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Saúde e Segurança no Trabalho Prof. Marcus Vinicius Warlet da Silva Profa. Elaine Alcantara Freitas Peixoto 2 BLOCO 6: DEPARTAMENTOS E FUNÇÕES DE SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO Serviço Especializado em Engenharia e Medicina do Trabalho ‒ SESMT Segundo o Ministério do Trabalho do Brasil, o compromisso de manter o ambiente de trabalho em condições saudáveis é de inteira responsabilidade do empregador, como está contemplado na Constituição Federal ‒ art. 7. É o empregador que, através de seus representantes, capacitados em matéria de segurança e medicina do trabalho, se utiliza de recursos tecnológicos para manter o ambiente livre de substâncias químicas, máquinas perigosas, ruídos intensos, práticas inseguras, entre outros. Os Serviços Especializados em Engenharia e em Medicina do Trabalho (SESMT), compostos por profissionais da área de segurança e medicina do trabalho, especificados na NR4, vem contribuir para minimizar, por meio da prevenção, os acidentes de trabalho. A quarta Norma Regulamentadora foi criada pela Portaria SSMT-MTb n. 33, de 27.10.1983, atualizada pela Portaria SIT-MTE n. 76, de 21.11.2008 do Ministério do Trabalho e Emprego, cujo objetivo é estabelecer a composição do SESMT na empresa, suas atribuições e responsabilidades. 3 O Serviço Especializado em Engenharia e em Medicina do Trabalho (SESMT) é o órgão técnico das empresas constituído por profissionais com formação especializada em segurança e medicina do trabalho, habilitados a atuar nas questões de segurança e saúde do trabalhador, em parceria com outros profissionais: médicos especialistas, engenheiros, fonoaudiólogos, psicólogos, higienistas ocupacionais etc. (TAVARES, 2009) Suas bases legais são: Art. 7º, XXII, da CF-1988; Art. 162 da CLT; Lei n. 7.410, de 27.11.1985; Lei n. 9.436, de 5.2.1997; Convenção OIT n. 155 e 161; Decreto n. 92.530, de 9.4.1986; Resoluções CONFEA, n. 358 e 359, ambas de 31.7.1991; Resolução CFM, n. 1.488, de 11.2.1998; Portaria MTb n. 3.275, de 21.9.1989 e Súmula TST n. 370. O SESMT tem, como objetivo geral, tomar medidas técnicas preventivas de acidente do trabalho ou doenças ocupacionais de modo a proteger os trabalhadores em relação aos riscos profissionais que porventura existam no ambiente de trabalho. Ao atuar no controle da saúde do trabalhador, o SESMT avalia se as medidas preventivas estão sendo eficazes, determinando a necessidade ou não de intervenção no ambiente de trabalho. Podemos citar, como exemplo, a troca de máquinas que produzem muito ruído por outras mais silenciosas, troca das ferramentas defeituosas, modificação dos métodos e processos de trabalho para minimizar o desgaste físico e psicológico do trabalhador, controle ambiental de substâncias químicas, uso de Equipamento de Proteção Coletiva (EPC), uso de Equipamento de Proteção Individual (EPI) etc. (TAVARES, 2009) Todas as empresas privadas e públicas, os órgãos públicos da administração direta e indireta e dos poderes Legislativo e Judiciário, que possuam empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, estão sujeitos à legislação para composição do SESMT. No Brasil, temos dois regimes de trabalho, o da CLT e o Regime Jurídico Único (RJU), esse específico para servidores públicos nas esferas Federal, Estadual e Municipal. Dessa forma, os trabalhadores, sob o regime de trabalho especificado de celetista, estão acobertados por essa Norma 4 Regulamentadora, ficando a critério do RJU uma legislação específica voltada para a Segurança e a Medicina do Trabalho. O SESMT é constituído por Engenheiro de segurança do trabalho, Médico do trabalho, Enfermeiro do trabalho, Auxiliar de enfermagem do trabalho e Técnico em segurança do trabalho. As empresas obrigadas a constituir Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho deverão exigir dos profissionais que os integram comprovação de que satisfazem os seguintes requisitos: a) Engenheiro de Segurança do Trabalho – o engenheiro ou arquiteto deverá ser portador de certificado de conclusão de curso de especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho, em nível de pós-graduação. É o que dispõe a Lei no 7.410, de 27 de novembro de 1985. Assim como deverá ter o registro na carteira profissional expedida pelo Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (CREA). b) Médico do Trabalho – deve ser portador de certificado de conclusão de curso de especialização em Medicina do Trabalho, em nível de pós- graduação, ou portador de certificado de residência médica em área de concentração em saúde do trabalhador ou denominação equivalente, reconhecida pela Comissão Nacional de Residência Médica, do Ministério da Educação, ambos ministrados por universidade ou faculdade que mantenha curso de graduação em Medicina. Deverá também ter o registro na carteira profissional expedida pelo Conselho Regional de Medicina (CRM); c) Enfermeiro do Trabalho – deve ser portador de certificado de conclusão de curso de especialização em Enfermagem do Trabalho, em nível de pós- graduação, ministrado por universidade ou faculdade que mantenha curso de graduação em enfermagem. E ainda deverá ter o registro na carteira profissional expedida pelo Conselho Regional de Enfermagem (CRE). d) Auxiliar de Enfermagem do Trabalho – o auxiliar de enfermagem ou técnico de enfermagem deverá ter certificado de conclusão de curso de auxiliar de enfermagem do trabalho, ministrado por instituição especializada, reconhecida e autorizada pelo Ministério da Educação e ser também portador do registro na carteira profissional expedida pelo Conselho Regional de Enfermagem (CRE). e) Técnico de Segurança do Trabalho – deve ter certificado de conclusão de curso de Técnico de Segurança do Trabalho, ministrado no País, em estabelecimentos de Ensino Médio. É o que dispõe a Lei no 7.410, de 27 de novembro de 1985. Nesse caso, o técnico de segurança do trabalho, deverá 5 ser portador de comprovação de registro profissional expedido pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). (TAVARES, 2009) Conforme o MTE, Os Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho deverão ser geridos por profissional qualificado segundo os requisitos especificados acima. Outro detalhe importante é que estes profissionais deverão ter vínculo empregatício com a empresa, salvo as empresas que não se enquadram ao dimensionamento previsto no Quadro II da NR 04 e poderão formar SESMT comum, organizado pelo sindicato ou associação da categoria econômica correspondente ou pelas próprias empresas interessadas ou ainda optar pelos serviços de instituição oficial ou instituição privada de utilidade pública, cabendo às empresas o custeio das despesas. Para os profissionais que compõem o SESMT são exigidas as seguintes horas diárias na empresa: • O técnico de segurança do trabalho e o auxiliar de enfermagem do trabalho deverão dedicar 8 (oito) horas por dia. • O engenheiro de segurança do trabalho, o médico do trabalho e o enfermeiro do trabalho deverão dedicar, no mínimo, 3 (três) horas (tempo parcial) ou 6 (seis) horas (tempo integral) por dia, nas atividades do SESMT. (TAVARES, 2009) Nesses casos, é vedado ao profissional de Segurança e Medicina do Trabalho o exercício de outras atividades na empresa, durante o horário de sua atuação nos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho. Nem todas as empresas públicas e privadas estão obrigadas a organizarem SESMT, uma vez que o seu dimensionamento está associado ao grau de risco da empresa, especificado pela atividade principal descrita no Quadro I – Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) e ao número total de empregados do estabelecimento, conforme Quadro II – Dimensionamentodo SESMT, da NR 04. Uma vez estabelecida a obrigatoriedade do SESMT, ficará por conta exclusivo do empregador todo o ônus decorrente da instalação e manutenção desse Serviço, salvo quando a empresa não tenha a obrigatoriedade por lei de constituir SESMT ela poderá dar assistência na área de segurança e medicina do trabalho a seus 6 empregados através de SESMT comuns, organizados pelo sindicato ou associação da categoria econômica correspondente ou pelas próprias empresas interessadas, podendo ainda optar pelo SESMT em instituição oficial ou instituição privada de utilidade pública. O grau de risco é o valor numérico, variável e crescente, que representa a intensidade do risco no estabelecimento de acordo com sua atividade econômica principal descrita pela Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE). O grau de risco varia de 1 a 4. Apesar do dimensionamento do SESMT estar diretamente relacionado ao grau de risco da empresa e ao número total de trabalhadores (Quadro II, da NR 04), algumas situações específicas são abordadas quanto a esse dimensionamento, como é o caso dos canteiros de obra ou frentes de trabalho que, devido ao risco estatisticamente comprovado na atividade da canteiroconstrução civil, requer no mínimo um técnico de segurança residente na obra. (GONÇALVES, 2008) Ainda segundo Gonçalves (2008), Outras situações são abordadas, tais como: empresas com estabelecimentos que, isoladamente, não se enquadram no dimensionamento, mas ao somar- se o número total de trabalhadores passam a se enquadrar; empresas cujo grau de risco da atividade principal é menor que o grau de risco onde mais de 50% dos trabalhadores estão expostos; situações de SESMT centralizado; situações de SESMT comum a diferentes empresas etc. Segundo Gonçalves (2008), algumas dessas situações contempladas na NR4, chamam à atenção para a importância da consulta na íntegra do texto da norma regulamentadora de NR4. Vale observar que os ambientes são potenciais geradores de riscos, e estes aliados aos trabalhadores como seres humanos, podem potencializar-se em situações que por vezes não são vistas ou previstas pelas organizações e seus gestores. Desta forma entender e sempre buscar conhecer mais sobre os ambientes de trabalho mostra-se determinante para programas de Saúde e Segurança no Trabalho eficientes e eficazes 7 1º caso: Canteiro de obra Para fins de dimensionamento, os canteiros de obras e as frentes de trabalho com menos de 1 (um) mil empregados e situados no mesmo estado, território ou Distrito Federal não serão considerados como estabelecimentos, mas como integrantes da empresa de engenharia principal responsável, a quem caberá organizar os Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho. Neste caso, os engenheiros de segurança do trabalho, os médicos do trabalho e os enfermeiros do trabalho poderão ficar centralizados. Para os técnicos de segurança do trabalho e auxiliares de enfermagem do trabalho, o dimensionamento será feito por canteiro de obra ou frente de trabalho, conforme o Quadro II da NR 04. (TAVARES, 2009) 2º caso: SESMT centralizado O SESMT poderá ser centralizado para atender um conjunto de estabelecimentos de uma mesma empresa, desde que a distância entre os estabelecimentos e o SESMT centralizado for menor que 5.000 m. Assim, o dimensionamento será feito considerando o número total de empregados dos estabelecimentos e o grau de risco da empresa, obedecendo ao quadro II da NR 04. (TAVARES, 2009) 3º caso: grau de risco maior que da atividade principal Nesse caso, quando houver mais de 50% do número de empregados exercendo atividade com grau de risco maior que o grau de risco da atividade principal, o SESMT será dimensionado, levando-se em consideração o maior grau de risco e o número total de empregados do estabelecimento, obedecendo ao quadro II da NR 04. (TAVARES, 2009) 4º caso: diferentes enquadramentos de SESMT na mesma empresa Havendo, na empresa, estabelecimento(s) que se enquadre(m) no Quadro II, da NR 04, e outro(s) que não se enquadre(m), pode-se constituir SESMT centralizado, desde que localizados no mesmo estado, território ou Distrito Federal. Considerem-se os graus de riscos: • Para as empresas de grau de risco 1, o dimensionamento dos serviços obedecerá ao Quadro II da NR 04, considerando-se como número de empregados o somatório dos empregados existentes no estabelecimento 8 que possua o maior número destes e a média aritmética do número de empregados dos demais estabelecimentos, devendo todos os profissionais, integrantes dos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho, assim constituídos, cumprirem tempo integral. • Para as empresas de graus de risco 2, 3 e 4, o dimensionamento dos serviços obedecerá ao Quadro II da NR 04, considerando-se como número de empregados o somatório dos empregados de todos os estabelecimentos. (TAVARES, 2009) 5º caso: empresas com estabelecimentos que, isoladamente, não se enquadrem no Quadro II da NR 04 Havendo, na mesma empresa, apenas estabelecimentos que, isoladamente, não se enquadrem no Quadro II da NR 04, os serviços serão feitos através de SESMT’s centralizados em cada estado, território ou Distrito Federal, desde que o total de empregados dos estabelecimentos no estado, território ou Distrito Federal alcance os limites previstos no Quadro II. 1. Quando mais de 50% dos trabalhadores está associado a um grau de risco maior que o da atividade principal, deve-se dimensionar o SESMT, considerando o maior risco. 2. Quanto ao número total de trabalhadores, temos: a) para o grau de risco 1 será o número de trabalhadores do maior estabelecimento mais a média aritmética do número de empregados dos outros estabelecimentos; b) para o grau de risco 2, 3 e 4 considera-se como número de empregados o somatório dos empregados de todos os estabelecimentos. (TAVARES, 2009) 6º caso: empresas com outros serviços de medicina e engenharia As empresas enquadradas no grau de risco 1, obrigadas a constituir Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho e que possuam outros serviços de medicina e engenharia poderão integrar estes serviços com os Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho, constituindo um serviço único de engenharia e medicina, segundo os critérios estabelecidos na NR 04. (TAVARES, 2009) 9 7º caso: SESMT comum, condicionado a prévio ajuste em convenção ou acordo coletivo de trabalho e avaliados semestralmente A empresa que contratar outras empresas para prestar serviços em seu estabelecimento pode constituir SESMT comum para assistência aos empregados das contratadas, sob gestão própria, considerando-se para dimensionamento o somatório dos trabalhadores assistidos e a atividade econômica do estabelecimento da contratante. • As empresas de mesma atividade econômica, localizadas em um mesmo município ou em municípios limítrofes, cujos estabelecimentos se enquadrem no Quadro II, podem constituir SESMT comum, organizado pelo sindicato patronal correspondente ou pelas próprias empresas interessadas. • As empresas que desenvolvem suas atividades em um mesmo pólo industrial ou comercial podem constituir SESMT comum, organizado pelas próprias empresas interessadas. (TAVARES, 2009) 8º caso: empresas em regime sazonal Os Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho das empresas que operem em regime sazonal deverão ser dimensionados, tomando-se por base a média aritmética do número de trabalhadores do ano civil anterior e tendo-se obedecido aos Quadros I e II da NR 04. (TAVARES, 2009) O SESMT deverá ter registro no órgão regional do Ministério do Trabalho, confomeNR4 (BRASIL, 1978), com as seguintes informações: a) nome dos profissionais integrantes dos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho; b) número de registro dos profissionais na Secretaria de Segurança e Medicina do Trabalho do MTb; c) número de empregados da requerente e grau de risco das atividades, por estabelecimento; d) especificação dos turnos de trabalho, por estabelecimento; e) horário de trabalho dos profissionais dos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho. Alguns dos programas sob responsabilidade do SESMT que contribuem de modo direto ou indireto para prevenção de acidentes, promoção da saúde e bem-estar dos 10 empregados no ambiente de trabalho são apresentados nas Normas Regulamentadoras. Por exemplo: Programa de Gerenciamento de Riscos – PGR (NR1), Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO (NR7), Programa de Gerenciamento de Riscos disposto na NR22, Plano de Controle de Emergência – PCE e Plano de Ajuda Mútua – PAM (N29), entre outrros. Destaca-se na NR07 a importância do Atestado de Saúde Ocupacional – ASO, que é um documento de avaliação médica, pelo qual se avalia e constata o estado de saúde do trabalhador, verificando se o mesmo está apto ou não para realizar suas atividades na empresa. É um dos documentos mais essenciais no que se refere à saúde e segurança no trabalho. Deve ser providenciado por todas as organizações que admitam trabalhadores na qualidade de empregado, regidos pela CLT - Consolidação das Leis do Trabalho. É um documento que faz parte do PCMSO, e os exames deverão ser realizados (e o ASO emitido) nas seguintes situações: • Exame admissional • Exame periódico • Exame para retorno ao trabalho • Exame para mudança de função • Exame demissional O perfeito entendimento das funções de cada órgão de Saúde e Segurança no Trabalho, é determinante não só para o perfeito atendimento à legislação vigente, mas também e principalmente para garantia da eficácia destes órgão nos processos e programas de SST. Assim listamos abaixo, segundo a Norma Regulamentadora 04, as atribuições do Serviço Especializado em Saúde e Medicina no Trabalho, comunmente chamado de SESMT: 11 São atribuições do SESMT, descritos na NR04, item 4.12 (BRASIL, 1978): a) aplicar os conhecimentos de engenharia de segurança e de medicina do trabalho ao ambiente de trabalho e a todos os seus componentes, inclusive máquinas e equipamentos, de modo a reduzir até eliminar os riscos ali existentes à saúde do trabalhador; b) determinar, quando esgotados todos os meios conhecidos para a eliminação do risco e este persistir, mesmo reduzido, a utilização, pelo trabalhador, de Equipamentos de Proteção Individual - EPI, de acordo com o que determina a NR 6, desde que a concentração, a intensidade ou característica do agente assim o exija; c) colaborar, quando solicitado, nos projetos e na implantação de novas instalações físicas e tecnológicas da empresa, exercendo a competência disposta na alínea "a"; d) responsabilizar-se tecnicamente, pela orientação quanto ao cumprimento do disposto nas NR aplicáveis às atividades executadas pela empresa e/ou seus estabelecimentos; e) manter permanente relacionamento com a CIPA, valendo-se ao máximo de suas observações, além de apoiá-la, treiná-la e atendê-la, conforme dispõe a NR 5; f) promover a realização de atividades de conscientização, educação e orientação dos trabalhadores para a prevenção de acidentes do trabalho e doenças ocupacionais, tanto através de campanhas quanto de programas de duração permanente; g) esclarecer e conscientizar os empregadores sobre acidentes do trabalho e doenças ocupacionais, estimulando-os em favor da prevenção; h) analisar e registrar em documento(s) específico(s) todos os acidentes ocorridos na empresa ou estabelecimento, com ou sem vítima, e todos os casos de doença ocupacional, descrevendo a história e as características do acidente e/ou da doença ocupacional, os fatores ambientais, as características do agente e as condições do(s) indivíduo(s) portador(es) de doença ocupacional ou acidentado(s); i) registrar mensalmente os dados atualizados de acidentes do trabalho, doenças ocupacionais e agentes de insalubridade, preenchendo, no mínimo, os quesitos descritos nos modelos de mapas constantes nos Quadros III, IV, V e VI, devendo o empregador manter a documentação à disposição da inspeção do trabalho; (Alterado pela Portaria MTE n.º 2.018, de 23 de dezembro de 2014); j) manter os registros de que tratam as alíneas "h" e "i" na sede dos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho ou facilmente alcançáveis a partir da mesma, sendo de livre escolha da empresa o método de arquivamento e recuperação, desde que sejam asseguradas condições de acesso aos registros e entendimento de seu conteúdo, devendo ser guardados somente os mapas anuais dos dados correspondentes às alíneas "h" e "i" por um período não inferior a 5 (cinco) anos; l) as atividades dos profissionais integrantes dos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho são essencialmente prevencionistas, embora não seja vedado o atendimento de emergência, quando se tornar necessário. Entretanto, a elaboração de planos de controle de efeitos de catástrofes, de disponibilidade de meios que visem ao combate a incêndios e ao salvamento e de imediata atenção à vítima deste ou de qualquer outro tipo de acidente estão incluídos em suas atividades. 12 Comissão Interna de Prevenção de Acidentes Diferente do SESMT, que é um departamento organizacional que contém profissionais especialistas em cada função, habilitados (medicina do trabalho, técnico em segurança do trabalho, engenheiro do trabalho, entre outros), a CIPA, ou Comissão Interna de Prevenção de Acidentes, é um departamento formado por “leigos” em Saúde e Segurança do Trabalho, ou seja, empregados de qualquer área da empresa, eleitos pelos empregados ou indicados pela empresa, que durante seu mandato atuarão em conjunto com o SESMT, se houver, em ações na busca da prevenção e/ou correção de situações de risco à saúde e segurança dos trabalhadores. Não ser uma área de especialistas não significa que sua importância é menor, ao contrário, pois os trabalhadores vivem seu dia a dia em suas funções e conhecem situações que podem e devem ser melhoradas no sentido de torna-las mais seguras par aas atividades laborais. A CIPA é considerada como uma das formas mais eficazes de atingir os trabalhadores nas questões de saúde e segurança, pois a mesma é constituída pelos próprios empregados da empresa, eleitos de forma democrática por eles mesmos. O “Cipeiro”, como é chamado o representante da CIPA, tem muitas atribuições, dentre elas, as que compartilham com o SESMT na promoção da segurança e bem estar do trabalhador. (TAVARES, 2009) Dentro desse contexto, é a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), comissão responsável pelas questões de segurança e saúde na empresa, formada por trabalhadores. Essa comissão foi normatizada pela NR 05 e estabelece critérios para seu dimensionamento, obrigações e responsabilidades de seus membros. A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) foi criada com o objetivo de prevenir acidentes e doenças decorrentes do trabalho, de modo a tornar compatível a atividade laboral com a preservação da vida e a promoção da saúde do trabalhador. É composta por representantes do empregador e representantes do empregado em número par de representações, cabendo ao empregador escolher entre seus funcionários de confiança sua representatividade e aos trabalhadores, por processo eleitoral, escolherem seus representantes através de voto secreto. A preocupação de zelar pela prevenção de acidentes edoenças no ambiente 13 de trabalho, fez com que a Organização Internacional do Trabalho (OIT) propusesse às empresas, com mais de 25 funcionários, que organizassem um comitê de segurança para tratar desse assunto. Assim, vários países membros passaram a adotar tal medida, tornando obrigatórios a organização e funcionamento dos comitês. No Brasil, através do Decreto-Lei nº 7.036, de 10 de novembro de 1944, conhecido como Lei de Prevenção de Acidentes, foi fixado o número de 100 ou mais empregados para que as empresas constituíssem seu comitê nas empresas. Em 1953, por meio da Portaria 155, foi oficializada a sigla CIPA – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes. A quinta Norma Regulamentadora foi criada pela Portaria SSMT-MTb n. 8, de 23.2.1999, atualizada pela Portaria SIT-MTE n. 14, de 26.6.2007 do ministério do trabalho e emprego, cujo objetivo é estabelecer parâmetros para a constituição da CIPA em uma empresa, seu dimensionamento, atribuições e responsabilidades. (TAVARES, 2009) A CIPA é uma comissão interna, na empresa, que através da representação dos trabalhadores é parte integrante nas questões de segurança. Pela própria constituição, ressalta-se o valor significativo de contribuição de seus membros, uma vez que os mesmos vivenciam o mundo do trabalho e são capazes de identificar, na medida em que são treinados nas situações de risco na empresa. (TAVARES, 2009) As bases legais da CIPA são encontradas no Art. 7º, XXII, da CF-1988; Art. 10, II, a, do Ato das Disposições Constitucionais Provisórias – ADCP, da CF- 1988; Arts. 163 a 165 da CLT; Súmula TST n. 676 e TST n. 339. As empresas privadas, públicas, sociedades de economia mista, órgãos da administração direta e indireta, instituições beneficentes, associações recreativas, cooperativas, bem como outras instituições que admitam trabalhadores como empregados são obrigados a constituir CIPA por estabelecimento e mantê-la em regular funcionamento. (TAVARES, 2009) A CIPA é composta por representantes do empregador e dos empregados, sendo seu número definido pelo Quadro I – Dimensionamento de CIPA, da NR 05, em função do grau de risco da empresa e o número de empregados da empresa, confome alteração na norrma realizada por Portaria MTP nº 14 422, de 7 de outubro de 2021 (BRASIL, 1978). Os representantes dos empregadores, titulares e suplentes serão designados pelo próprio empregador entre os seus empregados, por sua vez, os representantes dos empregados, titulares e suplentes serão eleitos em escrutínio secreto, do qual participam, independentemente de filiação sindical, exclusivamente os empregados interessados. O mandato dos membros eleitos da CIPA terá a duração de um ano, permitida uma reeleição (TAVARES, 2009). A empresa poderá designar um responsável substituindo a CIPA, quando a mesma não se enquadrar no Quadro I da NR 05, podendo ainda ser adotados mecanismos de participação dos empregados, através de negociação coletiva (TAVARES, 2009). Uma vez composta a CIPA, o empregador designará entre seus representantes o Presidente da CIPA, e os representantes dos empregados escolherão entre os titulares o vice-presidente (TAVARES, 2009). Ainda, para cada reunião ordinária ou extraordinária, os membros da CIPA designarão o secretário responsável por redigir a ata (BRASIL, 1978). Sobre o empregado eleito para cargo de direção da CIPA: É vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa do empregado eleito para cargo de direção da CIPA desde o registro de sua candidatura até um ano após o final de seu mandato. (BRASIL, 1978) O término do contrato de trabalho por prazo determinado não caracteriza dispensa arbitrária ou sem justa causa do empregado eleito para cargo de direção da CIPA. (BRASIL, 1978) É vedada à organização, em relação ao integrante eleito da CIPA: a) a alteração de suas atividades normais na organização que prejudique o exercício de suas atribuições; e b) a transferência para outro estabelecimento, sem a sua anuência, ressalvado o disposto nos parágrafos primeiro e segundo do art. 469 da CLT. (BRASIL, 1978) O empregador, parte integrante desse contexto, deverá garantir que seus indicados tenham a representação necessária, número previsto no Quadro I, da NR 05, para a discussão e encaminhamento das soluções de questões de segurança e saúde no trabalho analisadas na CIPA. Cabe também ao empregador proporcionar aos membros da CIPA os meios necessários ao desempenho de suas atribuições, garantindo tempo suficiente para a realização das tarefas constantes do plano de trabalho e convocar eleições para escolha dos representantes dos empregados, até sessenta dias antes do término do mandato em curso. 15 Os empregados têm como obrigação participar da eleição de seus representantes, assim como deverão colaborar com a sua gestão. Como parte integrante no processo de prevenção de acidentes, os empregados deverão indicar à CIPA, ao SESMT e ao empregador situações de riscos e apresentar sugestões para melhoria das condições de trabalho e observar e aplicar, no ambiente de trabalho, as recomendações quanto à prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho. A CIPA não poderá ter seu número de representantes reduzido, bem como não poderá ser desativada pelo empregador, antes do término do mandato de seus membros, ainda que haja redução do número de empregados da empresa, exceto no caso de encerramento das atividades do estabelecimento. Procurando prevenir acidentes e doenças decorrentes do trabalho, a CIPA tem as seguintes atribuições (BRASIL, 1978): a) acompanhar o processo de identificação de perigos e avaliação de riscos bem como a adoção de medidas de prevenção implementadas pela organização; b) registrar a percepção dos riscos dos trabalhadores, em conformidade com o subitem 1.5.3.3 da NR-01, por meio do mapa de risco ou outra técnica ou ferramenta apropriada à sua escolha, sem ordem de preferência, com assessoria do Serviços Especializados em Segurança e em Medicina do Trabalho - SESMT, onde houver; c) verificar os ambientes e as condições de trabalho visando identificar situações que possam trazer riscos para a segurança e saúde dos trabalhadores; d) elaborar e acompanhar plano de trabalho que possibilite a ação preventiva em segurança e saúde no trabalho; e) participar no desenvolvimento e implementação de programas relacionados à segurança e saúde no trabalho; f) acompanhar a análise dos acidentes e doenças relacionadas ao trabalho, nos termos da NR-1 e propor, quando for o caso, medidas para a solução dos problemas identificados; g) requisitar à organização as informações sobre questões relacionadas à segurança e saúde dos trabalhadores, incluindo as Comunicações de Acidente de Trabalho - CAT emitidas pela organização, resguardados o sigilo médico e as informações pessoais; h) propor ao SESMT, quando houver, ou à organização, a análise das condições ou situações de trabalho nas quais considere haver risco grave e 16 iminente à segurança e saúde dos trabalhadores e, se for o caso, a interrupção das atividades até a adoção das medidas corretivas e de controle; e i) promover, anualmente, em conjunto com o SESMT, onde houver, a Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho - SIPAT, conforme programação definida pela CIPA. A seguir, falaremos sobre as funções de cada participante da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), para que possamos entender e contribuir melhor para os processos de Saúde e Segurança do Trabalho. Ao Presidente da CIPA, são determinadas as seguintes atribuições (BRASIL, 1978): a) convocar os membros para as reuniões; e b) coordenar as reuniões, encaminhando à organização e ao SESMT, quando houver, as decisões da comissão. Ao Vice-Presidente da CIPA, são determinadasas seguintes atribuições (BRASIL, 1978): Cabe ao Vice-Presidente substituir o Presidente nos seus impedimentos eventuais ou nos seus afastamentos temporários. Ao Presidente e Vice-Presidente da CIPA, cabem as seguintes atribuições, em conjunto (BRASIL, 1978): a) coordenar e supervisionar as atividades da CIPA, zelando para que os objetivos propostos sejam alcançados; e b) divulgar as decisões da CIPA a todos os trabalhadores do estabelecimento. O funcionamento da CIPA ocorre da seguinte maneira (BRASIL, 1978): 5.6.1 A CIPA terá reuniões ordinárias mensais, de acordo com o calendário preestabelecido. 5.6.1.1 A critério da CIPA, nas Microempresas - ME e Empresas de Pequeno Porte - EPP, graus de risco 1 e 2, as reuniões poderão ser bimestrais. 5.6.2 As reuniões ordinárias da CIPA serão realizadas na organização, preferencialmente de forma presencial, podendo a participação ocorrer de forma remota. 5.6.2.1 A data e horário das reuniões serão acordados entre os seus membros observando os turnos e as jornadas de trabalho. 5.6.3 As reuniões da CIPA terão atas assinadas pelos presentes. 5.6.3.1 As atas das reuniões devem ser disponibilizadas a todos os integrantes da CIPA, podendo ser por meio eletrônico. 17 5.6.3.2 As deliberações e encaminhamentos das reuniões da CIPA devem ser disponibilizados a todos os empregados em quadro de aviso ou por meio eletrônico. 5.6.4 As reuniões extraordinárias devem ser realizadas quando: a) ocorrer acidente do trabalho grave ou fatal; ou b) houver solicitação de uma das representações. Sobre as Sobre as decisões da Cipa (BRASIL, 1978): Serão preferencialmente por consenso; Não havendo consenso, a CIPA deve regular o procedimento de votação e o pedido de reconsideração da decisão. Quanto à possibilidade de perda de mandato de membo titular da CIPA (BRASIL, 1978): O membro titular perderá o mandato, sendo substituído por suplente, quando faltar a mais de quatro reuniões ordinárias sem justificativa. A vacância definitiva de cargo, ocorrida durante o mandato, será suprida por suplente, obedecida a ordem de colocação decrescente que consta na ata de eleição, devendo os motivos ser registrados em ata de reunião. Caso não existam mais suplentes, durante os primeiros 6 (seis) meses do mandato, a organização deve realizar eleição extraordinária para suprir a vacância, que somente será considerada válida com a participação de, no mínimo, um terço dos trabalhadores. Os prazos da eleição extraordinária serão reduzidos à metade dos prazos previstos no processo eleitoral desta NR. As demais exigências estabelecidas para o processo eleitoral devem ser atendidas. E no caso de afastamento do presidente e vice-presidente (BRASIL, 1978): Para o caso de afastamento definitivo do presidente, o empregador indicará o substituto, em dois dias úteis, preferencialmente entre os membros da CIPA; em se tratando de afastamento definitivo do vice-presidente, os membros titulares da representação dos empregados escolherão o substituto, entre seus titulares, em dois dias úteis. Assim, a CIPA é composta por representantes do empregador e representantes dos empregados, entre pessoas que supostamente não têm noções a respeito das questões de segurança do trabalho, dessa forma se faz necessário o treinamento dos membros da CIPA sobre os assuntos relativos às suas atribuições. Assim, a empresa deverá promover treinamento para os Cipeiros, titulares e suplentes, antes da posse. (TAVARES, 2009) No caso do primeiro mandato, o treinamento será realizado no prazo máximo de trinta dias, contados a partir da data da posse(TAVARES, 2009) 18 Quando o estabelecimento não se enquadrar no Quadro I e não for atendido por SESMT, nos termos da Norma Regulamentadora n° 4 (NR-04), a organização nomeará um representante da organização dentre seus empregados para auxiliar na execução das ações de prevenção em segurança e saúde no trabalho, podendo ser adotados mecanismos de participação dos empregados, por meio de negociação coletiva (BRASIL, 1978). São exigências relativas ao Treinamento (BRASIL, 1978): 5.7.2 O treinamento deve contemplar, no mínimo, os seguintes itens: a) estudo do ambiente, das condições de trabalho, bem como dos riscos originados do processo produtivo; b) noções sobre acidentes e doenças relacionadas ao trabalho decorrentes das condições de trabalho e da exposição aos riscos existentes no estabelecimento e suas medidas de prevenção; c) metodologia de investigação e análise de acidentes e doenças relacionadas ao trabalho; d) princípios gerais de higiene do trabalho e de medidas de prevenção dos riscos; e) noções sobre as legislações trabalhista e previdenciária relativas à segurança e saúde no trabalho; f) noções sobre a inclusão de pessoas com deficiência e reabilitados nos processos de trabalho; e g) organização da CIPA e outros assuntos necessários ao exercício das atribuições da Comissão. 5.7.3 O treinamento realizado há menos de 2 (dois) anos contados da conclusão do curso pode ser aproveitado na mesma organização, observado o estabelecido na NR-1. 5.7.4 O treinamento deve ter carga horária mínima de: a) 8 (oito) horas para estabelecimentos de grau de risco 1; b) 12 (doze) horas para estabelecimentos de grau de risco 2; c) 16 (dezesseis) horas para estabelecimentos de grau de risco 3; e d) 20 (vinte) horas para estabelecimentos de grau de risco. 19 Ainda sobre o treinamento (BRASIL, 1978): 5.7.4.1 A carga horária do treinamento deve ser distribuída em no máximo 8 (oito) horas diárias. 5.7.4.2 Para a modalidade presencial deve ser observada a seguinte carga horária mínima do treinamento: a) 4 (quatro) horas para estabelecimentos de grau de risco 2; e b) 8 (oito) horas para estabelecimentos de grau de risco 3 e 4. 5.7.4.3 A carga horária do treinamento dos estabelecimentos de grau de risco 1 e do representante nomeado da NR-05 podem ser realizadas integralmente na modalidade de ensino a distância ou semipresencial, nos termos da NR-01. 5.7.4.4 O treinamento realizado integralmente na modalidade de ensino a distância deve contemplar os riscos específicos do estabelecimento nos termos do subitem 5.7.2. 5.7.4.5 O integrante do SESMT fica dispensado do treinamento da CIPA. Como falamos em outros momentos, os treinamentos são ferramentas fundamentais para o melhor desenvolvimento das atividades laborais e de saúde e segurança no trabalho, assim há a necessidade de diversos assuntos serem abordados no treinamento, entre eles podemos destacar com maior importância, os quais reforçamos a seguir: a) estudo do ambiente, das condições de trabalho, bem como dos riscos originados do processo produtivo; b) noções sobre acidentes e doenças relacionadas ao trabalho decorrentes das condições de trabalho e da exposição aos riscos existentes no estabelecimento e suas medidas de prevenção; c) metodologia de investigação e análise de acidentes e doenças relacionadas ao trabalho; d) princípios gerais de higiene do trabalho e de medidas de prevenção dos riscos; e) noções sobre as legislações trabalhista e previdenciária relativas à segurança e saúde no trabalho; f) noções sobre a inclusão de pessoas com deficiência e reabilitados nos processos de trabalho; e g) organização da CIPA e outros assuntos necessários ao exercício das 20 atribuições da Comissão. (BRASIL, 1978) Sobre o treinamento a NR5 estabelece, retomamos (BRASIL, 1978): O treinamento realizado há menos de 2 (dois) anos contados da conclusão do curso pode ser aproveitado na mesma organização, observado o estabelecido na NR-1. O treinamento deve ter carga horária mínima de: a) 8 (oito) horas para estabelecimentos de grau de risco 1; b) 12 (doze) horas para estabelecimentos de grau de risco 2; c)16 (dezesseis) horas para estabelecimentos de grau de risco 3; e d) 20 (vinte) horas para estabelecimentos de grau de risco A carga horária do treinamento deve ser distribuída em no máximo 8 (oito) horas diárias. Para a modalidade presencial deve ser observada a seguinte carga horária mínima do treinamento: a) 4 (quatro) horas para estabelecimentos de grau de risco 2; e b) 8 (oito) horas para estabelecimentos de grau de risco 3 e 4. A carga horária do treinamento dos estabelecimentos de grau de risco 1 e do representante nomeado da NR-05 podem ser realizadas integralmente na modalidade de ensino à distância ou semipresencial, nos termos da NR- 01. O treinamento realizado integralmente na modalidade de ensino a distância deve contemplar os riscos específicos do estabelecimento nos termos do subitem 5.7.2. O integrante do SESMT fica dispensado do treinamento da CIPA. Sobre o processo eleitoral da Cipa, a NR5 determina (BRASIL, 1978): Compete ao empregador convocar eleições para escolha dos representantes dos empregados na CIPA, no prazo mínimo de 60 (sessenta) dias antes do término do mandato em curso. A organização deve comunicar, com antecedência, podendo ser por meio eletrônico, com confirmação de entrega, o início do processo eleitoral ao sindicato da categoria preponderante. O Presidente e o Vice-Presidente da CIPA constituirão dentre seus membros a comissão eleitoral, que será a responsável pela organização e acompanhamento do processo eleitoral. Nos estabelecimentos onde não houver CIPA, a comissão eleitoral será constituída pela organização. 21 O processo eleitoral deve observar as seguintes condições: a) publicação e divulgação de edital de convocação da eleição e abertura de prazos para inscrição de candidatos, em locais de fácil acesso e visualização, podendo ser em meio físico ou eletrônico; b) inscrição e eleição individual, sendo que o período mínimo para inscrição será de 15 (quinze) dias corridos; c) liberdade de inscrição para todos os empregados do estabelecimento, independentemente de setores ou locais de trabalho, com fornecimento de comprovante em meio físico ou eletrônico; d) garantia de emprego até a eleição para todos os empregados inscritos; e) publicação e divulgação da relação dos empregados inscritos, em locais de fácil acesso e visualização, podendo ser em meio físico ou eletrônico; f) realização da eleição no prazo mínimo de 30 (trinta) dias antes do término do mandato da CIPA, quando houver; g) realização de eleição em dia normal de trabalho, respeitando os horários de turnos e em horário que possibilite a participação da maioria dos empregados do estabelecimento; h) voto secreto; i) apuração dos votos, em horário normal de trabalho, com acompanhamento de representante da organização e dos empregados, em número a ser definido pela comissão eleitoral, facultado o acompanhamento dos candidatos; e j) organização da eleição por meio de processo que garanta tanto a segurança do sistema como a confidencialidade e a precisão do registro dos votos. Havendo participação inferior a cinquenta por cento dos empregados na votação, não haverá a apuração dos votos e a comissão eleitoral deverá prorrogar o período de votação para o dia subsequente, computando-se os votos já registrados no dia anterior, a qual será considerada válida com a participação de, no mínimo, um terço dos empregados. Constatada a participação inferior a um terço dos empregados no segundo dia de votação, não haverá a apuração dos votos e a comissão eleitoral deverá prorrogar o período de votação para o dia subsequente, computando-se os votos já registrados nos dias anteriores, a qual será considerada válida com a participação de qualquer número de empregados. A prorrogação referida nos subitens 5.5.4 e 5.5.4.1 deve ser comunicada ao sindicato da categoria profissional preponderante. As denúncias sobre o processo eleitoral deverão ser protocolizadas na 22 unidade descentralizada de inspeção do trabalho, até 30 (trinta) dias após a data da divulgação do resultado da eleição da CIPA. Compete à autoridade máxima regional em matéria de inspeção do trabalho, confirmadas irregularidades no processo eleitoral, determinar a sua correção ou proceder a anulação quando for o caso. Em caso de anulação somente da votação, a organização convocará nova votação no prazo de 10 (dez) dias, a contar da data de ciência, garantidas as inscrições anteriores. Nos demais casos, a decisão da autoridade máxima regional em matéria de inspeção do trabalho determinará os atos atingidos, as providências, e os prazos a serem adotados, atendidos os prazos previstos nesta NR. Quando a anulação se der antes da posse dos membros da CIPA, ficará assegurada a prorrogação do mandato anterior, quando houver, até a complementação do processo eleitoral. Assumirão a condição de membros titulares e suplentes os candidatos mais votados. Em caso de empate, assumirá aquele que tiver maior tempo de serviço no estabelecimento. Os candidatos votados e não eleitos serão relacionados na ata de eleição e apuração, em ordem decrescente de votos, possibilitando nomeação posterior, em caso de vacância de suplentes. Considerações Finais Nesta apostila, estudamos SESMT e CIPA, suas funções e importâncias na preservação da saúde e segurança do Trabalhador Brasileiro. Verificamos ainda que além dos principais objetivos, saúde e segurança do trabalhador, tais órgãos também têm fundamental importância na competitividade das organizações, visto que acidentes de trabalho e doenças profissionais desestruturam empresas e comprometem fortemente a produtividade, desta forma, a eficiência e eficácia de tais áreas evita acidentes e consequentemente tem papel muito importante no desenvolvimento das organizações. Além do cumprimento da legislação de saúde e segurança, a ação do SESMT e CIPA preserva, promove e protege a saúde e integridade do trabalhador, apresentando efeitos positivos como a redução de custos relacionados aos acidentes do trabalho e doenças ocupacionais, à produtividade da organização, sua manutenção no mercado e sua imagem junto à sociedade. 23 Bons estudos. Abraços. Referências BRASIL. Constituição (1978). Portaria nº 3.214, de 08 de junho de 1978. Aprova as Normas Regulamentadoras — NR — do Capítulo V, Título II, da Consolidação das Leis do Trabalho, relativas a Segurança e Medicina do Trabalho. D.O.U. 1. ed. Brasília: Imprensa Nacional, 06 jul. 1978. Disponível em: https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt- br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-saude- no-trabalho/normas-regulamentadoras/nr-01-atualizada-2020.pdf. Acesso em: 20 dez.2021 BRASIL. Constituição (1978). Portaria nº 3.214, de 8 de junho de 1978. Aprova as Normas Regulamentadoras — NR — do Capítulo V, Título II, da Consolidação das Leis do Trabalho, relativas à Segurança e Medicina do Trabalho. D.O.U. 1. ed. Brasília: Imprensa Nacional, 6 jul. 1978. Disponível em: https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt- br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-saude- no-trabalho/normas-regulamentadoras/nr-04.pdf. Acesso em: 20 dez.2021 BRASIL. Constituição (1978). Portaria nº 3.214, de 8 de junho de 1978. Aprova as Normas Regulamentadoras — NR — do Capítulo V, Título II, da Consolidação das Leis do Trabalho, relativas à Segurança e Medicina do Trabalho. D.O.U. 1. ed. Brasília: Imprensa Nacional, 6 jul. 1978. Disponível em: https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt- br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-saude- no-trabalho/normas-regulamentadoras/nr-06.pdf. Acesso em: 20 dez.2021 BRASIL. Constituição (1978). Portaria nº 3.214, de 8 de junho de 1978. Aprova as Normas Regulamentadoras— NR — do Capítulo V, Título II, da Consolidação das Leis do Trabalho, relativas a Segurança e Medicina do Trabalho. D.O.U. 1. ed. Brasília: Imprensa Nacional, 6 jul. 1978. Disponível em: https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt- br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-saude- no-trabalho/normas-regulamentadoras/nr-05-atualizada-2021.pdf. Acesso em: 29 dez.2021 BRASIL. Secretaria de Trabalho. Ministério do Trabalho e Previdência. Normas 24 Regulamentadoras — NR. 2021. Disponível em: https://www.gov.br/trabalho-e- previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de- trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/ctpp-nrs/normas- regulamentadoras-nrs. Acesso em: 21 dez. 2021 BRASIL. Decreto-lei nº 7.036, de 10 de novembro de 1944. Disponível em: <http:// www010.dataprev.gov.br/sislex/paginas/24/1944/7036.htm>. Acesso em: 28 nov. 2018. BRASIL. Lei n. 7.410, de 27 de novembro de 1985. Dispõe sobre a Especialização de Engenheiros e Arquitetos em Engenharia de Segurança do Trabalho, a Profissão de Técnico de Segurança do Trabalho e dá outras Providências. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/LT410>. Acesso em: 28 nov. 2018. COMISSÃO NACIONAL DE CLASSIFICAÇÃO – CNAE. Consulta online da Classificação Nacional de Atividades Econômicas. Acesso em: 2 set. 2009. GONÇALVES, E. A. Manual de segurança e saúde no trabalho. São Paulo: LTr, 2008. MORE, L. F. A CIPA analisada sob a ótica da ergonomia e da organização do trabalho: proposta de criação da comissão de estudos do trabalho – CET. Florianópolis, 1997. Disponível em: <https://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/158134>. Acesso em: 28 nov. 2018. TAVARES, C. R. G. Curso técnico de segurança do trabalho. Segurança do trabalho 1. Equipe SEDIS, UFRN, out. 2009. Disponível em: <http://redeetec.mec.gov.br/images/stories/pdf/eixo_amb_saude_seguranca/tec_seg uranca/seg_trabalho/291012_seg_trab_a08.pdf>. Acesso em: 28 nov. 2018. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/LT410 http://redeetec.mec.gov.br/images/stories/pdf/eixo_amb_saude_seguranca/tec_seg
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