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Casos mais recorrentes na clínica de pequenos animais: TGI, dermatopatias, cardiorrespiratório e oftalmologia. Nos olhos do cão e do gato em comparação com o dos humanos quase não se vê a esclera e eles apresentam uma córnea muito grande, por isso, apresentam tantos problemas de córnea. grande, por isso a cirurgia de catarata é mais complicada nos animais que nos humanos, sua membrana posterior é grossa e a anterior é fina, no caso dos humanos, ocorre o inverso. músculo que faz o diafragma. onde está o humor aquoso. suspenso por fibras, quando estas rompem ocorre a luxação do cristalino (a luxação anterior dói mais pois na posterior o cristalino se acomoda, na posterior se projeta para fora). Opacidade do cristalino é a catarata. nos cães, cavalo, bovino e nos gatos, presentes só na porção superior do olho, na porção inferior possuem pelos. ª humanos tem rudimento dela, somente os animais possuem a glândula da 3ª pálpebra : a glândula lacrimal principal é protegida pelo processo zigomático do osso frontal, por isso, raramente apresentam problemas quem produz o humor aquoso. Corpo ciliar + íris = úvea : onde está a retina, responsável pela formação da imagem, podemos visualizá-la por meio do oftalmoscópio linha preta entre a esclera e a córnea. É por ele que se faz o acesso cirúrgico. Possue steam cells (cicatrização), logo, quando a úlcera de córnea o atinge, significa um processo grave. Do nervo óptico saem as artérias e veias que irrigam os olhos; Córioretinite: esclera, coroide e retina formam um “sanduíche” pois estão todas juntas, quando uma inflama, as demais também inflamam por consequência. O gato tem a córnea muito ampla e câmara anterior grande. Binocular 150°, são míopes (não enxergam bem de longe), enxergam colorido, mas nem todas as cores. Possuem visão dicromática, ou seja, enxergam principalmente tonalidades de azul e amarelo. Tanto para os cães quanto para os gatos o sentido mais importante é o olfato, a visão vem em 3º lugar. - Do reino animal, a águia é a que possue a melhor visão. - Visão de um animal de pequeno porte - Visão de um animal de porte médio - Visão de um animal de grande porte A hiperatividade dos animais de pequeno porte se dá, em partes, devido a sua visão, conforme apresentado pela imagem anterior. Quando os animais perdem a visão, alteram seu comportamento. A visão lateral é monocular, a frontal é binocular, o gato é mais frontal pois a refração (raios que chegam ao olho) chegam maiores. Possuem visão adaptada ao escuro com baixo poder de focalização devido à uma lente grande que dificulta esse processo. Na prática os gatos têm o mesmo problema que algumas pessoas de focalizar objetos de perto, a percepção de cores é similar à do cão. Não tem noção de profundidade, por isso, sobem árvores, não veem altura e nem profundidade, o que facilita a caça. A visão noturna dos cães e gatos é muitas vezes melhor que a nossa. : teste quantitativo da lágrima (avalia a produção lacrimal em 1 minuto), considerado um teste de rotina, todo clínico deveria fazer. teste que avalia a superfície da córnea + teste de Jones (avaliação do ducto naso lacrimal) teste qualitativo da lágrima, avalia o tempo de ruptura do filme lacrimal cora células desvitalizadas e lesões por herpes vírus – atualmente somente utilizado em gatos com tal suspeita pois arde (fazer colírio anestésico antes), nos demais casos, usar a lisamina verde que não arde. *Tonopen e Tonovet: 15 a 25 é normal Reflexo pupilar – consensual e direto: lembrar do quiasma óptico onde o nervo óptico se cruza retração do globo ocular, pode ser hereditário ou congênito nos collies e schnauzzer ou secundário a outros processos como desidratação, trauma ou perfuração da córnea, doenças inflamatórias oculares, senilidade, Síndrome de Horner (doença neurológica com sinais oftálmicos – animal vai apresentar dissimetria ocular – retração e exposição da 3ª pálpebra, a face pode cair, lesão no trigêmeo), etc. Diminuição do tamanho do globo ocular, comum em collie e border collie. Ocorre devido a um problema embrionário do desenvolvimento do globo ocular, geralmente o olho microftálmico apresenta diversas anomalias oculares como opacidade (ceratite, catarata), KSC e etc podendo evoluir para um olho afuncional. Diferenciar enoftalmia de microftamica. Não há o que ser feito nestes casos. ausência congênita do globo ocular, não tem olho mas tem resquícios embrionários do olho. O cão se vira muito bem na cegueira. é o descolamento anterior, ventral, dorsal ou medial do globo ocular. Pode ser congênito ou hereditário nos Pugs, Pequinês, Boxer, Lhasa, Shitzu (raças braquiocefálicas que possuem órbita rasa – onde o olho encaixa é raso, fazem prolapso facilmente) ou consequente de alguma doença orbital como glaucoma, abscesso, tumor (raio x, US ocular, tomografia), etc. Animais exoftálmicos são pré-dispostos ao prolapso ou proptose do globo ocular. - Animal com exoftalmia decorrente do glaucoma. é a protusão do globo ocular induzida por traumatismo ou outra patologia, saindo o globo da posição normal da órbita, ou seja, para frente. Pode ocorrer devido ao esganamento (contensão de braquiocefálicos – recolocar e fazer compressa com gelo, antibiótico tópico e sistêmico). O tratamento é cirúrgico onde o olho pode ser recolocado ou realização da enucleação. - RECOLOCAÇÃO: quando o olho está relativamente íntegro, com reflexo pupilar, sem rompimento do nervo óptico e dos principais músculos da movimentação ocular. A recolocação deve ser a mais rápida possível, inicia-se com a limpeza e umidificação do globo ocular com pomada oftálmica a base de antibióticos e solução fisiológica gelada, sob anestesia geral realiza- se a cantotomia temporal (para desgarrotear a pálpebra em relação ao olho), injeção retrobulbar de 0,5ml de betametasona e promove-se a redução manual do globo. Após, fazer a blefarorrafia ou tarsorrafia temporária para deixar os olhos mais “colocados” (2 a 3 semanas). Antibióticos e anti-inflamatórios tópicos pelo mesmo período. - ENUCLEAÇÃO: realizada quando há perda da integridade ocular, rompimento do nervo óptico, midríase não responsiva, hifema extenso ou quando há tumor que não possa ser acessado sem que ocorra a enucleação. Não fazem parte somente da oftalmologia, mas também da dermatologia. Trata-se de anexo do olho que também pode ser tratado sistemicamente (ex.: no caso de uma blefarite bacteriana, deve ser tratada como uma piodermite). Há glândulas sebáceas que margeiam a pálpebra (produzem a “remela”), que produzem a parte lipídica da lágrima. Glândula de Meibomuius – pode inflamar e gerara a melbomite (realizar compressa de água quente). Ausência congênita de parte da pálpebra, principalmente os bordos palpebrais. Fusão das margens palpebrais superiores e inferiores, sendo uma condição fisiológica nos cães e gatos até os 15 dias de vida, acima disso o tratamento é cirúrgico, em geral há conjuntivite associada. decorrentes de brigas ou traumas - prolapso da 3ª pálpebra consequente de coloboma (causa injúria na córnea e a 3ª pálpebra prolapsa para tentar proteger) - laceração simples (coaptar os bordos com sutura em “8”) O cílio normal tem origem na placa tarsal. Costumam causar bastante problemas sendo sua visualização somente possível mediante uso de lupa (“lupa de joalheiro”) pois há cílios muito finos e alguns brancos. presença de 1 ou mais cílios que emergem da margem palpebral pelo orifício da glândula tarsal ou de meibômio. : 1 cílio voltado para trás projetando-se para a córnea cílios e pelos que entram em contato com a córnea e a conjuntiva. Às vezes a pálpebra está voltada para dentro – Entrópio. Esse processo é doloroso, por isso o animal apresenta miose que é um sinal de dorocular, além de epífora. A: normal B: Distiquíase (cílios adicionais emergem da glândula tarsal) C: Cílio ectrópio (cílios surgem da glândula tarsal mas emergem da conjuntiva palpebral) – fazer um “pic” com o bisturi e retirar. D: Triquíase (direção dos cílios e outros pelos externos é anormal) epilação com pinça de calásio ou crioterapia (queima, no pós-operatório há muita inflamação e inchaço – recomendado em casos de muita recidiva). Em geral não se sutura conjuntiva pois apresenta rápida cicatrização. é a inversão palpebral. As raças mais predispostas são: Sharpei, Rottweiler, Pitbull, Bull terrier sendo que os braquicefálicos podem ter entrópio de canto medial. Sinais clínicos: blefarosespasmo, conjuntivite frequente, ceratite ulcerativa (pois roça muito na córnea). TRATAMENTO: nos casos leves o tratamento é paliativo, nos casos acentuados o tratamento é cirúrgico e nos filhotes o “tacking temporário” pois como ainda vão crescer, a cirurgia definitiva não é recomendada. é a eversão palpebral. As raças mais pré-dispostas são: Cocker, BassetHound, São Bernardo, Terra Nova, BloodHound, Mastife, Mastim Napolitano. TRATAMENTO: nos casos leves é paliativo (tratar como se fosse uma conjuntivite) e nos casos acentuados é cirúrgico fechamento inadequado das pálpebras, problema comum nas raças exoftálmicas (Pug, pequinês, boxer, Boston Terrier). Sinais clínicos: úlceras corneanas centrais ou axiais, descementocele ou prolapso de íris. - entrópio em pitbull e em gato - ectrópio leve - Olho de diamante: ectrópio e entrópio em cão, comum em cães molossos (da cabeça grande) - Ectrópio grave As pregas no Sharpei podem pesar e gerar ectrópio – solução é a ritidectomia - cantotomia lateral; quando o entrópio é só no canto (comum nos braquiocefálicos), fazer a cantotomia medial - Técnica Holtz-Celsus: para casos de entrópio simples da pálpebra inferior. Primeiro ponto é sempre no meio e não fazer pontos muito apertados, usar o nylon 4,0 em cães de médio a grande porte; cães pequenos usar o 5,0. V Técnica para ectrópio – V-Y (Wharton-Jones): fazer retalho em “V” e sutura em “Y” ª a cartilagem da 3ª pálpebra parece o rabo de uma baleia e é dura, seu prolapso é comum em boxers, dói muito. Pode ocorrer devido a pré-disposição racial (Boxer, Fila brasileiro, Pastor alemão, Dogue alemão, Doberman e Rottweiler). TRATAMENTO: inversão manual ou se houver quebra, retirada cirúrgica, fazer este de fluoresceína para ver se não há ulcera de córnea devido ao traumatismo. “ ” edemaciamento da glândula da terceira pálpebra. Comum em Cocker, pequinês, mastife inglês, bulldog, poodle. TRATAMENTO: sepultamento da glândula – vycril (conforme vai sendo absorvido o caso pode recidivar) ou nylon fino, o chicote sempre para fora. Retirada cirúrgica somente em casos de necrose ou tumor – necessitam de reposição lacrimal com substitutos lacrimais, pois a retirada causa olho seco – quem fizer sem justificativa pode perder o CRMV. Geralmente é secundário a alguma irritação ocular – é como se fosse a “mão” dos animais, quando há coisas irritantes no olho, a terceira pálpebra prolapsa ou secundário a Síndrome de Horner. TRATAMENTO: tentar tratar por 1 semana com colírios anti-inflamatórios (se não for neurológico) + antibiótico, se não voltou, retirar um pedaço. - Cherry eye Prolapso da terceira pálpebra - Eversão da cartilagem - Eversão da terceira pálpebra inflamação aguda das glândulas de Zeiss (hordéolo externo) ou das glândulas tarsais ou meibomianas (hordéolo interno) – animal sente dor. Cura sozinho mas, para reduzir a preocupação do proprietário, mandar fazer em casa compressas quente, anti- inflamatório e antibiótico (?). Desenho das glândulas que está no caderno inchaço indolor da glândula meibomiana, de coloração amarela a avermelhada na superfície palpebral. Não gera dor mas tem chances de voltar (tendência genética). Precisa ser curetado pois é uma “gordurinha” (expressar ou “espremer” – como se fosse uma espinha) e em casa, fazer compressa quente. inflamação palpebral generalizada comumente vista em reações alérgicas e demodicose. Tratar VO também. 1 – glândula lacrimal 2- glândulas lacrimais acessórias 3 – processo zigomático do osso frontal 4 – Fórnice 5 – Glândulas tarsais (Melbomianas) 6 – Membrana Nictante (3ª pálpebra) 7 – Cartilagem da 3ª pálpebra 8 – Glândula superficial da 3ª pálpebra - Blefarite são comuns e ocorrem principalmente em cães mais velhos. Os mais comuns são adenomas e carcinomas das glândulas tarsais ou de meibomio, de Zeiss, melanomas (retirada cirúrgica com margem de 3cm, são pigmentados) palpebrais, carcinoma de células escamosa (1ª escolha é a crioterapia, proteger a córnea durante o procedimento). Para diagnóstico, fazer citologia. Retirada cirúrgica pode ser em “V” ou “H”, pentágono ou crioterapia. - carcinoma de células escamosas em gato - melanoma palpebral - TVT Quando o tumor for retirado, a sutura para fechar a incisão deve ser em “8” (pontos simples separados) com nylon 4,0 ou 5,0 – não suturar a conjuntiva. queda da pálpebra superior. Geralmente ocorre por conta de lesões ou comprometimento do sistema nervoso (tumores, raiva, lesão do trigêmeo, síndrome de Horner). - Gatinho com síndrome de Horner Lacrimejamento excessivo (Schimer > 25 mm/min). O animal fica com a face machada porque a lágrima é rica em bactérias e ferro e não porque a lágrima é ácida, as rações para “lágrima ácida” possuem quelante de ferro. Comum no poodle, pequinês, bulldog inglês e Cocker. Pode ser ocasionado por conjuntivite bacteriana, iatrogênica (após a extração dentária, o edema pode ocasionar) ou obstrução do ducto nasolacrimal. TRATAMENTO: limpeza com solução fisiológica, e em alguns casos antibioticoterapia (tilosina, azitromicina, stomorgyl) VO + tópica com anti-inflamatório tópico por mais ou menos 15 dias, se o animal estiver com muito tártaro, fazer a limpeza dos dentes. No retorno, realizar o teste de Jones, se ainda não tiver melhorado, continuar o tratamento por mais 15 dias, se após 30 dias de tratamento não houver resolução – realizar a lavagem. No caso das obstruções do DNL, podem ser congênitas ou pontos imperfurados (ambos são raros) ou secundários à conjuntivite, corpos estranhos, tumores, trauma ou cirurgia. O tratamento consiste na canulação do ponto lacrimal com cateter 24g e lavagem para desobstrução ou cirurgia para construção de neoducto nasolacrimal (ambos mediante anestesia). A conjuntiva é um tecido irrigado e grudado às pálpebras e ao globo ocular (conjuntiva bulbar). edema da conjuntiva. Pode ser causado por traumas, alergias, reações às drogas, úlceras, ceratites, etc. TRATAMENTO: - Trauma: resolução espontânea - Alergia e reações às drogas: Flunixim meglumine IV, DAINES ou corticoide tópico e/ou sistêmico. adesão da conjuntiva palpebral à conjuntiva bulbar que ocorre geralmente devido ao um processo inflamatório da córnea e conjuntiva. TRATAMENTO: quando a adesão não é muito grande pode-se tentar resolver o caso por meio de massagem e instilação diária de colírio e pomada para retirada da aderência. Quando a lesão é extensa o tratamento é cirúrgico, enxerto com mucosa bucal. trauma ou distúrbios de coagulação sendo a sufusão um processo mais localizado. TRATAMENTO: compressa fria + colírio anti-inflamatório. inflamação e/ou infecção da conjuntiva palpebral, bulbar e terceira pálpebra, menos comum na veterinária que na medicina humana. Sinal clínico: mucosas congestas, secreção (pode ser: purulenta ou mucopurulenta, sendo a segunda mais abundante que a primeira, aquosa ou serosa) e epífora. Diferenciar conjuntivite de KCS poisos sinais clínicos são iguais, através do Schimer, pois na KCS vai estar baixo e na conjuntivite, estará alto. ETIOLOGIA: bactérias (corresponde a 70% dos casos), vírus, fungos, clamídia (tetraciclina), demodicose, alérgica, folicular (várias bolinhas na conjuntiva, difícil de tratar, tentar terapia por 30 dias, se não resolver fazer cauterização e raspado) , doença imunomediada, secundária a irritantes externos (entrópio, ectrópio, distiquíase, dobras nasais, tumores palpebrais, corpos estranhos, cílios, irritação por vento - CARRO ou poeira), infeciosas (cinomose – conjuntivite secundária bacteriana, hepatite canina, infecção do trato respiratório superior em felinos), traumática. TRATAMENTO: vai depender da causa base - Bacteriana: cloranfenicol, gentamicina, tobramicina, tetraciclina, polimixina B, ciprofloxacina – Ciloxan, ofloxacina – Oflox, gatifloxacina – Zymar, moxifloxacina – Vigamox - Viral: idoxuridina (IDU) ou aciclovir (Zovirax) - Fungos: natamicina 5% (farmácia de manipulação) - Clamídia: tetraciclina, norfloxacina, ciprofloxacina, ofloxacina - Alérgica: cromoglicato dissódico (Opticrom, Maxicron), e corticoiesteróides - Folicular: raspagem e cauterização da conjuntiva - Secundário a problemas físicos ou agressões externas: retirar a causa base (aos animais que nadam, o cloro da piscina pode ser irritante e gerar conjuntivite). - Conjuntivite folicular - Epitélio: avascular (vascularização na córnea = processo inflamatório) e nervos sem bainha de mielina, não queratinizado com espessura de aproximadamente 10nm. Hidrofóbico e lipofílico. - Estroma: representa 90% da espessura corneal e é formado por fibrócitos denominados ceratócitos que são responsáveis pela transparência da córnea. Hidrofílico e lipofóbico. - Membrana de Descemet: membrana fina, elástica, homogênea e acelular, constituindo uma verdadeira membrana basal para o endotélio. Úlcera que marca borda mas não marca o meio = muito profunda que chegou na descemet pois esta não marca e pode prolapsar. - Endotélio: camada mais interna, estra em contato com a câmara anterior e com o humor aquoso (logo, humor aquoso só não passa por conta do endotélio, no edema de córnea o olho fica azul). É formada por uma simples camada de células hexagonais importantes no papel de transparência da córnea (bomba endotelial). Hidrofóbico e lipofílico. 3 camadas formam o filme lacrimal: - Camada lipídica: glândulas Tarsais ou Meibomianas e Zeiss. Rica em colesterol. Limita a evaporação da água (faz com que não evapore tão rápido) e estabiliza a superfície da lágrima. - Camada aquosa: glândulas lacrimais e da terceira pálpebra é que produzem, é a maior porção da lágrima contendo ao redor de 70 componentes, entre eles, vitaminas, proteínas, sais inorgânicos, glicose, uréia e fator de crescimento. Fornece oxigênio, nutrientes e lubrificação da córnea. - Camada mucoide: células caliciformes da conjuntiva palpebral que secretam mucina (glicoproteína). Une a porção aquosa ao epitélio corneal que é hidrofóbico. : - ver melting e infiltração de glóbulos brancos - Edema de córnea: olhar o olho de lado para ver edemaciação, sinal grave. - neovascularização Depósitos de triglicerídeos, colesterol e cálcio podem acontecer no hiperadrenocorticismo, pedir triglicerídeos, colesterol e cálcio séricos, pode também ser da alimentação contendo excesso de tais componentes (comida caseira). Se os resultados dos exames forem normais ou próximo aos limites = comida; se estiverem aumentados = endócrino – hiperadreno. - Pigmentação de córnea é conhecida como ceratite pigmentar. Pode ser causada por atrito de dobras na face próximas ao olho e é um sinal de cronicidade, a pigmentação, mesmo após tratamento, não é removida. TRATAMENTO: imunossupressor para tentar clarear + retirar a causa do atrito. Melting é também conhecido como ceratomalácia – infecção + ação de metaloproteases (enzimas que “comem” a córnea) – antibioticoterapia severa + soro + acetilcisteína (Fluimucil®) + EDTA. é um tumor cístico que contêm fluido ou material sebáceo, onde as paredes são de origem dérmica e as vezes ocorrem surgimento de pelos e outros apêndices dérmicos (o mais comum de ter é pelo, mas pode ter até unha). TRATAMENTO: excisão local do cisto e ceratectomia (tirar pedaço da córnea) com flap de terceira pálpebra (vai funcionar como um tampão temporário). é a perda da integridade e função da córnea. É secundária a outras patologias da córnea como a ceratite, úlcera de córnea e KCS. Panus (neovascularização) e pigmentação são o início do processo. são opacidades ou manchas brancas corneais. Ao redor da macha a aparência da córnea é normal. Podem ser estáticas ou lentamente progressivas, bilaterais ou não. Não há tratamento. Podem ser causadas por raios UVB e ultravioleta, não há inflamação. ceratite superficial é a inflamação (opacidade) superficial da córnea. Ceratite profunda atinge camadas mais profundas da córnea. Sinais clínicos: blefaroespasmo, fotofobia, dor e na ceratite profunda pode ocorrer neovascularização da córnea e anel hemorrágico. TRATAMENTO: retirada da causa, colírio antibiótico e anti-inflamatório, mucolítico (Fluimucil® - acetilcistéina). trauma, corpos estranhos, doenças infecciosas, paralisia do trigêmeo, KCS, cílio ectrópio, triquíase e distiquíase, entrópio. Sinais clínicos: blefaroespasmo, fotofobia, corrimento ocular, prolapso de terceira pálpebra, enoftalmia. TRATAMENTO: Epizetam®(substitui o Regencel®, só em ulceras superficiais - Não se faz mais pomada em ulceração profunda pois gera atrito físico retardando a cicatrização), Still® colírio (é diclofenaco sódico, não pode ser usado sistemicamente), não usar colírio a base de corticoide, colírio antibiótico (cloranfenicol, tobramicina, ofloxacina, moxifloxacina), Fluimucil®, colar elisabetano. Em casos de úlceras profundas ou Melt, utilizar soro autólogo, homólogo ou heterólogo (equino). O animal com muita dor no olho vai querer “cutucar” para aliviar a dor, o que pode piorar o quadro, fazer Tramadol VO por 3 a 7 dias. Alguns casos há necessidade do Flap de terceira pálpebra como tampão curativo por 1 a 2 semanas ou enxerto pediculado de conjuntiva – só com microscópio cirúrgico, para úlceras maiores fazer o 360°. - úlcera de córnea com quemose úlceras persistentes em córnea de cães também conhecida como úlcera de Boxer, úlcera recorrente. Os cães braquiocefálicos são mais predispostos por terem a córnea mais exposta e ela é geralmente causada pelo desenvolvimento de uma área hialinizada superficial no estroma inferior da córnea, que impede a recuperação normal da membrana basal. É muito comum, é uma úlcera que tem borda que precisa ser debridada por ser morta. TRATAMENTO: debridamento mecânico com cotonete (só serve para alguns casos) ou broca de diamante (Algerbrush®), ceratotomia em grade ou punctata (não pode em gatos). Depois do debridamento pode ser feito o flap de terceira pálpebra e retirado cm 7 a 14 dias ou uso de lente de contato para recobrimento da lesão induzida. A sutura do flap pode ser realizada utilizando captons, mas, estes podem exercer muita pressão, incomodar o animal e acumular muita sujidade. protusão da membrana de descemet através de uma úlcera profunda. O termo também é usada para úlceras que tenham se estendido até a membrana de Descemet, sem a protusão real. TRATAMENTO: descemetocele pequena - idem ceratite ulcerativa, descemetocele grande – cirúrgico com flap de 3ª pálpebra, tarsorrafia temporária, flap conjuntival pediculado. Ver as demais imagens. opacidade difusa acompanhada de espessamento da córnea. Geralmente decorre de reações vacinais (HIC), drogas ou processos inflamatórios. O tratamento é idêntico à ceratite superficial. Perfurações corneanas até 3mm são tratadas com colasa base de cianocrialato (Superbond®). Deve-se instilar 1 gota de cola com ajuda de uma agulha no ponto perfurado e lavar logo em seguida com soro fisiológico para polimeração da mesma com o animal sedado, suturar a córnea não é uma boa opção pois ponto em córnea deforma e muda a refração. hoje é preferível referir-se à doença como “olho seco”. Alteração qualitativa e/ou quantitativa (ou seja, diminui a produção e/ou a qualidade) do filme pré-corneal (lágrima) decorrente da inflamação crônica das glândulas lacrimais, córnea e conjuntiva, levando geralmente à diminuição da produção de lágrimas. É muitas vezes confundida com conjuntivite bacteriana. CAUSAS: imunomediada (90% dos casos), idiopática, decorrente de lesões neurológicas, doenças sistêmicas (cinomose, infecção do trato respiratório superior felino), medicamentosa (sulfas, atropina), raças susceptíveis (Cocker, poodle, schnauzzer, bulldog, Yorkshire – tem uma das piores KCS que é a congênita). SINAIS CLÍNICOS: secreção mucopurulenta em geral, neovascularização e pigmentação (degeneração de córnea – indicam cronicidade), conjuntivite, ceratite e ceratite ulcerativa. - KCS com úlcera, a massa vermelha é uma cicatriz que impede a luz de passar pela córnea, por isso o animal fica cego. - queratinização da córnea A citologia e histopatologia da camada mucoide só é realizada em pesquisa. DIAGNÓSTICO: sinais clínicos + testes oculares específicos + diferenciar conjuntivite bacteriana de ceratoconjuntivite seca. - Teste de Shirmer: 0 – 5mm/min: KSC grave ou absoluta 6 – 9mm/min: KSC moderada a grave 10 – 14mm/min: hiposecreção ou KSC subclínica 15 – 25mm/min: normal - Rosa bengala: cora células desvitalizadas - Fluoresceína: positiva se houver úlcera - Tempo de ruptura do filme lacrimal (break up time – BUT): o tempo médio normal do BUT é de aproximadamente 20 segundos (<20 seg. positivo para KCS). - Citologia ocular: presença de células inflamatórias TRATAMENTO: imunossupressores (tacrolimus/ciclosporina) + lubrificantes oculares ou substitutos lacrimais + drogas adjuvantes (antibiótico, anti-inflamatório, mucolítico, ômegas). O tacrolimus além de mais barato que a ciclosporina tem se mostrado mais eficiente. No olho seco secundário a cinomose (gera KSC auto-imune e neurológica, na fase neurológica usar a pilocarpina da formula lacril + pilocarpina + fluimucil), erliquiose, leishmaniose e afins o imunossupressor também é utilizado, mas não para uso ad eternum. Existe também os tratamentos cirúrgicos, mas não são tão eficientes, são eles: transposição do ducto parotídeo, oclusão do ponto lacrimal (pois a lágrima do olho seco é tóxica, não funciona muito bem em cães por serem muito agitados), cantotoplastia lateral, tarsorrafia temporária. Novas terapias: células tronco (experimental e caro), novos medicamentos (imunossupressor mais potente para olho seco), PRP (relativamente barato, faz parte da medicina regenerativa). síndrome de etiologia ainda não conhecida que não é mais tão rara nos dias de hoje. Lesão achatada, negra ou castanha, de tamanho médio no centro da córnea. afecção ainda não esclarecida da córnea (suspeita-se que seja ocasionada pela incidência solar, animais de países tropicais) caracterizada por opacidades brancas circunscritas dispersas pelo estroma corneano – aspecto de córnea mofada mas bem discreto. Pode acontecer em cães e gatos, continua enxergando. Tratamento: não há. vascularização subepitelial do tecido conjuntivo – parece “carinha” crescendo. Etiologia desconhecida, mas pode estar relacionada com problemas imunológicos. TRATAMENTO: tacrolimus 0,03% ou ciclosporina, no início 3 a 4 vezes ao dia e depois 1 a 2 vezes/dia, as vezes ad eternum, colírio com corticoide como adjuvante por 1 mês. Íris + corpo ciliar. O corpo ciliar é responsável por sustentar o cristalino e é ele quem produz o humor aquoso (na uveíte uma das consequências é a diminuição da produção do humor e pode haver baixa pressão. ocorre após uma úlcera profunda de córnea, é comum de ocorrer e caracteriza-se por ser uma emergência. TRATAMENTO: iridectomia (retirar um pedaço da íris) e ceratectomia (retirar um pedaço da córnea) com flap de terceira pálpebra, mesmo em miose, não vai ocluir bem o diafragma, por isso, vai ter fotofobia – cuidado com a luz nestes animais. aderência da íris ao cristalino (posterior) ou à córnea (anterior). Consequência de inflamação da córnea ou da úvea. TRATAMENTO: tratar a causa primária e fazer cicloplegia (acomodação da íris, pois a miose por conta de alguma doença gera dor e a midríase a acomodaria, reduzindo a dor e quanto menor, menos fácil de aderir) para evitar aderência, usando a atropina (a menos que o animal tenha glaucoma). falta congênita de uma parte da íris. É uma patologia rara que ocorre mais em íris azuis de animais albinos. A fotofobia é a maior consequência. Não há tratamento. melanoma, melanose e cisto. Por ser pigmentada, o mais comum é ter melanoma, tumor que costuma gerar metástase (investigar) e fazer a enucleação. Para diferenciar melanoma de melanose, só através de cisto ou paracentese e posterior citologia A íris é o linfonodo do olho, então, no caso de uvéite bilateral, desconfiar de doença sistêmica. O cisto é benigno, móvel e quando a luz incide sobre ele é transparente, não atrapalhando muito a visão. a pupila é coberta por membrana vascular (membrana pupilar) até o último mês de gestação e ocasionalmente até 2 a 6 semanas após o parto. A MPP se refere a atrofia incompleta da membrana pupilar ou sua aderência ao cristalino (catarata) ou à córnea provocando opacidade focal (leucoma) ou provocando úlcera de córnea. Alteração congênita de aspecto de teia de aranha. TRATAMENTO: geralmente não é necessário. Pode-se fazer cirurgia para ressecção da MPP com eletrocautério ou extração da catarata. alteração congênita de coloração de íris, pode ser uni ou bilateral. é a inflamação da íris e corpo ciliar. Pode se restringir ao olho ou ser parte de uma doença sistêmica (quando é bilateral, há grande chance de ser causada por doença sistêmica). SINAIS CLÍNICOS: pupila miótica (miose devido a dor) pouco responsiva aos midráticos ou midriática no glaucoma, diminuição da PIO (enfotalmia, numa tonometria de rotina, se a PIO estiver baixa, suspeitar de uveíte) ou aumento da PIO no glaucoma, edema corneal, neovascularização corneal e da íris, vermelhidão da íris e fluxo ciliar (pequenos vasos irradiando- se por alguns milímetros do limbo), hifema (sangue na câmara anterior) + hipópion (pús na câmara anterior) são sinais patognomônicos de uveíte, epífora e blefaroespasmo. CAUSAS: - Exógenas: traumatismos, perfurações, cirurgia intra-ocular - Endógenas: disseminação de doença da córnea, da esclera ou da conjuntiva, ceratite ulcerativa e ceratite profunda - Sistêmica: vírus (HIC, cinomose, PIF, LFV, reação pós vacinal), bactérias (leptospirose), fungos (aspergilose, criptococose, nocardiose, histoplasmose, candidíase), parasitária (dirofilária, toxocara), protozoário (toxoplasmose), neoplasias (linfoma, melanomas, etc), erliquiose (distúrbio de coagulação), síndrome úveo-dermatológica, leishmaniose DIAGNÓSTICO: tonometria baixa ou aumentada, sinais clínicos clássicos (hifema, hipópion) e atenção para sinais de doenças sistêmicas (leptospirose, HIC, PIF, etc). - hifema, ceratite, congestão de vasos TRATAMENTO: tratar a causa primária + tratamento de eleição é corticoide tópico (decadron®, garasone®) 1 gota 3-4x ao dia ou corticoide subconjuntival ou sistêmico (Depo-Metrol® ou Solu- Metrol®) se não tiver úlcera de córnea. Colírio de Atropina 1%- 1 gota, 1-2 ao dia por 5 a 7 dias no máximo, não usar se o animal tiver glaucoma, se tiver, usar o Mydriacyl® Antibiótico tópico – Cloranfenicol, gentamicina, tobramicina, ciprofloxacina, ofloxacina,Zymar® - 1 gota 4-6x ao dia por 10 a 15 dias No ambulatório, sempre: Banamine® (antiprostaglandinas sistêmicas) – 1mg/kg IV 24/24h por 3 dias - hipópion, hifema e ceratite = uveíte Em casos de muita dor – Tramadol VO COMPLICAÇÕES: sinéquias (anterior ou posterior), bombé de íris (quando ela está extremamente grande – muito grave, em geral perde a visão devido a glaucoma muito grave), mudanças na coloração da íris, pigmentação, glaucoma e catarata. distúrbio auto-imune caracterizado pela produção de anti-corpos contra melanócitos, resultando em panuveíte granulomatosa, leucoderma (despigmentação cutânea) e leucotriquia (despigmentação dos pelos) – de repente o organismo começa a produzir anticorpos contra áreas pigmentadas do corpo como a íris e a retina, parece Lupus, mas neste caso não haveria envolvimento do olho. Patologia rara em cães acometendo mais os animais de ½ idade das raças Akita, Smoieda e Huskie Siberiano (raças asiáticas), mas também já foi descrita no Setter Irlandês, Chow chow, labrador e Sheltie. SINAIS CLÍNICOS: uveíte anterior, ceratite e edema de córnea, conjuntivite e esclerite, podendo evoluir para glaucoma. Despigmentação generalizada da pele e pelos, principalmente comissura labial, palpebral e plano nasal. Úlceras, erosão e crostas do plano nasal. DIAGNÓSTICO: diferenciar de outras doenças auto-imunes que causam despigmentação (pênfigo, lúpus, vitiligo). Sinais clínicos + exame histopatológico são definitivos nesse caso. TRATAMENTO: tratar a uvéite com Flunixim Meglumine IV por 3 dias, corticoide tópico e sistêmico e antibiótico por 15 a 30 dias, atropina tópica por 5 dias. Corticoideterapia prolongada com prednisona em esquema de doença auto-imune e caso não seja eficiente, utilizar a azatioprina. Associar à terapia o uso de ômegas 3 a 6 VO. O Queranon® é semelhante ao Pantogar® e é o único que consegue re-pigmentar os pelos. Em muitos casos, pode perder a visão devido a uveíte. aumento da PIO incompatível com as funções normais da visão. A PIO é resultado do balanço entre a produção e a drenagem do humor aquoso. A pressão normal para cães e gatos varia de 15 a 25mmHg no Schiotz e TonoPen; 12 a 20mmHg no Perkins/Kowa. Pressões acima de 35mmHg já causam danos irreversíveis à retina e ao nervo óptico. Variação de 20% entre os olhos também pode ser indicativo. Os tipos existentes de glaucoma são: - De acordo com o ângulo de drenagem: - Ângulo aberto (simples): geralmente bilateral, de progressão lenta, provavelmente hereditário ou congênito - Ângulo fechado (congestivo agudo): elevação repentina da PIO por bloqueio do ângulo de drenagem. Pode ser com ou sem bloqueio pupilar. - De acordo com a origem: - Primário: sem causa conhecida, provavelmente hereditário ou trabecular estreita (espaço que drena) – quando nasce com a zona (Cocker, Poodle, Pastor Alemão, beagle, Dálmata, BassetHound, etc). - Secundário: catarata, luxação de cristalino, uveíte, diabete, Cushing, problemas da tiroide, tumores intra-oculares, pós cirúrgico de catarata, corticosteroide induzida por tratamentos prolongados. - De acordo com a evolução: - Agudo: midríase, blefaroespasmo, esclerite, certatite, edema de córnea - Crônico: buftalmia, atrofia de retina, córnea insensível (pupila em midríase não responsiva) O humor aquosos é produzido de duas formas: por secreção ativa e secreção passiva. A secreção ativa produz 80% do humor aquoso que é secretado pelo epitélio não pigmentado do corpo ciliar, via processo metabolicamente ativo que é dependente de vários sistemas enzimáticos (ex.: anidrase carbônica – dorzalamida reduz a PIO pois diminui a anidrase carbônica). A secreção passiva produz cerca de 20% do humor aquoso por processo passivo como ultrafiltração e difusão, dependentes do nível de pressão sanguínea nos capilares ciliares, da pressão oncótica e do nível de PIO. A drenagem desse humor aquoso pode ser feita por 3 caminhos diferentes: - Caminho trabecular: convencional; 90% da drenagem do humor aquoso. Via da trabécula para o canal de Schlemn e depois drenado para os vasos episclerais. - Caminho uveoscleral (não convencional): No cão cerca de 15 a 20% da drenagem. Passa do corpo ciliar no espaço supra-coroidal e é drenado pela circulação venosa do corpo ciliar, coroide e esclera. - Através da íris: pode ocorrer drenagem via íris em algumas circunstâncias. DIAGNÓSTICO: por tonometria + oftalmoscopia + sinais clínicos Oftalmoscopia: luxação de cristalino, atrofia de retina, depressão do disco óptico (ver as imagens, pag. 21) A pressão sobre a retina provoca a escavação do nervo óptico faz com que se perca a visão periférica. SINAIS CLÍNICOS: - Agudo: dor (blefaroespamo, protusão da terceira pálpebra, epífora), conjuntiva hiperemica, quemose discreta, vasos episclerais congestos, córnea com opacificação progressiva, insensibilidade, íris com midríase não responsiva, sinéquia, fundo de olho: depressão do disco, redução da vascularização retinal, perda da visão, tonometria elevada. - Crônico: buftalmia, dor ausente, vasos episclerais muito aumentados e congestos, córnea límpida, opaca e com linhas de “fratura”, íris midriática, degeneração de íris e corpo ciliar, lente límpida, catarata, luxação, fundo de olho com atrofia de retina e nervo óptico e tonometria elevada. O glaucoma é mais raro em gatos. TRATAMENTO: - Hipotensores tópicos: Dorzalamida (inibe a enzima anidrase carbônica no epitélio do corpo ciliar que é essencial para a produção de humor aquoso, levando a uma diminuição da produção do humor aquoso e consequente diminuição da PIO) 1 gota 2 a 3 vezes ao dia. Dorzalamida associada ao Timolol (timolol é um B-bloqueador que reduz a produção de humor aquoso pela redução do fluxo sanguíneo no processo ciliar, é contraindicado em cardiopatas e animais com problemas respiratórios) em cães e gatos produz miose e podem causar bradicardia. São usualmente utilizados em combinação com outrso agentes e não são recomendado como agente único em cães e gatos (timolol), 1 gota 2 a 3x ao dia. Latanoprosta: prostaglandina sintética que atua como hipotensor ocular tópico pelo aumento de efluxo úveo-esclera (via de drenagem aquosa não convencional). Em gatos, induz miose marcante e não diminui a PIO, provavelmente pela ausência de receptores FP (de prostaglandina). Em cães e cavalos induz miose e reduz a PIO. Os efeitos colaterais são vermelhidão, exacerbação da uveíte (não deve ser utilizado em glaucoma secundário à uveíte) e em primatas pode causar mudanças na coloração da íris. Guarda em geladeira, 1 gota 1 a 3x ao dia. - Hipotensores sistêmicos (para emergência): Manitol 20% (frasco de 250 e 500ml): diurético osmótico injetável para uso emergencial no glaucoma agudo ou de ângulo fechado. Em animais desidratados fazer fluidoterapia antes. Dose: 1-2g/kg IV lento a 20% durante 15 a 30 minutos. Repetir em 4 horas caso necessário. Contraindicações: insuficiência cardíaca congestiva (ICC) e edema pulmonar. Glicerina 12% (frasco de 500ml): diurético osmótico oral. Usado na manutenção pós tratamento emergencial com manitol. Dose: 1-2ml/kg da solução a 12% VO 8/8 horas durante 3 a 5 dias. Pode provocar vômito e diarreia com consequente desidratação. Acetazolamida (Diamox- comp. 250mg cx com 25 – está em desuso): inibidor da anidrase carbônica sistêmico. Apresenta muito efeitos colaterais em cães e gatos como hipocalemia, acidose metabólica, anorexia, depressão, fadiga, vômito, diarreia, poliúria, polidipsia, trombocitopenia e nefroliríase. Dose no tratamento do glaucoma: cães – 5-10mg/kg VO 3x ao dia; gatos – 5-7mg/kg 3x ao dia VO. Glaucoma na emergência: - Protocolo 1 é com Manitol 20% IV (1-2g/kg/15 a 30 min) + 1 gota de dorzalamida colírio e Still colírio a cada 10-15 min + Banamine IV (1,1 mg/kg) ou Meloxicam - Protocolo 2 (sem cu uveíte associada) - Manitol IV durante 15 à 30 minutos +1 gota de latanoprosta+ Still colírio + Banamini IV ou meloxicam IV Estabilizar o quadro (quando a tonometria estiver em 20mmHg) e prescrever para a casa glicerina oral por 3 a 5 dias ou Diamox até novas recomendações + 1 ou 2 hipotensores tópicos como a dorzolamida ou dorzolamida + Timolol 1 gota 3 vezes ao dia associado ou não ao latanoprosta 1 gota uma vez à noite + colírios anti-inflamatórios não esteroides. olho exageradamente grande e afuncional. O tratamento seria a enucleação ou injeção intra-vítrea de gentamicina (25mg de sulfato de gentamicina + 1mg de dexametasona) para destruição do corpo ciliar com redução do tamanho do globo ocular – esse protocolo promove agressão ao olho e gera resultados duvidáveis. opacidade do cristalino. Pode ser classificada: - Quanto à etiologia: congênita ou adquirida - Quanto ao desenvolvimento: - I - Incipiente (pouca perda de visão) - II- Imatura (a lente fica “nublada” com alguma dificuldade de visão) - III – Madura (a lente fica completamente opaca) – pode ter processo inflamatório - IV – Hipermadura (a lente diminui de tamanho, catarata morganiana) - Quanto à localização: capsulares, subcapsulares, zonulares, corticais, nucleares, axiais e equatoriais - Quanto à idade: embrionária, infantil, juvenil ou senil (idade que começa a surgir – mais ou menos a partir dos 7 anos) - Quanto à distúrbios endócrinos: diabética, paratireoide - Quanto à traumas: traumática, irradiação, por drogas FISIOPATOGENIA DA CATARATA DIABETOGÊNICA: A hiperglicemia gera um catabolismo excessivo da glicose gerando o sorbitol (álcool) que aumenta a entrada de água na lente – gerando a catarata, e na câmara anterior – gerando o glaucoma. - Cristalino tem “Y” no meio que no olho normal não conseguimos ver. A visão de um animal com catarata é borrada e é uma doença pouco comum em gatos. Quando o conteúdo presente no cristalino parece água – catarata diabetogênica. TRATAMENTO: cirúrgico (facoemulsificação); se for de origem traumática ou estiver no início do processo – Clavirsol oculum® 2 gotas 2 a 4x ao dia – eficácia duvidosa. INDICAÇÕES PARA A FACOEMULSIFICAÇÃO: - Esclerose nuclear da lente (não é catarata): opacidade fisiológica que acomete todos os cães acima de 6/7 anos de idade, não atrapalha a visão de forma significativa que justifique a cirurgia de catarata (quando a luz do oftalmoscópio incide sobre os cristalino e o atravessa de forma que você consiga ver o fundo de olho – não é catarata, é esclerose). Sem indicação para cirurgia. - Catarata incipiente: opacidade que acomete até 15% do volume da lente, nessa fase ainda não há indicação de cirurgia de catarata, apenas acompanhamento clínico. - Catarata imatura: opacidade que acomete mais de 15% do volume da lente, essa fase é a fase ideal para cirurgia de catarata por facoemulsificação. - Catarata madura: opacidade total da lente, que causa cegueira e ainda é possível realizar a cirurgia com bons resultados. - Catarata hipermadura: opacidade total da lente com ou sem reabsorção de material lenticular e várias complicações associadas, que precisam ser tratadas. Dependendo do caso são os olhos que a cirurgia ainda é viável. Ver imagens pág. 23. Quanto mais no começo, mais mole está o núcleo e mais fácil de operar. O cão apresenta a cápsula da câmara anterior grossa e da posterior fina, nos humanos ocorre o inverso por isso em nós a cirurgia é mais fácil, nos cães é mais difícil de entrara e mais fácil de romper. a subluxação é o estágio precoce da luxação e se caracteriza por ruptura ou degeneração parcial da zônula que sustenta o cristalino. CAUSAS: traumatismos, pré-disposição racial (poodle, BassetHound – o mais comum de ter, beagle, Fox Terrier, Border Collie, Pastor Alemão, Schnauzer, Simês), catarata intumescente ou hipermadura, glaucoma, uveíte, tumor intraocular. TIPOS: luxação anterior (câmara anterior – grave, emergência pois o cristalino fica batendo nas estruturas): olho avermelhado e muito doloroso, edema de córnea, hifema, glaucoma. Luxação posterior (câmara posterior): aparência de ½ lua, indolor na maioria dos casos. Ver as imagens pág. 24. TRATAMENTO: Luxação anterior ou subluxação: extração intracapsular ou facoemulsificação associada ou não com vitreoectomia e implante de lente intraocular. Em casos de subluxação ou luxação anterior que não há possibilidade de cirurgia pode-se tentar empurrar a lente para a câmara posterior ou vítrea: - Manitol 20% IV em 30 a 60 min de infusão - Flunixim Meglumine ou Dexametasona IV - Colírio anestésico tópico 1 gota e depois de 5 minutos outra gota no olho afetado - Propofol para sedar e relaxar os músculos oculares - Fazer manobra de reclinação (colocar a cabeça para trás e com pressão forte de uma vez empurrar o olho com objetivo de tracionar a lente para trás) - Pilocarpina colírio 1 gota a cada 1 minutos + Still colírio - Manter o animal com colírios mióticos e para controle de glaucoma Luxação posterior: não fazer tratamento nenhum se não estiver afetando o olho ou cirurgia extracapsular. degeneração, ocorre mais em animais mais velhos, geralmente unilateral. Não há tratamento. inflamação do humor vítreo, geralmente é secundário à uveíte e retinite. Tratamento idem à uveíte. hereditário (Collie, Cocker, Poodle, Pastor Alemão), glaucoma e coriorretinite e neurite crônica. SINAIS CLÍNICOS: cegueira noturna ou à penumbra no início, pupila dilatada, oftalmoscopia – área tapetal mais reflexiva (aquele olho que brilha muito) com tons tendendo a cinza com vasos retinianos atenuados - murchos, manchas ou pontos enegrecidos na área atapetal (zona escura) e tapetal (zona colorida). TRATAMENTO: geralmente sem sucesso, no início pode-se tentar vitamina A PROGNÓSTICO: reservado a ruim. Gato: amarelo a esverdeado; Cão: verde a amarelado; Ruminantes e equino: azul Humano e animais albinos: vermelho Ver imagens pag. 25 trauma craniano, hipertensão sistêmica (IRA) e ocular (glaucoma), distúrbios de coagulação (erliquia, leish) – pode gerar descolamento de retina. TRATAMENTO: tratar a causa primária, corticoide tópico e sistêmico PROGNÓSTICO: reservado a bom traumática, hemorragia de retina, neoplasia, hipertensão (glaucoma e IRA), filariose, secundária a doença inflamatória (uveíte e coriorretinite). TRATAMENTO: somente quando a causa for uma doença inflamatória (antibiótico e corticoide tópico e sistêmico por 7 a 14 dias, manitol IV ou glicerina VO e repouso absoluto). PROGNÓSTICO: desfavorável a ruim inflamação da coroide e retina. SINAIS CLÍNICOS: midríase, visão dificultada, esbarra em objetos, tímido, assustado. Na oftalmoscopia: imagem distorcida, vasos retinianos congestos, aumento da refletibilidade da zona tapetal, sente dor no movimento ocular. TRATAMENTO: antibiótico e corticoide tópico e sistêmico por 7 a 14 dias PROGNÓSTICO: reservado Ver imagens pag. 25. causada devido à deficiência de taurina, aminoácido essencial para os gatos, em gatos alimentados exclusivamente com ração para cães ou dietas pobres em carne, leite ou alimento marinho. SINAIS CLÍNICOS: midríase e perda de visão. Oftalmoscopia: lesão delimitada na retina, aumento da reflexão da zona tapetal, atrofia de retina TRATAMENTO: não há. inflamação do nervo óptico que resulta no súbito aparecimento de cegueira, frequentemente em ambos os olhos. Pode ser de origem idiopática, cinomose, meningoencefalite, toxoplasmose, outras doenças do SNC. SINAIS CLÍNCOS: cegueira aguda bilateral, pupilas dilatadas não responsivas, papilite (inflamação do disco óptico com perda de suas margens), o restante do olho pode estar normal. TRATAMENTO: tratar a causa base, corticoide tópico e sistêmico. PROGNÓSTICO: reservado. Ver imagens pág. 26.
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