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2016 Gestão em seGurança do trabalho Profª. Jovania Regina Formighieri Prof. Aguinaldo Francisco Corrêa Profª. Julia Mara dos Santos Copyright © UNIASSELVI 2016 Elaboração: Profª. Jovania Regina Formighieri Prof. Aguinaldo Francisco Corrêa Profª. Julia Mara dos Santos Revisão, Diagramação e Produção: Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri UNIASSELVI – Indaial. Impresso por: 344.0465 F723g Formighieri, Jovania Regina Gestão em Segurança do Trabalho / Jovania Regina Formighieri; Aguinaldo Francisco Corrêa; Julia Mara dos Santos. Indaial : UNIASSELVI, 2016. 228 p. : il. ISBN 978-85-7830-953-4 1.Segurança do Trabalho. I. Centro Universitário Leonardo Da Vinci. III apresentação Caro(a) acadêmico(a)! Na primeira unidade você participará do conhecimento sobre o histórico da gestão da qualidade, bem como, de que forma ocorreu a evolução dos conceitos, os principais atores que contribuíram para a evolução da qualidade. Verá também os conceitos que cada guru da qualidade evidenciou, os conceitos de melhoria contínua, suas principais ferramentas, técnicas, alguns programas e os impactos gerados pela melhoria contínua nas organizações; ficará atento às justificativas quanto ao uso de ferramentas de qualidade no apoio à tomada de decisões pelos gestores das organizações, inclusive a evolução dos sistemas integrados de planejamento e controle. Também aprenderá a assimilar os conceitos de cada sistema de gestão de planejamento e controle para saber qual o mais efetivo, para cada indústria e a integrar os conceitos de qualidade com a área de Gestão da Segurança no Trabalho. Na segunda unidade permeará pelo contexto dos principais conceitos de Sistemas de Gestão em Saúde e Segurança no Trabalho, saberá como a ideia de gestão em saúde e segurança do trabalho surgiu, também sobre a norma OHSAS, entenderá inclusive como dimensionar o SESMT de uma empresa, premissas e questões importantes na definição da política de SST de uma organização, seus pontos fundamentais e outras questões de suma importância, será passível de se familiarizar com todas as fases da gestão em SST de uma organização e conhecerá os principais elementos de um sistema de gestão em saúde e segurança no trabalho. Na nossa terceira e última unidade, mas não menos importante, convidamos você acadêmico(a), a viajar e aprimorar seu conhecimento quanto às Normas de Gestão em Saúde e Segurança do Trabalho: OHSAS 18001:2007 e BS 8800:1996, aprofundará seu conhecimento e entendimento para a aplicação das normas OHSAS 18001:2007 e BS 8800:1996, conhecerá as principais características, elementos, estrutura e requisitos das normas que compõem o SGI e o processo de implementação do SGI e as diversidades e exigências do mercado, que viabilizam a implantação do mesmo, bem como, o processo de auditorias (internas e externas) para avaliação do desempenho dos sistemas de gestão e os fatores críticos e humanos que interferem no desempenho do SGI e as principais causas das não conformidades. É muito conteúdo interessante e importante para seu desenvolvimento profissional e aprimoramento do conhecimento. Portanto, vamos aos estudos, que o sucesso será a recompensa do seu esforço! Profª. Jovania Regina Formighieri IV Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novidades em nosso material. Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo. Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto em questão. Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa continuar seus estudos com um material de qualidade. Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes – ENADE. Bons estudos! NOTA Olá acadêmico! Para melhorar a qualidade dos materiais ofertados a você e dinamizar ainda mais os seus estudos, a Uniasselvi disponibiliza materiais que possuem o código QR Code, que é um código que permite que você acesse um conteúdo interativo relacionado ao tema que você está estudando. Para utilizar essa ferramenta, acesse as lojas de aplicativos e baixe um leitor de QR Code. Depois, é só aproveitar mais essa facilidade para aprimorar seus estudos! UNI V VI VII UNIDADE 1 – GESTÃO DA QUALIDADE ....................................................................................... 1 TÓPICO 1 – HISTÓRICO DE GESTÃO DA QUALIDADE ........................................................... 3 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 3 2 PRINCIPAIS PERSONAGENS .......................................................................................................... 7 2.1 JOSEPH MOSES JURAN ................................................................................................................. 7 2.2 WILLIAM EDWARDS DEMING ................................................................................................... 9 2.3 ARMAND VALLIN FEIGENBAUM ............................................................................................. 12 2.4 KAORU ISHIKAWA ........................................................................................................................ 12 3 MODELOS DE GESTÃO DA QUALIDADE .................................................................................. 15 3.1 TQC – TOTAL QUALITY CONTROL .......................................................................................... 16 3.2 PRÊMIO DEMING DE QUALIDADE .......................................................................................... 17 3.3 PRÊMIO NACIONAL DE QUALIDADE..................................................................................... 17 3.4 PRÊMIO DA FUNDAÇÃO EUROPEIA DE GESTÃO DA QUALIDADE (EFQM) ............... 19 4 SISTEMA DE GESTÃO DA QUALIDADE: SÉRIE ISO 9000 ...................................................... 19 RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 22 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 23 TÓPICO 2 – MELHORIA CONTÍNUA ............................................................................................... 25 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 25 2 MÉTODOS DE CONTROLE DE PROCESSO ................................................................................ 27 2.1 PROGRAMAS QUE ENVOLVEM O CAPITAL INTELECTUAL ............................................. 27 2.1.1Círculos de Controle da Qualidade (CCQ) ......................................................................... 27 2.1.2 Sistema de Sugestão ............................................................................................................... 29 2.1.3 Programa de Reunião-relâmpago ........................................................................................ 29 2.1.4 Programa 5S ............................................................................................................................. 31 2.2 CICLO PDCA ................................................................................................................................... 34 2.3 MÉTODO KAIZEN .......................................................................................................................... 36 2.4 FERRAMENTAS DE GESTÃO DA QUALIDADE ..................................................................... 38 2.4.1 5W2H ........................................................................................................................................ 38 2.4.2 Diagrama de causa e efeito .................................................................................................... 40 2.4.3 Histograma .............................................................................................................................. 42 2.4.4 Gráfico de Pareto ..................................................................................................................... 44 2.5 FERRAMENTAS DE PREVENÇÃO E CONTROLE ................................................................... 45 2.5.1 Poka-Yoke ................................................................................................................................. 46 RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 50 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 51 TÓPICO 3 – SISTEMA INTEGRADO DE PLANEJAMENTO E CONTROLE ........................... 53 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 53 2 MRP – PLANEJAMENTO DAS NECESSIDADES DE MATERIAIS ......................................... 54 3 MRP II – PLANEJAMENTO DOS RECURSOS DE MANUFATURA ........................................ 56 4 MRP III – PLANEJAMENTO DOS RECURSOS DE MANUFATURA COM USO DO JUST IN TIME ....................................................................................................................................... 57 5 ERP – PLANEJAMENTO DOS RECURSOS DA EMPRESA ....................................................... 59 sumário VIII 6 ERP INTEGRADO EM REDE ............................................................................................................ 61 LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 63 RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................ 69 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 70 UNIDADE 2 – GESTÃO EM SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO ................................... 71 TÓPICO 1 – TERMOS E DEFINIÇÕES ............................................................................................... 73 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 73 2 CICLO PDCA ......................................................................................................................................... 74 3 REFERENCIAL NORMATIVO EM SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO .................... 76 4 OHSAS 18001 ......................................................................................................................................... 76 4.1 REQUISITOS DA OSHAS 18001 .................................................................................................... 77 5 O PAPEL DA ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO.................................... 78 6 SEGURANÇA OCUPACIONAL E SAÚDE OCUPACIONAL ..................................................... 80 7 DOCUMENTAÇÃO E CONTROLE DE DOCUMENTOS ........................................................... 81 8 AS NORMAS REGULAMENTADORAS DE SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO ... 81 9 A INSPEÇÃO DE SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO .................................................... 83 10 TERMOS E DEFINIÇÕES ................................................................................................................ 84 10.1 SESMT E CIPA ............................................................................................................................... 84 10.2 ACIDENTES E QUASE-ACIDENTES ......................................................................................... 86 10.3 CONDIÇÕES INSEGURAS E ATOS INSEGUROS ................................................................... 88 10.4 PERIGO E RISCO ........................................................................................................................... 89 10.5 EPI – EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL .......................................................... 91 10.6 EPC – EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO COLETIVA ............................................................. 92 10.7 RAT – RELATÓRIO DE ACIDENTE DO TRABALHO ............................................................ 93 10.8 PRINCIPAIS LAUDOS .................................................................................................................. 93 10.9 AÇÃO CORRETIVA ...................................................................................................................... 93 10.10 AÇÃO PREVENTIVA .................................................................................................................. 93 10.11 AUDITORIA ................................................................................................................................. 94 10.12 AUTORIZAÇÃO .......................................................................................................................... 94 10.13 CAPACITAÇÃO ........................................................................................................................... 94 10.14 CONTROLE DE RISCO .............................................................................................................. 94 10.15 EMPREGADOR ............................................................................................................................ 96 10.16 HABILITAÇÃO ............................................................................................................................ 97 10.17 INCIDENTE .................................................................................................................................. 97 10.18 MELHORIA CONTÍNUA........................................................................................................... 97 10.19 NÃO CONFORMIDADE ............................................................................................................ 97 10.20 ORGANIZAÇÃO ......................................................................................................................... 97 10.21 PARTE INTERESSADA .............................................................................................................. 97 10.22 NÃO CONFORMIDADE ............................................................................................................ 98 11 PRINCIPAIS PASSOS PARA A ELABORAÇÃO DO RELATÓRIO ........................................ 98 12 CAT – COMUNICAÇÃO DE ACIDENTE DO TRABALHO .....................................................99 13 CARACTERIZAÇÃO DO ACIDENTE DE TRABALHO ............................................................ 100 RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 103 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 104 TÓPICO 2 – POLÍTICA DE SAÚDE E SEGURANÇA OCUPACIONAL 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 105 2 CONCEITOS .......................................................................................................................................... 105 LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 108 3 CONCEITOS .......................................................................................................................................... 113 IX LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 115 RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 118 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 119 TÓPICO 3 – PRINCIPAIS ELEMENTOS DO SISTEMA DE GESTÃO EM SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO ................................................................................... 121 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 121 2 ELEMENTOS DE GESTÃO ................................................................................................................ 121 3 A BASE DOS SISTEMAS DE GESTÃO EM SST ........................................................................... 123 4 OS ELEMENTOS DE UM SISTEMA DE GESTÃO EM SST ....................................................... 124 4.1 DEFINIÇÃO DA EQUIPE DE PROJETO ..................................................................................... 124 4.2 PARTICIPAÇÃO DOS TRABALHADORES ................................................................................ 124 4.3 CONTROLE SOCIAL ...................................................................................................................... 125 4.4 POLÍTICA DE SST ........................................................................................................................... 125 4.5 RESPONSABILIDADE E OBRIGAÇÕES ..................................................................................... 125 4.6 COMPETÊNCIA E FORMAÇÃO PROFISSIONAL ................................................................... 125 4.7 DOCUMENTAÇÃO ........................................................................................................................ 125 4.8 COMUNICAÇÃO ............................................................................................................................ 126 4.9 GESTÃO DE MUDANÇAS ............................................................................................................ 126 4.10 PREPARAÇÃO E RESPOSTA A EMERGÊNCIAS .................................................................... 127 4.11 MONITORAMENTO DO SGSSO ................................................................................................ 128 4.12 MONITORAMENTO E MEDIÇÃO DO DESEMPENHO ....................................................... 128 4.13 AUDITORIA ................................................................................................................................... 129 4.14 REVISÃO PELA GESTÃO ............................................................................................................ 130 4.15 PLANEJAMENTO E IMPLEMENTAÇÃO ................................................................................ 130 4.16 LIMITAÇÕES DE UM SGSST ...................................................................................................... 131 5 OS SISTEMAS DE GESTÃO SÃO BENÉFICOS PARA A SST? ................................................ 133 LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 135 RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................ 148 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 149 UNIDADE 3 – NORMAS EM SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO E SISTEMA DE GESTÃO INTEGRADA .............................................................................................. 151 TÓPICO 1 – NORMAS DE GESTÃO EM SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO: OHSAS 18001:2007 E BS 8800:1996 ................................................................................ 153 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 153 2 OHSAS 18001:2007 ................................................................................................................................ 153 2.1 OBJETIVO E CAMPO DE APLICAÇÃO ...................................................................................... 155 2.2 TERMOS E DEFINIÇÕES ............................................................................................................... 155 2.3 REQUISITOS DO SISTEMA DE GESTÃO DA SST ................................................................... 158 2.4 POLÍTICA DE SST .......................................................................................................................... 158 2.5 PLANEJAMENTO .......................................................................................................................... 158 2.6 IMPLEMENTAÇÃO E OPERAÇÃO ............................................................................................. 159 2.6.1 Recursos, atribuições, responsabilidade, obrigações e autoridade ................................. 159 2.6.2 Competência, formação e sensibilização ............................................................................. 159 2.6.3 Comunicação, participação e consulta ................................................................................ 159 2.6.4 Documentação ......................................................................................................................... 160 2.6.5 Controle de documentos ........................................................................................................ 160 2.6.6 Controle operacional .............................................................................................................. 160 2.6.7 Preparação e resposta a emergências ................................................................................... 160 2.7 VERIFICAÇÃO ................................................................................................................................ 161 X 2.7.1 Medição e monitorização do desempenho ......................................................................... 161 2.7.2 Avaliação da conformidade ................................................................................................... 161 2.7.3 Investigação de incidentes, não conformidades, ações corretivas e ações preventivas .......... 161 2.7.4 Controle dos registros ............................................................................................................ 161 2.7.5 Auditoria interna ..................................................................................................................... 162 2.7.6 Revisão pela Gestão ................................................................................................................162 3 BS 8800:1996 ........................................................................................................................................... 163 3.1 TERMOS E DEFINIÇÕES ............................................................................................................... 165 3.2 BS 8800:1996 – HS(G)65 ................................................................................................................... 166 3.2.1 Política de S&SO ..................................................................................................................... 167 3.2.2 Organização ............................................................................................................................. 167 3.2.3 Planejamento e implementação ............................................................................................ 168 3.2.4 Medição do desempenho ....................................................................................................... 168 3.2.5 Auditoria .................................................................................................................................. 168 3.2.6 Levantamento periódico da situação ................................................................................... 169 3.3 BS 8800:1996 – ISO 14001 ................................................................................................................ 169 3.3.1 Política de S&SO ..................................................................................................................... 169 3.3.2 Planejamento ........................................................................................................................... 170 3.3.3 Implementação e operação .................................................................................................... 170 3.3.4 Verificação e ação corretiva ................................................................................................... 171 3.3.5 Levantamento Gerencial ........................................................................................................ 171 RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 172 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 173 TÓPICO 2 – SISTEMA DE GESTÃO INTEGRADO (QUALIDADE, MEIO AMBIENTE E SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO)................................................................ 175 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 175 2 SISTEMA DE GESTÃO INTEGRADO – VISÃO GERAL ........................................................... 176 2.1 JUSTIFICATIVA PARA IMPLEMENTAR UM SGI ..................................................................... 180 2.2 NORMAS QUE INTEGRAM UM SGI .......................................................................................... 181 2.2.1 Norma ABNT NBR ISO 9001/2008 ...................................................................................... 181 2.2.1.1 Estrutura da ISO 9001/2008 ................................................................................................ 182 2.2.2 Norma ABNT NBR ISO 14001/2004 ..................................................................................... 182 2.2.2.1 Estrutura da ISO 14001/2004 .............................................................................................. 183 2.2.3 Norma OHSAS 18001:2007 .................................................................................................... 184 2.2.3.1 Estrutura da OHSAS 18001/2007 ....................................................................................... 185 2.3 DEFINIÇÕES PARA SGI ................................................................................................................. 185 2.4 CORRESPONDÊNCIA ENTRE AS NORMAS OHSAS 18001:2007, ISO 14001:2004 E ISO 9001:2008 ............................................................................................................................................ 190 2.5 FATORES CRÍTICOS DE SUCESSO DO SGI ............................................................................... 194 2.6 FATORES HUMANOS QUE INTERFEREM NO DESEMPENHO DE SGI ............................ 195 3 AUDITORIA EM SGI .......................................................................................................................... 199 3.1 BENEFÍCIOS DA AUDITORIA EM SMSQRS ............................................................................. 201 3.2 TIPOS DE AUDITORIA .................................................................................................................. 202 3.2.1 Auditoria de Primeira Parte .................................................................................................. 203 3.2.2 Auditoria de Segunda Parte .................................................................................................. 204 3.2.3 Auditoria de Terceira Parte .................................................................................................... 205 3.3 AS CAUSAS DAS NÃO CONFORMIDADES ............................................................................. 207 LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 210 RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 216 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 219 REFERÊNCIAS ......................................................................................................................................... 221 1 UNIDADE 1 GESTÃO DA QUALIDADE OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM PLANO DE ESTUDOS Esta unidade tem por objetivos: • explicar o histórico de gestão da qualidade, mostrando como ocorreu a evolução dos conceitos; • mostrar quem são as principais pessoas que contribuíram para a evolução da qualidade; • estudar os conceitos que cada guru da qualidade evidenciou; • apresentar os conceitos de melhoria contínua, suas principais ferramentas, técnicas, alguns programas e os impactos gerados pela melhoria contínua nas organizações; • justificar o uso de ferramentas de qualidade no apoio à tomada de decisão; • estudar a evolução dos sistemas integrados de planejamento e controle; • assimilar os conceitos de cada sistema de gestão de planejamento e contro- le para saber qual o mais efetivo, para cada indústria; • integrar os conceitos de qualidade com a área de Gestão da Segurança no Trabalho. Esta unidade está dividida em três tópicos. Ao final de cada um deles você encontrará atividades que o(a) auxiliarão na apropriação dos conhecimentos. TÓPICO 1 – HISTÓRICO DE GESTÃO DA QUALIDADE TÓPICO 2 – MELHORIA CONTÍNUA TÓPICO 3 – SISTEMA INTEGRADO DE PLANEJAMENTO E CONTROLE 2 3 TÓPICO 1 UNIDADE 1 HISTÓRICO DE GESTÃO DA QUALIDADE 1 INTRODUÇÃO Caro(a) acadêmico(a), falando de sistemas de gestão da qualidade é necessário que saibamos que o surgimento dos sistemas de gestão da qualidade deu-se por volta do ano de 1950, porém teve grande repercussão nos meios acadêmicos e empresariais a partir dos anos de 1980 e 1990, com o surgimento do conceito de qualidade total. A economia mundial exige cada vez mais que os sistemas produtivos operem com custos reduzidos, menor índice de desperdícios, maior produtividade, prazos de entrega mais curtos e precisos, ergonômicos, com maior segurança contra acidentes e lesões por esforço repetitivo. Todas essas questões compõem um grupo de características que precisam ser elencadas e melhoradas diariamente, porém para isso necessitamos de um modelo de gestãode qualidade total. FIGURA 1 – CLIENTE FONTE: Disponível em: <http://avalio.com.br/satisfacao-do-cliente-contribui-para-vendas>. Acesso em: 23 dez. 2015. Com a globalização e acesso constante às informações, o cliente possui várias formas de contato com empresas, pessoas e outros países, o que gera uma necessidade de constante aprimoramento de produtos e serviços devido ao aumento das exigências e o bom atendimento dos clientes. Além de todas essas exigências, com a evolução e acesso às informações o cliente não passou somente a possuir direitos sobre produtos e serviços contratados, mas também passou a conhecê-los e exigi-los, o que torna ainda mais necessário um sistema de gestão da qualidade eficiente e eficaz, capaz de garantir os padrões e requisitos dos produtos ofertados. UNIDADE 1 | GESTÃO DA QUALIDADE 4 Os sistemas de qualidade total trazem um conceito que abrange todas as áreas de atuação da empresa, forçando cada parte a buscar a excelência, a desenvolver uma cultura de prevenção, ao invés de apenas correção dos problemas. Estes sistemas de qualidade nos apresentam ferramentas de melhoria para evolução contínua, aprimoram o senso crítico dos gestores para desenvolverem meios de produção e equipamentos com capacidade para detectar a falha e parar a linha imediatamente por si só, ajudando o operador no monitoramento e garantindo o menor número possível de falhas. Agora você deve estar se perguntando: mas se as máquinas foram feitas para operar, por que agora o sistema as desativa imediatamente? Simples, pois elas foram feitas para produzir o maior número possível de produtos bons e sem falhas ou defeitos; então, quando o sistema de prevenção de falhas detecta uma falha, ele entende que estamos produzindo algo que não podemos comercializar, e se não podemos comercializar, não existem mais motivos para ser produzido. FIGURA 2 – GESTÃO DA QUALIDADE TOTAL FONTE: Disponível em: <http://www.fazermarketing.com/marketing-digital/produto-digital-de- qualidade/>. Acesso em: 23 dez. 2015. O termo qualidade vem do latim Qualitate, e, segundo o dicionário Melhoramentos (1997), qualidade é um conjunto subjetivo, é o modo de ser, é a propriedade de qualificar. NOTA Quando falamos em qualidade pensamos em várias coisas, vários fatos que ocorreram e que elucidam o que é qualidade, porém sabemos que é um conceito genérico, que pode ser aplicado em tudo o que fazemos em nossa vida, desde as nossas ações até a fabricação de um produto. TÓPICO 1 | HISTÓRICO DE GESTÃO DA QUALIDADE 5 FIGURA 3 – QUALIDADE DE VIDA FONTE: Disponível em: <https://professorwalter.wordpress.com/2009/10/03/sociologia-1a- serie-qualidade-de-vida/>. Acesso em: 23 dez. 2015 Devido a esse subjetivismo associado ao termo, existem vários entendimentos sobre qualidade, dentre eles destacamos a qualidade associada ao: • Desempenho técnico ou durabilidade: diz respeito a dois produtos com as mesmas especificações, mas em que um possui desempenho técnico ou durabilidade superior ao outro, desta forma o produto com desempenho superior é considerado com mais qualidade. • Grau de satisfatoriedade: refere-se ao produto que melhor atende às necessidades do usuário durante a utilização. • Atendimento às especificações do produto: diferentemente do primeiro entendimento, este vê a qualidade pelo grau de conformidade do produto, em relação às especificações do projeto. • Valor relativo do produto: perspectiva de qualidade que diz respeito ao preço do produto em relação ao seu desempenho. Neste caso, o produto com melhor qualidade é o produto que atende ao desempenho esperado por um preço aceitável. Ainda neste contexto de conceito de qualidade, veremos a seguir o que alguns autores têm a dizer sobre o assunto: “Um produto de qualidade é aquele que atende perfeitamente, de forma confiável, de forma acessível, de forma segura e no tempo certo, às necessidades do cliente.” (CAMPOS, 2004b, p. 2). Ainda com o mesmo conceito, porém com abordagem diferente, temos: A satisfação dos clientes quanto à qualidade de um produto depende ainda da relação entre a expectativa sobre o produto no momento da aquisição e a percepção adquirida sobre o produto no momento do consumo. Essa relação denomina o que é chamado de qualidade percebida (CARPINETTI, 2012, p. 13). UNIDADE 1 | GESTÃO DA QUALIDADE 6 “O verdadeiro significado de qualidade é a preferência do consumidor. É isto que garantirá a sobrevivência de sua empresa: a preferência do consumidor pelo seu produto em relação ao produto do concorrente, hoje e no futuro.” (CAMPOS, 2004b, p. 2). IMPORTANT E Para melhor entender o conceito central de gestão da qualidade é de extrema importância que voltemos para conhecer a história, analisando os conceitos de qualidade e a evolução desse conceito ao longo dos anos. Essa mutação ou adaptação dos conceitos ao longo dos anos é dada pelo fato de o conceito ser genérico, adaptável a situações diferentes e pelo ambiente ser mutável. Carpinetti (2012) relata que até o período que antecedeu a Revolução Industrial os processos eram de forma artesanal, na qual o artesão desenvolvia as atividades necessárias para a fabricação de um produto, sendo elas a concepção, escolha de materiais, produção e comercialização, onde os produtos eram produzidos em pequenos lotes e as peças eram ajustadas de forma manual. Carvalho e Paladini (2005) oferecem-nos a perspectiva de um artesão, que é especialista em sua atividade, e sua proximidade com os clientes (sabendo que o especialista domina todo o processo de produção desde o início até a finalização do produto). Assim sendo, as necessidades do cliente se tornam claras e o atendimento destas necessidades representava crescimento para o artesão. FIGURA 4 – ARTESÃO FONTE: Disponível em: <http://jornalistajoseliamaria.blogspot.com.br/2010/03/dia-do-artesao- prefeitura-de-petrolina.html>. Acesso em: 23 dez. 2015. TÓPICO 1 | HISTÓRICO DE GESTÃO DA QUALIDADE 7 Fundamentados nisso, podemos observar que o artesão possuía uma rotina definida e com conceitos semelhantes aos atuais em sua base, porém a qualidade era mais voltada ao produto e não ao processo, como atualmente. 2 PRINCIPAIS PERSONAGENS Durante toda a evolução do termo qualidade existiram grandes figuras que podemos denominar como “gurus da qualidade”, que contribuíram fortemente para o avanço do sistema de gestão. A seguir trataremos brevemente de alguns deles, apenas para facilitar a compreensão dos fatos ocorridos. 2.1 JOSEPH MOSES JURAN Juran nasceu em 24 de dezembro de 1904, na Romênia, e em 1912 migrou para os EUA com sua família. Formou-se engenheiro eletricista em 1925 e iniciou a sua carreira como gestor de qualidade em 1926. FIGURA 5 – JOSEPH MOSES JURAN FONTE: Disponível em: <http://iso9000brasil.blogspot.com.br/2011/05/clique-aqui.html>. Acesso em: 23 dez. 2015. Em 1951 Juran publicou a primeira edição do Manual de Controle da Qualidade, fazendo com que o controle de qualidade tomasse novas dimensões. Ele argumentava em seu manual que para um produto possuir adequação ao uso era necessário que todos os processos relacionados à sua confecção atendessem às expectativas do cliente, isto é, ele defendia a incorporação do conceito de qualidade em todos os processos da organização. Juran propôs uma metodologia chamada Trilogia do Controle de Qualidade, onde ele defende que a qualidade é composta por planejamento, controle e melhoria. UNIDADE 1 | GESTÃO DA QUALIDADE 8 • Planejamento da qualidade: precisamos desenvolver produtos e serviços visando à satisfação dos clientes. É necessário estabelecer metas para a qualidade, identificar quem são os clientes que serão atendidos, atender às suas expectativas, desenvolver os produtos conforme as expectativas destes clientes, criar processos produtivos capazes de entregar os produtos dentro das expectativas do cliente, estabelecer sistemas de monitoramento e controle que busquem qualidade 100%. • Controle de qualidade:a atividade de controle é responsável pelo monitoramento e controle das falhas. Apesar de um planejamento eficaz, esse controle pode conter falhas ou desvios, ou até mesmo identificar oportunidades de melhoria para planejamentos futuros. Para um bom controle é necessário medir, avaliar o resultado, comparar o resultado obtido com as metas traçadas no planejamento e tomar ações corretivas em caso de falhas. • Melhoramento da qualidade: é o ato de elevar o desempenho do processo ou atividade em questão. Juran (2009) sugere que esse processo irá: criar condições para viabilizar melhoramentos periódicos, identificar as condições e priorizar oportunidades, definir responsáveis pela melhoria e, por fim, mas não menos importante, motivar e treinar as equipes. FIGURA 6 – DIAGRAMA DA TRILOGIA FONTE: Juran (2009, p. 17) Para Juran (2009), a melhoria da qualidade deve ser atividade prioritária, seguida de um bom planejamento e controle de qualidade, sendo que o controle de qualidade necessariamente deve ser delegado aos níveis operacionais da organização, para a obtenção de melhores resultados. TÓPICO 1 | HISTÓRICO DE GESTÃO DA QUALIDADE 9 2.2 WILLIAM EDWARDS DEMING Deming nasceu em 14 de outubro de 1900, em Washington DC, nos EUA. O engenheiro norte-americano, mestre em Física e Matemática e doutor em Física, foi estatístico, professor universitário, autor, consultor e palestrante. FIGURA 7 – WILLIAN E. DEMING FONTE: Disponível em: <http://kimnedemis.com/sayfalar/kimdemis/W>. Acesso em: 23 dez. 2015. Em sua convivência de quase 20 anos no Japão, Deming teve papel fundamental na reestruturação daquele país após a Segunda Guerra Mundial. Carvalho e Paladini (2005) afirmam que o Japão era para Deming uma espécie de laboratório, pois ele aliou os seus conhecimentos estatísticos à cultura dos trabalhadores japoneses na busca de melhoria contínua, o que deu origem ao que os japoneses chamam de Kaizen. FIGURA 8 – PRINCÍPIOS DO KAIZEN FONTE: Disponível em: <http://delanoy.blogspot.com.br/2014_12_01_archive.html>. Acesso em: 23 dez. 2015. Kaizen trabalho em equipe foco estratégico rapidez aprender fazendo redução de desperdício resultados imediatos novo sistema de administrar criatividade (não gastar) quebra de paradigma UNIDADE 1 | GESTÃO DA QUALIDADE 10 Kaizen é uma palavra de origem japonesa que significa mudança para melhor. IMPORTANT E Segundo Carpinetti (2012), a indústria americana não percebeu a importância de se investir em qualidade, visto que não enfrentavam uma concorrência, mas sim um momento de explosão de consumo. Isso fez com que ele fosse para o Japão, nesta época destruído pela guerra, e aplicasse seus conhecimentos estatísticos nas indústrias japonesas, que perceberam que a qualidade em seus produtos poderia ser o diferencial para competir com produtos internacionais, visto que os produtos deles eram tidos como produtos de baixa qualidade. Muitos anos após o Japão mostrar a sua superioridade em qualidade para o mundo é que Deming passou a ser solicitado por empresas americanas para proferir os seus ensinamentos em gestão da qualidade. QUADRO 1 - OS 14 PONTOS DE DEMING FONTE: Carvalho e Paladini (2005, p. 13) TÓPICO 1 | HISTÓRICO DE GESTÃO DA QUALIDADE 11 Além destas contribuições feitas por Deming, não podemos deixar de citar o ciclo PDCA, desenvolvido juntamente com Walter Shewart. Este trata-se de um método responsável pela avaliação, implantação, controle e padronização das melhorias. O método do PDCA é composto por quatro etapas, na seguinte sequência: • Plan ou planejar: etapa de definição da meta ou identificação da falha ou necessidade de melhoria, obtida através de um indicador de desempenho. • Do ou fazer: etapa de execução do que foi planejado, de maneira a envolver todas as partes interessadas. • Check ou monitorar/controlar: etapa responsável pela comparação do planejado com o realizado. • Action ou agir/implantar: etapa de implantação do novo método produtivo como padrão. FIGURA 9 – CICLO PDCA FONTE: Disponível em: <http://casadaconsultoria.com.br/ciclo-pdca/>. Acesso em: 23 dez. 2015. O ciclo PDCA é constante, isto é, ao final da quarta etapa é recomendado que ele seja iniciado novamente sobre o novo padrão de trabalho, pois a melhoria é contínua. ATENCAO UNIDADE 1 | GESTÃO DA QUALIDADE 12 2.3 ARMAND VALLIN FEIGENBAUM Feigenbaum nasceu em 6 de abril de 1922, em Nova York, engenheiro doutor em Ciências pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts, atuou no setor de qualidade da General Eletric (GE) em Nova York, e em 1958 passou a ser o diretor mundial de produção da empresa. No mesmo ano ele foi eleito presidente da American Society for Quality Control (ASQC). Em 1951 foi consagrado internacionalmente através da publicação de seu livro “Total Quality Control”, onde apresenta princípios do Controle Total da Qualidade. FIGURA 10 – ARMAND VALLIN FEIGENBAUM FONTE: Disponível em: <https://qualitycontrolarticles.wordpress.com/2011/09/21/armand-vallin- feigenbaum/>. Acesso em: 28 dez. 2015 Segundo Carvalho e Paladini (2005), Feigenbaum divide a qualidade em quatro passos principais, sendo eles: estabelecer padrões, avaliar conformidade, tomar ações corretivas e planejar melhorias. 2.4 KAORU ISHIKAWA Ishikawa nasceu em Tokyo em 1915. Graduado em Química e posteriormente em Engenharia pela Universidade de Tokyo, entrou para a União Japonesa de Cientistas e Engenheiros, grupo de pesquisa de controle de qualidade, em 1949. Formou-se no doutorado em 1960 e passou a ser professor e consultor. TÓPICO 1 | HISTÓRICO DE GESTÃO DA QUALIDADE 13 2.3 ARMAND VALLIN FEIGENBAUM 2.4 KAORU ISHIKAWA FIGURA 11 – KAORU ISHIKAWA FONTE: Disponível em: <http://www.portal-administracao.com/2014/08/diagrama-de-ishikawa- causa-e-efeito.html>. Acesso em: 28 dez. 2015. Kaoru Ishikawa foi o criador do diagrama de causa e efeito, ferramenta muito poderosa na gestão da qualidade, pois possibilita que não especialistas consigam realizar a resolução de problemas. Segundo Carvalho e Paladini (2005), Kaoru foi um contribuinte para a disseminação das ferramentas técnicas de análise e solução de problemas, ferramentas empregadas nos CCQs ou Círculos de Controle de Qualidade. Dentre todas as ferramentas de gestão e controle da qualidade, podemos destacar as mais utilizadas: • Diagrama de Causa e efeito; FIGURA 12 – DIAGRAMA DE ISHIKAWA FONTE: Disponível em:<http://www.portal-administracao.com/2014/08/diagrama-de-ishikawa- causa-e-efeito.html>. Acesso em 28 dez. 2015. MEIO AMBIENTE MÉTODO MATERIAL MÁQUINA MÃO-DE-OBRA MEDIDA UNIDADE 1 | GESTÃO DA QUALIDADE 14 • Histograma; FIGURA 13 – HISTOGRAMA FONTE: Disponível em:<http://www.lugli.com.br/2008/02/histograma/>. Acesso em 28 dez. 2015. • Folhas de controle; FIGURA 14 – GRÁFICO DE CONTROLE FONTE: Disponível em:<http://es.slideshare.net/jcarreto/08-grficos-xr>. Acesso em: 28 dez. 2015. • Análise de Pareto TÓPICO 1 | HISTÓRICO DE GESTÃO DA QUALIDADE 15 FIGURA 15 – ANÁLISE DE PARETO FONTE: Disponível em:<http://gestaodaqualidade-gianfabio.blogspot.com.br/2010/03/ diagrama-de-pareto.html>. Acesso em 28 dez. 2015. “As contribuições teóricas de Ishikawa têm influência de Deming e Juran. Sua contribuição é o desenvolvimento da visão ampla de qualidade, a ênfase no seu lado humano, o desenvolvimento e o uso de ferramentas de qualidade”, conforme Carpinetti (2012, p. 19). IMPORTANT E 3 MODELOS DE GESTÃO DA QUALIDADE Com essa busca desenfreada pelo atendimento das expectativas do cliente, as organizações buscam cada vez mais criar o seu próprio padrão de qualidade, embasadas em teorias já comprovadas e praticadas, como as teorias citadas anteriormente, elaboradas pelos gurus da qualidade. Contudo, veremos a seguir alguns modelos de gestão mais utilizados atualmente, para que você, acadêmico(a), consiga compreender melhor os conceitos apresentados. UNIDADE 1 | GESTÃO DA QUALIDADE 16 3.1 TQC – TOTAL QUALITYCONTROL Segundo Carpinetti (2012), o TQC teve início na segunda metade da década de 50, com os chamados Círculos de Controle da Qualidade (CCQ). O controle da qualidade total no estilo japonês teve como característica seis principais pontos: • Participação de todos os departamentos e envolvimento de todos os empregados; • Entusiasmo por educação e treinamento em qualidade; • Atividades de Círculo de Controle de Qualidade; • Auditorias do presidente e participação no Prêmio Deming de Qualidade; • Uso de métodos estatísticos, das sete ferramentas da qualidade e outros métodos avançados; • Campanhas nacionais de promoção da qualidade. Segundo Carvalho e Paladini (2005), enquanto Kaoru Ishikawa emprega o termo TQC no Japão e não faz necessária a participação de especialistas, Feigenbaum, nos EUA, aplica o termo com a participação dos especialistas ao sistema de gestão. Apesar de os dois modelos terem o mesmo foco, a satisfação do cliente, o modelo de Ishikawa busca conseguir isto com os esforços em prol da qualidade, utilizando dispositivos à prova de falhas, enquanto Feigenbaum se preocupa em detectar as falhas e eliminar as não conformidades. No ano de 1990 foram realizados estudos que comprovaram maior efetividade no modelo japonês, que, segundo Carvalho e Paladini (2005), era de 25 sugestões por funcionário ao ano, contra 0,21 e um percentual de melhorias aproveitadas de 86% para o modelo japonês contra 35% do modelo norte- americano. Baseados em todas estas colocações, podemos representar o fluxo do aumento da competitividade através do TQC da seguinte maneira: FIGURA 16 – FLUXOGRAMA PARA AUMENTO DA COMPETITIVIDADE FONTE: Gilsa (2011, p. 47) TÓPICO 1 | HISTÓRICO DE GESTÃO DA QUALIDADE 17 3.1 TQC – TOTAL QUALITY CONTROL 3.2 PRÊMIO DEMING DE QUALIDADE Atualmente administrado pela União Japonesa dos Cientistas e Engenheiros (JUSE), o Prêmio Deming é o reconhecimento nacional para destaques em termos de qualidade no Japão. Carvalho e Paladini (2005) afirmam que o Prêmio Deming possui como critérios: • Políticas e planejamento da organização; • Organização e gestão; • Educação; • Disseminação da qualidade; • Obtenção, comunicação e utilização dos termos; • Análise; • Padronização; • Controle; • Garantia de qualidade; • Efeitos; • Planos futuros. FIGURA 17 – PRÊMIO DEMING DE QUALIDADE FONTE: Disponível em:<http://management.curiouscatblog.net/category/china/>. Acesso em 28 dez. 2015. 3.3 PRÊMIO NACIONAL DE QUALIDADE O Prêmio Nacional da Qualidade (PNQ) é o processo de avaliação da qualidade aplicado em empresas brasileiras e tem como missão principal selecionar as empresas que têm destaque na gestão de qualidade. Qualquer empresa pode participar, pois é um processo aberto e sem restrições de segmento ou porte. UNIDADE 1 | GESTÃO DA QUALIDADE 18 FIGURA 18 – MODELO DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO, PNQ FONTE: Disponível em: <http://www.mbc.org.br/mbc/rj/index.php?option=com_ content&task=view&id=176&Itemid=252>. Acesso em: 28 dez. 2015. Segundo Carvalho e Paladini (2005), o PNQ possui quatro objetivos, que são: • Estimular o desenvolvimento econômico, social, político, cultural, científico e tecnológico brasileiro; • Fornecer um modelo amplo de melhoria contínua; • Reconhecer empresas globais e destacá-las perante órgãos públicos; • Difundir as boas práticas de gestão da qualidade. Os critérios que contemplam o questionário avaliativo do Prêmio Nacional de Qualidade são oito: TABELA 1 – CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DO PNQ FONTE: Gilsa (2011, p. 49) TÓPICO 1 | HISTÓRICO DE GESTÃO DA QUALIDADE 19 As organizações candidatas ao PNQ devem fornecer informações sobre seu sistema de gestão, sobre seus processos de melhoria e sobre os resultados alcançados, de acordo com o que é solicitado em cada um dos critérios. NOTA 3.4 PRÊMIO DA FUNDAÇÃO EUROPEIA DE GESTÃO DA QUALIDADE (EFQM) De acordo com Carpinetti (2012), a EFQM foi fundada em 1989, com o objetivo de difundir e fomentar a cultura de gestão da qualidade entre a comunidade europeia. Com critérios e pontuação parecidos com os do prêmio americano, a premiação é concedida a pequenas, médias e grandes empresas dos setores público, privado ou sem fins lucrativos. Os meios (Factores) Inovação e aprendizagem Os resultados Liderança 10% Processos 14% Resultados Chave do Desempenho 15% Resultados Clientes 20% O Pessoal 9% Política Estratégia 8% Parcerias e Recursos 9% Resultados para a Sociedade 6% Resultados para O Pessoal 6% FIGURA 19 – MODELO DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO DA EFQM FONTE: Carpinetti (2012, p. 45) 4 SISTEMA DE GESTÃO DA QUALIDADE: SÉRIE ISO 9000 A ISO (Internacional Organization for Standardization), cuja sigla traduzida significa Organização Internacional de Padronização, foi criada em Genebra, na Suíça, com o objetivo de padronizar e normatizar. UNIDADE 1 | GESTÃO DA QUALIDADE 20 A série da ISO que diz respeito à área de qualidade é a série ISO 9000, composta por quatro sistemas: • ISO 9000: Fundamentos e Vocabulário. Esclarece nomenclaturas e os termos utilizados na série das normas ISO que dizem respeito à qualidade. • ISO 9001: Requisitos. Contempla o que deve ser tratado pelo sistema de gestão da qualidade, no que diz respeito a atender aos requisitos dos clientes e superação de suas expectativas. • ISO 9004: Diretrizes para melhoria do desempenho. Apresenta rotinas e metodologias para o processo de melhoria contínua da qualidade e de desempenho. • ISO 9011: Sistemas de auditorias. Diretrizes gerais para metodologias de auditorias da gestão da qualidade e/ou gestão ambiental. “O grupo de normas formadas pela expressão ISO 9000 pode ser considerado como um ‘manual’ para a elaboração de Sistemas de Gestão da Qualidade, para praticamente qualquer tipo ou tamanho de empresa”, segundo Gilsa (2011, p. 50). A certificação ISO 9001 é um instrumento qualificador importante, principalmente para empresas que fornecem produtos ou serviços para outras empresas, pois ela atesta que a empresa atende aos requisitos básicos de qualidade, que buscam garantir, ao longo de toda a cadeia produtiva, um produto que irá atender às expectativas do cliente ou até mesmo superá-las. Carpinetti (2012) evidencia que em cadeias produtivas, como a automobilística, por exemplo, não basta apenas possuir certificação ISO 9001, as empresas exigem também a norma específica do sistema de qualidade para indústria automotiva. No caso, a certificação ISOTS 16949. IMPORTANT E A ISO 9001 estabelece cinco requisitos para o processo de gestão da qualidade, sendo: • Documentação do sistema; • Responsabilidade da direção; • Gestão de recursos; • Realização do produto; • Medição, análise e melhoria. TÓPICO 1 | HISTÓRICO DE GESTÃO DA QUALIDADE 21 FIGURA 20 – REQUISITOS DE GESTÃO DA QUALIDADE ISO 9001:2008 FONTE: Disponível em: <http://www.sobreadministracao.com/o-que-como-funciona- iso-9001/>. Acesso em: 28 dez. 2015. O processo de certificação do sistema de qualidade ISO 9001 é um processo de avaliação realizado por uma empresa avaliadora no sistema de qualidade de uma organização que deseja obter a certificação. A certificação atesta que o sistema de gestão da qualidade está coerente com o modelo estabelecido pela ISO 9001 e que foram encontradas evidências que comprovam que a empresa avaliada implementa as atividades de gestão da qualidade necessárias para garantir a atenção aos requisitos dos clientes. “O processo de avaliação conduzido pela empresa certificadora é chamado de auditoria de terceira parte”, de acordo com Carpinetti (2012, p. 69). IMPORTANT E É muito importante ressaltar que o certificado ISO 9001 não atesta a certificação da qualidade do produto, mas sim que a empresa implementa um sistema de gestão da qualidade, baseado no modelo ISO 9001. “O certificado faz referência ao ‘escopo’ ou abrangência do sistema da qualidade”, afirma Carpinetti (2012, p. 70). Melhoria contínua do Sistema de Gestão da Qualidade Responsabilidade de GestãoGestão de Recursos Medição, Análise, Melhoria Realização do produto (e/ou serviço) Input Output Produto Serviço C l i e n t e R e q u i s i t o s R e q u i s i t o s C l i e n t e Sistema de Gestão da Qualidad e 22 Caro(a) acadêmico(a)! Neste segundo tópico você estudou os seguintes aspectos: • Histórico da gestão da qualidade: Quando se iniciaram as preocupações no sentido de atendimento dos requisitos e expectativas do cliente. • Quem são os principais teóricos que contribuíram para a evolução da gestão da qualidade: Joseph Moses Juran; Willian E. Deming; Armand Vallin Feigenbaum; Kaoru Ishikawa. • Prêmios de gestão de qualidade: Controle Total da Qualidade; Prêmio Deming de Qualidade; Prêmio Nacional de Qualidade; Prêmio da Fundação Europeia de Gestão da Qualidade. • Série do Sistema ISO 9000 de Gestão da Qualidade: ISO 9000; ISO 9001; ISO 9004; ISO 9011. RESUMO DO TÓPICO 1 23 Caro(a) acadêmico(a)! Para fixar seus conhecimentos, execute as atividades a seguir: 1 Sabendo que o termo qualidade vem do latim qualitate, que segundo o dicionário Melhoramentos (1997), qualidade é um conjunto subjetivo, é o modo de ser, é a propriedade de qualificar, e com base no assunto tratado ao longo do Tópico 1, desenvolva o seu próprio conceito de qualidade. 2 Feigenbaum nasceu em 6 de abril de 1922, em Nova York, engenheiro doutorado em Ciências pelo Instituto Tecnológico de Massachusetts, atuou no setor de qualidade da General Eletric (GE), e segundo Carvalho e Paladini (2005), divide o termo qualidade em quatro passos principais. Quais são estes quatro passos? 3 Tomando como base a informação de que a ISO foi criada na Suíça, com o objetivo de padronizar e normatizar, sabendo também que a série da ISO 9000 é composta por quatro sistemas que dizem respeito à gestão da qualidade, responda quais são os quatro sistemas da ISO 9000 e qual é o foco de cada um deles. AUTOATIVIDADE 24 25 TÓPICO 2 MELHORIA CONTÍNUA UNIDADE 1 1 INTRODUÇÃO Devido ao cenário em que se encontra a economia mundial, em que a globalização de produtos e informações atua fortemente, é necessário um constante aprimoramento de produtos, serviços, processos, políticas e culturas organizacionais, a fim de conseguir sempre o melhor, estar sempre à frente da concorrência mundial. Antigamente as empresas possuíam uma área de atuação extremamente restrita, onde os fatores de maior influência eram locais, sendo mais fácil de ser monitorada a evolução da concorrência. Hoje, porém, com essa abrangência que o mercado possui, dando condições para que todos comercializem com todos, é imprescindível que exista nas empresas uma cultura de melhoria contínua, de constante evolução e aprimoramento. Campos (2004a) afirma que há necessidade, para os próximos anos, de uma competitividade com ênfase principal no atendimento ao cliente e uma drástica redução de custos. Vivemos num cenário em que os produtos possuem um nivelamento de valores, isto é, produtos semelhantes em qualidade, características técnicas, aparência visual, durabilidade etc., possuem preços semelhantes. Portanto, se o valor de mercado não possui diferenciação para a compra de diferentes fornecedores e/ou para a venda para diferentes clientes, é necessário que se agregue maior valor ao processo, para produzir cada vez mais produtos utilizando menos recursos. A grande maioria das literaturas contempla que o maior valor agregado que as empresas possuem são as pessoas, porém é necessário que isso fique bem definido, pois este valor agregado é percebido em operações que não podem ser automatizadas ou em operações que necessitem de conhecimento cognitivo, pois a mão de obra geralmente possui representação expressiva no orçamento da empresa, ou no mínimo está entre os maiores custos de fabricação, dependendo do ramo de atuação. Gilsa (2011) evidencia três pontos que os gestores não podem deixar de ponderar, ou investir tempo, sendo eles: Estabelecer o desempenho ideal do processo; UNIDADE 1 | GESTÃO DA QUALIDADE 26 Manter as pessoas informadas, estimular o crescimento e aprimoramento; Desenvolver a cultura de melhoria contínua e, em alguns casos, até mesmo melhorias drásticas. Campos (2004a) cita que atitudes tomadas em eventos passados não irão garantir o sucesso permanente, e que é necessário um aprimoramento constante, pois um desempenho excelente hoje pode estar defasado amanhã devido à constante mudança do mercado. O conceito de melhoria contínua nos mostra que precisamos sempre estar buscando a situação ideal, tanto nas transações como nos processos, relacionamentos com clientes externos e internos, e promover sempre uma interação de todas as áreas da empresa, para que todas elas se somem de forma perfeita, sem falhas ou desperdícios, atingindo assim o ponto máximo de qualidade e redução de custos. O objetivo da melhoria contínua é a eliminação de desperdícios. IMPORTANT E Neste tópico iremos abordar de forma bem acentuada a eliminação de falhas e desperdícios. Mas você já se perguntou qual é o significado dos desperdícios dentro da gestão da qualidade e melhoria contínua? Então, para clarear um pouco os seus pensamentos, vamos ajudá-lo com o seguinte conceito de desperdício: é tudo o que não agrega valor para o cliente. Toda e qualquer atividade que o cliente não está disposto a pagar mais para recebê-la ou até mesmo que não possui valor percebido pelo cliente é desnecessária. Sendo desnecessária, ela não possui uma justificativa coerente para estar agregada ao produto, caracterizando assim um desperdício. Campos (2004a) enfatiza que sempre que uma investigação minuciosa é feita em uma organização, podemos encontrar desperdícios, sendo eles em equipamentos superdimensionados, ou até mesmo pessoas ociosas ou sobrecarregadas. Para eliminar estas falhas e desperdícios de que estamos falando, necessitamos de ferramentas para identificá-los, planejar as mudanças, coletar os dados, verificar e controlar os dados, e realizar as mudanças, conforme abordaremos a seguir. TÓPICO 2 | MELHORIA CONTÍNUA 27 “Se você não tem item de controle, você não gerencia” - Kaoru Ishikawa. “Não existe TQC sem CCQ. Não existe CCQ sem TQC” - Kaoru Ishikawa. IMPORTANT E IMPORTANT E 2 MÉTODOS DE CONTROLE DE PROCESSO O significado da palavra método é “caminho para se chegar a um ponto além do caminho”. Essa definição é oriunda da união de duas palavras gregas: “META = além de” e “HODOS = caminho”. 2.1 PROGRAMAS QUE ENVOLVEM O CAPITAL INTELECTUAL Conforme citado acima, o capital intelectual de uma organização é considerado o maior valor existente nela, portanto, de maneira sucinta iremos abordar a seguir alguns programas que envolvem os colaboradores e promovem apoio à melhoria contínua. 2.1.1 Círculos de Controle da Qualidade (CCQ) Os CCQ são círculos de indivíduos com o objetivo de motivar as pessoas e promover o controle da qualidade, através da busca da causa de problemas. Segundo Campos (2004b), a atividade de identificar e resolver problemas é altamente contagiante e gratificante quando realizada em grupo. O CCQ deve ser implantado no gerenciamento da rotina do trabalho, no contexto de contribuir para o Controle Total da Qualidade (TQC). A premiação do CCQ é realizada através de presentes, troféus, diplomas, medalhas, viagens etc., porém não existe premiação em dinheiro, do tipo bonificações ou aumento de salário. UNIDADE 1 | GESTÃO DA QUALIDADE 28 No Controle Total da Qualidade, a participação de todos é imprescindível, tanto que é considerado impossível que exista TQC sem a existência de CCQ, porém considera-se que para existirem ganhos consideráveis com estas atividades é necessário que o Controle Total da Qualidade esteja no mínimo em fase de implantação. A prática dos CCQ necessita também de apoio superior, isto é, da gerência da empresa, pois são mudanças voltadas para a evolução do setor humano da instituição.QUADRO 2 – FUNDAMENTOS DO CCQ, SEGUNDO ISHIKAWA FONTE: CAMPOS (2004b, p. 194) TÓPICO 2 | MELHORIA CONTÍNUA 29 2.1.2 Sistema de Sugestão Campos (2004b) afirma que se trata de um sistema de origem japonesa que funciona de maneira que um staff, neste caso geralmente um engenheiro, redige a sugestão coletada oralmente através de entrevistas com as pessoas e fornece um recibo à pessoa que apresentou a sugestão. As ideias são selecionadas pelo staff e pelos supervisores, classificadas em níveis de viabilidade e importância, sendo posteriormente apresentadas ao chefe. Atualmente existem empresas que adotam um conceito parecido, porém utilizam uma caixa de sugestões onde as pessoas escrevem suas sugestões em um papel e depositam nesta caixa, sendo depois lidas, selecionadas e classificadas por ordem de viabilidade, importância e também apresentadas ao chefe posteriormente. FIGURA 21 – CAIXA DE SUGESTÃO FONTE: Disponível em:<http://isoflex.com.br/produtos/acrilico/caixa-de-sugestoes-2/>. Acesso em 29 dez. 2015. O sistema de caixa de sugestões incentiva algumas pessoas tímidas e com dificuldade de comunicação a participarem do processo de melhoria. IMPORTANT E 2.1.3 Programa de Reunião-relâmpago É fato que nos primeiros 15 minutos de interação as pessoas tendem a prestar maior atenção e possuir maior absorção do conteúdo, o que evidencia um ganho nas reuniões-relâmpago, que são encontros curtos, entre cinco a 10 minutos. UNIDADE 1 | GESTÃO DA QUALIDADE 30 São reuniões com operadores e supervisores que ocorrem no próprio local de trabalho, em pé, antes do início de cada turno, às segundas-feiras, para ministrar pequenas palestras sobre assuntos específicos. Segundo Campos (2004b), são realizadas cerca de 52 reuniões anuais, que equivalem a cerca de 500 minutos ou oito horas de aulas ou palestras de máxima atenção. Cada empresa ou organização deve buscar a melhor maneira para conduzir o seu programa de reuniões-relâmpago, porém é necessário possuir um cronograma ou currículo básico do programa, para que o assunto tenha uma ordem lógica e garanta a perenidade do programa. FIGURA 22 – EXEMPLO DE CURRÍCULO BÁSICO FONTE: Campos (2004b, p. 196) TÓPICO 2 | MELHORIA CONTÍNUA 31 2.1.4 Programa 5S O programa 5S surgiu no Japão, no pós-guerra, na época de reconstrução do país. Com a orientação de americanos como Deming, somada com a cultura japonesa, formou-se um conceito novo de qualidade, o Controle Total da Qualidade. “O 5S, ou Programa 5S, como é mais conhecido, é um conjunto de cinco conceitos simples que, ao serem praticados, são capazes de modificar o seu humor, seu ambiente de trabalho, a maneira de conduzir suas atividades rotineiras e as suas atitudes”, afirma Lapa (1998, p. 1). O programa 5S busca a reeducação das pessoas, uma melhora na maneira de pensar, busca assegurar a base, os equipamentos, materiais, métodos, ambiente, medidas e pessoas, de maneira a garantir os cinco sensos contemplados pelo programa, sendo eles: • Seiri (arrumação): senso responsável pela utilização. Neste momento é necessário identificar tudo o que é utilizado e o que não é utilizado. Os não utilizados serão descartados em local adequado posteriormente à identificação. • Seiton (ordenação): senso responsável pela ordenação dos utilizados, respeitando a ordem dos mais utilizados à frente e os menos utilizados mais afastados ou atrás. • Seisoh (limpeza): senso responsável pela limpeza, eliminação das sujeiras e manutenção da limpeza. • Seiketsu (asseio): senso responsável pela saúde, ergonomia e qualidade de vida das pessoas. • Shitsuke (autodisciplina): senso responsável por manter os demais sensos sempre em perfeito funcionamento, assumir a responsabilidade de manter e seguir os padrões saudáveis. Guardar é algo que faz parte do instinto humano, portanto, além de identificar os excessos, vale identificar o motivo responsável por guardar estes excessos. IMPORTANT E UNIDADE 1 | GESTÃO DA QUALIDADE 32 FIGURA 23 – SIGNIFICADO DOS 5S FONTE: Campos (2004b, p. 197) Segundo Lapa (1998), os objetos desnecessários deixados no ambiente de trabalho podem ser causadores de acidentes, tornando assim necessário o programa 5S para ajudar a garantir a integridade das pessoas, aliado com a definição de área para trânsito de pessoas, cargas e de materiais, deixando-as bem sinalizadas. São ações de prevenção de acidentes. Para que você consiga compreender melhor os benefícios do 5S, observe a tabela a seguir, que relaciona cada benefício com todos os sensos e aloca o grau de relação para cada senso separadamente. TÓPICO 2 | MELHORIA CONTÍNUA 33 TABELA 2 – EFEITOS DO 5S FONTE: Lapa (1998, p. 13) O programa 5S não se limita apenas a empresas e organizações, podemos aplicá-lo em nosso quarto, no guarda-roupas, cozinha ou em qualquer lugar que necessite de alguns dos cinco sensos abordados. IMPORTANT E UNIDADE 1 | GESTÃO DA QUALIDADE 34 2.2 CICLO PDCA O ciclo PDCA é um método de controle e gestão de processo muito conceituado e bastante utilizado por empresas que buscam trabalhar em sistemas de melhoria contínua. O ciclo PDCA pode ser utilizado para manter os padrões do processo ou até mesmo para a melhoria do processo. A sigla PDCA é composta por: • Planejar (P - Plan): Responsável por estabelecer as metas e as maneiras como as metas serão atingidas. • Executar (D - Do): Executar as tarefas previstas no plano. Esta etapa engloba a tarefa de educar e treinar as pessoas responsáveis para a execução da melhoria. • Verificar (C – Check): Fase que compara os dados dos resultados alcançados na execução com a meta planejada. • Ação (A – Action): Responsável por atuar corretivamente, é quando o usuário atuará de forma definitiva, de tal modo que os desvios não voltem a ocorrer. FIGURA 24 – PDCA FONTE: Disponível em:<https://sites.google.com/site/planejaweb/pdca>. Acesso em: 29 dez. 2015. Mais importante que planejar é executar exatamente o que foi planejado. IMPORTANT E TÓPICO 2 | MELHORIA CONTÍNUA 35 2.2 CICLO PDCA Para a manutenção das melhorias conquistadas com a solução de problemas é muito importante criar padrões, para conseguir sempre as mesmas entradas, de modo que essas entradas, somadas a um processo eficiente, gerem sempre as mesmas saídas. Vamos exemplificar o conceito para se tornar mais claro. Suponhamos que você controla o processo de uma empresa fabricante de blocos de cimento e que sua meta é obter uma matéria-prima padrão, porém os seus três fornecedores de areia possuem padrões de qualidade diferentes entre eles. Sabendo que a demanda é dividida igualmente entre eles, podemos misturar as três partes de areia formando apenas uma, com apenas um padrão de qualidade e garantindo o mesmo padrão de qualidade na entrada da matéria-prima, para que assim você consiga sempre o mesmo padrão de qualidade no seu produto final. Para manutenção de melhorias, Campos (2004a) sugere a troca da letra “P” pela letra “S” no ciclo PDCA, substituindo assim “plan” por “standard” ou padrão. FIGURA 25 – SDCA FONTE: Disponível em:<http://in.kaizen.com/blog/post/2015/05/05/sdca-before-you-do-pdca. html>. Acesso em 29 dez. 2015. Desta maneira, a adaptação da sigla é composta por: • Padrão (S – Standard): Utilizar a meta padrão e traçar um procedimento operacional padrão que irá garantir o cumprimento da meta. • Executar (D - Do): Cumprir o procedimento operacional padrão. • Verificar (C – Check): Verificar a efetividade do procedimento operacional padrão. • Ação (A – Action): Remover os sintomas e agir na causa. Para entender melhor a aplicação destes métodos, caro(a) acadêmico(a), podemos observar a figura a seguir, que mostra a associação aplicada dos métodos, utilizando o PDCA para realização da melhoria e o SDCA para a manutenção da melhoria conquistada. UNIDADE 1 | GESTÃO DA QUALIDADE 36 FIGURA 26 – ASSOCIAÇÃO DOS CICLOS PDCA/SDCA FONTE: Disponível em: <http://lodineimarchini.no.comunidades.net/pdca>.Acesso em: 29 dez. 2015. Busque um problema existente no seu dia a dia e aplique esta metodologia, a fim de obter uma melhoria. DICAS 2.3 MÉTODO KAIZEN Gilsa (2011) afirma que Kaizen é uma expressão japonesa que significa “mudança para melhor”. Esta metodologia vem sendo aplicada fortemente em indústrias, empresas prestadoras de serviços, comércios e até mesmo organizações sem fins lucrativos, por possuir uma filosofia de melhoria contínua e desenvolver a cultura de desafio constante ao desempenho dos processos. FIGURA 27 – SIGNIFICADO DE KAIZEN FONTE: Disponível em:<http://www.certus.inf.br/wp-content/uploads/bfi_thumb/KAIZEN2-ndspj nptg27531r0irhc4vghq6iu08e9o7hgjs46go.jpg>. Acesso em 19 out. 2018. Melhoria MANUTENÇÃO MELHORIA A C P D A C S D A C S D MANUTENÇÃO NOVO PATAMAR TÓPICO 2 | MELHORIA CONTÍNUA 37 2.3 MÉTODO KAIZEN Kaizen é uma palavra utilizada para evidenciar a melhoria contínua na vida como um todo, seja ela na vida pessoal, familiar, social e no trabalho, porém no contexto empresarial ela é utilizada para baixar custos e melhorar a produtividade. O Kaizen possui uma filosofia de trabalho de que “sempre é possível fazer melhor”, o que o torna dinâmico e força a organização a permanecer na mudança constante para melhor, trazendo resultados concretos, de baixo custo, rapidez, melhorias qualitativas e quantitativas, embasadas em um ambiente com equipe reunida e motivada para atingir as metas delineadas. FIGURA 28 – MELHORIA CONTÍNUA FONTE: Disponível em:<http://www.citisystems.com.br/kaizen-metodo-melhoria-continua/>. Acesso em: 29 dez. 2015. Gilsa (2011) afirma que para existir melhoria contínua a empresa precisa de pessoas entusiasmadas, pois estas pessoas possuem características em comum que são extremamente importantes para a metodologia Kaizen, como: • Saber fazer: consiste em preparar e treinar as pessoas nos conceitos de melhoria contínua e nas ferramentas de análise e solução de problemas. • Poder fazer: consiste em permitir que as pessoas errem, encorajando-as a fazer, a realizar, sem criar punições ou repulsões ao erro cometido, caso ele venha a ocorrer. • Querer fazer: diz respeito à motivação das pessoas. Promover nas pessoas o motivo de tomarem as ações, de realizar as mudanças. UNIDADE 1 | GESTÃO DA QUALIDADE 38 FIGURA 29 – PROCESSO DE MELHORIA CONTÍNUA KAIZEN FONTE: Gilsa (2011, p. 157) Caro(a) acadêmico(a), perceba que os conceitos, as ferramentas e modelos de gestão da qualidade vão se complementando ao longo do tempo, pois no caso do Kaizen a manutenção da melhoria é tão importante quanto a própria implantação da melhoria, semelhante ao caso do programa 5S. ATENCAO 2.4 FERRAMENTAS DE GESTÃO DA QUALIDADE As ferramentas de gestão da qualidade são necessárias para implantar os sistemas de gestão da qualidade, ajudando a analisar os fatos e encontrar as falhas, para auxiliar no momento da tomada de decisão, facilitando assim que a melhor opção seja encontrada. O principal objetivo das ferramentas da qualidade é elevar o sistema a um grau máximo de eficiência e eficácia, buscando assim atingir o padrão máximo de qualidade, com o mínimo possível de recursos envolvidos, atingindo e superando as expectativas dos clientes, entregando apenas o que agrega valor ao produto ou serviço na concepção do cliente. 2.4.1 5W2H Esta ferramenta consiste em um checklist de atividades que servem a você, acadêmico(a), para ajudar na tomada de decisão, eliminando dúvidas e antecipando fatos que possam ocorrer ao longo da trajetória do projeto. TÓPICO 2 | MELHORIA CONTÍNUA 39 2.4 FERRAMENTAS DE GESTÃO DA QUALIDADE 2.4.1 5W2H O 5W2H é uma ferramenta geralmente utilizada para planejamento estratégico, manutenções de máquinas e apoio à decisão na busca da melhor opção, porém, ele pode ser aplicado nos mais variados casos. Para facilitar o seu entendimento, veremos o conceito desta ferramenta a seguir. Conforme a própria sigla enuncia, a ferramenta é composta por cinco palavras (em inglês) que iniciam com a letra “W” e duas com a letra “H”, sendo elas “What; Why; Where; When; Who; How; How much”. IMPORTANT E • What: o que será feito? • Why: por que isto será feito? • Where: onde será feito? • When: quando será feito? • Who: por quem será feito? • How: como será feito? • How much: quanto isto irá custar? Esta metodologia possui uma importância muito grande nas empresas, por ser uma metodologia utilizada para elaboração de planos de ação e por contemplar informações consideradas essenciais para a gestão e execução de planos. O 5W2H potencializa as condições favoráveis na execução de atividades, por eliminar incertezas, o que favorece o sucesso. FIGURA 30 – 5W2H FONTE: Disponível em:<http://eduardokurita.com/?p=447>. Acesso em 25 jan. 2016. UNIDADE 1 | GESTÃO DA QUALIDADE 40 2.4.2 Diagrama de causa e efeito O Diagrama de Causa e Efeito é conhecido também como “Diagrama de Ishikawa” ou “Espinha de peixe”, pois possui a forma semelhante à de uma espinha de peixe. É uma ferramenta muito utilizada para análise e solução de problemas, pois, como veremos a seguir, é um diagrama que aponta as possíveis causas para a ocorrência de um determinado problema. FIGURA 31 – ESPINHA DE PEIXE FONTE: Disponível em: <http://blog.qualidadesimples.com.br/tag/espinha-de-peixe/>. Acesso em: 30 dez. 2015. O Diagrama de Ishikawa é utilizado após a realização do Brainstorming, ou tempestade de ideias, categorizando as possíveis causas do problema levantadas. O diagrama padrão possui seis categorias, como: Método, Máquina, Medida, Material, Mão de Obra e Meio Ambiente. FIGURA 32 – DIAGRAMA ISHIKAWA FONTE: O autor. Material Método Medida Máquina Meio Ambiente PROBLEMA causacausacausa causa causa causaMão de obra TÓPICO 2 | MELHORIA CONTÍNUA 41 2.4.2 Diagrama de causa e efeito Em se tratando da implementação do Diagrama de Ishikawa, o grau das informações e o nível que será abordado podem fazer toda a diferença: Para a implementação do Diagrama de Ishikawa, não deve haver limites. As empresas que preferem ir além dos padrões convencionais podem identificar e demonstrar em diagramas específicos a origem de cada uma das causas do efeito, isto é, as causas das causas do efeito. A riqueza de detalhes pode ser determinante para uma melhor qualidade dos resultados do projeto. Quanto mais informações sobre os problemas da empresa forem disponibilizadas, maiores serão as chances de livrar-se deles. Essa ferramenta nos dá uma lista de itens para serem conferidos por meio dos quais se consegue uma rápida coleta de dados para várias análises. Essas informações são utilizadas para se obter uma localização da causa dos defeitos. (SOUZA, 2010, p. 40). Podemos utilizar outras categorias no diagrama, dependendo do efeito que possuímos na ponta do diagrama, isto é, o diagrama é dinâmico e adaptável a qualquer tipo de problema. Como você pode ver no exemplo a seguir, o autor categoriza o efeito em: Espera, Atitude do Garçom, Comida e Ambiente. FIGURA 33 – EXEMPLO DE CAUSA E EFEITO FONTE: Souza (2010, p. 38) Atitude do garçon Comida Ambiente Efeito Sala de jantar fria Janelas abertas Tapetes sujos Apressado Rude Confusa Muitas mesas Mau atendimento nas mesas Treinamento inadequado Garçon inexperiente Computador fora do ar Longa espera para fechamento de conta Assentos na área de espera Espera desconfortável por mesa Comida servida fria Programa de limpeza inadequada Garçons incertos sobre quando a comida está pronta Sistema de notificação do garçon inadequado Treinamento da faxineira inadequado Espera UNIDADE 1 | GESTÃO DA QUALIDADE 42 DICAS É de extrema importância esgotar todas possíveis causas do problema para obter melhor assertividade, mas para isso precisamos das ideias das pessoas envolvidas com o problema: Nas categorias que têm poucas ideias/causas, promover mais um brainstorming para encontrar mais opções. Isto ajudará
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