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AUDITORIA DA QUALIDADE Prof. Esp. MAYCON SOARES DE FRANÇA FERREIRA Reitor Márcio Mesquita Serva Vice-reitora Profª. Regina Lúcia Ottaiano Losasso Serva Pró-Reitor Acadêmico Prof. José Roberto Marques de Castro Pró-reitora de Pesquisa, Pós-graduação e Ação Comunitária Profª. Drª. Fernanda Mesquita Serva Pró-reitor Administrativo Marco Antonio Teixeira Direção do Núcleo de Educação a Distância Paulo Pardo Coordenadora Pedagógica do Curso Edição de Arte, Diagramação, Design Gráfico B42 Design *Todos os gráficos, tabelas e esquemas são creditados à autoria, salvo quando indicada a referência. Informamos que é de inteira responsabilidade da autoria a emissão de conceitos. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem autorização. A violação dos direitos autorais é crime estabelecido pela Lei n.º 9.610/98 e punido pelo artigo 184 do Código Penal. Universidade de Marília Avenida Hygino Muzzy Filho, 1001 CEP 17.525–902- Marília-SP Imagens, ícones e capa: ©envato, ©pexels, ©pixabay, ©Twenty20 e ©wikimedia G915b Sobrenome, Nome autor Titulo Disciplina [livro eletrônico] / Nome completo autor. - Marília: Unimar, 2020. PDF (XXX p.) : il. color. ISBN XXX-XX-XXXXX-XX-X 1. palavra 2. palavra 3. palavra 4. palavra 5. palavra 6. palavra 7. palavra 8. palavra I. Título. CDD – 610.6952017 Introdução Garantir a qualidade de um determinado produto ou serviço requer muita dedicação de uma organização. Em um mundo cada vez mais competitivo, a busca pela qualidade virou uma questão de sobrevivência de qualquer empresa. Uma das ferramentas imprescindíveis para garantir tal qualidade são, de fato, as auditorias de qualidade. Através deste processo sistematizado e documentado, é possível avaliar a conformidade dos produtos e serviços e promover a melhoria contínua dos processos de qualquer organização. A auditoria de qualidade é uma ferramenta gerencial usada para avaliar, confirmar ou verificar as atividades de um determinado processo. Uma auditoria da qualidade bem conduzida constitui um processo positivo e construtivo e identifica as atividades capazes de criar problemas futuros. Em algumas ocasiões, esses problemas surgem em função da ineficiência ou inadequação de uma determinada operação. Ao longo desta disciplina, vamos abordar os principais aspectos sobre o modelo de gestão da qualidade, a visão de abordagem por processos nas auditorias, conceituação e interpretação dos requisitos normativos da qualidade. Bons estudos! Prof. Maycon Soares. 3 005 Aula 01: 011 Aula 02: 020 Aula 03: 027 Aula 04: 035 Aula 05: 044 Aula 06: 055 Aula 07: 064 Aula 08: 073 Aula 09: 085 Aula 10: 094 Aula 11: 110 Aula 12: 119 Aula 13: 126 Aula 14: 141 Aula 15: 152 Aula 16: Entendendo a Gestão da Qualidade e Auditoria Gerenciando um Programa de Auditoria Implementando um Programa de Auditoria Planejamento das Auditorias Condução das Auditorias de Qualidade Competências e Avaliação dos Auditores Visão Geral da NBR ISO 9001 e Abordagem por Processos Auditando o Item 4 – Contexto da Organização Auditando o Item 5 – Liderança Auditando o Item 6 – Planejamento Auditando o Item 7 – Apoio Auditando o Item 8 – Operação Auditando o Item 8.3 – Projeto e Desenvolvimento de Produtos e Serviços Auditando o Item 8.4 – Controle de Processos Auditando o Item 9 – Avaliação de Desempenho Auditando o Item 10 – Melhoria 01 Entendendo a Gestão da Qualidade e Auditoria “Qualidade é desenvolver, projetar, produzir e comercializar um produto que seja sempre mais econômico, mas útil e sempre satisfaça o consumidor” (JURAN, 2003, p. 15) A Gestão da Qualidade Um Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ) é um sistema elaborado para dirigir e controlar uma organização, no que diz respeito à qualidade. É um conjunto de requisitos normativos que tem como objetivo, orientar cada parte de uma determinada organização para que ela execute corretamente os seus processos garantindo a qualidade dos seus produtos e serviços. De acordo com Mello (2009, p.1), “sistema de gestão refere-se a tudo o que a organização faz para gerenciar seus processos ou atividades”. Na verdade, cada autor define qualidade de uma maneira, porém, pode-se perceber que todas as definições levam para uma característica comum da qualidade: a satisfação do cliente e do mercado. Em Paladini (2012, p. 9), são apresentadas diferentes definições de qualidade de acordo com o tipo de abordagem, veja a tabela 1 abaixo. 6 Tabela 1 – Definições de qualidade Fonte: Paladini (2012, p. 9). Abordagem Conceito Transcendental Qualidade é sinônimo de excelência inata, para a qual não existe definição e só se reconhece pela experiência. Baseada no produto Qualidade é mensurável em função de atributos pré-definidos. Baseada no usuário Qualidade está relacionada com as necessidades do consumidor e a capacidade de um bem ou serviço. Baseada no processo Qualidade está vinculada ao atendimento de especificações. Baseada no valor Qualidade é função de o preço ser acessível ao consumidor, independentemente da excelência do produto. A qualidade consiste nas características dos produtos que vão ao encontro das necessidades dos clientes, e dessa forma proporcionam satisfação em relação ao produto. Em outras palavras, a qualidade é a ausência de falhas. (JURAN, 2003, p. 14) No entanto, um dos fatores que auxiliam as organizações a buscarem a excelência operacional são as auditorias de qualidade. Por meio desta ferramenta, é possível verificar a conformidade dos produtos e serviços em relação aos requisitos normativos e, principalmente, dos clientes. 7 As auditorias da qualidade são um complemento de qualquer sistema de gestão da qualidade. Sem elas, não seria possível medir os resultados bem como promover a melhoria contínua dos processos, produtos e serviços. As Auditorias de Qualidade De acordo com a ABNT NBR ISO 19011 (2018, p. 1), “A auditoria é um processo sistemático, independente e documentado para obter evidência objetiva e avaliá-la objetivamente, para determinar a extensão na qual os critérios de auditoria são atendidos”. Ainda segundo a norma, existem pelo menos três tipos de auditorias. Veja a tabela 2: Diferentes tipos de auditorias fonte: ABNT NBR ISO 19011 (2018, p. 8). Auditoria de 1ª parte Auditoria de 2ª parte Auditoria de 3ª parte Auditoria interna Auditoria de fornecedor externo Auditoria de certificação e/ ou acreditação - Outra auditoria de parte interessada externa Auditoria estatutária, regulamentar e similar 8 Auditorias internas São chamadas de auditorias de primeira parte, são conduzidas por pessoas pela própria empresa e que são capacitadas para realizarem esta atividade. Auditorias externas São chamadas de auditorias de segunda parte e terceira parte. Auditorias de segunda parte são conduzidas por partes que têm um interesse na organização, como clientes, ou por outras pessoas em seu nome. Auditorias de terceira parte são conduzidas por organizações de auditoria independentes, como aquelas que fornecem certificação/ registro de conformidade, ou por agências governamentais. Sejam as auditorias internas ou externas, as duas possuem apenas um único objetivo: buscar a melhoria contínua de qualquer organização. Podemos dizer que toda auditoria é composta por três elementos-chave: evidência objetiva, critérios de auditoria e constatações. Veja o detalhamento abaixo: Evidência Objetiva Registros, documentos, observações do auditor durante as auditorias conforme critérios. Critérios de Auditoria Requisitos de uma norma ou de uma instrução de trabalho ou documento 9 elaborado por uma organização e que estes deverão ser seguidos. Constatações de Auditoria Confirmação da conformidade ou não conformidade de um determinado requisito, de acordo com a evidência objetiva encontrada. Transparência de informações, alinhamento ao planejamento estratégico, maior organização, redução dos riscos e otimização dos processos são alguns dos motivospara realizar as auditorias em uma empresa. Através dessa ferramenta, é possível implementar ações corretivas para minimizar os erros, prevenir falhas e obter processos mais eficazes e transparentes. São muitas as possibilidades, mas o essencial é que todos podem ajudar a arrumar a casa e oferecer uma visão real sobre a situação da organização, trazendo maior clareza para os resultados operacionais. Acesse o link: Disponível aqui Compreender a essência de uma auditoria da qualidade é fundamental para os profissionais da área de gestão. Leia um artigo sobre o tema. Fonte: Disponível aqui Avaliar um modelo de gestão de qualquer organização requer um trabalho bem estruturado, ainda mais quando se tem dois tipos de modelos de gestão implementados na mesma organização. Entender a importância desses modelos é fundamental para gerir qualquer conceito abordado sobre gestão da qualidade. 10 https://www.banasqualidade.com.br/artigos/2013/09/auditorias-de-gestao-de-acordo-com-a-norma-tecnica.php https://www.ufjf.br/engenhariadeproducao/files/2014/09/2010_1_Margarida.pdf 02 Gerenciando um Programa de Auditoria “Auditoria, processo sistemático, independente e documentado para obter evidência objetiva e avaliá-la objetivamente, para determinar a extensão na qual os critérios de auditoria são atendidos”. (ABNT 19011, 2018, p. 1) Principais Elementos da Auditoria e Definições Para compreender o processo de auditoria de uma forma clara e objetiva, é essencial conhecer as definições apresentadas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas. Conforme destacado por MORAES (2014 p.101), listamos os principais componentes sendo: Auditado: Organização que está sendo auditada. Auditor: Pessoa com a competência para realizar uma auditoria. Competência: Atributos pessoais e capacidade para aplicar conhecimento e habilidades. Constatações de auditoria: Resultados da avaliação de evidência de auditoria coletada, comparando com os critérios de auditoria. Conclusão de auditoria: Resultado apresentado pela equipe de auditoria após considerar os objetivos e todas as constatações nela ocorridas. Cliente de auditoria: Organização ou pessoa que solicitou uma auditoria. Critérios de auditoria: Conjunto de políticas, procedimentos ou requisitos. São usados como uma referência com a qual a evidência de auditoria é comparada. Equipe de auditoria: Um ou mais auditores que realizam uma auditoria apoiados, se necessário, por especialistas ou por outras funções que se façam necessárias. Um auditor da equipe de auditoria deve ser indicado como o líder. Ressalta-se que a equipe pode incluir auditores em treinamento. Escopo da auditoria: Abrangência e limites de uma auditoria. O escopo da auditoria deve incluir uma descrição de localizações físicas, unidades organizacionais, atividades e processos, bem como o período de tempo coberto. Cabe lembrar que a auditoria é uma avaliação realizada segundo um recorte de tempo e espaço físico específico. 12 Evidência de auditoria: Registros, apresentação de fatos ou outras informações pertinentes aos critérios de auditoria (e verificáveis). A evidência de auditoria é a comprovação do cumprimento ou não de um requisito verificado na auditoria. Melhoria contínua: Processo recorrente de amadurecer um sistema de gestão geral a fim de aprimorar o desempenho de uma determinada organização. Objetivos da auditoria: O que se pretende alcançar ou atingir com a auditoria. Por exemplo: auditoria interna para avaliação da conformidade da empresa a uma norma, auditoria de certificação e auditoria de manutenção da certificação. Plano de auditoria: Descrição de atividades e arranjos para uma auditoria cujo objetivo é garantir o cumprimento do escopo. Princípios de Auditoria Segundo a ABNT 19011 (2018 p. 6), A auditoria é caracterizada pela confiança em diversos princípios. Convém que estes princípios ajudem a tornar a auditoria uma ferramenta eficaz e confiável, em apoio às políticas e controles de 13 gestão, fornecendo informações sobre as quais uma organização pode agir para melhorar seu desempenho. Aderência a estes princípios é um pré-requisito para serem fornecidas conclusões de auditoria que sejam pertinentes e suficientes, e para permitir que auditores trabalhando independentemente entre si cheguem a conclusões similares em circunstâncias similares. Complementando, de acordo com Moraes (2014 p.109), em todo o processo de auditoria cinco personagens diferentes são exigidos para que ocorra de forma eficaz, sendo estes: Auditor líder: É o principal elemento no processo de condução da auditoria, responsável por assegurar ao cliente a eficácia da auditoria de acordo com o escopo e o plano de trabalho. Algumas de suas responsabilidades são: determinar os critérios e o escopo da auditoria em conjunto com o cliente e, se for o caso, com o auditado; elaborar o plano de auditoria, consultando o cliente, o auditado e a equipe de auditoria, para depois comunicá-los aos envolvidos; obter informações necessárias e suficientes para atingir os objetivos da auditoria, incluindo detalhes de atividades, produtos e serviços do auditado, localidade, imediações e detalhes de auditorias anteriores; representar a equipe de auditoria nas discussões com o auditado, antes, durante e depois da auditoria, formar a equipe de auditoria, evitando conflitos de interesses e submetendo sua composição à concordância do cliente; notificar o auditado e/ou cliente acerca de constatações de não conformidades críticas durante a execução da auditoria; avaliar e aprovar a versão final do relatório de auditoria; e relatar ao cliente os resultados da auditoria, de forma clara e conclusiva, dentro do prazo acordado no plano de auditoria. Auditor: Compõe com o auditor líder a equipe de auditoria. Uma equipe de auditoria pode ter um ou mais auditores, dependendo das características da empresa a ser auditada. Algumas das responsabilidades do auditor são: seguir as instruções do auditor líder, dando-lhe suporte e apoio; planejar e executar as tarefas que lhe foram incumbidas dentro do escopo da auditoria, coletar e analisar evidências de auditoria, relevantes e suficientes, para definir as constatações de auditoria; resguardar os documentos relativos à auditoria; e auxiliar na redação do relatório de auditoria. Na equipe de auditoria pode haver também especialistas, técnicos e auditores em treinamento, desde que sejam aceitos pelo cliente, pelo auditado e pelo auditor líder. Cliente: É a organização que solicita e paga a auditoria. Consideram-se responsabilidades do cliente: determinar a necessidade da auditoria; definir seus objetivos; selecionar o auditor líder ou a organização auditora e, quando necessário, 14 aprovar a composição da equipe de auditoria; determinar o escopo da auditoria com o auditor líder; prover recursos apropriados para permitir a condução da auditoria; e contratar o auditado para obter sua concordância e cooperação, quando o auditado e o cliente não forem a mesma organização. Auditado: É a organização ou o local onde será realizada a auditoria. O cliente e o auditado podem ser a mesma empresa. São atribuições e responsabilidades do auditado: informar aos funcionários os objetivos e o escopo da auditoria, prover à equipe de auditoria recursos necessários para a condução da auditoria; prover acesso às instalações, ao pessoal e às informações e/ou registros pertinentes, conforme solicitado pelos auditores, designar pessoal responsável e competente para acompanhar os membros da equipe de auditoria, e cooperar com a equipe de auditoria para que os objetivos da ação sejam alcançados. Compreendemos até aqui, os elementos fundamentais do processo de auditoria e suas definições. Neste sentido, abordaremos a primeira tarefa essencial de um auditor que é gerenciar um programa de auditoria. 15 A conduta dos auditores deve ser baseada em alguns princípios: ética, apresentação justa, cuidado profissional, independência e abordagem baseada em evidências. Gerenciando um Programa de Auditoria O planode auditoria remete a uma agenda de auditoria em que os processos a serem auditados serão descritos, além da duração da auditoria, os horários da auditoria e outras informações relevantes de cada auditoria. Esse plano facilitará a programação e a coordenação das atividades da auditoria. Ainda que o plano de auditoria seja suficientemente flexível para permitir alterações, tais como mudanças no escopo, que podem se tornar necessárias na medida em que as atividades de auditoria progridam. Segundo a ABNT 19011 (2018, p. 7), “convém que um programa de auditoria seja estabelecido, o qual pode incluir auditorias que abordem uma ou mais normas de sistema de gestão ou outros requisitos, conduzidas separadamente ou em combinação (auditoria combinada).” Para construir um programa de auditoria de forma eficaz, leve em consideração as seguintes informações: 16 Fonte: Adaptado de ABNT ISO 19011 (2018, p. 8). Após a implementação do programa de auditoria, assegure-se de que os objetivos foram alcançados. O auditor deverá fazer uma análise crítica para identificar as necessidades de mudança e possíveis oportunidades de melhorias. Estabelecendo Objetivos do Programa de Auditoria Assim como uma bússola, os objetivos do programa de auditoria servirão como um norteador para uma boa condução das auditorias. A ABNT 19011 (2018, p. 10) determina que o cliente da auditoria, assegure que os objetivos do programa de auditoria sejam estabelecidos para direcionar o planejamento e a condução de auditorias, e convém que assegure que o programa de auditoria seja implementado eficazmente. Convém que os objetivos do programa de auditoria sejam coerentes com a direção estratégica do cliente da auditoria e apoiem a política e os objetivos do sistema de gestão. 17 Fonte: Adaptado de ABNT ISO 19011 (2018, p. 10). Leve em consideração os exemplos: De uma forma geral, podemos dizer que o objetivo da auditoria está inserido dentro das atividades de planejamento e é responsável por identificar os recursos necessários para realizar uma boa auditoria. É importante destacar que, dentro deste processo, as pessoas que realizarão o gerenciamento de um programa de auditoria, precisam conhecer os objetivos da organização, determinar as questões internas e externas que poderão afetar as atividades das auditorias, assegurar as competências necessárias dos auditores, verificar quais processos serão auditados e os recursos que serão disponibilizados. 18 Acesse o link: Disponível aqui A aplicação do processo de auditoria é compatível em diversas áreas de uma determinada organização. Já imaginou auditar a área de projetos? O objetivo da auditoria do projeto é garantir que os projetos proporcionem os resultados desejados, produzindo os produtos corretos com as restrições de qualidade, custo e tempo combinados. Acesse o link: Disponível aqui Papel e caneta na mão! Anote alguns lembretes essenciais para fazer um bom planejamento de auditoria. 19 https://www.banasqualidade.com.br/artigos/2014/05/a-auditoria-de-projetos.php https://auditoriaoperacional.com.br/plano-e-preparacao-da-auditoria-interna/ 03 Implementando um Programa de Auditoria “Uma vez que o programa de auditoria tenha sido estabelecido e os recursos relacionados tenham sidos determinados, é necessário implementar o planejamento operacional e a coordenação de todas as atividades do programa”. (ABNT 19011, 2018, p. 14) Principais Componentes do Programa de Auditoria Como vimos no capítulo anterior, o gerenciamento de um programa de auditoria é essencial para abordar todos os aspectos funcionais e lógicos deste processo. Neste sentido, abordaremos os principais elementos contidos em um programa de auditoria e como eles sustentam o processo de avaliação nas organizações. Um programa de auditoria é construído fora de uma determinada organização e necessita da coleta de dados relevantes para que seja verificada a conformidade dos produtos ou serviços a serem auditados. Nesta etapa, um auditor deverá levar em consideração três atividades chaves que o ajudará a implementar um programa de auditoria. Vamos considerar cada um deles. Definição dos Objetivos e Escopo O objetivo se define pelo tipo de auditoria que será realizada em uma determinada organização. Se o objetivo for a certificação de um sistema de gestão da qualidade, a auditoria será de certificação, e se for para identificar apenas o atendimento dos requisitos dos clientes, a auditoria será de segunda parte. Em relação ao escopo, trata-se dos limites dentro dos quais a auditoria percorrerá em uma determinada empresa. Segundo Campos e Lerípio (2009), “o escopo irá delimitar os limites e a extensão [da auditoria] em termos de fatores como a localização física e as atividades da organização”. Veja o exemplo na Tabela 1. 21 Tabela 1 – Exemplo de objetivo e escopo de auditoria. Objetivo da Auditoria Obtenção da certificação NBR ISO 9001:2015 para o processo de fabricação de itens fundidos da empresa XYZ. Escopo Processos: fabricação, usinagem e expedição. Plantas: Matriz XYZ de São Paulo-SP e filial XYZ do Paraná-PR. As atividades de definição dos objetivos da auditoria e o escopo deverão ser definidos pela própria organização. O papel do auditor nesse processo inicial será apenas para orientar o auditado quanto ao resultado que se espera. Definição dos Critérios de Auditoria Os critérios de auditoria nada mais são do que um composto de requisitos que serão avaliados pelo auditor. Neste sentido, o critério de auditoria deverá ter coerência com a descrição do objetivo da auditoria. Por exemplo, imaginamos que uma determinada organização pretende obter uma certificação do sistema de gestão da qualidade, e no momento da definição dos critérios da auditoria, não é mencionada a utilização dos requisitos normativos da NBR ISO 9001, neste caso, não há coerência entre objetivo e critério. Podemos definir critério de auditoria conforme exemplos descritos na Tabela 2. 22 Tabela 2 – Exemplos de critérios de auditoria. Critérios de auditoria Requisitos normativos da NBR ISO 9001:2015. Requisitos normativos. (Ex: legislações, INMETRO, etc) Requisitos compulsórios. (Ex: Certificações de outros países para exportação) Requisitos de clientes. (Ex: Exigências técnicas declaradas pelos clientes) Definição dos Recursos de Auditoria Uma vez definidos os objetivos, escopo e critérios, é chegada a etapa da definição dos recursos necessários para a realização da auditoria. Leve em consideração os fatores internos e externos da organização. Os recursos sempre estão associados à infraestrutura, deslocamentos, equipamentos eletrônicos, entre outros. Abaixo, listamos alguns exemplos de recursos: Tabela 3 – Exemplos de recursos de auditoria. Recursos de auditoria Salas de reuniões, computadores, telefones. Autorizações de acessos restritos dentro da empresa. Logística (interna e externa). Hospedagens e refeições. 23 Tabela 4 – Exemplo de um programa de auditoria (documento). Em suma, os recursos serão aqueles que sustentarão uma auditoria para que ela realmente aconteça. Ao mapear todos os recursos, leve em consideração as características da organização que será auditada, bem como a dimensão dos processos existentes. Assim como uma bússola que orienta um viajante ou até mesmo capitães, o plano de auditoria servirá como um guia para os auditores e auditados. Sem o planejamento, não existe rumo, muito menos destino. Para ajudar a visualizar um programa de auditoria como um todo, elaboramos abaixo um modelo de programa de auditoria com todos os elementos-chave. Veja a tabela 4. De uma forma geral, os principais componentes de um programa de auditoria serão fundamentais para a realização de uma auditoria em qualquer organização. Através do programa de auditoria, será possível mapear todos os processos existentes de uma determinada organização e verificar o tempo disponível para auditá-los. 24 a. Verificar se os agendamentos estão sendo cumpridos e se os objetivos do programa de auditoria estãosendo alcançados; b. Avaliar o desempenho dos membros da equipe de auditoria, incluindo o líder da equipe de auditoria e os especialistas; c. Avaliar a capacidade das equipes de auditoria de implementar o plano de auditoria; d. Dar feedback para clientes de auditoria, auditados, auditores, especialistas e outras partes interessadas pertinentes e e. Conferir a suficiência e adequação de informação documentada em todos os processos de auditoria. Vale lembrar que cada auditor, construirá o plano de auditoria em conjunto com a organização a ser auditada. Normalmente, as pessoas-chave que auxiliarão nesse processo serão aquelas das áreas de Gestão Integrada ou Administração Geral devido à facilidade de acesso às informações relacionadas ao Sistema de Gestão da Qualidade. Durante a realização de uma determinada auditoria, tanto as pessoas que gerenciam o programa de auditoria como os auditores deverão monitorá-lo a fim de cumprirem o que foi planejado. Abaixo, seguem alguns lembretes conforme destacado pela ABNT 19011 (2018, p. 19): É importante destacar que, durante a realização das auditorias, pode haver a necessidade de modificar o programa de auditoria devido alguns fatores como: 25 Após a construção do documento em questão, ainda é possível encontrar inconsistências nas atividades de planejamento e de execução da auditoria. Portanto, recomendamos que todo auditor realize uma análise crítica do Programa de Auditoria junto com o auditado e com a equipe auditora e elabore um plano de correção caso necessário. Acesse o link: Disponível aqui A profissão de qualidade evoluiu e ela assumiu uma variedade de funções e responsabilidades dentro das organizações inclusive dos auditores. No entanto, existem várias qualidades principais que definem essas profissões. 26 https://www.banasqualidade.com.br/artigos/2014/09/o-desafio-da-profissao-da-qualidade.php 04 Planejamento das Auditorias “Convém que a viabilidade da auditoria seja determinada para fornecer confiança razoável de que os objetivos da auditoria podem ser alcançados”. (ABNT 19011, 2018, p. 22) Preparação das Auditorias Segundo Moraes (2014, p.119), a preparação da auditoria é realizada fora das instalações do auditado e se caracteriza pela definição dos profissionais que farão parte da equipe auditora, a análise preliminar dos documentos do auditado e a elaboração do plano de auditoria. Também se procede com a elaboração ou a adaptação dos instrumentos de trabalho dos auditores e o estudo de normas e legislações específicas da área do auditado. Conforme apresentado, após a definição dos principais recursos descritos no programa de auditoria (objetivo, escopo e recursos), é chegado o momento de definir quem serão os auditores e quais profissionais devem ser externos para não haver imparcialidade nos processos a serem auditados. Ainda segundo Moraes (2014, p.120), não é recomendável que a auditoria seja realizada por um único profissional (auditor), pois a discussão das evidências coletadas e as conclusões tendem a ser mais bem analisadas com a contribuição de um número maior de pessoas habilitadas. Para que a equipe estabeleça um Plano de Auditoria, ela deve solicitar ao auditado alguns documentos, a fim de que conheça melhor a estrutura da empresa e possa avaliar, em especial, os documentos que compõe um sistema de gestão da organização. A análise preliminar de documentos visa não apenas minimizar e objetivar o tempo despendido pelos auditores na etapa de coleta de evidências na unidade auditada, mas também conhecer o negócio da empresa, ou seja, o que e como ela faz. A equipe auditora normalmente adota uma listagem de documentos ou questionários pré- auditoria para a coleta das informações necessárias nos auditados. A partir disso, tal equipe elaborará protocolos ou listas de verificação para serem utilizados na auditoria nas instalações do auditado. 28 Dentro do processo de planejamento da auditoria, todo auditor desprenderá a maior parte do tempo dos trabalhos fora da organização como, por exemplo: analisando documentações da organização, alinhamento com a equipe auditora, preparação das listas de verificação, preparação da logística e entre outras atividades. O que Verificar na Pré-auditoria? Normalmente, os documentos listados abaixo são utilizados no processo da pré- auditoria: Relatórios de auditorias anteriores (Se houver) Fluxogramas Principais normas e procedimentos Dados de registro da empresa (CNPJ, razão social, endereço) Organograma funcional Principais registros de funcionamento (Ex: Licença de Operação) A ABNT 19011 (2018, p. 22) declara que convém que a informação documentada inclua, mas não se limite a: documentos e registros de sistemas de gestão, assim como relatórios 29 de auditorias anteriores. Convém que a análise crítica leve em conta o contexto da organização do auditado, incluindo seu tamanho, natureza e complexidade, e seus riscos e oportunidades relacionados. Convém que ela também leve em conta o escopo, critérios e objetivos da auditoria. A listagem de documentos é normalmente utilizada pela equipe para conhecer a estrutura da empresa e os documentos complementares que podem auxiliar no delineamento das atividades da auditoria (MORAES, 2014 p.121). Após reunir todas as informações acima, a equipe de auditoria terá dados suficientes para elaborar o Plano de Auditoria. Lembre-se que este plano deverá ser compartilhado com a organização a ser auditada, pelo menos, com um mês de antecedência, para que as áreas se organizem a fim de receber os auditores. Detalhes do Planejamento da Auditoria A dimensão e o conteúdo do planejamento da auditoria podem variar, por exemplo, entre auditorias iniciais e subsequentes, assim como entre auditorias internas e externas. Convém que o planejamento de auditoria seja suficientemente flexível para permitir mudanças que possam se tornar necessárias conforme as atividades de auditoria progridam (ANBT 19001, 2018, p. 23). Todo auditor deverá abordar os seguintes itens: 30 Conforme mencionado anteriormente, é recomendável que o plano de auditoria seja compartilhado com antecedência para a organização a ser auditada, e qualquer questão relacionada ao plano deve ser tratada entre o auditor líder e as pessoas que gerenciam o programa de auditoria. a. Objetivos da auditoria; b. Escopo da auditoria, incluindo identificação da organização e suas funções, assim como os processos a serem auditados; c. Critérios de auditoria e qualquer informação documentada de referência; d. Locais (físicos e virtuais), datas, tempo e duração estimados das atividades de auditoria a serem conduzidas, incluindo reuniões com a direção do auditado; e. Necessidade de a equipe de auditoria se familiarizar com as instalações e processos do auditado (por exemplo, conduzindo uma visita ao(s) local(is) físico(s) ou analisando criticamente tecnologia de informação e comunicação); f. Métodos de auditoria a serem usados, incluindo a extensão na qual a amostragem de auditoria seja necessária para obter evidências suficientes de auditoria; g. Papéis e responsabilidades dos membros da equipe de auditoria, assim como dos guias e observadores ou intérpretes; h. Alocação de recursos apropriados, baseada na consideração dos riscos e oportunidades relacionados às atividades que serão auditadas. 31 Trabalho da Equipe e Documentos para a Execução da Auditoria Segundo a ABNT 19011 (2018, p. 24), o líder da equipe de auditoria, em consulta à equipe de auditoria, atribuía responsabilidade a cada membro da equipe para auditar processos, atividades, funções ou locais específicos e, conforme apropriado, autoridade para tomar decisão. Convém que as atribuições levem em conta a imparcialidade, objetividade e competência dos auditores, e o uso eficaz de recursos, assim como diferentes funções e responsabilidades dos auditores, auditores em treinamento e especialistas. Nesse sentido, o auditor deverá levar em consideração o segmento da organização e os processos que serão auditados.Por exemplo, suponhamos que você irá auditar uma empresa que realiza a fabricação de produtos fundidos. Necessariamente, você deverá ter no mínimo um conhecimento básico sobre fundição ou metalurgia básica. Quando a organização a ser auditada tiver mais de um site (local físico), leve em consideração o tempo que será necessário para realizar o deslocamento. Em algumas organizações, por exemplo, possuem fábricas em diversos estados, e neste caso, os auditores deverão considerar a logística aérea e a auditoria poderá levar muito mais tempo para ser concluída. Em relação aos documentos para executar uma determinada auditoria, a ABNT 19011 (2018, p. 25) explica que os membros da equipe de auditoria coletem e analisem criticamente a informação pertinente às suas atribuições de auditoria e preparem informação documentada para a auditoria, usando qualquer meio apropriado. A informação documentada para a auditoria pode incluir, mas não está limitada a: a. lista de verificações físicas ou digitais; 32 b. detalhes de amostragem de auditoria e c. informação audiovisual. O auditor líder, junto com a equipe de auditores, ao preparar documentos de trabalho de auditoria, deve considerar as questões abaixo para cada documento: a. Qual registro de auditoria será criado usando este documento de trabalho? b. Qual atividade de auditoria está ligada a este documento de trabalho específico? c. Quem será o usuário deste documento de trabalho? d. Qual informação é necessária para preparar este documento de trabalho? Contudo, os auditores terão um grande trabalho na condução do planejamento das auditorias do sistema de gestão. É importante que toda a equipe de auditoria conheça os processos e o segmento de atuação de uma determinada organização antes de realizar a auditoria no local. Aplicando essas ferramentas, com certeza o resultado será satisfatório. 33 Acesse o link: Disponível aqui Graças à tecnologia, muitas das limitações de confinamento causadas pela pandemia do ano de 2020 podem ser minimizadas ou até mesmo mitigadas com o uso de recursos e de análises disponíveis nos bancos de dados das empresas. Os chamados programas Analytics usados nas principais auditorias têm revolucionado a profissão, inclusive quando o assunto é planejamento. Fonte: Disponível aqui Vale a pena ler de novo! Uma explanação simples sobre as auditorias do sistema de gestão e metodologias de aplicação nas organizações. 34 https://www.banasqualidade.com.br/artigos/2020/07/auditoria-em-tempos-de-confinamento.php https://www.banasqualidade.com.br/artigos/2018/02/os-principios-de-auditoria-de-sistemas-de-gestao.php 05 Condução das Auditorias de Qualidade “Esta fase é caracterizada pela execução da auditoria propriamente dita, constituindo-se na reunião de abertura, na coleta e avaliação das evidências, nas constatações de auditoria e na reunião de encerramento e apresentação dos resultados”. (MORAES, 2012). Executando uma Auditoria A ABNT 19011 (2018) ressalta que a auditoria é caracterizada pela confiança em alguns princípios: Integridade: profissionalismo Apresentação justa: veracidade e exatidão Devido cuidado profissional: julgamento adequado Confidencialidade: segurança da informação Independência: imparcialidade e objetividade Abordagem baseada em evidências: método racional e sistemático Campos e Lerípio (2009) consideram que o objetivo dessa fase é a obtenção, a análise e avaliação de evidências em relação ao cumprimento dos critérios estabelecidos pela auditoria por meio da verificação dos procedimentos, das responsabilidades e dos processos produtivos a fim de averiguar se o padrão estabelecido como referencial está sendo atingido. Para verificar o cumprimento dos critérios no auditado, devem-se realizar análises de documentos, observações diretas das atividades do auditado, entrevistas e, ainda, testes amostrais. Todas essas informações serão formalizadas como constatações de auditoria a partir das quais a conformidade da empresa aos critérios da auditoria será avaliada – resultados da avaliação comparativa entre as evidências e os critérios de auditoria. 36 Ainda segundo Moraes (2014 p. 123), a execução de uma auditoria nas instalações do auditado tem início com a reunião de abertura, sendo finalizada com a reunião de encerramento. A principal finalidade da reunião de abertura é apresentar a equipe auditora aos auditados e também informá-los sobre o escopo, os objetivos, o plano de auditoria, os métodos empregados na realização da auditoria, os critérios de confiabilidade e a confirmação dos recursos necessários para a boa condução do processo. Além disso, deve ser aberto um espaço para o auditado esclarecer as dúvidas remanescentes. Detalhamento da Condução de uma Auditoria Uma auditoria é confidencial entre as duas partes. Qualquer informação levantada durante o programa completo de auditoria deve ser vinculada por um Código de Ética, que pode ser elaborado e declarado pelo auditor líder nas reuniões de abertura e fechamento. De toda maneira, os auditores devem salvaguardar a confidencialidade da informação. Um exemplo genérico pode ser seguido da seguinte maneira: 1. Realizar a reunião de abertura com o objetivo de apresentar a equipe de auditoria, afirmar o acordo com todos os envolvidos e verificar se as atividades do plano de auditoria, previamente encaminhado à organização, podem ser desenvolvidas. Esta é a oportunidade de realizar questionamentos iniciais. 2. Verificação da documentação, que podem ser as convencionais e/ou obrigatórias, evidenciando a conformidade do sistema baseado nos critérios da auditoria. Os envolvidos são questionados a apresentar informações e evidências que possam ser verificáveis e registrá-las. 3. O próximo passo seria o momento de fazer as análises pertinentes, envolvendo o critério de auditoria em busca das constatações, que variam entre as não conformidades e as conformidades. Podem ser posteriormente reanalisadas visando à obtenção de reconhecimento verídico das informações. 4. As constatações evidenciadas na auditoria devem ser analisadas e discutidas entre a equipe de auditoria. 5. Apontar conclusões sobre assuntos da implementação, manutenção e melhoria contínua do sistema de gestão, além da explanação sobre as oportunidades de melhoria que a organização pode absorver. 6. Execução da reunião de encerramento comandada pelo auditor líder que apresenta as constatações e as conclusões. Essas conclusões podem indicar necessidades de ações corretivas e preventivas, que devem ser tratadas pelo auditado em um período estipulado e acordado. 37 Conforme destacado pela ABNT 19011 (2018, p. 26), o propósito da reunião de abertura é: a. Confirmar o acordo de todos os participantes (por exemplo, auditado, equipe de auditoria) com o plano de auditoria; b. Apresentar a equipe de auditoria e suas funções e c. Assegurar que todas as atividades planejadas de auditoria possam ser realizadas. Na reunião de encerramento, apresentam-se os resultados da auditoria realizada e o auditado é informado das não conformidades identificadas. Caso sejam detectadas oportunidades de melhoria no auditado, elas deverão ser comunicadas. As evidências coletadas na auditoria podem ser classificadas em quatro tipos, veja o quadro 1: Exemplo de itens obrigatórios no relatório de auditoria Fonte: Adaptado de MORAES, 2014. Evidências físicas Referentes a objetos ou atividades fora dos padrões especificados nos procedimentos, equipamentos de medição sem calibração. Evidências documentais Referentes a documentos ou a outros materiais impressos que possam ser rastreados, como documentos incompletos, cadastros incorretos ou incompletos, registros e manuais. Evidências comportamentais Devem ser considerados como observações e caracterizam desvios comportamentais ou fora do padrão, como falta de padronização em relação ao padrão adotado pela empresa, falta de comprometimento e motivação. Evidências verbais É uma evidência obtida em uma entrevista e deve ser acompanhadade uma evidência física ou documental para se tornar objetiva. 38 Acesse o link: Disponível aqui Dicas e informações importantes na hora de executar uma auditoria do sistema de gestão. Elaboração do Relatório Final Moraes (2014, p. 125) afirma que o relatório de auditoria é o registro formal do resultado de todo o processo e será a evidência da presença da equipe auditora e da realização da auditoria. Esse documento apresenta as evidências de conformidade e de não conformidade da empresa auditada de acordo com os critérios de auditoria. A estrutura básica de um relatório deve incluir pelo menos seis itens obrigatórios. Veja o quadro 2: 39 https://isotecconsultoria.com.br/passo-a-passo-para-a-realizacao-de-uma-auditoria-interna/ Exemplo de itens obrigatórios no relatório de auditoria Fonte: Adaptado de MORAES, 2014. Introdução Identificação da empresa auditada, cliente, local de auditoria, data da realização da auditoria, membros da equipe auditora, escopo e objetivos. Sumário Apresentação resumida das evidências detectadas durante a auditoria. Corpo do relatório Dados sobre a empresa, critérios de auditoria utilizados, evidências objetivas identificadas. No corpo do relatório, ocorre o registro das não conformidades, as evidências correspondentes e os requisitos não atendidos da norma de referência. Caso seja utilizado um checklist na auditoria, ele poderá compor essa parte do documento ou ser considerado um anexo. Confidencialidade e lista de distribuição Declaração da confidencialidade do conteúdo do relatório e listagem de pessoas e empresas que deverão receber cópias do relatório. Conclusão Apresentação das conclusões sobre as constatações da auditoria, a qual pode conter uma lista das principais evidências detectadas. Anexos Fotos, documentos, croquis, mapas, listas de verificação e qualquer documento complementar que possa servir como evidência de auditoria e subsidiar o entendimento do relatório de auditoria. A linguagem utilizada no relatório deverá ser adequada ao público-alvo. A terminologia técnica deve ser empregada com cautela, principalmente quando o documento for destinado à alta direção da empresa. Se a auditoria for realizada internamente e o relatório destinar-se à própria unidade de produção auditada, é 40 possível usar termos técnicos. Nesse caso, as evidências objetivas das não conformidades detectadas podem ser mais detalhadas, fornecendo subsídios às ações de tratamento das não conformidades. Dependendo do acordo, a equipe auditora poderá elaborar um plano de ação, que consiste no planejamento e no acompanhamento das ações corretivas após a entrega do relatório final. É recomendável que o plano seja elaborado pela empresa auditada, que determinará e iniciará as ações corretivas necessárias para eliminar as não conformidades. Caso a empresa sinta dificuldades para traçar tais ações, deverá contratar uma consultoria para auxiliá-la nesse processo. 41 Não Conformidades e o Tratamento Pós- auditoria (Melhoria Contínua) A intenção de uma auditoria sempre deve ser a busca por conformidades solicitadas nas cláusulas das normas. Os desvios ocorridos são tratados como não conformidades. As descobertas positivas de uma auditoria podem ser o cumprimento dos requisitos de critérios solicitados ou mesmo as boas práticas observadas. Outro ponto que merece destaque no tratamento pós- auditoria são as chamadas oportunidades de melhoria, em que se sugere um processo que seja mais eficiente do que tem se demonstrado ser. Uma não conformidade é caracterizada como o não cumprimento de um requisito exigido na norma, ou mesmo em algum aspecto legal aplicado. Pode haver uma não conformidade se um critério de auditoria não foi cumprido principalmente se: a. O processo não está em conformidade com os requisitos dos critérios; b. O processo não foi implementado e c. O processo (que será efetivamente realizado) não é eficaz, ou seja, a sua saída não é produzida. As não conformidades são parte importante e essencial em um relatório final de auditoria. É importante que sejam apresentadas com base nos dados que foram evidenciados e descritos aos responsáveis no momento da evidência em campo. Uma não conformidade menor pode ser caracterizada como uma pequena falha ou lapso identificado, que por si só não possibilitou o sistema alcançar o resultado pretendido, por exemplo, a falta de treinamento para determinada função que requer a formação necessária para a competência. 42 Já a não conformidade maior é uma falta no cumprimento de um ou mais requisitos do sistema de gestão da norma ou alguma situação que possa deixar em dúvida a capacidade da organização em alcançar o resultado pretendido com o sistema, por exemplo, a falta de informação documentada em áreas como projetos e desenvolvimento de produtos. O auditado deve ter a oportunidade de solicitar mais esclarecimentos e debater sobre as não conformidades. A organização deve formalizar propostas de ações corretivas (ação para eliminar a causa de uma não conformidade e para prevenir a recorrência) que serão avaliadas posteriormente pela equipe de auditoria. Finalizando, o processo de execução de uma auditoria é bem extenso e requer bastante diligência da equipe de auditoria. Há uma carga de trabalho muito grande, porém, com um bom planejamento, o resultado será surpreendente. A norma NBR ISO 9001 teve alteração em 2015 e os principais focos da norma passaram a ser: a. Maior envolvimento da alta administração; b. Gestão de risco e oportunidades (melhoria contínua sistemática); c. Gestão do ciclo de vida (melhoria de produtos) e d. Aumento da responsabilidade corporativa e atenção às partes interessadas. 43 06 Competências e Avaliação dos Auditores “Equipe de auditoria é uma ou mais pessoas que realizam uma auditoria, apoiadas, se necessário, por especialistas”. (ABNT 19011, 2018, p. 4) Responsabilidades de um Auditor Moraes (2014, p.109) afirma que em todo processo de auditoria, alguns personagens diferentes são exigidos para que ocorra de forma eficaz. Em relação a esses personagens, existe a figura do auditor, do qual já falamos aqui, que é classificado em dois tipos, sendo: Auditor líder: É o principal elemento no processo de condução da auditoria, responsável por assegurar ao cliente a eficácia da auditoria de acordo com o escopo e o plano de trabalho. Algumas de suas responsabilidades são: determinar os critérios e o escopo da auditoria em conjunto com o cliente e, se for o caso, com o auditado; elaborar o plano de auditoria, consultando o cliente, o auditado e a equipe de auditoria, para depois comunicá-los aos envolvidos; obter informações necessárias e suficientes para atingir os objetivos da auditoria, incluindo detalhes de atividades, produtos e serviços do auditado, localidade, imediações e detalhes de auditorias anteriores; representar a equipe de auditoria nas discussões com o auditado, antes, durante e depois da auditoria, formar a equipe de auditoria, evitando conflitos de interesses e submetendo sua composição à concordância do cliente; notificar o auditado e/ou cliente acerca de constatações de não conformidades críticas durante a execução da auditoria; avaliar e aprovar a versão final do relatório de auditoria; e relatar ao cliente os resultados da auditoria, de forma clara e conclusiva, dentro do prazo acordado no plano de auditoria. Auditor: Compõe com o auditor líder a equipe de auditoria. Uma equipe de auditoria pode ter um ou mais auditores, dependendo das características da empresa a ser auditada. Algumas das responsabilidades do auditor são: seguir as instruções do auditor líder, dando-lhe suporte e apoio; planejar e executar as tarefas que lhe foram incumbidas dentro do escopo da auditoria, coletar e analisar evidências de auditoria, relevantes e suficientes, para definir as constatações de auditoria; resguardar os 45 documentos relativos à auditoria; e auxiliar na redação do relatório de auditoria. Na equipe de auditoria pode haver também especialistas, técnicos e auditoresem treinamento, desde que sejam aceitos pelo cliente, pelo auditado e pelo auditor líder. A ABNT 19011 (2018, P.33) ressalta que a confiança no processo de auditoria e na capacidade para alavancar seus objetivos depende da competência daquelas pessoas que estão envolvidas na realização de auditorias, incluindo auditores e líderes da equipe de auditoria. Convém que a competência seja avaliada regularmente por meio de um processo que considere o comportamento pessoal e a capacidade para aplicar conhecimento e habilidades obtidos por meio de educação, experiência de trabalho, treinamento de auditor e experiência de auditoria. Ainda é recomendável que este processo leve em consideração as necessidades do programa de auditoria e seus objetivos. Alguns dos conhecimentos e habilidades são comuns para auditores de qualquer disciplina de sistema de gestão, outros são específicos para disciplinas particulares de sistemas de gestão. Não é necessário que cada auditor na equipe de auditoria tenha a mesma competência. Entretanto, o principal dever dos auditores é olhar para processos de uma organização, para que eles possam determinar a conformidade e a eficácia com o resultado da organização. Etapas no Processo de Avaliação dos Auditores Antes de realizar a avaliação da competência de um auditor, é recomendável que esse processo seja planejado, implementado e documentado para fornecer um resultado que seja coerente, justo e confiável. Veja no quadro 1 os principais passos e resultados esperados no processo de avaliação dos auditores. 46 Avaliação de auditores e resultados esperados Fonte: Adaptado de ABNT NBR ISO 19011, 2018. A Competência dos Auditores Para decidir a competência e as habilidades de um auditor, a ABNT 19011 (2018, p. 34) determina que os requisitos abaixo sejam levados em consideração: 47 O Comportamento Pessoal dos Auditores Conforme já abordamos, todo processo de auditoria possui alguns princípios e estes, devem ser mantidos do início ao fim na condução de uma auditoria. Portanto, tais atributos pessoais de um determinado auditor, deverão estar alinhados a estes princípios. A ABNT 19011 (2018, P. 35) determina que os auditores demonstrem comportamento profissional durante o desempenho das atividades de auditoria. Veja alguns comportamentos profissionais desejados no auditor: a. ético: ser justo, verdadeiro, sincero, honesto e discreto; b. mente aberta: estar disposto a considerar ideias ou pontos de vista alternativos; c. diplomático: ser sensível ao lidar com pessoas; d. observador: observar ativamente o ambiente físico e as atividades; e. perceptivo: estar consciente e ser capaz de entender situações; f. versátil: ser capaz de prontamente se adaptar a diferentes situações; g. tenaz: ser persistente focado em alcançar objetivos; a. tamanho, natureza, complexidade, produtos, serviços e processos de auditados; b. métodos para auditar; c. disciplinas do sistema de gestão a serem auditadas; d. complexidade e processos do sistema de gestão a sem auditados; e. tipos e níveis de riscos e oportunidades abordados pelo sistema de gestão; f. objetivos e extensão do programa de auditoria; g. Incerteza de alcançar os objetivos de auditoria e h. outros requisitos, como aqueles impostos pelo cliente de auditoria ou outras partes interessadas pertinentes, onde apropriado. 48 h. decisivo: ser capaz de alcançar conclusões em tempo hábil com base em raciocínio lógico e análise; i. autoconfiante: ser capaz de agir e funcionar independentemente enquanto interage eficazmente com outros; j. agir com firmeza: ser capaz de atuar responsavelmente e eticamente, mesmo que essas ações possam não ser sempre populares e possam algumas vezes resultar em desacordo ou confrontação; k. aberto a melhorias: estar disposto a aprender com situações; l. culturalmente sensível: ser observador e respeitoso com a cultura do auditado e m. colaborativo: interagir eficazmente com outros, incluindo os membros da equipe de auditoria e o pessoal do auditado. Conhecimentos e Habilidades de um Auditor A ABNT 19011 (2018, p. 36) determina que os auditores tenham conhecimento e habilidades em pelo menos quatro áreas significativas, sendo estas: a) Princípios, processos e métodos de auditoria Conhecimento e habilidades nesta área possibilitam o auditor a assegurar que as auditorias sejam desempenhadas de maneira coerente e sistemática. 49 O auditor deve ser capaz de: Entender os tipos de riscos e oportunidades associados à auditoria e os princípios da abordagem baseada em risco para auditar; Planejar e organizar o trabalho eficazmente; Desempenhar a auditoria dentro do calendário acordado; Priorizar e focar assuntos de significância; Comunicar-se eficazmente oralmente e por escrito (pessoalmente ou com uso de intérpretes); Coletar informações por meio de entrevistas, escuta, observação e análise crítica de informações documentadas eficazes, incluindo registros e dados; Entender a propriedade e consequências de usar técnica de amostragem para auditar; Entender e considerar opiniões de especialistas; Auditar um processo do início ao fim, incluindo as inter-relações com outros processos e diferentes funções, onde apropriado; Verificar a relevância e a exatidão da informação coletada; Confirmar a suficiência e a propriedade da evidência de auditoria para apoiar constatações e conclusões de auditoria; Avaliar aqueles fatores que possam afetar a confiabilidade das constatações e conclusões de auditoria; Documentar atividades de auditoria e constatações de auditoria e preparar relatórios; Manter a confidencialidade e a segurança da informação. b) Normas de sistema de gestão e outras referências Conhecimento e habilidades nesta área possibilitam o auditor a entender o escopo da auditoria e aplicar critérios de auditoria. 50 O auditor deve compreender: Normas de sistema de gestão ou outros documentos normativos ou de orientação/ apoio usados para estabelecer critérios ou métodos de auditoria; Aplicação de normas de sistema de gestão pelo auditado e outras organizações; Relacionamentos e interações entre os processos do(s) sistemas(s) de gestão; Entendimento da importância e prioridade de normas ou referências múltiplas; Aplicação de normas ou referências a diferentes situações de auditoria. c) A organização e seu contexto Conhecimento e habilidades nesta área possibilitam o auditor a entender a estrutura, propósito e práticas de gestão do auditado, e convém que abranjam o seguinte: O auditor deve abranger: Necessidades e expectativas de partes interessadas pertinentes que impactam o sistema de gestão; Tipo de organização, governança, tamanho, estrutura, funções e relacionamentos; Conceitos gerais de gestão e negócios, processos e terminologia relacionada, incluindo planejamento, orçamento e gestão de pessoas; Aspectos culturais e sociais do auditado. d) Requisitos regulamentares e estatutários aplicáveis e outros requisitos: Conhecimento e habilidades nesta área possibilitam o auditor a estar consciente de trabalhar de acordo com os requisitos da organização. Convém que conhecimento e habilidades específicos para a jurisdição ou para as atividades, processos, produtos e serviços do auditado abranjam o seguinte: 51 O auditor deve abranger: Requisitos estatutários e regulamentares e suas agências governamentais; Terminologia legal básica; Contratação e responsabilidade. A principal função de um auditor é buscar a conformidade do sistema de gestão da qualidade e o seu papel no processo de auditoria é fundamental para que a empresa auditada alcance a melhoria contínua e conquiste a certificação. Vale a pena ressaltar que a consciência dos requisitos estatutários e regulamentares não implica a especialização em leis e não convém que uma auditoria de sistema de gestão seja tratada como uma auditoria de compliance. Em suma, um bom auditor deve se aperfeiçoar continuamente por meio de treinamento, estudo, prática de auditorias conhecimento de normas e desenvolvimento de atributos pessoais e habilidades.Ademais, para se tronar um auditor, o Registro de Auditores Credenciados (RAC) estabelece alguns procedimentos: aprovação em curso reconhecido e experiência profissional específica em auditoria. O auditor registrado é o profissional que atende aos requisitos de um Organismo de Certificação de Pessoal (OCP). No Brasil, o RAC é o operacionalizado pelo Centro para Inovação e Competitividade (CIC). Internacionalmente, o organismo de certificação de pessoal é o International Register of Certificated Auditors (IRCA). 52 A NBR ISO 19001 é uma norma que fornece orientações sobre auditorias de sistemas de gestão, incluindo os princípios de auditoria, a gestão de um programa de auditoria e a realização de auditoria de sistema de gestão, bem como orientação sobre a avaliação da competência de pessoas envolvidas no processo de auditoria, incluindo o indivíduo que gerencia o programa de auditoria, os auditores e a própria equipe. As competências necessárias para um auditor estão descritas no quadro 2: Competências necessárias a auditores baseadas na norma NBR ISO 19011. Fonte: Adaptado de ABNT NBR ISO 19011, 2018. Parâmetro ISO 19011 Auditor Auditor Líder Educação Ensino médio. O mesmo solicitado para auditor. Experiência profissional total 5 anos. O mesmo solicitado para auditor. Experiência profissional nos campos de gestão da qualidade No mínimo 2 anos do total de 5 anos. O mesmo solicitado para auditor. Treinamento em auditoria 40h de treinamento em auditoria. O mesmo solicitado para auditor. Experiência em auditoria 4 auditorias completas num total de, no mínimo, 20 dias de experiência como auditor em treinamento sob a orientação de um auditor competente como líder de equipe de auditoria. 3 auditorias completas, num total de, no mínimo, 15 dias de experiência como líder de equipe na segunda disciplina como auditor em treinamento sob a orientação de um auditor competente como líder de equipe de auditoria. 53 Acesse o link: Disponível aqui O processo de auditoria é responsável por promover a melhoria contínua de uma organização e o papel do auditor nesta jornada é fundamental para garantir tal resultado. Compreender as melhorias de processos deve ser um dever de todo auditor da qualidade. 54 https://www.banasqualidade.com.br/artigos/2016/06/falando-sobre-melhorias-de-processos-e-pessoas.php 07 Visão Geral da NBR ISO 9001 e Abordagem por Processos “Sistema de gestão é o conjunto de elementos inter-relacionados ou interativos de uma organização, para estabelecer políticas, objetivos e processos para alcançar estes objetivos”. (ABNT 19011, 2018, p. 4) Fundamentos da Gestão da Qualidade Abordagem de Processo Aqui é onde vemos a maior mudança e de onde é “retirado” um dos princípios com a nova versão da ISO. Em relação à versão 2008, o título segue igual, mas a Norma juntou Abordagem de processos com Abordagem sistêmica de gestão. Processos são encontrados no decorrer de toda a ISSO, e é evidente que os resultados desejados são alcançados mais facilmente quando as atividades e os recursos relacionados são gerenciados como processos dentro do Sistema de Gestão da Qualidade. A NBR ISO 9001 (2015) define que a abordagem de processo envolve a definição e a gestão sistemáticas de processos e suas interações para alcançar os resultados pretendidos de acordo com a política da qualidade e com o direcionamento estratégico da organização. A gestão dos processos e do sistema como um todo pode ser conseguida usando o ciclo PDCA com um foco geral na mentalidade de risco, visando tirar proveito das oportunidades e prevenir resultados indesejáveis. A aplicação da abordagem de processo em um sistema de gestão da qualidade proporciona: a. entender a consistência no atendimento a requisitos; 56 b. considerar processos em termos de valor agregado; c. atingir um desempenho eficaz de processo e d. melhorar os processos com base na avaliação de dados e informação. A figura 1 mostra uma representação esquemática de qualquer processo e das interações de seus elementos. Os pontos de monitoramento e medição necessários para controle são específicos de cada processo e variam dependendo dos riscos relacionados. Representação esquemática dos elementos de um processo individual Fonte: ABNT NBR ISO 9001 (2015). Melhoria O princípio de melhoria, que era conhecido na versão anterior como melhoria contínua, traz a mensagem de que as organizações que estão sempre em busca de soluções para aumentar o resultado conseguem se destacar. Essa mudança vem mais esclarecida quando entendemos o requisito 10 da NBR ISO 9001. Tal processo de melhoria deve se estender a todas as áreas de uma empresa que deseja implementar o sistema de gestão da qualidade. 57 Tomada de Decisão Baseada em E�dências De acordo com a declaração da ISO 9000:2015: “as decisões com base na análise e avaliação de dados e informações são mais propensas a produzir resultados desejados”. Podemos detalhar tal terminologia da seguinte forma: Fato: coisa cuja realidade pode ser comprovada. Evidenciar é mostrar evidência, é tornar incontestável qualquer argumentação, é não deixar dúvidas, é assumir uma afirmação. Gestão das Relações Uma boa relação serve para que a organização consiga crescer e manter uma parceria com todos que agregam valor à organização, desde clientes até a sociedade. Tem muito a ver com o que se espera de cada parte interessada e como você deve se comunicar com elas para extrair o melhor das relações. Gestão de Riscos Na última atualização da NBR ISO 9001, versão 2015, foi incorporada a mentalidade de riscos e, ao mesmo tempo, as ações preventivas foram substituídas. Como o assunto “risco” não é tão discutido e disseminado no Brasil, de repente começamos a ouvir e falar vários termos que não éramos habituados, que são citados na ISO 9001:2015: mentalidade de risco, gerenciamento de riscos, pensamento baseado em risco, entre outros. Considerando a definição da ISO 9001:2015, risco é o efeito sobre a incerteza, ou seja, o desvio positivo ou negativo relacionado ao resultado esperado de um processo, projeto, ou qualquer outro objetivo. Desta forma, gestão de risco é um processo que visa identificar, analisar e planejar ações a fim de evitar situações indesejadas ou potencializar oportunidades. 58 Na gestão da qualidade é muito comum discutir o porquê de algo ter acontecido, e estamos continuamente procurando a causa raiz de uma determinada ocorrência. A gestão de riscos busca identificar os “e se?” dos processos: e se isso acontecer? E se isso não acontecer? E se algo der errado? E se der certo? O trabalho consiste em encontrar o máximo de “e se?” possível e gerenciá-los a fim de ter a possibilidade de prevenir a empresa contra ameaças e prepará-la para oportunidades. Mentalidade de Risco de Acordo com a ISO 9001 Logo na introdução da ISO 9001:2015, encontramos o item 0.3.3 – Mentalidade de Risco com a ênfase de que é algo essencial para conseguir um sistema de gestão da qualidade eficaz. A mentalidade de risco já existia nas versões anteriores da ISO, mas estava implícita no termo ação preventiva, que era utilizado para eliminar não conformidades potenciais e prevenir recorrências. Com a implementação da mentalidade de riscos, fica evidente que terá uma abordagem muito mais ampla envolvendo todos os processos. Isso envolve não só os conceitos técnicos de como fazer, mas também uma comunicação efetiva para fazer as pessoas adotarem o pensamento baseado em riscos, analisando sempre as possibilidades de algo dar errado nas suas ações, afinal, o papel da gestão da qualidade dentro da organização sempre foi a prevenção. A ISO 9001 não tem um requisito que implica implantar métodos formais ou um processo de gestão de risco, deixando a critério da empresa decidir desenvolver ou não uma metodologia condizente a sua realidade, mas é importante entender que ao se estabelecer um processo, tornará mais tangível o conceito “risco” na organização, deixando mais claro para as pessoas o que é abordar e considerarriscos nas rotinas, ajudando a disseminar a cultura. Incentivar uma mentalidade de risco na organização significa orientar a empresa para um pensamento sobre quais ameaças e oportunidades existem ao fazer algo, e que é preciso agir sobre essas situações para se prevenir em relação aos efeitos, tornando a empresa mais preparada, mais forte e que tenha bons resultados em longo prazo. 59 Fonte: Disponível aqui Compreender as principais mudanças da nova versão da ISO 9001 (Sistema de Gestão da Qualidade) é fundamental para todo profissional da área de qualidade. Visão Geral da NBR ISO 9001 A NBR ISO 9001 especifica requisitos para um sistema de gestão da qualidade quando uma organização necessita demonstrar sua capacidade para prover consistentemente produtos e serviços que atendam aos requisitos do cliente e aos requisitos estatutários e regulamentares aplicáveis. Visa também ao aumento da satisfação do cliente por meio da aplicação eficaz do sistema, incluindo processos para a melhoria do sistema e para a garantia da conformidade com os requisitos do cliente e com os requisitos estatutários e regulamentares aplicáveis. Todos os requisitos da NBR 9001 são genéricos e destinados a serem aplicáveis a todas as organizações, independentemente de seu tipo, tamanho e do produto e serviço que provê. A estrutura da norma de sistema de gestão da qualidade está baseada no ciclo do PDCA. E este mesmo ciclo pode ser aplicado para todos os processos e para o sistema de gestão da qualidade como um todo. A Figura 2 ilustra como as Seções 4 a 10 podem ser agrupadas em relação ao ciclo PDCA. 60 http://www.ciespsorocaba.com.br/documentos/palestras/workshop_iso_9001_14001.pdf Representação da estrutura (9001) no ciclo PDCA. Fonte: Adaptado NBR ISO 9001 (2015). O ciclo do PDCA pode ser resumido como: Plan (planejar) Estabelecer os objetivos do sistema e seus processos e os recursos necessários para entregar resultados de acordo com os requisitos dos clientes e com as políticas da organização. Do (fazer) Implementar o que foi planejado. Check (checar) Monitorar e (onde aplicável) medir os processos e os produtos e serviços resultantes em relação a políticas, objetivos e requisitos, e reportar os resultados. Act (agir) Executar ações para melhorar desempenho, conforme necessário. 61 De uma forma geral, a estrutura geral da ISO 9001 obedece a uma sequência lógica de atuação dentro de uma determinada organização e, consequentemente, os processos sob orientação de tais requisitos terão maiores resultados tanto em qualidade como em produtividade. Acesse o link: Disponível aqui Os sistemas de gestão estabelecem critérios para organizações que buscam certificar seu sistema de gestão através do atendimento aos requisitos voltados à qualidade do produto que entregam aos seus clientes. Entretanto, os modelos de gestão das empresas que necessitam adequar seus processos aos requisitos das normas, tendem a maximizar os desafios dos projetos e comprometer a eficácia dos resultados, muitas vezes, pela aplicação superficial de conceitos normativos. 62 https://www.banasqualidade.com.br/artigos/2019/11/metodos-ageis-nos-sistemas-de-gestao.php Ao auditar um determinado processo, uma boa sugestão de trilha de auditoria é começar pelo mapeamento dos processos de uma determinada organização. O documento em questão é responsável por conter informações relevantes das principais atividades e funções. 63 08 Auditando o Item 4 – Contexto da Organização “A organização deve determinar questões externas e internas que sejam pertinentes para o seu propósito e para seu direcionamento estratégico e que afetem sua capacidade de alcançar o(s) resultado(s) pretendido(s) de seu sistema de gestão da qualidade.” (ABNT 9001, 2015, p. 1) Contexto da Organização O requisito 4 da NBR ISO 9001 é o Contexto da Organização. Quando nos referimos à compreensão do contexto da organização, estamos falando basicamente sobre: a. identificar o que afeta nossas empresas, interna e externamente e b. definir quem é que pode influenciar significativamente o que a gente faz e o que essas pessoas querem. O primeiro engloba entender as condições legais, tecnologia, competitividade, mercado, culturais, sociais e ambiente econômico que a organização está inserida e questões internas como cultura, desempenho, valores, enfim, condições restritas a empresa. Podemos compreender o segundo com os famosos stakeholders. São os públicos de interesse de uma organização. São as partes interessadas e envolvidas voluntária ou involuntariamente com o objetivo específico de estabelecer relacionamentos que gerem algum tipo de lucro, tangível ou intangível. Por exemplo: clientes, acionistas, colaboradores, fornecedores, entre outros. Para estruturar essas informações de uma forma que não fique confuso, as empresas utilizam algumas ferramentas como, por exemplo, o Canvas e a Análise SWOT, mas não que isso seja obrigatório nem nada, até porque a norma não exige alguma ferramenta específica. É recomendável a utilização porque fica mais fácil visualizar as informações para tomada de decisão. 65 O novo padrão aborda três lugares que levarão em conta as informações levantadas no contexto da organização: O primeiro é um princípio da qualidade: “Tomada de decisão baseada em evidências“. Não é difícil compreender que as melhores decisões são feitas quando se baseiam em evidências e não por conjectura. A segunda referência quase informal para a tomada de decisões é encontrada na Cláusula 0.1, “Enfrentar riscos e oportunidades associados com o seu contexto e os objetivos.” Enfrentar riscos significa gerenciar proativamente as incertezas. O simples significado de “gerenciar incertezas” é que as decisões devem ser feitas com a consideração das possíveis consequências positivas e negativas que o futuro incerto pode trazer. Finalmente, na Cláusula 5.1, Liderança e Comprometimento, podemos encontrar um requisito para a gestão de topo: “assegurar que a política e os objetivos da qualidade são estabelecidos para o Sistema de Gestão da Qualidade e são compatíveis com a estratégia da direção e o contexto da organização.” O contexto da organização pode parecer ser uma informação que vamos levantar e depois engavetar, mas não deve ser, e esse é o maior cuidado que todo auditor deve tomar nesse item. As informações recolhidas por meio da definição de contexto são muito úteis para identificar melhorias estratégicas e operacionais que podem mudar completamente sua forma de visualizar a empresa, e só vão realmente ser benéficas se forem traduzidas em planos de ação na empresa. Durante a realização de uma determinada auditoria, é importante verificar se as informações levantadas para fazer o planejamento estratégico contemplam os itens citados pela ISO 9001:2015, considerando que o que a ISO pede é o básico para elaborar um planejamento. E mais interessante que isso, executar planos de ação condizentes com esse contexto. Determinando o Contexto da Organização O escopo delimita a atuação do SGQ em uma determinada organização, especificando que setores ou processos serão auditados. Com a nova versão da ISO 9001, houve algumas mudanças significativas na aplicação desse requisito, direcionando ainda 66 mais as empresas para o resultado em si, e não para a simples aplicação da norma. A ISO 9001, na verdade, estabelece um sistema de gestão para que as organizações sejam mais eficientes, satisfaçam mais seus clientes e, dessa forma, alcancem seus objetivos. A mudança na forma de determinar o escopo, por exemplo, é uma prova disso. O objetivo da ISO 9001 é melhorar o sistema de gestão e, com isso, garantir que as organizações alcancem seus objetivos, assim, tudo aquilo que estiver relacionado ao planejamento estratégico (e a Qualidade, é claro) deverá constar no escopo. Suponhamos que o principal produto comercializado por uma determinada empresa seja “peças para colheitadeiras agrícolas”, mas que no planejamento estratégico a empresa tenha decidido expandir sua participaçãode mercado, concentrando seus esforços em peças para tratores. Se essa expansão impactar a saúde financeira da empresa, se afetar o funcionamento do SGQ, nesse caso, ambos os produtos deverão constar na definição do escopo. A empresa não poderá certificar apenas uma linha de produtos, pois isso pode afetar os resultados da organização e certamente vai impactar no alcance de seus objetivos. Então, dentro do escopo, todos os itens devem ser aplicados, um requisito só não será aplicável quando tiver uma justificativa extremamente boa, ou seja, quando ele não afetar a qualidade do produto/serviço e, assim, não influenciar no resultado da empresa. Escopo, Contexto e Partes Interessadas A cláusula 4.3 da norma ISO 9001 é um subtópico do item “4 Contexto da organização” e deixa claro que o escopo precisar estar alinhado. Observe: Ao determinar esse escopo, a organização deve considerar: a) as questões externas e internas referidas em 1; b) os requisitos das partes interessadas pertinentes referidos em 2; c) os produtos e serviços da organização. (NBR ISO 900, 2015, p. 2.) 67 Observe que os itens “a” e “b” terminam citando os dois tópicos anteriores da norma, “4.1 Entendendo a organização e seu contexto” e “4.2 Entendendo as necessidades e expectativas de partes interessadas”, tornando esses requisitos fundamentais para o escopo. Com a introdução do requisito em questão, as empresas serão forçadas a analisar questões legais, tecnológicas, de competitividade ou de mercado, culturais e sociais, bem como não esquecer as expectativas do cliente, fornecedores e colaboradores, ou seja, de todas as partes interessadas. Igualmente, não é possível ignorar questões estratégicas: se algo é essencial para a sobrevivência da empresa, não é possível excluir isso do seu escopo. O item “c” é “os produtos e serviços da organização” Entendemos que este requisito tenha um aspecto mais claro da norma em relação ao resultado e à conformidade. É simples, qualquer processo que influencie no produto ou serviço fornecido pela sua empresa é aplicável à norma. Assim, toda e qualquer organização deverá estar focada na melhoria contínua do seu serviço ou produto, desde a compra de matérias primas, passando pela produção, marketing, vendas e se estendendo ao pós-vendas. Isso acontece porque a ISO 9001 está focada em fazer com que as empresas satisfaçam seus clientes e alcancem seus objetivos. Não é exagero dizer que a maior parte dos objetivos empresariais está ligada à venda de produtos ou serviços. Entretanto, para que o produto/serviço possa ser vendido, há uma série de processos que se inter-relacionam e que causam significativos impactos uns nos outros, fazendo que com seja muito complexo excluir algum sem afetar a qualidade do produto ou serviço. Então, tudo que afeta o produto/serviço afeta a qualidade e o alcance dos objetivos e, por isso, deve ser levado em consideração no escopo. Assim, esses são os fatores que uma organização precisa levar em conta quando for descrever o escopo do seu SGQ. E isso não é só para atender à norma. Analisar esses fatores ajuda a organizar sistematicamente os processos e a pensar de forma mais macro, mais abrangente, e assim, mais direcionada aos resultados que uma organização pode alcançar. 68 Auditando o Contexto da Organização O auditor deve ter em mente que todo contexto de uma determinada organização que tenha elaborado um determinado escopo deverá descrever de forma simplificada as principais informações da empresa. Assim, para descrevê-lo, é possível se orientar por algumas perguntas que, por si só, definem quem ela é no mercado. Abaixo, segue alguns exemplos: Possui a descrição da localização da empresa? A empresa descreveu quais são os produtos/serviços que são fornecidos por ela? A empresa mapeou quem são os seus principais clientes? A empresa identificou os principais processos? Ao obter as respostas a essas perguntas, um auditor poderá compreender o funcionamento do SGQ (Sistema de Gestão da Qualidade) de uma determinada organização. Vale a pena destacar que, quando uma organização mapeia o seu escopo, ela será capaz de enxergar quais são os principais aspectos que podem afetar o sistema de gestão. Para compreender o conteúdo real de um escopo, vamos analisar o exemplo abaixo. Ao determinar o escopo de uma empresa que produz peças automotivas, observe como ficariam as respostas: 69 1. Onde a empresa está localizada? Marília, São Paulo. Aqui consta o local físico em que a empresa está sediada. 2. Quais os produtos/serviços são vendidos pela empresa? Fabricamos peças injetadas para montadoras automotivas. Descrição dos produtos comercializados pela empresa, aquilo que produz com o intuito de vender aos clientes. 3. Em qual mercado (local físico) a empresa atua? Região sudeste de São Paulo, com expansão para o estado do Paraná. Descrição de qual o mercado em que a empresa atua, ou seja, onde a empresa vende ou pretende vender. 4. Para quem a empresa vende? Montadoras automotivas Descrição do tipo de clientes que a empresa atende. (neste caso, pessoas jurídicas) 5. Quais os processos do Sistema de Gestão da Qualidade? Vendas, Marketing, Projetos, Recebimento, Inspeção, Fabricação; Logística; Expedição, Recursos Humanos; Financeiro e Pós-vendas. As respostas acima serão uma base para a construção do escopo. Note que foram citados os fatores internos (quais produtos são vendidos e os processos) e foi abordado o mercado externo, delimitando onde especificamente a empresa atua e quem são os clientes. Após a coleta dos dados, normalmente as empresas elaboram uma revisão e realizam a compilação das informações em Canvas ou até mesmo no formato de diagramas. 70 Quando uma empresa não possui um determinado processo como, por exemplo, a área de projetos, ela deverá descrever o item que não se aplica e descrever o motivo pelo qual isso acontece. Para exemplificar, imagine uma gráfica que somente imprime livros para uma grande editora. Essa gráfica não desenvolve produtos, somente executa os projetos que são enviados a ela e entrega as mercadorias. Nesse caso, o item 8.3 da ISO 9001 não se aplica a gráfica do exemplo e é possível justificar a não aplicabilidade. A nova versão da ISO 9001 promoveu mudanças muito pertinentes e, com certeza, a forma de definir o escopo foi uma delas. Essa mudança surgiu para garantir que a certificação não seja mais um papel no rol de documentos da empresa, mais um certificado na parede da diretoria. Essa mudança surgiu para garantir que, cada vez mais, as organizações utilizem eficazmente a qualidade como um todo. 71 Acesse o link: Disponível aqui O escopo é a essência do sistema de gestão e deve representar a capacidade ou a responsabilidade da organização de assegurar a conformidade de seus produtos e serviços e o aumento da satisfação do cliente. Ao auditar o escopo de uma determinada organização, tenha em mente quais as ferramentas do Sistema de Gestão da Qualidade são aplicáveis para descrever tais informações. Vale pesquisar e estudar sobre CANVAS, Análise SWOT e Diagramas de Estrutura. 72 https://novofocogestao.com.br/cartilha-da-norma-iso-9001-escopo/ 09 Auditando o Item 5 – Liderança “As pessoas são recursos essenciais dentro da organização. O desempenho da organização é dependente de como as pessoas se comportam dentro do sistema em que trabalham”. ABNT 9000 (2015, p. 3) A Liderança na ISO 9001 A nova versão da ISO 9001 ganhou um foco a mais em relação ao papel da liderança dentro do Sistema de Gestão da Qualidade. A principal vantagem de tal inclusão é o engajamento da alta administração, envolvendo diretores e gerências em relação à manutenção e à sustentação do sistema de gestão de uma determinada organização. Segundo a ABNT ISO 900 (2015, p. 4), os líderes de todos os níveis estabelecem uma unidade de propósito e direcionamento e criam condições para que as pessoas estejam engajadas e alcancem os objetivos da qualidade da organização. Para compreender quais são os requisitos relacionados com
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