplicar anestésico tópico em forma de 
colírio a fim de aliviar a dor do paciente; é removido sob 
visualização com lâmpada de fenda utilizando-se uma 
agulha estéril calibre 26 
Quando um anel de ferrugem residual facilmente 
removível com uma lanceta estéril; pomada antibiótica é 
instilada, sendo sua duração dependente de gravidade 
como a epitezan; um ciclopegico e AINEs tópicos podem 
ser prescritos, se necessário, para proporcionar conforto 
Corpos estranhos intraoculares 
Pode traumatizar o olho mecanicamente, introduzir 
infecção ou exercer outros efeitos tóxicos sobre as 
estruturas intraoculares 
O corpo estranho pode se alojar em qualquer estrutura 
Diagnostico – anamnese, fluoresceína tópica pode ser útil 
para ferida de entrada; a projeção da ferida identificada 
pode permitir uma dedução logica da provável 
localização do corpo estranho; gonioscopia e fundoscopia 
devem ser consideradas, tendo o cuidado de minimizar a 
pressão sobre oolho 
A TC com cortes axiais e coronais é usada para detectar 
e localizar um CEIO 
 
Siderose – um CEIO ferroso sofre dissociação, 
acarretando deposito de ferro em estruturas epiteliais 
intraoculares, principalmente no epitélio do cristalino, da 
íris e do corpo ciliar e retina sensorial 
Exerce efeito toxico nos sistemas enzimáticos celulares, 
resultando em morte celular; os sinais incluem catarata 
capsular anterior – depósitos radiais de ferro na capsula 
anterior do cristalino 
Calcose – a reação ocular a um CEIO com alto conteúdo 
de cobre envolve um quadro violento de semelhante à 
endoftalmite  se desenvolve em 1/10 casos de 
traumatismo penetrante com retração de corpo 
estranho. Os FR – tratamento primário, retenção do 
CEIO e posição e extensão da laceração 
Tratamento – antibióticos profiláticos (ciprofloxacina ou 
moxifloxacina) em lesões abertas do globo ocular, junto 
com antibióticos e esteroides tópicos e cicloplegia; 
remoção dos CEIOs retidos; antibióticos intravitreos 
profiláticos; cultura dos CEIOs removidos 
TRAUMA OCULAR PERFURANTE 
Laceração – defeito que afeta espessura da parede do 
olho, produzido por um ferimento em rasgo, geralmente 
resultante de impacto direto 
Lesão penetrante – ferimento simples que afeta toda a 
espessura e é causada por um ferimento pontiagudo, 
sem um ferimento de saída 
Perfuração – dois ferimentos que afetam toda a 
espessura, sendo um de entrada e outro de saída 
(projetil) 
 
Objetivo do tratamento é manter a integridade do globo 
ocular e sua topografia 
Nas lesões associadas a outros ferimentos – a cirurgia 
oftalmológica é prioridade e outras lesões como rupturas 
geralmente são objetivos secundários 
FR – demora no tratamento, ruptura da capsula do 
cristalino e contaminação do ferimento  qualquer olho 
com traumatismo aberto deve ser coberto por um 
escudo protetor, no momento do diagnostico 
Atinge mais homens, entre os 15 a 34 anos; avaliar o 
estado de imunidade antitetânica 
Somente depois de excluída a presença de perfuração 
ocular é que as pálpebras deverão ser evertidas para a 
procura de possíveis corpos estranhos 
Corneana – sinais chave = afinamento da pupila e 
estreitamento da câmara anterior 
Lacerações pequenas – câmara anterior formada, pode 
ou não precisar de sutura; cicatrizam-se 
espontaneamente ou com auxílio de lente de contato 
terapêutica 
Lacerações mediais – quase sempre sutura, 
principalmente se câmara anterior estreita ou rasa; lente 
de contato terapêutica pós-operatório  manter a 
câmara anterior profunda 
Laceração corneana 
Com envolvimento da íris – abscisão da porção da íris 
que estiver exteriorizada é necessária; principalmente se 
necrosada ou risco de contaminação 
Com lesão do cristalino – sutura da laceração e remoção 
do cristalino, implantação de lente intraocular 
 
Laceração escleral 
Sinais vistos em lesão contusa do globo ocular 
Laceração escleral anterior – melhor prognostico; pode 
associar-se a complicações serias como prolapso 
iridociliar e encarceramento vítreo 
Lacerações esclerais posteriores – associadas a lesões 
na retina; prioridade tratamento da esclera para restaurar 
integridade do globo ocular 
 
Tratamento 
1. Curativo oclusivo com pomada antibiótica 
(epitezan) 
2. Grandes lacerações – sutura; a maioria – sem 
cirurgia 
3. Uso profilático de antibióticos – associação de 
aminoglicosideo e cefalosporina de 3 a 5 dias 
Complicações 
Prolapso de íris, hemorragia, catarata, perda vítrea, 
glaucoma e descolamento de retina 
Deiscência de sutura e má-posição das margens da ferida 
– maior opacificação da córnea, vascularização, invasão 
epitelial, sinequias periféricas e proliferação fibrosa 
Descolamento da retina devido a encarceramento vítreo 
na lesão, com proliferação fibroelastica associada, 
podendo se desenvolver várias semanas depois 
Glaucoma secundário – perda do olho por alterações das 
estruturas do ângulo ou por obstrução causada por 
debris, ou hemácias, ou glaucoma de células-fantasmas 
Risco de infecção 
Endoftalmite é sempre uma possibilidade – presença de 
corpo estranho intra-ocular 
Uveites crônicas também podem ocorrer principalmente 
se o cristalino sofreu rotura e perda de se conteúdo, e 
também encarceramento de íris ou tecido uveal, e 
hemorragia 
Enucleação 
Evisceração do globo ocular estão raramente indicadas 
numa primeira cirurgia e o risco de oftalmia simpática 
não é suficiente para sua indicação 
Mesmo quando não tem visão mínima útil – importante 
tentar preservar o olho do ponto-de-vista psicológico 
para o paciente, e a conduta definitiva pode ser tomada 
alguns dias após o seu melhor restabelecimento 
OLHOS VERMELHOS – DIAGNOSTICOS 
DIFERENCIAIS 
Pode ser causada por múltiplas condições e doenças que 
podem levar à irritação, presença de sangue no olho ou 
edema dos vasos sanguíneos 
 
ABRASÃO DA CÓRNEA 
Arranhão na superfície da córnea causado por unha, 
pincel de maquiagem, cocar os olhos 
Sensação de corpo estranho, dor, lacrimejamento, visão 
embaçada ou turva, fotossensibilidade 
 ULCERA DA CÓRNEA 
Ferida aberta na córnea 
Dor intensa, lacrimejamento, secreção (purulenta ou 
não), visão turva, fotossensibilidade, edema palpebral, 
presença de ponto branco na córnea 
EPISCLERITE / ESCLERITE 
Inflamação/congestão dos vasos da episclera/esclera 
Rápida instalação da vermelhidão, dor e sensibilidade à 
palpação 
CERATITE 
Infecção ou inflamação da córnea 
Fotossensibilidade, dor e lacrimejamento excessivo 
Causas – fungica, herpética, fotoceratite e bacteriana 
PINGUÉCULA / PTERÍGEO 
1. Degeneração “elastótica” do estroma conjuntival 
2. Crescimento subendotelial fibrovascular de 
tecido conjuntival bulbar 
HEMORRAGIA SUBCONJUNTIVAL 
Ruptura de um ou mais vasos da conjuntiva, provocando 
extravasamento de sangue entre a conjuntiva e a esclera 
CONJUNTIVITES 
Irritação da conjuntiva, causada por inflamações ou 
alergias 
Lacrimejamento, sensação de areia, ardor, queimação 
Dor significativa, fotofobia ou sensação de corpo 
estranho – sugestivo de envolvimento da córnea 
 Características da secreção 
Aquosa – viral / aguda / alérgica 
Mucosa – alérgica crônica / olho seco 
Mucopurulenta – bacteriana aguda 
REAÇÃO CONJUNTIVAL 
 Hiperemia difusa – bacteriana 
 Hemorragias tipo petequia – viral 
 Hemorragias maiores e difusas – bacteriana 
grave 
 Quemose (edema de conjuntiva) – local (alérgica 
crônica), aumento da permeabilidade vascular 
(alérgica / infecciosa 
 Formação de membranas – adenovírus / 
bacteriana 
 Folículos – viral / por clamídia 
 Papilas – bacteriana /alérgica 
 
UVEITES 
Inflamação da uvea – espondiloatrias, enterocolites, 
doenças renais e infecções virais e fungicas 
 Mais no trabalho de uveite 
 
QUEIMADURAS OCULARES QUIMICAS 
Maioria das lesões acidentais, podendo resultar em dano 
permanente na visão 
AGENTE CAUSADOR 
 Base – mais importante! Substancia mais comum 
e penetração rápida (hipoclorito de sódio, 
hidróxido de sódio e hidróxido de cálcio) 
 Ácido – os mais nocivos são os ácidos 
inorgânicos (ácido fluorídrico, ácido sulfúrico e 
ácido acético) 
As lesões ocorrem por necrose dos epitélios da 
conjuntiva e da córnea, com interrupção dos vasos do 
limbo 
 Por base – necrose por liquefação 
 Por ácido – necrose por homogeneização dos 
tecidos superficiais 
A penetração do agente químico quebra e precipita 
glicosaminoglicanos, tornando o estroma corneano 
opaco; quando penetra na câmara anterior – lesão no 
cristalino e íris 
A produção de colágeno e a cicatrização da córnea são 
prejudicadas com a lesão do epitélio ciliar e o 
impedimento da secreção de ascorbato 
A cicatrização ocorre por migração de células epiteliais 
originadas das células do tronco do limbo; o colágeno 
danificado é fagocitado e um novo é sintetizado 
Gravidade e classificação 
A gravidade depende da propriedade doagente químico 
e sua concentração, área afetada, danos secundários e 
tempo de exposição 
A classificação por Roper-Hall – determina transparência 
da córnea e gravidade da isquemia límbica 
 
 
 
Tratamento 
Objetiva reduzir a inflamação, promover a regeneração 
e prevenir ulceração 
Imediato – lavagem abundante, manter pálpebras 
abertas, chamar serviço de urgência e buscar centro 
especializado 
Especializado – administração de analgésico tópico, medir 
ph lacrimal, irrigação continua, eversao palpebral e medir 
acuidade visual 
Após atendimento inicial – realizar anamnese detalhada e 
exames oftalmológicos, para avaliar lesões e definir 
conduta 
Quando necessário – desbridamento das áreas 
necrosadas para remoção de resíduos remanescentes 
Tratamento cirúrgico inicial – transplante de membrana 
amniótica humana, transplante de células tronco, 
ceratoplastia ou avanço da capsula de Tenon 
Tratamento cirúrgico tardio – divisão das camadas da 
conjuntiva e simbléfaro, ceratoprotese, enxerto da 
conjuntiva, correção de deformidade da pálpebra ou 
ceratoplastia com cicatrização corneana 
 
Prognostico e recuperação 
Os epitélios corneados e conjuntivais proliferam – 
restaura estrutura e função 
Casos leves – reepitalização completa 21 dias após lesão 
e nos casos graves – meses e deixar deficiência mucilia 
e das células caliciformes 
Pior nos casos de grau III e IV, anestesia ou edema de 
córnea, midríase, alteração da cor da íris e exsudatos 
inflamatórios 
Nos primeiros dias, paciente pode apresentar quemose, 
injeção ciliar, palidez do limpo, diminuição da 
transparência da córnea, dor, fotofobia, visão diminuída e 
uveite anterior 
ABRASÕES CORNEANAS 
Lesão do epitélio; desgaste da córnea por fricção ou 
raspagem, com eliminação de fragmentos; não acomete 
todas as camadas 
Trauma leve, unhas, LC, coçar, retirada de corpo 
estranho ou queimadura 
Dor, hiperemia, lacrimejamento, incomodo ao piscar, 
visão turva e fotossensível 
 
Diagnostico – anamnese, exame oftalmológico de 
acuidade visual, biomicroscopia, investigar sinal de Seidel 
Tratamento – curativo oclusivo de 24 horas, pomada 
tópica cicatrizante, cicloplegico (dor) e colírio antibiótico 
BLEFARITE 
Infecção da margem palpebral e anexos, causando 
desconforto e irritação ocular; geralmente bilateral e 
simétrico, muitas vezes – características de anterior e 
posterior presentes 
Alteração da função normal da superfície ocular e 
redução da estabilidade lacrimal, queimação, sensação de 
areia e fotofobia leve 
ANTERIOR 
Afeta área ao redor das bases dos cílios 
Estafilococica – resposta anormal aos componentes da 
parede celular da bactéria Sthaphilococcus aureus 
 Crostas duras, conjuntivite papilar leve e 
hiperemia conjuntival 
 Ulcerações, cicatrização, madarose, calázios 
 Olho seco e instabilidade lacrimal 
Seborreica – excesso de produção lipídica pelas 
glândulas de Zeiss; seborreica generalizada que pode 
envolver couro cabeludo e pregas nasolabiais 
 Margens palpebrais hiperemiadas e oleosas, 
crostas moles localizadas na margem anterior 
palpebral e nos cílios 
POSTERIOR 
Lamela posterior da pálpebra; disfunção da glândula 
Meibomiana e alterações nas suas secreções 
 Secreção excessiva e anormal da glândula 
Meibominana, com hiperemia e telangiectasias da 
margem palpebral posterior, expressão de fluido 
meibomiano (turvo / pasta de dente) 
BLEFARITE POR DEMODEX E FITIRIASE PALPEBRAL 
Demodex – acaro residente no folículo piloso e na 
glândula sebácea  blefarite reação ao acaro 
Fitiriase – presença do parasita Phthirus púbis na 
pálpebra, apto a habitar pelos pubianos – retirada 
mecânica dos piolhos e cílios com pinça fina 
Tratamento blefarites 
Higiene palpebral; antibióticos (eritromicina, ácido fusidico, 
bacitracina ou cloranfenicol tópicos) antibiótico oral – 
tetraciclina ou azitromicina; esteroides tópicos – 
fluorometolona ou loteprednol (curto tempo) 
OBSTRUÇÃO E INFECÇÃO DAS VIAS LACRIMAIS 
 
ADQUIRIDA 
 Estenose do ponto lacrimal 
Primaria – ausência de eversao do ponto lacrimal; 
causada por blefarite crônica, estenose primaria 
idiopática, infecção palpebral por herpes, radioterapia, 
conjuntivite cicatrizante, drogas, afecções raras 
Tratamento – dilatação do ponto lacrimal; punctoplastia 
(abertura do ponto lacrimal) 
Secundaria – eversão do ponto lacrimal insuficiência 
crônica de entrada do fluxo lacrimal 
Tratamento – aplicação de queimadura na conjuntiva 
palpebral (cautério de Ziegler); conjuntivoplastia medial 
 Obstrução canalicular 
Causas – congênitas, traumas, infecção por herpes 
simples, medicação e radiação 
Tratamento depende do local e grau de obstrução 
Obstrução parcial e total individual ou comum ou mesmo 
em qualquer local do sistema de drenagem nasolacrimal: 
 Intubação simples com stents de silicone, 3-6 
meses 
 Na total: também pode fazer anastomose entre 
a porção pérvia do canalículo e o saco lacrimal 
(canaliculodacriocistorrinostomia) 
 
 OBSTRUÇÃO DO DUCTO NASOLACRIMAL 
Causas – estenose idiopática, trauma nasorbitario, cirurgia 
nasal e sinusal previa, doença granulomatosa, infiltração 
por tumores nasofaringeos 
Tratamento  dacriocistorrinostomia (anastomose do 
saco lacrimal à mucosa nasal no meato médio da 
cavidade nasal) 
 
 DACRIOLITÍASE 
Concreções lacrimais em qualquer parte do sistema 
lacrimal 
Epifora intermitente, episódios recorrentes de 
dacriocistite aguda e distensão do saco lacrimal 
Tratamento – dacriocistorrinostomia (DCR) 
 
CONGENITA 
 OBSTRUÇÃO DO DUCTO NASOLACRIMAL 
Em geral – resolução espontânea 
Epifora e junção dos cílios podem ser constantes, 
extravasamento e material purulento quando pressão 
sobre o saco lacrimal 
tratamento  massagem no saco lacrimal; sondagem 
Objetivo – romper a membrana obstrutiva na válvula de 
Hasner 
 DACRIOCELE CONGÊNITA 
Coleção de líquido amniótico ou muco no saco lacrimal, 
causada por uma válvula de Hasner imperfurada 
Apresentação perinatal com tumefação cística azulada 
no canto medial ou abaixo deste, acompanhada por 
epifora 
Tratamento – conservador, mas se não funcionar: 
sondagem 
INFECÇÕES DE VIAS LACRIMAIS 
CANALICULITE CRÔNICA 
Rara, causada pelo Actinomyces israelii, gram-positivo; 
ocasionalmente – cicatrizes e obstrução canalicular 
Apresentação – epifora, unilateral associada à 
conjuntivite mucopurulenta crônica, edema e hiperemia 
pericanalicular, com descarga mucopurulenta sobre 
canalículo 
Não há envolvimento do saco lacrimal 
Tratamento  antibióticos tópicos e canaliculotomia 
DACRIOCISTITE 
Aguda – início da dor subaguda na área do canto medial, 
associada à epifora e edema sensível, tenso e vermelho 
Tratamento – compressas mornas, antibióticos orais, 
tratamento definitivo – cirurgia após infecção aguda ter 
sido controlada 
Crônica – epifora crônica, pode estar associada a uma 
conjuntivite crônica unilateral recorrente 
Tratamento – dacriocistorrinostomia

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