Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 Processos de Usinagem Capítulo 13 FLUIDOS DE CORTE 2 Capítulo 13: Fluidos de corte Funções dos Fluidos de Corte Principais: Lubrificação à baixas velocidades de corte; Refrigeração à altas velocidades de corte. Menos importante: Ajudar a retirar o cavaco da zona de corte; Proteger a máquina ferramenta e a peça de corrosão atmosférica 3 Capítulo 13: Fluidos de corte LUBRIFICANTE - A baixas velocidades de corte. Reduzindo o atrito em condições severas de tensões extremamente altas. COMO? Lubrificação Hidrodinâmica Lubrificação de Filme Misto ou Limítrofe (Boundary Lubrication) Penetração do lubrificante na interface cavaco-ferramenta (apenas na zona de escorregamento) Reação com o material do cavaco Formação de uma camada de lubrificante sólido (de baixa resistência ao cisalhamento) 4 Capítulo 13: Fluidos de corte REFRIGERANTE - A altas velocidades de corte Reduzindo a temperatura de usinagem COMO? Aumentando a dissipação do Reduzindo a geração de calor calor pelo efeito refrigerante pelo efeito lubrificante Os Fluidos de corte podem ter suas funções afetadas em superfícies quentes, pela formação de colchões de vapor que impedem o acesso do fluido. 5 Capítulo 13: Fluidos de corte RAZÕES PARA SE USAR FLUIDOS DE CORTE Reduzir custos Aumentar a taxa de produção Como? Aumentando a vida das ferramentas Reduzindo as forças / potência de usinagem Melhorando o acabamento superficial facilitando a remoção dos cavacos da região de corte promovendo menos distorção na peça 6 Capítulo 13: Fluidos de corte PROBLEMAS PRINCIPAIS CAUSADOS PELOS FLUIDOS Problemas relativos a saúde e segurança; Promovem choques térmicos nas ferramentas; Acelera o aparecimento de trincas de origem térmica; Manutenção e descarte. 7 Capítulo 13: Fluidos de corte Pessoas que trabalham freqüentemente com fluidos de corte podem: Ter contato com a pele Respirar sprays e vapores de fluidos Engolir partículas Dermatites Problemas nos sistemas respiratórios e digestivos Câncer 8 Capítulo 13: Fluidos de corte Hoje a legislação, originada de pressões exercidas por agências de saúde e de meio-ambiente, torna os problemas de reciclagem e descarte dos fluidos de corte uma verdadeira preocupação para os gerentes de produção. Para garantir um sistema seguro e eficiente, os seguintes itens têm que ser freqüentemente monitorados e controlados: Crescimento de bactérias e fungos Odor Fumaça pH Concentração do fluido Contaminação do fluido 9 Capítulo 13: Fluidos de corte CLASSIFICAÇÃO DOS FLUIDOS DE CORTE AR AQUOSOS ÁGUA EMULSÕES Fluidos emulsionáveis Fluidos semi-sintéticos (microemulsões) SOLUÇÕES QUÍMICAS (FLUIDOS SINTÉTICOS) ÓLEOS MINERAIS GRAXOS (VEGETAIS E ANIMAIS) COMPOSTOS EP USOS MÚLTIPLOS 10 Capítulo 13: Fluidos de corte EMULSÕES São compostos de duas fases: uma fase contínua de pequenas partículas de óleos minerais (derivados do petróleo) suspensos na água, a segunda fase. A miscibilidade é garantida pela presença de emulgadores, que confere uma carga elétrica na interface óleo-água, que evita a coalescência das partículas de óleo. Em geral as emulsões apresentam propriedades lubrificantes e refrigerantes moderadas. FLUIDOS SEMI-SITÉTICOS (OU MICROEMULSÕES) São também formadores de emulsões e se caracterizam por apresentarem de 5% a 50% de óleo mineral no fluído concentrado, aditivos e compostos químicos que se misturam na água formando moléculas individuais. A presença de uma grande quantidade de emulgadores propicia ao fluido uma coloração menos leitosa e mais transparente. 11 Capítulo 13: Fluidos de corte SOLUÇÕES: São compostos monofásicos de óleos dissolvidos completamente na água. FLUIDOS SINTÉTICOS Esses fluidos caracterizam-se por não conterem óleo mineral em sua composição. Baseiam-se em substâncias químicas que formam uma solução com a água. Consistem de sais orgânicos e inorgânicos, aditivos de lubricidade, biocidas, inibidores de corrosão entre outros, adicionados à água. Apresentam uma vida maior uma vez que são menos atacáveis por bactérias e reduzem o número de trocas da máquina. Formam soluções transparentes, resultando em boa visibilidade do processo de corte. Possuem agentes umectantes que melhoram bastante as propriedades refrigerantes da solução. 12 Capítulo 13: Fluidos de corte ÓLEOS INTEGRAIS óleos minerais óleos graxos (vegetais ou animais) óleos compostos óleos de extrema pressão óleos de usos múltiplos 13 Capítulo 13: Fluidos de corte ADITIVOS ANTIESPUMANTES ANTICORROSIVOS DETERGENTES EMULGADORES BIOCIDAS EXTREMA PRESSÃO - EP 14 Capítulo 13: Fluidos de corte SELEÇÃO DE UM FLUIDO DE CORTE Embora ensaios de laboratórios ou testes nas linhas de produção devam ser os critérios básicos na decisão final, algumas informações relevantes devem antes ser consideradas: Material da peça Material da ferramenta Processo de usinagem Outros fatores: Aceitação pelo operador da máquina Facilidade de descarte Saúde humana e a contaminação do fluido Fatores econômicos 15 Capítulo 13: Fluidos de corte MATERIAL DA PEÇA METAIS FERROSOS Ferros fundidos Aços METAIS NÃO FERROSOS Alumínio e suas ligas Magnésio e suas ligas Cobre e suas ligas Ligas de níquel, titânio e cobalto 16 Capítulo 13: Fluidos de corte MATERIAL DA FERRAMENTA Aço-rápido Metal duro Cermet Cerâmica Ultra-duro Outro 17 Capítulo 13: Fluidos de corte PROCESSO DE USINAGEM Brochamento Roscamento Furação Torneamento Fresamento Retificação Outro 18 Capítulo 13: Fluidos de corte Direção de Aplicação dos Fluidos 19 Capítulo 13: Fluidos de corte Método de Aplicação dos Fluidos Jorro de fluido à baixa pressão (torneira à pressão normal) Pulverização (MQF) Sistema à alta pressão 20 Capítulo 13: Fluidos de corte Ao se aplicar um fluido de corte, o mesmo pode proporcionar vantagens, não interferir ou prejudicar, dependendo do processo, das condições de corte, do material da peça e do material da ferramenta. 21 Capítulo 13: Fluidos de corte ONDE O FLUÍDO APRESENTA VANTAGENS Na usinagem com ferramentas de geometria definida a aplicação do fluido de corte é essencial quando sem ele o corte torna-se impraticável, ou economicamente inviável. São exemplos clássicos: USINAGEM COM FERRAMENTAS COM BAIXA RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO (Aço-Rápido e Ligas Fundidas); OPERAÇÕES ONDE O ACABAMENTO SUPERFICIAL E/OU AS TOLERÂNCIAS DIMENSIONAIS SÃO CRÍTICOS; FURAÇÃO DE MATERIAIS QUE PRODUZEM CAVACOS DESCONTÍNUOS (COMO O FERRO FUNDIDO CINZENTO). CORTE CONTÍNUO DE MATERIAL METÁLICO COM FERRAMENTAS DE METAL DURO COM OU SEM REVESTIMENTO 22 Capítulo 13: Fluidos de corte ONDE O FLUÍDO APRESENTA VANTAGENS Diagrama mostrando a vida das ferramentas no torneamento de aço ABNT 8640 com ferramentas P35 revestidas, com aplicação de diversos fluidos de corte. S3 = Fluido sintético a 3%; SS3 = Semi-sintético 3%; M3 = Emulsionável 3%; M10 = Emulsionável 10%; D = Condição a seco (Machado et al 1997). 23 Capítulo 13: Fluidos de corte ONDE O FLUIDO DE CORTE NÃO INTERFERE NO PROCESSO Na realidade o fluido de corte sempre vai interferir no processo de alguma forma. Seja poluindo o ambiente de trabalho ou impregnando a peça ou componentes da máquina ferramenta, podendo, em alguns casos, exigir a lavagem das peças usinadas. Entretanto, em termos de vida da ferramenta, existem algumas aplicações que o fluido não contribui ou contribui muito pouco para aumentar a eficiência do processo. Exemplos: USINAGEM DE FERRO FUNDIDO CINZENTO USINAGEM DE ALUMÍNIO E SUAS LIGAS (exceto ligas de Al - Si hipereutéticas) USINAGEM DE MAGNÉSIO E SUAS LIGAS 24 Capítulo 13: Fluidos de corte ONDE O FLUIDO DE CORTE PREJUDICA O PROCESSO USINAGEM COM FERRAMENTAS CERÂMICAS; USINAGEM DE MATERIAIS ENDURECIDOS CORTE INTERROMPIDO (e.g., FRESAMENTO) COM FERRAMENTAS DE METAL DURO ONDE O PRINCIPAL TIPO DE DESGASTE SÃO TRINCAS / SULCOS DE ORIGEM TÉRMICAS; 25 Capítulo 13: Fluidos de corte ONDE O FLUIDO DE CORTE PREJUDICA O PROCESSO 1 10 100 100 120 140 160 180 200 220 v [m/min] T [m in ] Dry Sol. 5% S.Synt. 5% Synt. 5% Synt. 10% Curvas de vida de ferramentas de metal duro revestidas com a aplicação de diferentes fluidos de corte e a seco no fresamento de aço 8640, fz = 0.175 mm/ver, ap = 1.75 mm and VBBmax = 0.7 mm (Vieira et al, 1997). 26 Capítulo 13: Fluidos de corte ONDE O FLUIDO DE CORTE PREJUDICA O PROCESSO Sulcos desenvolvidos em forma de pente originados por trincas térmicas
Compartilhar