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― ― INTRODUÇÃO ✓ Menos de 10% dos traumatismos fechados e somente 15 a 3-0% das lesões penetrantes precisam de cirurgia. ✓ Lesões iatrogênicas são comuns: hemotórax ou pneumotórax na inserção de um cateter central ou lesões esofágicas durante endoscopia. ✓ Trauma torácico = o Hipóxia: oferta inadequada de O2 pela hipovolemia, por alteração da relação ventilação/perfusão pulmonar (contusão, hematoma, colapso alveolar), alterações nas relações pressóricas intratorácicas (pneumotórax hipertensivo, pneumotórax aberto). o Hipercapnia: consequência de acidose respiratória decorrente de ventilação inadequada devido às alterações nas relações pressóricas intratorácicas e de rebaixamento no nível de consciência. o Acidose: causada pela hipoperfusão dos tecidos. ✓ A avaliação inicial do tórax consiste em: avaliação primária, normalização dos sinais vitais, avaliação secundária pormenorizada e tratamento definitivo. ✓ Devem ser tomadas medidas precoces para evitar ou corrigir a hipóxia (é a característica mais grave da lesão torácica). ✓ A maioria das lesões com risco à vida é tratada pela permeabilização da via aérea ou por inserção apropriada de um dreno ou agulha. AVALIAÇÃO PRIMÁRIA ✓ Via aérea -> ventilação -> circulação ✓ Problemas críticos devem ser corrigidos assim que encontrados. ✓ Avalia lesões com risco iminente à vida que são mais “óbvias” ao exame físico. ✓ : o Avaliar permeabilidade da via aérea e troca de ar: ouvir os movimentos do ar no nível do nariz, boca e campos pulmonares; inspecionar a orofaringe em busca de corpos estranhos; observar as contrações musculares intercostais e supraclaviculares. o Trauma de laringe pode levar a obstrução aguda da via aérea. o Lesões traumáticas na parte superior do tórax: criam defeito palpável na região da articulação esternoclavicular com luxação posterior da cabeça da clavícula = obstrução da via aérea superior. É reconhecida observando-se estridor ou modificação acentuada na qualidade da voz. Tratamento: redução da lesão com extensão dos ombros ou pinçamento da clavícula com pinças de campo de Backhaus e redução manual da fratura a qual torna-se estável quando o doente permanece na posição supina. ✓ : o Expor tórax e pescoço completamente – abertura TEMPORÁRIA do colar cervical em doentes com trauma fechado – manter a imobilização segurando a cabeça. o Inspeção, palpação e ausculta. o Evidências de lesões ou hipóxia: aumento da FR, mudança no padrão dos movimentos da caixa torácica – movimentos cada vez mais superficiais. o Cianose: sinal tardio de hipóxia. Sua ausência não quer dizer que não tenha hipóxia. o Principais lesões que afetam a ventilação: pneumotórax hipertensivo, pneumotórax aberto, tórax instável (retalho costal móvel) com contusão pulmonar e hemotórax maciço. o Após a intubação, uma das causas comuns de perda do murmúrio vesicular no hemotórax esquerdo é a intubação do brônquio principal direito. Durante a reavaliação, deve certificar-se da posição do tubo endotraqueal antes de assumir que a alteração no exame físico seja resultante de pneumotórax ou hemotórax. ✓ PNEUMOTÓRAX HIPERTENSIVO: o Ocorre quando há vazamento de ar tanto do pulmão quanto da parede torácica para o espaço pleural. O ar entra na cavidade pleural sem ter como sair o colapsa o pulmão. o Mediastino é deslocado para o lado oposto o que diminui retorno venoso e e comprimi o pulmão contralateral. o Choque obstrutivo: ocorre devido ao retorno venoso falho que diminui débito cardíaco. o Causa mais comum: ventilação mecânica com pressão positiva em doentes com lesão da pleura visceral. o Pode ocorrer devido a: complicação de um pneumotórax simples; lesões traumáticas da parede torácica; fraturas com grande desvio da coluna torácica. o SINAIS E SINTOMAS: dor torácica, dispneia importante, desconforto respiratório, taquicardia, hipotensão, desvio da traqueia para o lado contrário da lesão, ausência unilateral de murmúrio vesicular, elevação do hemitórax sem movimento respiratório, distensão das veias do pescoço, cianose com manifestação tardia. o DIAGNÓSTICO: clínico e reflete ar sob pressão no espaço pleural. o Diferença de pneumotórax hipertensivo e tamponamento cardíaco: no pneumotórax hipertensivo há timpanismo na percussão, desvio da traqueia e ausência de murmúrio vesicular no hemitórax afetado. o Exige descompressão imediata – inserir agulha de grosso calibre no segundo espaço intercostal na linha medioclavicular do hemitórax afetado. o TRATAMENTO DEFINITIVO: inserção de dreno torácico no quinto espaço intercostal – nível do mamilo – imediatamente anterior à linha axilar média. ✓ PNEUMOTÓRAX ABERTO – FERIDA TORÁCICA ASPIRATIVA o Ferimentos da parede torácica que permanece abertos. o O ar tende a passar pelo local de menor resistência -> se a abertura é de 2/3 do diâmetro da traqueia ou maior, o ar passa preferencialmente pela lesão da parede. o Ventilação prejudicada = hipóxia e hipercapnia. o TRATAMENTO INICIAL: fechamento imediato das lesões com curativo estéril e grande o suficiente para cobrir todo o ferimento e deve ser fixado em 3 dos seus lados para imitar uma válvula unidirecional. Na inspiração o curativo bloqueia a entrada de ar e na expiração o lado que não está fixado permite o escpe de ar. o Deve ser inserido um dreno de tórax longe do ferimento. o O ferimento deve ser fechado definitivamente por procedimento cirúrgico. ✓ TÓRAX INSTÁVEL – RETALHO COSTAL MÓVEL – E CONTUSÃO PULMONAR o Ocorre quando um segmento da parede torácica não tem mais continuidade óssea com a caixa torácica. o Resulta em grave prejuízo dos movimentos normais da parede torácica. o Geralmente há lesão pulmonar subjacente a qual se for grande pode levar a hipóxia grave – o que contribui para a hipóxia é a dor associada à restrição dos movimentos ventilatórios e lesão do parênquima pulmonar. o Sinais: respiração dificultosa, movimento do tórax assimétrico e descoordenado, palpação de movimentos respiratórios anormais e crepitações. o MEDIDAS TERAPÊUTICAS INICIAIS: correção da hipoventilação, administração de oxigênio umidificado e reposição volêmica. o TERAPIA DEFINITIVA: garantir melhor oxigenação possível, administração de líquidos com cautela, analgesia para melhorar a ventilação – pode-se usar bloqueio intermitente do nervo intercostal e anestesia intra/extrapleural ou peridural. o A intubação pode ser eficaz para evitar hipóxia – avaliar FR, pressão parcial de o2 arterial e estimativa do trabalho respiratório. ✓ HEMOTÓRAX MACIÇO o Acúmulo de sangue e líquidos em hemitórax pode comprimir o pulmão e limitar a ventilação normal. o Pode levar a: hipotensão e choque. o Na percussão há macicez. ✓ : o Pulso: qualidade, frequência e regularidade. o Aferir pressão de pulso e pressão sanguínea e avaliar circulação periférica pela coloração e temperatura da pele. o Avaliar distensão das veias do pescoço (não vão estar distendias se hipovolemia, tamponamento cardíaco, pneumotórax hipertensivo, lesão traumática do diafragma). o Monitor cardíaco e oxímetro de pulso. o Lesões mais críticas à circulação: pneumotórax hipertensivo, hemotórax maciço e tamponamento cardíaco. ✓ HEMOTÓRAX MACIÇO o Rápido acúmulo de 1.5L de sangue ou 1/3 ou mais do volume de sangue do doente na cavidade torácica. o Causado mais comumente por ferimentos penetrantes que dilaceram os vasos sistêmicos ou hilares mas pode ser causado também por trauma contuso. o As veias do pescoço podem estar colabadas ou distendidas. o Diagnosticado pela associação de choque com ausência de murmúrio vesicular e/ou macicez à percussão. o Tratamento inicial: reposição de volume sanguíneo (cristaloide e assim que possível sangue tipo- específico) e descompressão da cavidade torácica. O sangue removidodeve ser coletado para a auto-transfusão. o TORACOTOMIA: se o volume drenado imediatamente for de 1,5L provavelmente deverá ser feita uma toracotomia de urgência; necessidade persistente de transfusões; ferimentos torácicos penetrantes anteriores e mediais à linha dos mamilos ou posteriores e mediais às escápulas. TORACOTOMIA SÓ É INDICADA SE TIVER CIRURGIÃO QUALIFICADO. ✓ TAMPONAMENTO CARDÍACO o Resulta geralmente de ferimentos penetrantes. o Identificado pela presença da TRÍADE DE BECK: elevação da pressão venosa, diminuição da pressão arterial e abafamento das bulhas cardíacas. o O pneumotórax hipertensivo à esquerda pode simular o tamponamento. o Pode ter sinal de Kussmaul. o A AESP pode sugerir tamponamento cardíaco. o Métodos diagnósticos adicionais: ECG, FAST, janela pericárdica. o Diagnóstico e evacuação imediata de sangue coletado no saco pericárdico se doente não responde às medidas habituais de reanimação para choque hemorrágico e se suspeita de tamponamento. o Intervenção cirúrgica para aliviar o tamponamento. Se não for possível: pericardiocentese como tratamento temporário. ✓ o A indicação é o paciente em AESP com trauma perfurante. o Faz-se a incisão no 5º espaço intercostal esquerdo e divulsiona os tecidos com o afastador “finoqueto” do 4º ao 6º espaço intercostal. o Incisão de divulsão -> clampeia a aorta descendente -> drena o sangue na cavidade pericárdica -> sonda foley com baloente inflado no ferimento -> desclampeia a aorta -> massagem cardíaca. o A aorta deve ser clamapeada para o sangue continuar chegando nas coronárias. o A sonda foley com balonete inflado serve para obstruir o ferimento cardíaco. o A restauração volêmica deve ser mantida e deve-se proceder com intubação endotraqueal e ventilação mecânica. o Doentes com trauma FECHADO sem pulso, mas com atividade elétrica miocárdica não são candidatos à toracotomia de reanimação. o Manobras que podem ser feitas durante a toraco de reanimação: Evacuação de sangue contido no saco pericárdico e que está causando tamponamento; Controle direto da hemorragia intratorácica exsanguinante; Massagem cardíaca aberta; Clampeamento da aorta descendente para reduzir as perdas sanguíneas abaixo do diafragma e para aumentar a perfusão do cérebro e do coração. AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA ✓ Inclui: o Exame físico adicional mais detalhado; o RX de tórax anteroposterior – analisar expansão pulmonar, derrame pleural, alargamento do mediastino, desvio da linha média ou perda de detalhe anatômico, fraturas de arco costal; o Gasometria arterial; o Monitoração da oximetria de pulso; o Eletrocardiograma. ✓ Avalia lesões letais, que não são óbvias ao exame físico e o diagnóstico requer exames complementares. ✓ : ✓ Pneumotórax simples o Entrada de ar no espaço virtual entre a pleura visceral e parietal. o Causa mais comum após trauma FECHADO; laceração pulmonar com vazamento de ar. o Há colabamento do pulmão que resulta em alteração na ventilação/perfusão. o Murmúrio vesicular está diminuído no lado afetado. o Percussão no lado afetado: hipertimpanismo. o Tratamento: inserção de um dreno de tórax no quarto ou quinto espaço intercostal anteriormente à linha axilar média. o Após inserção do dreno deve-se fazer RX de tórax para confirmar a reexpansão pulmonar. o Os doentes que apresentam pneumotórax traumático ou que tenham risco de desenvolver um pneumotórax hipertensivo no transoperatório, não devem ser submetidos a anestesia geral ou a ventilação com pressão positiva até que tenham seu tórax drenado. o Pode evoluir para hipertensivo quando o diagnóstico não é feito desde o início e o doente é submetido a ventilação com pressão positiva. ✓ Hemotórax o Causa mais comum: laceração pulmonar ou ruptura de vaso intercostal ou artéria mamária interna por trauma penetrante ou fechado. o A drenagem deve ser feita com dreno grosso – 36 ou 40 french – que remove o sangue, diminui o risco de formação dos coágulos e serve como método de monitorização. o A exploração cirúrgica deve ser considerada sempre que a drenagem inicial for igual a 1,5L de sangue, se tiver drenagem de mais de 200 ml/hr durante 2 a 4 horas ou quando a transfusão de sangue for contínua. ✓ CONTUSÃO PULMONAR o É a lesão torácica mais comum em adultos portadores de fraturas de arcos costais. o Se PaO2 < 65, Sat. O2 < 90% e PCO2 > 45: intubação e ventilação já na primeira hora após lesão. o Sempre monitorar oximetria de pulso, gasometria arterial, monitoração eletrocardiográfica e equipamento apropriado para ventilação. o Paciente deve ficar em UTI. o O padrão ouro de imagem é TC. o Não consiste em indicação de toracotomia. ✓ LESÕES DA ÁRVORE TRAQUEOBRÔNQUICA o No trauma fechado, a maioria ocorre perto da carina. o Mortalidade é elevada. o Se suspeita: solicitar avaliação de um cirurgião. o Apresenta-se com hemoptise, enfisema subcutâneo ou pneumotórax. o Confirmação de diagnóstico: broncoscopia. o Expansão pulmonar incompleta após drenagem sugere lesão da árvore e pode ser necessária a colocação de mais de um dreno torácico. o Considerar intubação seletiva do brônquio-fonte do pulmão oposto. ✓ CONTUSÃO CARDÍACA o Ruptura da câmara cardíaca: tamponamento cardíaco. o FAST precoce pode facilitar o diagnóstico. o Diagnóstico definitivo: inspeção direta do miocárdio. o Sequelas importantes: hipotensão, arritmias e/ou anormalidades da motilidade da parede miocárdica vista na ecocardiografia. o Achados ECG mais comuns: extrassístoles ventriculares múltiplas, taquicardia sinusal inexplicada, fibrilação atrial, bloqueio de ramo e alterações no segmento ST. o Elevação da pressão venosa central, na ausência de uma causa óbvia, pode indicar disfunção ventricular direita secundária à contusão. o Contusão iocárdica diagnosticada por meio de anormalidades da condução apresenta risco de desenvolver arritmias súbitas e devem ser monitorados nas primeiras 24hrs após o trauma. ✓ RUPTURA TRAUMÁTICA DE AORTA o Causa comum de morte súbita após colisões de veículos ou quedas de grande altura. o Doentes potencialmente tratáveis costumam ter ruptura incompleta perto do ligamento arterioso da aorta. o Manutenção da integridade da camada adventícia ou o hematoma mediastinal contido previnem a exsanguinação e a morte imediata. o Característica encontrada em todos os sobreviventes é um hematoma restrito ao mediastino. o Hipotensão persistente ou recorrente geralmente é devida a sangramento não identificado em outro local que não a aorta. o Achados radiológicos: o TC helicoidal do tórax é um método acurado para triagem de pctes com suspeita de lesão aórtica. o Se resultados equivocados: aortografia. o Ecocardiografia transesofágica também pode ser útil. o Tto: sutura primária da aorta ou ressecção da área traumatizada seguida pela interposição de um enxerto. ✓ RUPTURA TRAUMÁTICA DE AORTA o Trauma contuso produz rupturas radiais grandes que levam à herniação. o Trauma penetrante produz pequenas perfurações que levam algum tempo para resultar em hérnias diafragmáticas. o Do lado direito pode ser que o único achado seja elevação do diafragma no RX. o Se a suspeita for do lado esquerdo deve-se passar uma sonda que se visualizada no RX não precisa de estudo contrastado. o A saída de líquido pelo dreno de tórax usado na lavagem peritoneal também confirma diagnóstico. o Tratamento: sutura primária. ✓ RUPTURA ESOFÁGICA POR TRAUMA FECHADO o Causada por expulsão forçada do conteúdo gástrico para o esôfago decorrente de golpe forte no abdome superior – produção de lacerações lineares no esôfago inferior permitindo escape para o mediastino -> a mediastinite e a ruptura para o espaço pleural causam empiema. o Clínica: dor retroesternal excruciante. Tosse, dispneiae dor pleurítica. o Considerar possível lesão esofágica em todo doente com pneumo/hemotórax à esquerda sem fraturas de arcos costais, foi vítima de golpe em região esternal inferior ou epigástrio, apresenta dor ou choque fora de proporção com a lesão e elimina material suspeito através do dreno de tórax quando o sangue começa a clarear. o Ar no mediastino sugere diagnóstico. o Confirmado por estudos contrastados e/ou esofagocospia. o Tratamento: ampla drenagem do espaço pleural e do mediastino com sutura primária da lesão através de toracotomia. ✓ Ç ✓ ENFISEMA SUBCUTÂNEO o É a presença de ar em tecidos sob a pele. o Pode ser resultado de lesão de via aérea, lesão pulmonar ou explosão. o Se for preciso ventilação com pressão positiva – considerar drenagem de tórax do mesmo lado do enfisema pela possibilidade de ocorrer pneumotórax hipertensivo. ✓ ESMAGAMENTO TORÁCICO / ASFIXIA TRAUMÁTICA o Pletora em tronco, face e membros superiores; petéquias secundárias à compressão aguda e transitória da veia cava superior; edema maciço. Edema cerebral. o Deve-se tratar lesões subjacentes. ✓ FRATURAS DE ARCOS COSTAIS, ESTERNO E ESCÁPULA o Lesões de arcos costais resultam em dor que resulta em restrição dos movimentos respiratórios prejudicando a ventilação, oxigenação e provocando tosse. o Fraturas de escápula e do primeiro e segundo arco costal ou esterno sugerem lesão traumática de magnitude tal a colocar em risco outros segmentos como: cabeça, medula espinhal, pulmões e grandes vasos. o Fraturas de esterno e escápulas resultam geralmente de impacto direreto. o Lesão de esterno podem ser acompanhadas de contusão pulmonar e lesão cardíaca contusa. o Lesões esternais ou escapulares precisam de correção cirúrgica. o Arcos costais intermediários – 4 a 9 – geralmente são lesados por traumas fechados. Geralmente lesão na porção média. Fraturas múltiplas de arcos em doentes jovens querem dizer força de impacto muito maior do que paciente idoso. o Fratura de arco costal: dor localizada, agravamento da dor à palpação e crepitação. Deformidade visível sugere a fratura e RX deve ser solicitada para descartar outra lesão. Alívio da dor – bloqueio intercostal, narcóticos sistêmicos e anestesia local ou regional. Este procedimento é apropriado para doentes críticos, cujas condições respiratórias estão em rápida deterioração, pela presença de um pneumotórax hipertensivo com risco à vida. O índice de sucesso deste procedimento na presença de um pneumotórax hipertensivo é de 50 a 75%, dependendo do comprimento da agulha ou cateter, da espessura da parede torácica e do acotovelamento do cateter. Se este procedimento for empregado num doente sem pneumotórax hipertensivo, pode ocorrer pneumotórax e/ou dano pulmonar. 1. Avaliar o tórax e as condições respiratórias do doente. 2. Administrar altas concentrações de 0 2 e 2 instalar um ventilador se necessário. 3. Identificar o segundo espaço intercostal na linha médio-clavicular no lado do pneumotórax. 4. Preparar o tórax para uma cirurgia. 5. Anestesiar localmente a área se o doente estiver consciente e se o tempo permitir. 6. Posicionar o doente se uma lesão de coluna cervical for excluída. 7. Manter o Luer-Lok na porção distal do cateter, inserir um cateter sobre agulha em de comprimento) através da pele e direcionar a agulha justa superiormente à costela para dentro do espaço intercostal. ETAPA 1 . Determinar o local da drenagem Usualmente no nível do mamilo (5º espaço intercostal) imediatamente anterior à linha axilar média do lado afetado. Em caso de hemotórax, pode ser usado um segundo dreno torácico. ETAPA 2. Preparar cirurgicamente o tórax no local predeterminado para a inserção do dreno e cobrir com os campos cirúrgicos. ETAPA 3. Anestesiar localmente a pele e o periósteo do arco costal. ETAPA 4. Fazer uma incisão transversa (horizontal) de 2 a 3 em, no local predeterminado, e dissecar de forma romba as partes moles junto à borda superior do arco costal. ETAPA 5. Perfurar a pleura parietal com a ponta de uma pinça hemostática e introduzir o dedo enluvado na incisão para evitar lesões de outros órgãos e para remover aderências, coágulos, etc. Quando o tubo estiver no local adequado, remover o clampe do tubo. ETAPA 6. Pinçar a extremidade proximal do dreno de toracostomia e introduzi-lo no espaço pleural na extensão desejada. O tubo deve ser direcionado posteriormente junto à parede interna da caixa torácica. ETAPA 7. Observar o embaçamento do tubo torácico com a expiração ou prestar atenção para verificar se existe fluxo de ar. ETAPA 8. Conectar a extremidade do dreno de toracostomia a um sistema de selo d'água. ETAPA 9. Fixar o dreno no local com fio de sutura. ETAPA 10. Aplicar um curativo oclusivo e fixar o dreno ao tórax com esparadrapo. ETAPA 11. Fazer uma radiografia do tórax. ETAPA 12. Obter gasometria arterial e/ou conectar um monitor de oximetria de pulso, se necessário. COMPLICAÇÕES: - Laceração ou perfuração de órgãos intratorácicos e/ou intra-abdominais, que podem ser evitados com a técnica de introduzir o dedo antes do dreno - Contaminação da pleura, com infecção. Por exemplo, empiema pleural. - Lesão de nervo, artéria ou veia intercostal: . Transformando o pneumotórax em hemopneumotórax ou . Resultando em neurite ou nevralgia intercostal - Colocação do dreno em posição incorreta, dentro ou fora do tórax - Obstrução ou torção do dreno, deslocamento do dreno em relação à parede torácica ou desconexão do equipamento de selo d'água do dreno torácico - Pneumotórax persistente: . Grande vazamento de ar . Vazamento pela pele em torno do dreno torácico; sucção excessiva aplicada ao dreno . Vazamento do sistema de selo d'água - Enfisema subcutâneo, usualmente no local do dreno - Recidiva do pneumotórax após remoção do dreno, por demora na oclusão da ferida de toracostomia - Pulmão que não se expande devido à obstrução brônquica; procedimentos broncoscópicos são necessários - Reação alérgica ou anafilática a produtos usados na antissepsia ou na anestesia. ETAPA 1. Monitorar os sinais vitais do doente e o ECG antes, durante e após o procedimento. ETAPA 2. Preparar cirurgicamente as regiões xifóidea e subxifóidea, se o tempo o permitir. ETAPA 3. Anestesiar o ponto de punção, se necessário. ETAPA 4. Adaptar uma seringa vazia de 60 mL a uma torneirinha de três vias e a um cateter agulhado de 15 em ou mais, calibre 16 a 18 G. ETAPA 5. Avaliar o doente para verificar se ocorreu algum deslocamento mediastinal, que pode ter causado um deslocamento significativo do coração. ETAPA 6. Puncionar a pele 1 a 2 cm abaixo e à esquerda da junção xifocondral, com uma angulação de 45° em relação à pele. ETAPA 7. Avançar a agulha com cuidado, em sentido cranial, apontando-a para a ponta da escápula esquerda. ETAPA 8. Se a agulha avançar excessivamente para dentro do músculo ventricular, aparece no monitor do ECG um padrão conhecido como "corrente de lesão" (por exemplo, alterações muito acentuadas do segmento ST-T ou alargamento e aumento do complexo QRS). Esse padrão indica que a agulha de pericardiocentese deve ser recuada até que o traçado eletrocardiográfico prévio reapareça. Podem também ocorrer extrassístoles ventriculares, devidas à irritação do miocárdio. ETAPA 9. Quando a ponta da agulha penetrar no saco pericárdico cheio de sangue, retirar, tanto quanto possível, sangue incoagulável. ETAPA 10. Durante a aspiração, o epicárdio reaproxima-se da superfície interna do pericárdio, assim como também da ponta da agulha. Subsequentemente pode reaparecer um padrão eletrocardiográfico de lesão. Isso indica que a agulha deve ser recuada um pouco. Se esse padrão de lesão persistir, retirar a agulha completamente. ETAPA 11. Após completada a aspiração, remover a seringa e adaptar uma torneirinhade três vias, deixando-a fechada. Fixar o cateter no lugar. ETAPA 12. Opcional: Introduzir no saco pericárdico, através da agulha, um fio guia utilizando a técnica de Seldinger. Remover a agulha e introduzir um cateter flexível 14 G sobre o fio guia. Remover o fio guia e conectar ao cateter uma torneirinha de três vias. ETAPA 13. Se persistirem sinais de tamponamento, a torneirinha deve ser aberta e o saco pericárdico aspirado novamente. O cateter plástico de pericardiocentese pode ser fixado com fio de sutura ou com esparadapo no local e coberto com pequeno curativo para permitir novas descompressões a caminho da cirurgia ou na transferência para outro local de assistência.
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