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O termo toracocentese refere-se à punção torácica com o objetivo de abordar a cavidade pleural. Punção com agulha fina do espaço pleural, transparietal, para retirada de líquido desse espaço INDICAÇÕES • Diagnóstico o Análise do líquido para elucidação diagnóstica • Terapêutico o Alívio sintomático e melhora da mecânica ventilatória CONTRAINDICAÇÕES • Absolutas • Relativas o Distúrbios de coagulação o Lesões cutâneas o Derrame <10ml o Ventilação mecânica com pressão positiva expiratória final (PEEP) elevada ANATOMIA TOPOGRÁFICA TÉCNICA • O procedimento pode ser feito tanto no centro cirúrgico como à beira do leito, sendo necessária anestesia apenas no local a ser abordado. • Posicionamento adequado o O ideal é que o paciente esteja sentado, ligeiramente inclinado para a frente e apoiado, para abordagem da face posterior do hemitórax acometido. o O ponto desejado localiza-se abaixo da ponta da escápula, aproximadamente ao nível do 10º espaço intercostal, por ser o ponto mais baixo. o Os pacientes que estão em UTI ou impossibilitados de sentar, a toracocentese deve ser realizada com o paciente em decúbito dorsal, cabeceira da cama elevada e abordagem ao nível do 7º espaço intercostal, entre a linha axilar média e a posterior • Determinar o nível do derrame pela percussão ou pelo raio X. o O nível é determinado durante a percussão pelo ponto no qual o tom ressonante da percussão dos pulmões se torna um tom de percussão abafado dos líquidos nos pulmões expandidos normalmente. • O local de inserção da agulha deve ser um espaço intercostal abaixo do nível do derrame, na porção superior da costela e na metade da distância entre a linha axilar posterior e os músculos paraespinais. • Antissepsia • Anestesia local no bordo superior da costela inferior (lembrar da localização do feixe) • Punção com jelco e aspiração contínua o O caminho da agulha é um trajeto em Z. Na remoção da agulha no trajeto em Z, a posição natural dos tecidos tende a reduzir as chances de vazamento de líquido. • Retorno positivo de líquido pleural, instalado equipo de 3 vias e coletado material para análise ou equipo com bolsa coletora • Cuidado com retiradas superiores a 1000ml TORACOCENTESE POR PNEUMOTÓRAX HIPERTENSIVO • Temporário - 2° espaço intercostal linha hemiclavicular • Definitivo - 5º espaço intercostal hemiaxilar anterior • Caráter emergencial • Medida salvadora COMPLICAÇÕES • Dor torácica progressiva à saída de liquido • Tosse intensa • Dispnéia • Sensação de aperto no hemitórax • Naúseas e tontura, em alguns casos • Pneumotórax – identificado na radiografia de controle pode representar lesão do parênquima pulmonar pela agulha, durante a punção • Hemotórax – em decorrência de discrasia sanguínea ou lesão da artéria intercostal. Procedimento de alivio emergência ao tamponamento cardíaco Trata-se de um método diagnóstico e terapêutico Acúmulo de líquido no pericárdio dificultando/impedindo contratilidade cardíaca INDICAÇÕES Pacientes que não respondem a medidas habituais de reanimação do choque hipovolêmico e apresentam sinais potenciais de tamponamento cardíaco: • TRÍADE DE BECK: o Abafamento das bulhas cardíacas o Elevação da pressão venosa central: distensão das veias jugulares o Aumento da silhueta cardíaca no RX o Hipotensão • Pulso paradoxal: redução > 10 mmHg da pressão sistólica que ocorre durante a inspiração espontânea • Atividade elétrica sem pulso na ausência de hipovolemia e de pneumotórax. CONTRAINDICAÇÕES • Relativas o Derrame pericárdico traumático + instabilidade hemodinâmica o Rotura miocárdica o Dissecção aórtica o Discrasia sanguínea • Absolutas - Não há contraindicações absolutas ao emprego de pericardiocentese como recurso terapêutico para alívio do tamponamento cardíaco FATORES DE RISCO • Doenças metastáticas • Radiação mediastinal • Doença renal grave • Tuberculose • Trauma torácico • Cirurgia cardíaca recente MATERIAL • Carrinho de parada com medicações para RCP • Monitorização hemodinâmica • Campos estéreis • Jelco • Seringa • Luvas estéreis • Usg à beira do leito** TÉCNICA • Posicionamento: decúbito dorsal com elevação do dorso de 30-45º • Antissepsia • Anestesia local (quando possível) • Campos estéreis • Punção com agulha de raquianestesia com guia, subxifóidea com angulação de 45º em direção ao ombro esquerdo • Acompanhar ritmo em monitorização cardíaca (atentar para elevação do segmento ST • Aspirado conteúdo até estabilização e ausência de retorno • Alto índice de morbi-mortalidade no procedimento “às cegas”, quando comparado ao guiado CUIDADOS APÓS O PROCEDIMENTO • USG para visualizar diminuição do fluido e atividade cardíaca • RX de tórax (risco de pneumotórax ou derrame pleural) • Manter o cateter pérvio, irrigando-o assepticamente com 2 a 4 mℓ de solução fisiológica heparinizada a cada 2 h • Monitorar frequência cardíaca, pressão arterial, pressão venosa central, frequência respiratória e eletrocardiograma. • Ficar atento ao pulso paradoxal • Se persistirem sinais de tamponamento, abrir a torneira e aspirar o saco pericárdico novamente COMPLICAÇÕES • Arritmias • Perfuração miocárdica • Pneumotórax • Lesão coronariana • Perfuração peritoneal • Lesão hepática/gástrica • Lesão diafragmática
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