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5/24/22, 3:07 PM Interação clínico-patológica https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=jh1ZOUFxAFQ985h4Gg8eew%3d%3d&l=RdtU1j0cFxWrJKlSGPV1mA%3d%3d&cd=yIaPU7w57VncV… 1/26 INTERAÇÃO CLÍNICO-PATOLÓGICA UNIDADE 4 - FISIOPATOLOGIA DE DOENÇAS INFECCIOSAS, METABÓLICAS, RESPIRATÓRIAS, CARDÍACAS E NEUROLÓGICAS Autoria: Janaina Paulini Aguiar - Revisão técnica: Talita Sartori 5/24/22, 3:07 PM Interação clínico-patológica https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=jh1ZOUFxAFQ985h4Gg8eew%3d%3d&l=RdtU1j0cFxWrJKlSGPV1mA%3d%3d&cd=yIaPU7w57VncV… 2/26 Introdução Vamos começar esta unidade abordando a fisiopatologia, área que estuda o desempenho das funções do corpo humano, quando essas funções não funcionam da forma esperada (fisiológica). O termo “pato” significa doença ou sofrimento, enquanto “logia” significa estudo, origem. Entender a patologia envolve o estudo dos mecanismos subjacentes aos processos da doença. Desde as alterações celulares até a compreensão do impacto dessas alterações em diferentes órgãos e sistemas. O foco principal do estudo são as mudanças estruturais e funcionais que ocorrem em células, tecidos e órgãos quando eles estão doentes. Ao entender esses processos, fica mais fácil assimilar a base dos sinais e dos sintomas manifestados pela doença enquanto também fornecendo a base para o cuidado racional e terapêutico. Outro aspecto importante da patologia é o fato de ela promover compreensão da doença como parte de um corpo inteiro, em vez de apenas um sistema de órgãos ou especialidade. Uma realização importante na prática clínica é que pacientes podem ter vários problemas inter-relacionados ou não. Por fim, você vai conhecer sobre doenças infecciosas, metabólicas, respiratórias, cardíacas e neurológicas que impactam os doentes de formas diferentes, mas que, em qualquer situação, exigirá do profissional conhecimentos, habilidades e capacidade de reconhecer sinais e sintomas. Vamos aprofundar nosso conhecimento? Bons estudos! 4.1 Patologia de doenças infecciosas Doença infecciosa é um processo causado por um agente, muitas vezes, um tipo de microrganismo. Saiba que, em grande parte dos casos, a doença infecciosa pode ser disseminada de pessoa para pessoa, diretamente (por exemplo, via contato com a pele) ou indiretamente (por exemplo, via alimentos ou água contaminados). Uma doença infecciosa pode diferir da infecção simples, que é a invasão e a replicação, no corpo, de bactérias, vírus, fungos, protozoários, vermes ou de suas toxinas. Quando a saúde não é alterada, o processo é chamado de infecção subclínica. Assim, uma pessoa pode estar infectada, mas não ter uma doença infecciosa. Esse princípio é ilustrado pelo uso de vacinas para a prevenção de doenças infecciosas. Você pode considerar como exemplo o fato de que um vírus, como o que causa o sarampo, pode ser atenuado (enfraquecido) e usado como agente imunizante. A imunização é projetada para produzir uma infecção por sarampo no receptor, mas, geralmente, não causa alteração perceptível no estado de saúde. Ela produz imunidade ao sarampo sem gerar uma doença clínica (uma doença infecciosa). As barreiras mais importantes para a invasão do hospedeiro humano por agentes infecciosos são as membranas de pele e mucosa (os tecidos que revestem o nariz, a boca e o trato respiratório superior). Tenha em mente que, quando esses tecidos são lesionados, pode ocorrer invasão por agentes infecciosos. Esses agentes infecciosos podem produzir uma doença infecciosa local, como furúnculos, ou podem invadir a corrente sanguínea e ser transportados por todo o corpo, produzindo infecção generalizada da corrente sanguínea (septicemia) ou infecção localizada em um local distante, como meningite (uma infecção das membranas que revestem o cérebro e da medula espinhal) (GUYTON; HALL, 2016). 5/24/22, 3:07 PM Interação clínico-patológica https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=jh1ZOUFxAFQ985h4Gg8eew%3d%3d&l=RdtU1j0cFxWrJKlSGPV1mA%3d%3d&cd=yIaPU7w57VncV… 3/26 #PraCegoVer: a ilustração mostra um corpo humano em que estão evidentes os órgãos que compõem o aparelho digestivo. Na altura da boca, há uma seta no sentido de fora para dentro para indicar a ingestão de alimentos. Sobre o intestino, há um círculo azul, sobre o esôfago, o fígado e a coxa direita, círculos laranja. Esses círculos são para indicar diferentes regiões em que podem ocorrer doenças causadas com a ingestão de agentes infecciosos. A conjuntiva, que cobre a frente do olho, pode ser penetrada por vírus que causam uma inflamação local do olho ou que passam para a corrente sanguínea e causam uma doença geral grave, como a varíola. Agentes infecciosos podem entrar no corpo através do trato genital, causando a reação inflamatória aguda da gonorreia nos órgãos genitais e pélvicos ou espalhando-se para atacar quase qualquer órgão do corpo com as lesões mais crônicas e destrutivas da sífilis. Mesmo antes do nascimento, vírus e outros agentes infecciosos podem passar pela placenta e atacar células em desenvolvimento, para que um bebê possa ser doente ou deformado ao nascer. Figura 1 - Agentes infecciosos ingeridos em alimentos e bebidas podem atacar a parede do trato intestinal e causar doenças locais ou gerais Fonte: Adaptada de GraphicsRF.com, Shutterstock, 2020. 5/24/22, 3:07 PM Interação clínico-patológica https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=jh1ZOUFxAFQ985h4Gg8eew%3d%3d&l=RdtU1j0cFxWrJKlSGPV1mA%3d%3d&cd=yIaPU7w57VncV… 4/26 As doenças infectocontagiosas precisam de um agente transmissor capaz de invadir o organismo e, ao suplantar as defesas imunológicas, disseminar-se e proliferar-se nesse organismo, causando, assim, a sintomatologia dessa infecção. A seguir, serão abordadas algumas das infecções mais comuns na prática clínica diária. Acompanhe. 4.1.1 Candidíase A candidíase invasiva é uma infecção causada por um fungo na forma de levedura chamada Cândida. Ao contrário das infecções por Cândida na boca e na garganta (também chamadas de “candidíase”) ou “infecções por leveduras” vaginais, localizadas em uma parte do corpo, a candidíase invasiva é uma infecção grave que pode afetar o sangue, o coração, o cérebro, os olhos, os ossos ou outras partes do corpo (ROBBINS; COTRAN, 2016). A Cândida, normalmente, vive dentro do corpo (em lugares como boca, garganta, intestino e vagina) e na pele sem causar problemas – são chamadas de microbiota. No entanto, em certos pacientes que têm seu sistema imunológico debilitado, ela pode entrar na corrente sanguínea ou em órgãos internos e causar infecção. Uma infecção na corrente sanguínea causada pela Cândida, também chamada candidemia, é a forma mais comum de candidíase invasiva. A candidemia é uma das causas mais comuns de infecções da corrente sanguínea em pacientes hospitalizados, e, muitas vezes, resulta em longas internações hospitalares e morte (ROBBINS; COTRAN, 2016). A medicação antifúngica pode tratar as diferentes manifestações da candidíase. Certos pacientes, como aqueles com câncer ou transplantes de medula óssea ou órgãos, podem receber medicação antifúngica para prevenir a candidíase invasiva. 4.1.2 Tuberculose (TB) As bactérias que causam a doença se espalham pelo ar, de pessoa para pessoa, quando uma pessoa com TB tosse, fala ou canta. Pessoas próximas podem respirar esses bacilos e se infectar. Existem dois tipos de condições de TB, cujos detalhes você confere a seguir: VOCÊ QUER LER? Que tal descobrir como as doenças infecciosas se comportam em um país com dimensões continentais e tantas diferenças sociais, econômicas, culturais e financeiras? Então, aprofunde seus conhecimentos por meio da leitura do artigo Trajetória das doenças infecciosas no Brasil nos últimos 50 anos: um contínuo desafio. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/rsp/v50/pt_0034-8910-rsp-S1518-87872016050000232.pdf (https://www.scielo.br/pdf/rsp/v50/pt_0034-8910-rsp-S1518-87872016050000232.pdf). • https://www.scielo.br/pdf/rsp/v50/pt_0034-8910-rsp-S1518-87872016050000232.pdf 5/24/22, 3:07 PM Interaçãoclínico-patológica https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=jh1ZOUFxAFQ985h4Gg8eew%3d%3d&l=RdtU1j0cFxWrJKlSGPV1mA%3d%3d&cd=yIaPU7w57VncV… 5/26 Pessoas com tuberculose, geralmente, têm sintomas e podem espalhar bactérias para outras pessoas. Essas bactérias crescem nos pulmões e podem causar sintomas como: tosse que dura três semanas ou mais, dor no peito, tossir sangue ou escarro (muco do interior dos pulmões). Saiba que outros sintomas da doença de TB podem incluir: fraqueza ou fadiga, perda de peso, inapetência, calafrios, febre, sudorese à noite. Qualquer pessoa pode ter TB, mas algumas delas devem ser testadas para infecção por TB porque estão em maior risco de serem infectadas, incluindo: pessoas que passaram um tempo com alguém que tem doença de TB, pessoas em países onde a doença da TB é comum (a maioria dos países da América Latina, Caribe, África, Ásia, Europa Oriental e Rússia), pessoas que vivem ou trabalham em ambientes de alto risco (prisões, asilos e atendimento a moradores de rua), profissionais da saúde, bebês, crianças e adolescentes. 4.1.3 HPV O vírus papiloma humano (HPV) é muito comum. Existem cerca de 100 tipos de HPV que afetam diferentes partes do corpo. Cerca de 30 tipos podem afetar os genitais — incluindo vulva, vagina, colo do útero, pênis e escroto — bem como o reto e o ânus. Destes, cerca de 14 tipos são considerados “de alto risco” por levar ao câncer cervical. O HPV genital é disseminado por meio do contato com a pele de alguém que tem uma infecção pelo HPV. O contato inclui sexo vaginal, anal e oral. Alguns tipos de HPV causam verrugas genitais (nódulos duros e ásperos que crescem na pele). Qualquer um que seja sexualmente ativo pode ter HPV e verrugas genitais. Nas mulheres, verrugas genitais aparecem mais frequentemente nas seguintes áreas do corpo: na vulva (área genital feminina externa), dentro ou ao redor da vagina, dentro ou ao redor do ânus, na virilha (onde a área genital encontra a coxa interna), no colo uterino. Em muitos casos, o HPV não causa sintomas. Quando ocorre, o sintoma mais comum são verrugas na área genital. Saiba que sinais de infecção podem aparecer semanas, meses ou até anos após a pessoa ter sido infectada pelo vírus. 4.1.4 HIV O HIV é um vírus disseminado por fluidos corporais que atacam o sistema imunológico do corpo, especificamente os linfócitos TCD4. Essas células especiais ajudam o sistema imunológico a combater infecções. Não tratado, o HIV reduz o número de células CD4 (células T) no corpo e, com o tempo, pode destruir tantas dessas células levando o corpo a não combater infecções e doenças. Bactérias da tuberculose podem viver no corpo sem causar doença. Isso é chamado de infecção latente de tuberculose. Na maioria das pessoas que entram em contato com bactérias da tuberculose e se infectam, o corpo é capaz de combater essas bactérias para impedi-las de crescer. Pessoas com infecção latente por TB não têm sintomas e não podem espalhar bactérias para outras pessoas. Se as bactérias da TB se tornarem ativas no corpo e se multiplicarem, a pessoa passará de ter infecção latente de TB, isto é, passará a ter a doença da TB. Por essa razão, as pessoas com infecção latente por TB são frequentemente tratadas para evitar que desenvolvam a doença da TB. • Infecção latente de TB Doença da TB 5/24/22, 3:07 PM Interação clínico-patológica https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=jh1ZOUFxAFQ985h4Gg8eew%3d%3d&l=RdtU1j0cFxWrJKlSGPV1mA%3d%3d&cd=yIaPU7w57VncV… 6/26 Esse dano ao sistema imunológico torna cada vez mais difícil para o corpo combater infecções e algumas outras doenças. Infecções oportunistas ou cânceres se aproveitam de um sistema imunológico muito fraco. Não existe cura eficaz atualmente para o HIV, mas, com os cuidados médicos adequados, o HIV pode ser controlado. O tratamento para o HIV é chamado de terapia antirretroviral ou TARV. Se as pessoas com HIV tomarem a TARV como prescrito, sua carga viral (quantidade de HIV no sangue) pode se tornar indetectável. Se permanecer indetectável, eles podem viver vidas longas e saudáveis e não têm efetivamente qualquer risco de transmitir HIV a um parceiro HIV negativo por meio do sexo. Antes da introdução da TARV, em meados da década de 1990, as pessoas com HIV progrediam para a AIDS (a última etapa da infecção pelo HIV) em alguns anos. Assim como o HIV, outras infecções sexualmente transmissíveis são bastante comuns no cotidiano da saúde. Uma dessas infecções que tem preocupado a comunidade científica é a sífilis, que esteve controlada por um período, mas, recentemente, tem aumentado o número de pessoas doentes. O mais preocupante é a resistência encontrada no seu tratamento medicamentoso. Confira outros aspectos a seguir. 4.1.5 Sífilis A sífilis é transmitida sexualmente de pessoa para pessoa, seja por contato direto com úlceras de sífilis ou por sangue infectado através de microtraumas durante a relação sexual. Seu agente etiológico é o Treponema Pallidum. Úlceras de sífilis ocorrem mais comumente nos genitais e na área anal, mas também podem ocorrer nos lábios ou na boca. Portanto, o sexo de qualquer forma — vaginal, anal ou oral — é a principal maneira de passar a sífilis de um indivíduo para outro. VOCÊ SABIA? O Brasil é um dos países que melhor assistem aos pacientes portadores de HIV. As mudanças no perfil da AIDS, no país, devem-se à difusão geográfica da doença a partir dos grandes centros urbanos em direção aos municípios de médio e pequeno portes, ao aumento da transmissão por via heterossexual e ao persistente crescimento dos casos entre usuários de drogas injetáveis. Que tal aprofundar seu conhecimento sobre a epidemia resultante do número de pessoas contaminadas pelo HIV, focando no quadro que encontramos no Brasil, um dos países referência no mundo em se tratando do tratamento com agentes antirretrovirais? Para isso, acesse ao link a seguir: http://www.scielo.br/scielo.php? script=sci_arttext&pid=S0037-86822001000200010&lng=en&nrm=iso (http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0037- 86822001000200010&lng=en&nrm=iso). Boa leitura! http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0037-86822001000200010&lng=en&nrm=iso 5/24/22, 3:07 PM Interação clínico-patológica https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=jh1ZOUFxAFQ985h4Gg8eew%3d%3d&l=RdtU1j0cFxWrJKlSGPV1mA%3d%3d&cd=yIaPU7w57VncV… 7/26 A sífilis também é transmitida verticalmente (de mãe infectada para o feto) durante a gravidez. Outra rota potencial de transmissão é o compartilhamento de agulhas (por exemplo, uso de drogas intravenosas). A sífilis não tratada passa por estágios clínicos (sintomáticos) distintos, bem como por estágios latentes (assintomáticos). Durante a latência, o diagnóstico só pode ser feito por sorologia. Durante os estágios clínicos, os sinais e os sintomas diferem de acordo com o estágio (primário, secundário ou terciário). Os sintomas da neurossífilis, uma das complicações, incluem: dor de cabeça grave, dificuldade de coordenar movimentos musculares, paralisia, dormência, demência (transtorno mental). Já os sintomas da sífilis ocular, outra complicação, incluem mudanças na visão e até cegueira. 4.1.6 Pneumonia Infecções bacterianas são, comumente, causadas por pneumococos, estafilococos e estreptococos, os quais são, frequentemente, comensais (organismos que vivem inofensivamente em seus hospedeiros) no trato respiratório superior, mas que podem se tornar virulentos e causar condições graves, como pneumonia, septicemia (intoxicação sanguínea). O pneumococo é a causa mais comum de pneumonia lobar, a doença em que um ou mais lóbulos, ou segmentos, do pulmão se tornam sólidos e sem ar como resultado da inflamação (ROBBINS; COTRAN, 2016). Doenças infectocontagiosas são frequentes e existem há muito tempo. Elas representam um desafio para a medicina, uma vez que são transmitidas em decorrência de condições sanitárias. Assim, compreender como elas acontecem e como podem ser evitadas é de fundamental importância para diminuir suaincidência e sua prevalência na população. Figura 2 - Uma vez infectado com sífilis, um período de incubação de 10 a 90 dias (média de 21 dias) se segue antes que os sinais se tornem aparentes Fonte: Nau Nau, Shutterstock, 2020. 4.2 Doenças vasculares, endócrinas, respiratórias, metabólicas 5/24/22, 3:07 PM Interação clínico-patológica https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=jh1ZOUFxAFQ985h4Gg8eew%3d%3d&l=RdtU1j0cFxWrJKlSGPV1mA%3d%3d&cd=yIaPU7w57VncV… 8/26 Para o correto funcionamento de todo o organismo, tenha sempre em mente que se torna necessário mantê-lo oxigenado, com o aporte de nutrientes adequados e a correta eliminação de excretas e resíduos produzidos pelo metabolismo celular. O sistema vascular é o responsável por transportar o sangue que oxigena e nutre os tecidos, esse delicado equilíbrio depende do funcionamento pulmonar e cardíaco, que são os responsáveis pela oxigenação sanguínea e pela geração da força propulsora circulatória. Doenças que afetam, vasos, coração e pulmões produzem uma repercussão sistêmica bastante importante. 4.2.1 Doença vascular oclusiva Uma complicação comum da aterosclerose (depósitos de gordura nas paredes vasculares) é a doença arterial oclusiva que pode afetar as artérias carótidas, as vertebrais, as subclávias e as mesentéricas. Os homens sofrem mais comumente da doença arterial oclusiva do que as mulheres. Na doença arterial oclusiva, ocorre a obstrução ou o estreitamento da luz arterial da aorta e de seus principais ramos, provocando uma interrupção do fluxo sanguíneo, geralmente, para os pés e as pernas. O prognóstico depende da localização da oclusão, do desenvolvimento de circulação colateral para se contrapor ao fluxo sanguíneo reduzido e, na doença aguda, do intervalo de tempo transcorrido entre a oclusão e a sua remoção. Os sinais e os sintomas dependem da gravidade e do local da oclusão arterial. A oclusão arterial aguda pode produzir cinco sinais clássicos: paralisia, dor, parestesia, palidez e ausência de pulso. Mas, note que outros sinais e sintomas incluem: claudicação intermitente, dor intensa em queimação agravada por elevação do membro e, por vezes, aliviada ao se manter um membro em uma posição pendente. Você pode considerar também: úlceras, gangrena, palidez, enchimento capilar retardado, perda de pelos ou alterações das unhas, o pulso pedioso pode estar diminuído ou ausente. Os exames diagnósticos de suporte incluem arteriografia e ultrassonografia com doppler para determinar o nível de isquemia, além do acompanhamento de marcadores bioquímicos, como valores de colesterol e triglicerídeos. A terapia medicamentosa inclui medicamentos antiplaquetários, como aspirina, trombolíticos e antilipêmicos. Estes podem ser usados para tratar pacientes com hiperlipidemia. Os procedimentos cirúrgicos apropriados podem incluir remoção do êmbolo, enxerto de placas e alterações anatômicas cirúrgicas do sistema circulatório. A amputação torna-se necessária quando ocorre a falha da cirurgia reconstrutora ou com o desenvolvimento de complicações. 4.2.2 Diabetes mellitus O diabetes mellitus (DM) caracteriza-se por distúrbios no metabolismo de carboidratos, proteínas e lipídios. Uma causa importante de morte no mundo, o diabetes é um grande fator de risco para infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral, insuficiência renal e doença vascular periférica (GUYTON; HALL, 2016). Ele também é a causa principal de cegueira nos adultos. Existem duas formas de diabetes: tipo 1 e tipo 2, que é o mais prevalente. Conheça detalhes a seguir: Os fatores de risco para doença arterial oclusiva incluem fumo, envelhecimento, hipertensão, e hiperlipidemia, diabetes e história familiar de distúrbios vasculares, infartos ou acidentes vasculares cerebrais (GUYTON; HALL, 2016.). As causas incluem: formação de êmbolos, trombose e trauma ou fratura. • Fatores de risco e causas 5/24/22, 3:07 PM Interação clínico-patológica https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=jh1ZOUFxAFQ985h4Gg8eew%3d%3d&l=RdtU1j0cFxWrJKlSGPV1mA%3d%3d&cd=yIaPU7w57VncV… 9/26 O diabetes, a longo prazo, pode levar à retinopatia, à nefropatia aterosclerose e à neuropatia periférica e autônoma. A neuropatia periférica, geralmente, afeta as pernas e pode provocar dormência. Normalmente, a insulina permite o transporte de glicose para dentro das células (para uso como energia) ou para armazenamento (como glicogênio) (ROBBINS; COTRAN, 2016). A insulina também estimula a síntese de proteína e o armazenamento de ácidos graxos livres no tecido adiposo. A deficiência de insulina compromete a captação da glicose do sangue para os tecidos e, com isso, haverá prejuízo para geração e para armazenamento de energia. O paciente irá apresentar como sintomatologia fadiga, poliúria relacionada com a hiperglicemia, polidipsia, mucosas secas, perda de peso, turvação visual e polifagia. Os exames de diagnósticos consistem em exame de glicose plasmática em jejum acima de 126 mg/dL, porém, níveis de glicemia alterados aparecem durante um teste de tolerância à glicose. Outros exames incluem determinação do nível plasmático de insulina, teste de urina para glicose e acetona e determinação da hemoglobina glicosilada ou glicada. O tratamento é realizado por controle nutricional, exercícios e, por vezes, insulina ou agentes hipoglicemiantes orais (drogas prescritas para normalizar o metabolismo de carboidratos, lipídios e proteínas) para prevenir complicações a longo prazo. Diabetes tipo 1 Diabetes tipo 2 Resultado de uma doença autoimune em que ocorre a destruição das células beta pancreáticas, leva à ausência de produção de insulina e ocorre em indivíduos com menos de 30 anos de idade (embora ele possa ocorrer em qualquer idade), o paciente comumente é magro e precisará de insulina exógena e de tratamento nutricional adequado para conseguir o controle da doença. O tipo 1 está fortemente associado aos antígenos leucocitários humanos. Ele também pode estar associado a determinadas infecções virais. De modo contrário, o tipo 2 pode resultar de secreção de insulina prejudicada, resistência periférica à insulina e produção hepática basal aumentada de glicose. A principal característica desse tipo de diabetes é a resistência à ação da insulina. Você pode considerar que outros fatores associados compreendem: obesidade, excesso de hormônios contrarreguladores da insulina, contraceptivos hormonais e gravidez. Esse tipo de diabetes ocorre com mais frequência em adultos obesos com mais de 40 anos de idade. Mas é preocupante o número crescente de adolescentes e pessoas jovens diagnosticadas com diabetes tipo 2. Ele é usualmente tratado com exercícios físicos, planejamento nutricional e medicamentos hipoglicemiantes (ROBBINS; COTRAN, 2016). Esse tratamento pode incluir terapia com insulina. 5/24/22, 3:07 PM Interação clínico-patológica https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=jh1ZOUFxAFQ985h4Gg8eew%3d%3d&l=RdtU1j0cFxWrJKlSGPV1mA%3d%3d&cd=yIaPU7w57Vnc… 10/26 #PraCegoVer: a imagem mostra vários alimentos organizados sobre uma mesa: peixe, carne vermelha, frango, ovos, limão, abacate, uvas, alho, azeite, romã, gengibre, amêndoas e alguns recipientes pequenos com especiarias. A boa alimentação é importante para satisfazer as necessidades nutricionais, controlar os níveis glicêmicos e atingir e manter o peso corporal apropriado. O paciente deve evitar carboidratos e açúcares, deve priorizar proteínas, carnes, legumes, verduras e frutas (lembrando que as frutas têm um tipo de açúcar que é a frutose, então, seu consumo precisa ser controlado). Além da dieta, ele é orientado a fazer exercícios cinco ou seis vezes por semana, caso a perda de peso seja uma meta terapêutica. Os pacientes com diabetes tipo 1 devem tomar insulina diariamente por causa de sua deficiência absoluta de insulina. Os pacientes com diabetes tipo 2 podem precisar de insulina para controlar os níveis glicêmicos em estágios mais avançados da doença, quando não respondem à dieta e aos medicamentos orais ou duranteperíodos de estresse agudo. Os pacientes esse tipo 2 que não conseguem alcançar seus níveis sanguíneos de glicose estabelecidos com o planejamento da refeição e dos exercícios podem precisar de medicamentos hipoglicemiantes. Pode haver uma combinação desses agentes com a insulina, ajudando os pacientes a manter os níveis glicêmicos normais. Diversos tipos de medicamento são empregados para tratar o diabetes tipo 2: as biguanidas impedem a glicogênese inadequada; os inibidores da alfa-glicosidase retardam absorção intestinal de carboidratos; os sensibilizadores da insulina do grupo das tiazolidinedionas aumentam a sensibilidade das células periféricas à insulina e aos secretagogos da insulina, que estimulam a secreção pancreática de insulina. Figura 3 - Todos os tipos de diabetes exigem estreita adesão a refeições cuidadosamente planejadas Fonte: Alexander Raths, Shutterstock, 2020. 5/24/22, 3:07 PM Interação clínico-patológica https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=jh1ZOUFxAFQ985h4Gg8eew%3d%3d&l=RdtU1j0cFxWrJKlSGPV1mA%3d%3d&cd=yIaPU7w57Vnc… 11/26 O diabetes é uma doença crônica que, aos poucos, lesiona diferentes órgãos e tecidos orgânicos. Ele tem um componente importante relacionado à adesão ao tratamento e ao comportamento do paciente diante do consumo alimentar e da realização de atividades física. Hoje o DM é uma doença pandêmica que causa um gasto financeiro gigantesco e compromete a qualidade e o tempo de vida dos doentes. 4.2.3 Doença pulmonar obstrutiva crônica Segundo Robbins e Cotran (2016), a doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) é uma condição pulmonar de longo prazo que dificulta a respiração. DPOC é um termo usado quando o paciente apresenta uma ou mais destas condições: VOCÊ QUER VER? A doença metabólica resultante do diabetes acomete todo o organismo, ocasionando lesões em órgãos nobres e periféricos por conta das alterações micro e macrovasculares. Veja como ocorrem essas lesões neste vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=rINZ-87ODtQ (https://www.youtube.com/watch?v=rINZ-87ODtQ). Isso resulta de danos em seus alvéolos – as paredes alveolares são destruídas o que faz com que eles se fundam em um saco de ar gigante. Assim, não há absorção de oxigênio, o paciente passa a viver em hipoxemia. Alvéolos danificados podem fazer seus pulmões se esticarem e perderem sua elasticidade. O ar fica retido dentro dos alvéolos pulmonares, ocasionando a dispneia. Patologia diagnosticada na presença de sintomas, como tosse com expectoração e dispneia por pelo menos três meses até dois anos seguidos. Os cílios que revestem a mucosa do trato respiratório ajudam a mover o muco para fora. Quando o paciente tem bronquite crônica, existe diminuição da função mucociliar, levando à tosse com expectoração. • • Enfisema Bronquite crônica https://www.youtube.com/watch?v=rINZ-87ODtQ 5/24/22, 3:07 PM Interação clínico-patológica https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=jh1ZOUFxAFQ985h4Gg8eew%3d%3d&l=RdtU1j0cFxWrJKlSGPV1mA%3d%3d&cd=yIaPU7w57Vnc… 12/26 A exposição a longo prazo a fatores que irritam seus pulmões é a causa mais comum de DPOC, a exemplo disso, você pode considerar uso de cigarro, cachimbo ou outros tipos de fumaça de tabaco. A DPOC se desenvolve lentamente ao longo dos anos, então, a maioria das pessoas tem pelo menos 40 anos quando os sintomas começam (ROBBINS; COTRAN, 2016). Para entender a sintomatologia e as alterações orgânicas que decorrem da DPOC, você precisa pensar clinicamente nos fatores desencadeantes do quadro inflamatório, bem como entender como o paciente manifesta esses sintomas para, dessa maneira, manejar os quadros de exacerbação da doença da melhor maneira possível. Principais sinais e sintomas da DPOC Abordagens no tratamento da DPOC Cirurgia em casos graves de DPOC Tosse persistente e com muito muco, falta de ar, especialmente quando o indivíduo está fisicamente ativo, chiado (sibilos), aperto no peito, resfriados frequentes ou gripe, unhas azuis (cianose de extremidade), baixa energia, perda de peso. Broncodilatadores, corticosteróides (drogas que reduzem a inflamação das vias aéreas), inaladores de combinação (combinam esteroides com um broncodilatador), antibióticos para combater infecções bacterianas, vacinas contra gripe ou pneumonia (essas vacinas reduzem o risco de complicações pulmonares), reabilitação pulmonar (esse programa inclui exercícios, gerenciamento de doenças e aconselhamento para ajudar o paciente a permanecer o mais ativo possível), oxigenoterapia. Bulectomia (remove enfisemas, que são grandes espaços aéreos que se formam quando os alvéolos entram em colapso), cirurgia de redução de volume pulmonar (remove tecido pulmonar doente), transplante de pulmão (substitui um pulmão doente por um saudável). 5/24/22, 3:07 PM Interação clínico-patológica https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=jh1ZOUFxAFQ985h4Gg8eew%3d%3d&l=RdtU1j0cFxWrJKlSGPV1mA%3d%3d&cd=yIaPU7w57Vnc… 13/26 4.2.4 Hipertensão A hipertensão se refere a uma elevação intermitente ou sustentada na pressão arterial diastólica ou sistólica e representa uma causa importante de acidente vascular cerebral, cardiopatia e insuficiência renal. Saiba que a hipertensão essencial, idiopática, é a forma mais comum (GUYTON; HALL, 2016). Existe muita discussão sobre as causas que levam um indivíduo a desenvolver a hipertensão essencial. O distúrbio reflete, provavelmente, uma interação de múltiplas forças hemostáticas, inclusive alterações na regulação renal de sódio, líquidos extracelulares, no metabolismo e na secreção de aldosterona, e no metabolismo e na secreção de norepinefrina. VAMOS PRATICAR? Leia o caso a seguir para entender as manifestações clínicas da DPOC e como las. Paciente C. S. B., sexo feminino, 52 anos de idade, divorciada, sem filhos socioeconômica média baixa, reside sozinha em um bairro da periferia de São Relata que, há um ano, vinha apresentando sintomas de dispneia e tos persistente, os quais se agravavam quando ela visitava um amigo que tinha um g longo dos últimos seis meses, esses sintomas se intensificaram, e as crises come ocorrer em um intervalo de tempo menor, em especial a sibilância, que ocor vezes por semana. Sua única lembrança de situações parecidas ao longo da vi quando era criança, quando, ocasionalmente, apresentava dispneia e sibilos de correr. Devido à piora do quadro, procurou atendimento médico de um clínico qual diagnosticou o caso como “bronquite asmática crônica”, para a qual tratamento medicamentoso com formoterol e ipratrópio. Pensando no caso relatado, reflita sobre quais fatores você consideraria importa etiologia da doença apresentada pela paciente. Além do fato de a paciente ser tabagista e apresentar sobrepeso, ela ainda de não conhecer a patologia que tem, já que aparenta não entender seu diagnós tratamento de enfermidade crônica. As afirmações a seguir comprovam essa informações: - não existe “bronquite asmática crônica”. Ou é asma ou é br crônica. - A dispneia e a tosse seca persistente, a qual se agrava no contato com de gato, são características mais específicas da asma. O histórico de sinto infância também direciona para a suspeita de asma, a qual inicia seus sinto infância, cessa na adolescência e retorna na fase adulta. - Na bronquite crô paciente, geralmente, apresenta os sintomas de tosse secretiva e dispneia período contínuo, de, aproximadamente, quatro a cinco meses; após esse per sintomas e a inflamação brônquica cessam, podendo retornar em um períod meses. 5/24/22, 3:07 PM Interação clínico-patológica https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=jh1ZOUFxAFQ985h4Gg8eew%3d%3d&l=RdtU1j0cFxWrJKlSGPV1mA%3d%3d&cd=yIaPU7w57Vnc… 14/26 Já a hipertensão secundária resulta de inúmeros distúrbios. Ela pode ser causada por doença vascular renal, aumento de aldosterona primário, síndrome de Cushing, disfunção da tireoide, hipófise e das glândulas paratireoides. Além disso, pode resultar de coarctação da aorta, gravidez e distúrbios neurológicos. Quanto à hipertensãomaligna, é uma forma grave e fulminante de hipertensão comum em ambos os tipos. Determinados fatores de risco parecem aumentar a probabilidade de hipertensão. Estes fatores compreendem: história familiar de hipertensão; raça, sendo mais comum negros; sexo; diabetes; estresse; obesidade; ingestão nutricional elevada de lipídios ou sódio; tabagismo; uso de contraceptivo hormonal; estilo de vida sedentário; envelhecimento. Em geral, a hipertensão essencial começa de maneira insidiosa, como uma doença benigna, progredindo lentamente para um estado maligno. Quando permanece sem tratamento, mesmo casos brandos podem causar sérias complicações e morte. Diversas teorias ajudam a explicar o desenvolvimento da hipertensão. Muitos pesquisadores acreditam que ela se origina de: Alterações no leito arterial, gerando resistência aumentada. Tônus anormalmente aumentado no sistema nervoso sensorial que se originou no centro do sistema vasomotor, causando a resistência vascular periférica aumentada. Volume sanguíneo aumentado decorrente de disfunção renal ou hormonal. Espessamento arterial aumentado, causado por fatores genéticos, levando à resistência vascular periférica aumentada. Liberação anormal de renina, resultando na formação da angiotensina II, o que faz a constrição das arteríolas e aumenta o volume sanguíneo. Nos órgãos-alvo, considere que esses efeitos incluem: hipertrofia ventricular esquerda, angina, infarto do miocárdio, insuficiência cardíaca, acidente vascular cerebral, crise isquêmica transitória, nefropatia, doença arterial periférica e retinopatia. • • • • • 5/24/22, 3:07 PM Interação clínico-patológica https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=jh1ZOUFxAFQ985h4Gg8eew%3d%3d&l=RdtU1j0cFxWrJKlSGPV1mA%3d%3d&cd=yIaPU7w57Vnc… 15/26 Associado à história do paciente, conheça quais exames complementares podem direcionar o diagnóstico de situações associadas: análise da urina com presença de proteínas indicando uma lesão renal; glicemia relacionada ao diabetes; hemograma completo relacionado à anemia, causando um estado de autodébito resultante em hipertensão; perfil lipídicos; nível sérico de potássio; níveis de ureia e creatinina. Os outros exames ajudam a detectar o comprometimento cardiovascular e outras complicações. Por exemplo, o eletrocardiograma pode mostrar hipertrofia ou isquemia ventricular esquerda; a ecocardiografia pode revelar hipertrofia ventricular esquerda; já a radiografia de tórax pode evidenciar cardiomegalia. O tratamento da hipertensão inclui a correção da causa subjacente e o controle dos efeitos hipertensivos. Embora a hipertensão não tenha cura, as modificações no estilo de vida juntamente com a terapia medicamentosa podem controlá-la, a saber: dieta, técnicas de relaxamento, exercício físico regular, interrupção do fumo e da ingestão de álcool e restrição da ingestão de sódio e saturados. A necessidade de terapia medicamentosa é determinada pela pressão arterial e pela presença de comprometimento do órgão-alvo ou de fatores de risco. Fique sempre atento e conheça pesquisadores brasileiros que contribuem para o entendimento dos mecanismos fisiopatológicos, bem como para a procura de tratamentos e controle de uma doença tão importante e que causa impactos imensuráveis para a vida das pessoas. 4.2.5 Dislipidemias Dislipidemia refere-se a uma anormalidade dentro do perfil lipídico de um indivíduo, abrangendo uma variedade de desordens relacionadas com elevações no colesterol total, LDL ou triglicerídeos (TG), ou, por outro lado, nos níveis mais baixos de HDL. A dislipidemia pode apresentar-se como uma desordem única que afeta apenas um parâmetro de lipoproteína ou pode representar uma combinação de anormalidades de lipoproteína, como TG elevado e HDL baixo. VOCÊ O CONHECE? O farmacologista Sérgio Henrique Ferreira, da Universidade de São Paulo, em Ribeirão Preto, consegue isolar o princípio ativo do veneno responsável por diminuir a pressão. Isso é considerado a descoberta dos inibidores da enzima conversora de angiotensina (ECA). Leia mais em: https://saude.abril.com.br/bem-estar/por-que-voce-deveria-conhecer-sergio- ferreira/ (https://saude.abril.com.br/bem-estar/por-que-voce-deveria-conhecer-sergio- ferreira/). Boa leitura. https://saude.abril.com.br/bem-estar/por-que-voce-deveria-conhecer-sergio-ferreira/ 5/24/22, 3:07 PM Interação clínico-patológica https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=jh1ZOUFxAFQ985h4Gg8eew%3d%3d&l=RdtU1j0cFxWrJKlSGPV1mA%3d%3d&cd=yIaPU7w57Vnc… 16/26 No cenário clínico, uma dislipidemia primária, normalmente, refere-se a um defeito genético no metabolismo do lipídio como causa do problema. Por exemplo, a hipercolesterolemia familiar é uma causa de dislipidemia primária. É caracterizada por uma mutação genética, resultando em aumento do LDL na circulação devido à falta de receptores LDL. Em pacientes com hipercolesterolemia familiar, os níveis de LDL são significativamente elevados, talvez mesmo ao nascer, e o metabolismo prejudicado de LDL, frequentemente, resulta em deposição de colesterol nas artérias, na pele, nos tendões e nas córneas. Seguindo a digestão e a absorção de gordura dietética, o TG e o colesterol são embalados para formar quilomícrons nas células epiteliais dos intestinos – eles circulam pelo sistema linfático intestinal. No sangue, quilomícrons circulantes interagem nos capilares do tecido adiposo e nas células musculares, liberando TG para o tecido adiposo armazenar e deixar disponível para as necessidades energéticas do corpo. A via endógena envolve a síntese de lipoproteínas pelo fígado. TG e éster de colesterol são gerados pelo fígado e embalados em partículas VLDL e, em seguida, liberados na circulação. O VLDL é, então, processado nos tecidos para liberação de ácidos graxos e glicerol. Tenha em mente que os ácidos graxos são usados por células musculares para energia ou pelas células adiposas para armazenamento. O colesterol é originado de duas fontes: a fonte exógena provém do exterior, ela viabiliza o que é ingerido, ou seja, o colesterol é proveniente da dieta; já a fonte endógena é o que nós produzimos. Colesterol exógeno só existe em origem de produto animal. É capturado no trato das células da mucosa intestinal (enterócito); passa para a linfa; depois, para o tecido muscular para obtenção de energia; para o tecido adiposo para armazenamento; e o remanescente é levado ao trato gastrointestinal, onde é emulsificado, digerido por enzimas hidrolíticas e absorvido pelo fígado através dos quilomícrons. Dessas duas fontes que você pôde conferir, de 100% do colesterol que é necessário para a nossa sobrevivência, 70% pode ser produzido pelo organismo, os outros 30% vêm da alimentação. No contexto das doenças cardiovasculares, garantir que pacientes recebem avaliação e tratamento adequados representa um componente importante do cuidado clínico. Embora seja possível implementar estratégias de gestão de dislipidemia sem uma compreensão completa da base científica dos transtornos dislipidêmicos, pode haver mais oportunidades para otimizar o cuidado quando se utiliza um escopo mais amplo do conhecimento científico. VOCÊ SABIA? Uma dislipidemia pode ser o resultado de superprodução, falta de liberação das partículas de lipoproteína ou relacionada a outros defeitos nas apolipoproteínas ou enzimas. Saiba que as vias e os meios de metabolismo lipídico no corpo humano refletem processos complexos, certas condições médicas ou medicamentos e/ou fatores ambientais podem influenciar o metabolismo da lipoproteína, resultando em uma condição dislipidêmica. 4.3 Doenças neurovegetativas e desmielinizantes 5/24/22, 3:07 PM Interação clínico-patológica https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=jh1ZOUFxAFQ985h4Gg8eew%3d%3d&l=RdtU1j0cFxWrJKlSGPV1mA%3d%3d&cd=yIaPU7w57Vnc… 17/26 O aumento da expectativa de vida, associado a hábitos danosos de saúde, exposição a elementos ambientais e melhoria dos métodos diagnósticos, resultou, entre outros aspectos, em uma maior incidência de doenças crônicodegenerativas. Estas formam uma gama de doenças que afetam o sistema nervoso central, levando os pacientes a comprometimentos funcionais, são as demências. O número de pessoas com demência em todo o mundo deve aumentar para 131,5 milhões até 2050 (ONU, 2017). Ao estudar a demência, é muito importante entender a fisiopatologia, isto é, a neuropatológico. Confira a seguir. 4.3.1 Alzheimer Em 1906, o Dr. Alzheimer notou alterações no tecido cerebral de uma mulher que tinha morrido de uma doença mental incomum. Seus sintomas incluíam perda de memória, problemas de linguagem e comportamento imprevisível. Depois que ela morreu, ele examinou seu cérebro e encontrou muitas aglomerações anormais (agora chamadas placas amiloides) e feixes emaranhados de fibras. Essas placas e emaranhados no cérebro ainda são considerados algumas das principais características da doença de Alzheimer. Outra característica é a perda de conexões entre células nervosas (neurônios) no cérebro. Os neurônios transmitem mensagens entre diferentes partes do cérebro e do cérebro para músculos e órgãos no corpo. O Alzheimer é a causa mais comum de demência entre idosos. A demência é a perda de funcionamento cognitivo — pensar, lembrar e raciocinar — e de habilidades comportamentais a tal ponto que interfere no cotidiano e nas atividades de uma pessoa. 5/24/22, 3:07 PM Interação clínico-patológica https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=jh1ZOUFxAFQ985h4Gg8eew%3d%3d&l=RdtU1j0cFxWrJKlSGPV1mA%3d%3d&cd=yIaPU7w57Vnc… 18/26 #PraCegoVer: a ilustração mostra um personagem idoso em seis situações. Ele é calvo, tem cabelos nas laterais da cabeça e sobrancelhas na cor branca, pele clara, veste camisa azul. Na primeira situação, ele faz cara de confuso ao olhar para duas peças de quebra-cabeça, e consta o texto “perda de memória”; na segunda situação, ele gesticula com os dois braços, constam um relógio e o texto “confusão com o tempo ou o local”; na terceira situação, ele coloca o indicador direito sobre o queixo, constam um ponto de interrogação e o texto “resolvendo problemas”; na quarta situação, consta um balão de diálogo e o texto “falando ou escrevendo problemas”; na quinta situação, ele segura uma peça de quebra-cabeça em cada mão, próximas uma da outra, e consta o texto “problemas com tarefas familiares”; na sexta situação, ele aparece um duas reproduções de imagens dele mesmo (em uma ele está chorando, na outra, zangado), e consta o texto “mudanças de humor e personalidade”. A demência varia em gravidade, desde o estágio mais leve (quando está apenas começando a afetar o funcionamento de uma pessoa) até o estágio mais grave (quando a pessoa deve depender completamente dos outros para atividades básicas da vida diária). Problemas de memória são tipicamente um dos primeiros sinais de comprometimento cognitivo relacionados à doença de Alzheimer. Figura 4 - Os primeiros sintomas do Alzheimer variam de pessoa para pessoa Fonte: Adaptada de Irina Strelnikova, Shutterstock, 2020. 5/24/22, 3:07 PM Interação clínico-patológica https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=jh1ZOUFxAFQ985h4Gg8eew%3d%3d&l=RdtU1j0cFxWrJKlSGPV1mA%3d%3d&cd=yIaPU7w57Vnc… 19/26 Algumas pessoas com problemas de memória têm uma condição chamada prejuízo cognitivo leve (CCL). No CCL, as pessoas têm mais problemas de memória do que o normal para sua idade, mas seus sintomas não interferem em suas vidas cotidianas. Dificuldades de movimento e problemas com o olfato também foram ligados ao CCL. Pessoas mais velhas correm maior risco de desenvolver Alzheimer, mas nem todas elas o desencadeiam. Algumas podem até voltar à cognição normal. Para muitos, o declínio em aspectos não-memória da cognição, como a descoberta de palavras, questões de visão/espaço e raciocínio ou julgamento prejudicado, pode sinalizar estágios iniciais da doença. Pesquisadores estão estudando biomarcadores (sinais biológicos da doença encontrados em imagens cerebrais, fluido cefalorraquidiano e sangue) para detectar alterações precoces no cérebro de pessoas com prejuízo cognitivo leve e em pessoas cognitivamente normais que podem estar em maior risco de Alzheimer. Estudos indicam que essa detecção precoce é possível, mas são necessárias mais pesquisas antes que essas técnicas possam ser usadas rotineiramente para diagnosticar o Alzheimer na prática médica cotidiana (ROBBINS; COTRAN, 2016). 4.3.2 Parkinson A doença de Parkinson é uma desordem cerebral que leva a tremores, rigidez e dificuldade com caminhada, equilíbrio e coordenação. À medida que a doença progride, as pessoas podem ter dificuldade para andar e falar, alterações mentais e comportamentais, problemas de sono, depressão, dificuldades de memória e fadiga. Homens e mulheres podem ter Mal de Parkinson, no entanto, a doença afeta cerca de 50% mais homens do que mulheres. Um fator de risco claro para Parkinson é a idade. Formas de início precoce de Parkinson são, muitas vezes, mas nem sempre, herdadas, e algumas formas foram ligadas a mutações genéticas específicas. Bom, você deve estar se perguntando: “afinal, o que causa a doença de Parkinson?”. Veja: essa doença ocorre quando as células nervosas, ou neurônios, em uma área do cérebro que controla o movimento, ficam prejudicadas e/ou morrem (GUYTON; HALL, 2016). Normalmente, esses neurônios produzem um importante químico cerebral conhecido como dopamina. Quando os neurônios morrem ou ficam prejudicados, produzem menos dopamina, o que causa problemas de movimento do Parkinson. Os cientistas ainda não sabem o que causa a morte de células que produzem dopamina. Pessoas com Parkinson também perdem as terminações nervosas que produzem norepinefrina, o principal mensageiro químico do sistema nervoso simpático, que controla muitas funções automáticas do corpo, como frequência cardíaca e pressão arterial (GUYTON; HALL, 2016). A perda de norepinefrina pode ajudar a explicar algumas das características não-movimento do Parkinson, como fadiga, pressão arterial irregular, diminuição do movimento dos alimentos através do trato digestivo e queda brusca da pressão arterial quando uma pessoa se levanta de uma posição sentada ou deitada. Embora alguns casos de Parkinson pareçam ser hereditários e alguns possam ser rastreados a mutações genéticas específicas, na maioria dos casos, a doença ocorre aleatoriamente e não parece ter um comportamento hereditário. Muitos pesquisadores, agora, acreditam que a doença de Parkinson resulta de uma combinação de fatores genéticos e fatores ambientais, como a exposição a toxinas (GUYTON; HALL, 2016). Segundo Robbins e Cotran (2016), a doença de Parkinson é, frequentemente, acompanhada por esses problemas adicionais que podem ser tratados: Dificuldades cognitivas (demência) e de raciocínio. Estes, geralmente, ocorrem nos estágios posteriores da doença de Parkinson. Tais problemas cognitivos não são muito responsivos aos medicamentos. • • 5/24/22, 3:07 PM Interação clínico-patológica https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=jh1ZOUFxAFQ985h4Gg8eew%3d%3d&l=RdtU1j0cFxWrJKlSGPV1mA%3d%3d&cd=yIaPU7w57Vnc… 20/26 Depressão e mudanças emocionais nos estágios iniciais. O paciente também pode experimentar outras mudanças emocionais, como medo, ansiedade ou perda de motivação. Problemas para engolir à medida que a condição progride. A saliva pode se acumular na boca devido à deglutição lenta, levando à baba. Problemas com mastigação. A doença de Parkinson, em estágio tardio, afeta os músculos da boca, dificultando a mastigação. Isso pode levar à asfixia e à má nutrição. Problemas e distúrbios do sono. Pessoas com Mal de Parkinson, comumente, têm problemas de sono, incluindo acordar com frequência durante a noite, acordar cedo ou dormir durante o dia. Problemas na bexiga, incluindo não conseguir controlar a urina ou ter dificuldade para urinar Constipação, principalmente devido a um trato digestivo mais lento. A pressão sanguínea muda (hipotensão ortostática). • • • • • • • 5/24/22, 3:07 PM Interação clínico-patológica https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=jh1ZOUFxAFQ985h4Gg8eew%3d%3d&l=RdtU1j0cFxWrJKlSGPV1mA%3d%3d&cd=yIaPU7w57Vnc…21/26 Disfunção do cheiro, dificuldade em identificar ou diferenciar certos odores. Fadiga. Muitas pessoas com a doença perdem energia e experimentam fadiga, especialmente no fim do dia. Dor. Algumas pessoas sentem dor, seja em áreas específicas ou em todo o corpo. Disfunção sexual. Algumas pessoas com Mal de Parkinson notam diminuição no desejo ou no desempenho sexual. As demências e as alterações de condução neuronal causam mudanças no comportamento e nas funções vitais do paciente. São doenças que sofrem a influência de fatores ambientais e do estilo de vida do paciente, mas também existe um fator genético que parece estar envolvido no seu aparecimento e na sua gravidade. Vamos discutir, a seguir, as doenças que alteram a bainha de mielina que compõe células do sistema nervoso. • • • 4.4 Pacientes com doenças desmielinizantes Os transtornos desmielinizantes do sistema nervoso central são caracterizados pela quebra da mielina, com ou sem preservação dos axônios associados. Doenças primárias desmielinizantes, normalmente, envolvem perda de mielina com relativa preservação de axônios. Os distúrbios secundários desmielinizantes representam um espectro de doença de matéria branca caracterizado por danos a neurônios ou axônios com a consequente quebra da mielina. As alterações patológicas observadas nos transtornos secundários desmielinizantes são variadas, variando de desmielinização pura à necrose com desmielinização subsequente. Doenças secundárias desmielinizantes estão associadas a uma grande variedade de condições, incluindo infecções/vacinas, deficiências nutricionais/vitaminas, agentes químicos, anormalidades genéticas e insulto vascular (GUYTON; HALL, 2016). Diferentes alterações podem afetar o funcionamento normal do sistema nervoso. Uma das situações que pode ocorrer é o não reconhecimento, por parte do sistema imunológico, de nervos periféricos que passam a ser destruídos e têm sua função prejudicada, gerando doenças como a Síndrome de Guillain-Barré e a esclerose múltipla, as quais você conhecerá detalhes agora. 4.4.1 Síndrome de Guillain-Barré A Síndrome de Guillain-Barré (GBS) é uma doença neurológica rara na qual o sistema imunológico do corpo ataca erroneamente parte de seu sistema nervoso periférico — a rede de nervos localizados fora do cérebro e da medula espinhal. A GBS pode variar de um caso muito leve, com fraqueza breve, a paralisia quase devastadora, 5/24/22, 3:07 PM Interação clínico-patológica https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=jh1ZOUFxAFQ985h4Gg8eew%3d%3d&l=RdtU1j0cFxWrJKlSGPV1mA%3d%3d&cd=yIaPU7w57Vnc… 22/26 deixando a pessoa incapaz de respirar independentemente. Felizmente, a maioria das pessoas eventualmente se recupera dos casos mais graves, mas, após a recuperação, algumas pessoas continuarão a ter algum grau de fraqueza (ROBBINS; COTRAN, 2016). Pode atingir qualquer idade (embora seja mais frequente em adultos e idosos), e ambos os sexos são igualmente propensos ao transtorno. Estima-se que a GBS afete cerca de uma pessoa em 100.000 por ano. Sua causa exata não é conhecida, pesquisadores não sabem o motivo de ela atingir algumas pessoas e não outras. Não é contagiosa ou herdada (ROBBINS; COTRAN, 2016). A maioria dos casos, geralmente, começa alguns dias ou semanas após uma infecção viral respiratória ou gastrointestinal. Ocasionalmente, a cirurgia vai desencadear a síndrome. Recentemente, alguns países do mundo relataram um aumento da incidência de GBS após a infecção pelo vírus Zika. Sensações inexplicáveis, geralmente, ocorrem primeiro, como formigamento nos pés ou nas mãos ou mesmo dor (especialmente, em crianças), muitas vezes, começando nas pernas ou nas costas. Crianças também apresentaram sintomas com dificuldade para andar e podem se recusar a andar. Essas sensações tendem a desaparecer antes que os sintomas maiores e de longo prazo apareçam. A fraqueza pode aparecer primeiro como dificuldade para subir escadas ou andar. Os sintomas, frequentemente, afetam braços, músculos respiratórios e rosto, refletindo danos nervosos mais generalizados. Ocasionalmente, os sintomas começam na parte superior do corpo e se movem para baixo, para as pernas e os pés (ROBBINS; COTRAN, 2016). A maioria das pessoas atinge o maior estágio de fraqueza nas duas primeiras semanas após o aparecimento dos sintomas; na terceira semana, 90% dos indivíduos afetados estão mais fracos. Além de fraqueza muscular, os sintomas podem incluir: Dificuldade com músculos oculares e visão. VOCÊ SABIA? Guyton e Hall (2016) afirmam que o sistema imunológico da pessoa afetada começa a atacar o próprio corpo. Acredita-se que, pelo menos em alguns casos, esse ataque imunológico é iniciado para combater uma infecção e que alguns produtos químicos sobre bactérias e vírus infectantes se assemelham aos das células nervosas, que, por sua vez, também se tornam alvos de ataques. Uma vez que o próprio sistema imunológico do corpo faz o dano, a GBS é chamada de doença autoimune. • • 5/24/22, 3:07 PM Interação clínico-patológica https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=jh1ZOUFxAFQ985h4Gg8eew%3d%3d&l=RdtU1j0cFxWrJKlSGPV1mA%3d%3d&cd=yIaPU7w57Vnc… 23/26 Dificuldade de engolir, falar ou mastigar. Parestesia nas mãos e nos pés. Dor que pode ser severa, particularmente, à noite. Problemas de coordenação e instabilidade. Batimento cardíaco anormal, frequência ou pressão arterial anormais. Problemas com digestão e/ou controle da bexiga. Esses sintomas podem aumentar em intensidade durante um período de horas, dias ou semanas até que certos músculos não possam ser usados. Quando graves, a pessoa está quase totalmente paralisada. Nesses casos, o transtorno é fatal — potencialmente interferindo na respiração e, às vezes, na pressão arterial ou na frequência cardíaca (ROBBINS; COTRAN, 2016). Não há cura conhecida para a Síndrome de Guillain-Barré. No entanto, algumas terapias podem diminuir a gravidade da doença e reduzir o tempo de recuperação. Há também várias maneiras de tratar as complicações da doença. 4.4.2 Esclerose múltipla A esclerose múltipla (EM) é uma condição que pode afetar o cérebro e a medula espinhal, causando uma gama de sintomas potenciais, incluindo problemas com visão, movimento do braço ou da perna, sensibilidade ou equilíbrio. É mais comumente diagnosticada em pessoas entre 20 e 30 anos, embora possa se desenvolver em qualquer idade, sendo uma das causas mais comuns de incapacidade em adultos mais jovens. É cerca de duas a três vezes mais comum em mulheres do que em homens (GUYTON; HALL, 2016). Os sintomas da EM variam muito de pessoa para pessoa e podem afetar qualquer parte do corpo. Como principais sintomas, saiba que eles incluem: Fadiga e dificuldade para andar. Problemas de visão, como visão turva. • • • • • • • 5/24/22, 3:07 PM Interação clínico-patológica https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=jh1ZOUFxAFQ985h4Gg8eew%3d%3d&l=RdtU1j0cFxWrJKlSGPV1mA%3d%3d&cd=yIaPU7w57Vnc… 24/26 Problemas de controle da bexiga. Dormência ou formigamento em diferentes partes do corpo. Rigidez muscular e espasmos. Problemas com equilíbrio e coordenação. Problemas com o pensamento, aprendizado e planejamento. A esclerose é uma doença autoimune. É quando algo dá errado com o sistema imunológico e ele ataca erroneamente uma parte saudável do corpo – neste caso, o cérebro ou a medula espinhal do sistema nervoso. Na esclerose, o sistema imunológico ataca a camada que circunda e protege os nervos chamados bainha de mielina. Isso danifica e cicatriza essa bainha, e, potencialmente, os nervos subjacentes, o que significa que as mensagens que viajam ao longo dos nervos ficam interrompidas. Não está claro o que faz com que o sistema imunológico aja exatamente dessa forma, mas a maioria dos especialistas acham que está envolvida a uma combinação de fatores genéticos e ambientais. Atualmente, não há cura para esclerose múltipla, mas vários tratamentos podem ajudar a controlar a condição. O tratamento vai depender dos sintomas e dasdificuldades específicas do paciente, podendo incluir: Tratamento de recaídas com corticosteroide para acelerar a recuperação. Tratamentos específicos para sintomas individuais. Tratamento para reduzir o número de recaídas usando medicamentos chamados terapias modificadoras de doenças. • • • • • • • • 5/24/22, 3:07 PM Interação clínico-patológica https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=jh1ZOUFxAFQ985h4Gg8eew%3d%3d&l=RdtU1j0cFxWrJKlSGPV1mA%3d%3d&cd=yIaPU7w57Vnc… 25/26 As terapias modificadoras de doenças também podem ajudar a retardar ou reduzir o agravamento geral da incapacidade. Infelizmente, atualmente, não há tratamento que possa retardar o progresso ou curar a esclerose múltipla, os pacientes diagnosticados com EM encontram a possibilidade de diminuir a velocidade dos sintomas e/ou minimizar os desconfortos causados pela doença. Existem pesquisas sendo realizadas por cientistas de todo o mundo em busca da cura dessa doença. Conclusão Entendendo os resultados das interações ambientais com o organismo, você pode discutir os sinais e os sintomas que decorrem de diferentes processos patológicos. Sejam doenças que resultam de agentes patológicos virais, doenças autoimunes ou aquelas causadas por predisposições genéticas e reforçadas pelo estilo de vida individual. Nesta unidade, você teve a oportunidade de: Identificar mecanismos fisiopatológicos de doenças que acometem os sistemas imunológico, cardiocirculatório, metabólico, respiratório e nervoso; reconhecer as principais doenças que decorrem da perda de homeostase do organismo; enumerar infecções locais e sistêmicas; avaliar patologias associadas a alterações das vias metabólicas fisiológicas; identificar circunstâncias que comprometem o funcionamento do sistema nervoso e a condução dos impulsos nervosos. • • • • • Bibliografia BIERNATH, A. Por que você deveria conhecer Sérgio Ferreira. Disponível em: https://saude.abril.com.br/bem- estar/por-que-voce-deveria-conhecer-sergio-ferreira/ (https://saude.abril.com.br/bem-estar/por-que-voce-deveria- conhecer-sergio-ferreira/). Acesso em: 15 jul. 2020. BRITO, A. M.; CASTILHO, E. A.; SZWARCWALD, C. L. AIDS e infecção pelo HIV no Brasil: uma epidemia multifacetada. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0037- 86822001000200010&lng=en&nrm=iso (http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0037- 86822001000200010&lng=en&nrm=iso). Acesso em: 18 jul. 2020. BRASILEIRO FILHO G. B. Patologia geral. 5. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013. 463p. GUYTON, A. C.; HALL, J. E. Tratado de fisiologia médica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. https://saude.abril.com.br/bem-estar/por-que-voce-deveria-conhecer-sergio-ferreira/ http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0037-86822001000200010&lng=en&nrm=iso 5/24/22, 3:07 PM Interação clínico-patológica https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=jh1ZOUFxAFQ985h4Gg8eew%3d%3d&l=RdtU1j0cFxWrJKlSGPV1mA%3d%3d&cd=yIaPU7w57Vnc… 26/26 NAÇÕES UNIDAS BRASIL – ONU. OMS: número de pessoas afetadas por demência triplicará no mundo até 2050. Disponível em: https://tinyurl.com/y3qqk94o (https://tinyurl.com/y3qqk94o). Acesso em: 20 jul. 2020. REGUETE, D. Diabetes: fisiopatologia e complicações – Parte 1. Disponível em: https://www.youtube.com/watch? v=rINZ-87ODtQ (https://www.youtube.com/watch?v=rINZ-87ODtQ). Acesso em: 15 jul. 2020. ROBBINS, S. L. et al. Patologia das doenças. 7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. WALDMAN, E.; SATO, A. P. S. Trajetória das doenças infecciosas no Brasil nos últimos 50 anos: um contínuo desafio. In: Revista de Saúde Pública, 2016; 50:68. Disponível em: (https://www.scielo.br/pdf/rsp/v50/pt_0034- 8910-rsp-S1518-87872016050000232.pdf)https://www.scielo.br/pdf/rsp/v50/pt_0034-8910-rsp-S1518- 87872016050000232.pdf (https://www.scielo.br/pdf/rsp/v50/pt_0034-8910-rsp-S1518-87872016050000232.pdf). Acesso em: 15 jul. 2020. https://tinyurl.com/y3qqk94o https://www.youtube.com/watch?v=rINZ-87ODtQ https://www.scielo.br/pdf/rsp/v50/pt_0034-8910-rsp-S1518-87872016050000232.pdf https://www.scielo.br/pdf/rsp/v50/pt_0034-8910-rsp-S1518-87872016050000232.pdf
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