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QUESTIONÁRIO Questão 1-Explique o que significa “Segurado Obrigatório”. Quem são os segurados obrigatórios? R: O segurado obrigatório é o trabalhador que é obrigado a pagar o INSS todo mês, incluindo os empregados com carteira assinada, domésticos, trabalhadores avulsos e contribuintes individuais. Está previsto no art. 11 do PBPS. Questão 2-Explique o que significa “Segurado Facultativo”. Quem são os segurados facultativos? R: Segurados Facultativos são aqueles que resolvem, por conta própria, se inscrever junto a Previdência Social e passam a contribuir mensalmente para fazer jus a benefícios e serviços, tendo em vista que não fazem parte de um regime previdenciário próprio e nem se enquadram na condição de segurados obrigatórios do regime geral. Questão 3-Quem pode ser considerado como dependente para fins previdenciários? R: A Lei Complementar Estadual n. 412/2008, que dispõe sobre a organização do Regime Próprio de Previdência dos Servidores do Estado de Santa Catarina, estabelece o rol de dependentes que poderão ser inscritos. São eles: filho(a) solteiro(a) menor de 21 (vinte e um) anos; filho(a) maior, solteiro(a), inválido(a) em caráter permanente para o exercício de toda e qualquer atividade laboral e que viva sob a dependência econômica do segurado; cônjuge/companheiro(a); ex-cônjuge ou ex-companheiro(a) que perceba pensão alimentícia; enteado(a) menor de 21 anos ou maior incapaz, que não perceba pensão alimentícia ou benefício de outro órgão previdenciário e que não possua bens e direitos aptos a lhe garantir o sustento e a educação; tutelado(a), menor de 18 (dezoito) anos, que não perceba pensão alimentícia, rendas ou benefícios de outro órgão previdenciário; pais que vivam sob a dependência econômica do segurado; e irmão solteiro menor de 21 anos ou maior incapaz e que viva sob a dependência econômica do segurado. Questão 4-Explique “Dependência Econômica” para fins previdenciários R: Dependência econômica, para a Lei Previdenciária, é a situação em que certa pessoa vive, relativamente a um segurado, por ele sendo, no todo ou em parte, efetiva ou presumidamente, mantida ou sustentada. Questão 5-Quando pode ocorrer a perda da qualidade dos dependentes R: A perda da qualidade ocorre como está previsto no art. 17 da Lei nº 3.048/99, que são: Art. 17. A perda da qualidade de dependente ocorre: I - para o cônjuge, pelo divórcio ou pela separação judicial ou de fato, enquanto não lhe for assegurada a prestação de alimentos, pela anulação do casamento, pelo óbito ou por sentença judicial transitada em julgado; (Redação dada pelo Decreto nº 10.410, de 2020). II - para a companheira ou companheiro, pela cessação da união estável com o segurado ou segurada, enquanto não lhe for garantida a prestação de alimentos; III - ao completar vinte e um anos de idade, para o filho, o irmão, o enteado ou o menor tutelado, ou nas seguintes hipóteses, se ocorridas anteriormente a essa idade: (Redação dada pelo Decreto nº 10.410, de 2020). a) casamento; (Redação dada pelo Decreto nº 10.410, de 2020). b) início do exercício de emprego público efetivo; (Redação dada pelo Decreto nº 10.410, de 2020). c) constituição de estabelecimento civil ou comercial ou pela existência de relação de emprego, desde que, em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria; ou (Redação dada pelo Decreto nº 10.410, de 2020). d) concessão de emancipação, pelos pais, ou por um deles na falta do outro, por meio de instrumento público, independentemente de http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2020/Decreto/D10410.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2020/Decreto/D10410.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2020/Decreto/D10410.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2020/Decreto/D10410.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2020/Decreto/D10410.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2020/Decreto/D10410.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2020/Decreto/D10410.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2020/Decreto/D10410.htm#art1 homologação judicial, ou por sentença judicial, ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos; e (Redação dada pelo Decreto nº 10.410, de 2020). IV - para os dependentes em geral: a) pela cessação da invalidez ou da deficiência intelectual, mental ou grave; ou (Redação dada pelo Decreto nº 10.410, de 2020). b) pelo falecimento. § 1º O filho, o irmão, o enteado e o menor tutelado, desde que comprovada a dependência econômica dos três últimos, se inválidos ou se tiverem deficiência intelectual, mental ou grave, não perderão a qualidade de dependentes desde que a invalidez ou a deficiência intelectual, mental ou grave tenha ocorrido antes de uma das hipóteses previstas no inciso III do caput. (Incluído pelo Decreto nº 10.410, de 2020) § 2º Para fins do disposto no § 1º, a data de início da invalidez ou da deficiência intelectual, mental ou grave será estabelecida pela Perícia Médica Federal. Questão 6-O que significa carência para o RGPS? R: A carência do INSS é uma das exigências para conseguir os principais benefícios oferecidos ao segurado da Previdência Social. Carência é um tempo mínimo de contribuições pagas ao INSS para que o segurado ou seu dependente tenha direito a receber um benefício. Questão 7-O que é Período de Graça? R: O período de graça nada mais é do que o tempo definido em lei que você deixa de contribuir para o INSS, mas que ainda mantém a qualidade de segurado. Seria muito injusto pensar que você foi demitido de uma empresa, por exemplo, e imediatamente você perder direito a uma Pensão por Morte, né? Por isso é que existe o período de graça, para deixar você com qualidade de segurado enquanto não consegue contribuir para a Previdência. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2020/Decreto/D10410.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2020/Decreto/D10410.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2020/Decreto/D10410.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2020/Decreto/D10410.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2020/Decreto/D10410.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2020/Decreto/D10410.htm#art1 Questão 8-Quais prestações previdenciárias são dispensadas de carência? R: A dispensa de carência, por sua vez, refere-se aos casos em que não se exige carência para acesso aos benefícios por incapacidade. Ela está prevista no art. 26, inciso II, da Lei 8.213/91: Art. 26. Independe de carência a concessão das seguintes prestações: I - pensão por morte, salário-família e auxílio- acidente; (Redação dada pela Lei nº 13.846, de 2019) II - auxílio-doença e aposentadoria por invalidez nos casos de acidente de qualquer natureza ou causa e de doença profissional ou do trabalho, bem como nos casos de segurado que, após filiar-se ao RGPS, for acometido de alguma das doenças e afecções especificadas em lista elaborada pelos Ministérios da Saúde e da Previdência Social, atualizada a cada 3 (três) anos, de acordo com os critérios de estigma, deformação, mutilação, deficiência ou outro fator que lhe confira especificidade e gravidade que mereçam tratamento particularizado; (Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015) III - os benefícios concedidos na forma do inciso I do art. 39, aos segurados especiais referidos no inciso VII do art. 11 desta Lei; IV - serviço social; V - reabilitação profissional. VI – salário-maternidade para as seguradas empregada, trabalhadora avulsa e empregada doméstica. (Incluído pela Lei nº 9.876, de 26.11.99) Questão9-O que é RMI (Renda Mensal Inicial)? http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13846.htm#art24 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13135.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13135.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9876.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9876.htm#art2 R: O significado de RMI é Renda Mensal Inicial, que corresponde ao valor inicial do benefício a ser recebido. É um conceito de grande importância para o cálculo dos benefícios previdenciários, pois a renda mensal inicial representa o valor que o segurado ou beneficiário irá receber de fato. Questão 10-O que é Salário de Benefício? R: O Salário de Benefício é o valor usado como base para o cálculo do valor de benefício que o segurado do INSS vai receber. Em geral, associamos o Salário de Benefício ao cálculo do valor da aposentadoria. Porém, ele também é utilizado para o cálculo de outros benefícios de prestação continuada, como o auxílio acidente. Questão 11-O que é Salário de Contribuição? R: SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO. Salário de contribuição é o valor que serve de base de incidência das alíquotas das contribuições previdenciárias, fração numérica com a qual, aplicando-se a alíquota, se obtém o montante da contribuição a ser recolhida para a Previdência Social. Questão 12-Distinguir filiação e inscrição nos termos do RGPS. R: Filiação não se confunde com inscrição. Russomano considera que "a filiação é o momento em que o segurado passa a integrar como beneficiário, o sistema de previdência; a inscrição é o ato de natureza admnistrativa pelo qual se opera no âmbito interno do INSS, o registro do segurado". Questão 13-Em relação a “Qualidade de Segurado”, explique: a) qualidade de segurado R: A qualidade de segurado é uma condição atribuída a todo cidadão filiado ao INSS que possua inscrição junto à Previdência Social e realize pagamentos mensais. Equivalente à um seguro social, essa qualidade é uma proteção que o beneficiário faz jus ao adquirir. b) perda da qualidade de segurado R: A perda da qualidade de segurado é utilizada pelo INSS para negar, principalmente, a pensão por morte e os benefícios por incapacidade, auxílio-doença, auxílio-acidente e aposentadoria por invalidez c) manutenção da qualidade de segurado R: Manutenção da qualidade de segurado: período de graça A lei estipula prazos para o período de graça que pode atingir até o máximo de 36 meses, para o caso do segurado desempregado, que já tenha contribuído por mais de 10 anos ao INSS e comprove desemprego mediante registro no Ministério do Trabalho e Previdência. d) restabelecimento da qualidade de segurado R: A qualidade de segurado dos contribuintes do INSS garante que eles possam ser beneficiários diretos das prestações da Previdência Social. Como prestações podemos mencionar a aposentadoria, a pensão por morte e o auxílio doença, dentre várias outras prestações. O extenso artigo 9º do decreto 3.048/99 traz todas as situações descritivas dos tipos de segurados obrigatórios da Previdência, e foi consideravelmente afetado pelo recente decreto 10.410/20. Questão 14-Para os casos abaixo, explique o conceito, carência e requisitos legais a) Aposentadoria por Idade (urbana e rural) R: a aposentadoria por idade urbana, para que o segurado faça jus ao benefício, segundo essa modalidade, deverá prestar serviços de natureza urbana e atingir a idade mínima de 65 anos para homem e 60 para mulheres. Além disso, diferente das demais, a aposentadoria por idade exige que o trabalhador tenha somente 180 contribuições mensais (15 anos), ou seja, mesmo que complete a idade mínima estabelecida na legislação, também é necessário que o segurado contribua por determinado período de tempo para que possa requerer o benefício. Já a aposentadoria por idade rural é devida àquelas pessoas que trabalham exclusivamente no campo, seja em atividade individual ou em regime de economia familiar, comprovando, para tanto, a carência de 180 meses trabalhados nessas condições. Isso quer dizer que o trabalhador rural não contribui diretamente para o regime geral de previdência, embora faça jus ao recebimento do benefício, se enquadrando, nesse caso, como segurado especial. b) Aposentadoria Especial R: A Aposentadoria Especial é o benefício previdenciário concedido ao trabalhador que exerce suas atividades laborais exposto a agentes nocivos, que podem causar algum prejuízo à sua saúde e integridade física ao longo do tempo. c) Auxílio por Incapacidade Temporária R: O auxílio por incapacidade temporária, antes denominado auxílio doença, é um benefício pago temporariamente ao Segurado do INSS, desde que tenha cumprido o período de carência (salvo exceções) e que se encontre incapacitado para o exercício de qualquer atividade laboral. d) Auxílio por Incapacidade Permanente R: A aposentadoria por incapacidade permanente é o benefício previdenciário pago pelo INSS para quem está incapacitado de forma total e sem prazo de recuperação para o seu trabalho. É importante definir que o direito se dá pela incapacidade e não pela doença. e) Auxílio-acidente R: O Auxílio-Acidente é um benefício previdenciário indenizatório do INSS devido aos segurados que sofrem qualquer categoria de acidente que resultam em sequelas que diminuam a sua capacidade para o trabalho. f) Pensão por Morte R: A pensão por morte é um benefício previdenciário pago pelo INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) aos dependentes de um trabalhador que morreu ou que teve sua morte declarada pela Justiça, como ocorre em casos de desaparecimento. Vale tanto para quem já era aposentado quanto para quem ainda não era. g) Auxílio-reclusão R: O auxílio-reclusão é devido aos dependentes do segurado recolhido à prisão, que não receber remuneração da empresa nem estiver em gozo de auxílio-doença, aposentadoria ou abono de permanência ao serviço. h) Salário-maternidade R: O salário-maternidade é o benefício previdenciário pago à segurada gestante, adotante ou que tenha realizado aborto não criminoso, durante o período de afastamento de suas atividades, no prazo de vinte e oito dias antes e noventa e um dias após o parto. i) Salário-família R: É um benefício previdenciário do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) para empregados de baixa renda que têm filhos de até 14 anos ou filhos com deficiência. j) Benefício de Prestação Continuada R: O Benefício de Prestação Continuada – BPC, previsto na Lei Orgânica da Assistência Social – LOAS, é a garantia de um salário mínimo por mês ao idoso com idade igual ou superior a 65 anos ou à pessoa com deficiência de qualquer idade. No caso da pessoa com deficiência, esta condição tem de ser capaz de lhe causar impedimentos de natureza física, mental, intelectual ou sensorial de longo prazo (com efeitos por pelo menos 2 anos), que a impossibilite de participar de forma plena e efetiva na sociedade, em igualdade de condições com as demais pessoas. O BPC não é aposentadoria. Para ter direito a ele, não é preciso ter contribuído para o INSS. Diferente dos benefícios previdenciários, o BPC não paga 13º salário e não deixa pensão por morte. k) Seguro-desemprego R: O seguro-desemprego é uma média dos últimos três salários anteriores à dispensa. Mas existem alguns pontos importantes: O benefício não poderá ser menor do que o Salário Mínimo e nem maior do que R$ 1.813,03. O valor é calculado a partir de uma média dos últimos salários, sobre a qual é aplicada uma porcentagem. Questão 15-Existem benefícios previdenciários que podem ser cumulados? Em caso positivo, quais? R: A cumulação de benefícios ocorre quando um segurado ou seu dependente recebe, concomitantemente, mais de um benefício previdenciário. Com o advento da EmendaConstitucional nº 103, que alterou o sistema de Previdência Social brasileiro, surgiram algumas mudanças e particularidades com relação à acumulação de benefícios. Abaixo iremos explicar quais benefícios previdenciários podem ser percebidos cumulativamente. Posso receber duas pensões por morte? Depende. É vedada a acumulação de mais de uma pensão por morte deixada por cônjuge/companheiro(a), no âmbito do mesmo regime de Previdência Social (ex: duas pensões pelo RGPS). Por exemplo: Uma mesma viúva não pode receber cumulativamente 2 pensões por morte pelo INSS, em razão do falecimento de 2 companheiros. Porém, existem exceções nas quais é possível a acumulação de duas pensões por morte: • Pensões por morte deixadas pelo cônjuge/companheiro(a), provenientes do mesmo instituidor decorrentes do exercício de cargos acumuláveis, como autorizado pela Constituição Federal (art. 37); • Pensão por morte deixada por cônjuge/companheiro(a) de um regime de Previdência Social com pensão por morte concedida por outro regime de Previdência Social ou com pensões decorrentes de atividades militares de que tratam os arts. 42 e 142, da CF. Ou seja, a mesma viúva pode receber uma pensão pelo INSS e outra pelo Regime Próprio de Previdência Social, se completar os requisitos para ambos. Nas situações nas quais a acumulação das pensões por morte é autorizada, o beneficiário receberá o valor integral do benefício mais http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/emendas/emc/emc103.htm vantajoso e uma parte de cada um dos demais benefícios, apurada de acordo com as “faixas” previstas na legislação. Frisa-se que no âmbito do serviço público federal, ressalvado o direito de opção, é também vedada a percepção cumulativa de pensão deixada por mais de um cônjuge ou companheiro ou companheira e de mais de 2 (duas) pensões. Posso receber duas aposentadorias? Sim, desde que sejam provenientes de regimes de previdência diferentes. Ou seja, o indivíduo precisa ser segurado do RGPS (INSS) e contribuinte do RPPS. Por exemplo, imagine que uma professora de Matemática dê aulas na rede particular de ensino e também na rede estadual. Ela poderá se aposentar pelo regime geral (RGPS) por ter sido professora na rede particular, e, ainda, pelo regime próprio de previdência (RPPS) do Estado em que trabalha. Posso receber aposentadoria e pensão por morte? Com a reforma previdenciária, acumular a pensão por morte com a aposentadoria continua sendo possível. Todavia, houve alteração no cálculo dos benefícios, ensejando uma redução no valor final a receber. Em resumo, o segurado do INSS precisa optar pelo benefício que for mais vantajoso, que normalmente é o de valor mais elevado, o qual receberá na integralidade, ao passo que o outro será pago parcialmente, seguindo as regras da lei. Dessa forma, o aposentado pode receber pensão por morte, devendo saber, no entanto, que o benefício de menor valor sofrerá a incidência das novas regras de cálculo trazidas pela reforma previdenciária. Vejamos: • Receberá a pensão por morte no percentual de 100% (cem por cento) se for de 1 salário mínimo; • Receberá a pensão por morte no percentual de 60% (sessenta por cento) do valor que exceder 1 salário-mínimo, até o limite de 2 salários-mínimos; • Receberá a pensão por morte no percentual de 40% (quarenta por cento) do valor que exceder 2 salários-mínimos, até o limite de 3 salários-mínimos; • Receberá a pensão por morte no percentual de 20% (vinte por cento) do valor que exceder 3 salários-mínimos, até o limite de 4 salários-mínimos; e • Receberá a pensão por morte no percentual de 10% (dez por cento) do valor que exceder 4 salários-mínimos. Essa restrição no cálculo do segundo benefício não afeta aqueles que possuem direito adquirido, ou seja, não atinge os benefícios concedidos antes da data de entrada em vigor da EC nº 103 em 13/11/2019. Posso receber auxílio acidente e auxílio por incapacidade temporária ao mesmo tempo? A Lei 8.213/91 dispõe no artigo 86, §2º, que é vedada a acumulação do auxílio acidente com qualquer aposentadoria. Porém, não há impedimentos para a acumulação do auxílio acidente com o auxílio por incapacidade temporária (o conhecido auxílio-doença), desde que os fatos geradores sejam distintos, conforme entendimento firmado pela Turma Nacional de Uniformização (TNU) em junho/2019 – Confira aqui. Ou seja, se o segurado recebe auxílio acidente porque perdeu um dos dedos da mão, pode receber auxílio por incapacidade temporária (auxílio doença) se o problema de saúde não tiver relação com a perda do dedo. Por exemplo, se este segurado estiver com problemas na coluna, poderá cumular os dois benefícios. Quais outros benefícios podem ser acumulados? • Auxílio acidente com outros benefícios que não seja aposentadoria, por exemplo, com a pensão por morte ou com auxílio doença com fato gerador diverso; • Pensão por morte do trabalhador rural com aposentadoria por invalidez (Súmula 36 TNU); • Dois membros da mesma família podem receber concomitantemente Benefício de Prestação Continuada (BPC), seja como deficiente, seja como idoso. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/emendas/emc/emc103.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8213cons.htm https://www.cjf.jus.br/publico/pdfs/50068087920144047215.pdf https://www.cjf.jus.br/publico/pdfs/50068087920144047215.pdf https://www2.jf.jus.br/phpdoc/virtus/sumula.php?nsul=36 Questão 16-É possível a concessão de pensão por morte aos dependentes, mesmo que o segurado tenha falecido após perder a qualidade de segurado? Se possível, qual circunstância? R: O fato é que mesmo havendo perda da qualidade de segurado à época do óbito, ainda assim será devida a pensão por morte aos dependentes, desde que o segurado falecido tenha implementado os requisitos legais para a obtenção de aposentadoria até a data do falecimento. Questão 17-Como regra a empresa deverá comunicar todo acidente de trabalho à Previdência Social, sob pena de multa. Caso essa formalização de comunicação não seja realizada pela empresa, quem poderá fazê-lo? R: O artigo 7º, XXVIII da Constituição Federal (CF/1988) garante aos trabalhadores urbanos e rurais seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenização a que este está obrigado quando incorrer em dolo ou culpa. Neste sentido, a Lei nº 8.213/1991 veio estabelecer que a empresa ou o empregador doméstico deverão comunicar o acidente do trabalho à Previdência Social até o 1º (primeiro) dia útil seguinte ao da ocorrência e, em caso de morte, de imediato, à autoridade competente, sob pena de multa variável entre o limite mínimo e o limite máximo do salário de contribuição, sucessivamente aumentada nas reincidências, aplicada e cobrada pela Previdência Social. Se a empresa ou o empregador doméstico não fizer a comunicação, o próprio trabalhador, o dependente, a entidade sindical competente, o médico ou a autoridade pública (magistrados, membros do Ministério Público e dos serviços jurídicos da União e dos Estados ou do Distrito Federal e comandantes de unidades do Exército, da Marinha, da Aeronáutica, do Corpo de Bombeiros e da Polícia Militar) poderão efetivar a qualquer tempo o registro deste instrumento junto à Previdência Social, o que não exclui a possibilidade de aplicação de multa ao empregador que não informar o acidente dentro do prazo legal. Essa comunicação deverá ser efetuada através da Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) e deve se referir as ocorrências de tal ou tais fatos. Além disso, a CAT deverá ser preenchida havendo ou não afastamento do empregado das suas atividades laborais. Questão 18-De que forma o trabalhador se torna segurado obrigatório do RGPS? R: A regra é a adoção do Princípio da Territorialidade da Filiação, ou seja, quem exercer atividade laborativa remunerada no território do Brasil e não for servidorpúblico efetivo ou militar vinculado a RPPS, será segurado obrigatório do RGPS Questão 19-Quais dependentes do segurado têm sua dependência econômica presumida? R: Diz a norma que a dependência econômica do cônjuge, companheiro, filho menor de 21 anos ou maior inválido ou ainda que tenha deficiência intelectual ou mental em relação ao segurado instituidor da pensão é presumida. Essa presunção só pode ser a presunção simples, relativa, já que não qualificada pela lei. Questão 20-Pode um estudante ser segurado da previdência social? Justifique. R: Todo jovem a partir dos 16 anos de idade pode se inscrever no Regime Geral da Previdência Social. Estudantes, bolsistas e estagiários, remunerados ou não, também podem ser segurados, contribuindo com o INSS na condição de segurado facultativo. Questão 21-Segundo o art. 16 da Lei 8.213 de 24 de julho de 1991, são beneficiários do Regime Geral de Previdência Social na condição de dependente do segurado: I –O cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido. Pergunta-se: em caso de separação dos cônjuges, seja judicial ou de fato, bem como de divórcio, aquele que antes da referida separação fora dependente do segurado manterá esta qualidade? R: No direito previdenciário, o cônjuge é qualificado pela lei como dependente para fins de concessão de pensão por morte ou auxílio- reclusão, figurando na classe prioritária de beneficiários com presunção absoluta da condição de dependência econômica. Ou seja, para o requerimento de benefício perante o INSS, basta ao cônjuge sobrevivente comprovar o vínculo familiar mediante a apresentação da certidão de casamento atualizada. Todavia, mesmo não tendo ocorrido o divórcio, a separação de fato figura como causa excludente do direito ao benefício previdenciário de pensão por morte ou auxílio-reclusão. A manutenção da qualidade de dependente do cônjuge separado de fato somente é reconhecida quando comprovada a perpetuação de vínculo financeiro posteriormente à separação do casal. A prova de dependência econômica, comprovada por meio do recebimento de pensão alimentícia, é o meio hábil à manutenção do vínculo de dependência e deve ser demonstrada quando do fato gerador do benefício (morte ou reclusão). Conforme regulamenta o Decreto n. 3.048/99: Art. 17. A perda da qualidade de dependente ocorre: I – para o cônjuge, pelo divórcio ou pela separação judicial ou de fato, enquanto não lhe for assegurada a prestação de alimentos, pela anulação do casamento, pelo óbito ou por sentença judicial transitada em julgado; (Redação dada pelo Decreto nº 10.410, de 2020). Questão 22-Quais as prestações pecuniárias da Previdência que independem de carência para sua concessão? Indique a fonte legislativa. R: Carência para o INSS é o número mínimo de contribuições para um segurado ter direito a um benefício previdenciário. A disposição está no art. 24 da Lei nº 8.213 de 1991 (lei da Previdência), que diz: Art. 24. Período de carência é o número mínimo de contribuições mensais indispensáveis para que o beneficiário faça jus ao benefício, consideradas a partir do transcurso do primeiro dia dos meses de suas competências.
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