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Farmacotécnica Formas farmacêuticas semissólidas: São quase sempre de uso dermatológico ou tópico e que são desenvolvidas para exercer ação local – Pomadas, cremes, géis. Elas tem uma propriedade de adesão à superfície de aplicação durante um período razoável de tempo antes de serem removidas (aderem a pele como um filme – comportamento chamado de reológico plástico) ›Reologia exerce um papel importante no preparo, como exemplo, o processo de misturar ou fazer fluir substâncias, de envasá-las em recipientes, de vertê-las de um frasco ou de fazer sair de um tubo através da pressão. ›Viscosidade – é a medida da resistência para fluir ou esoessamento e elasticidade, refere-se a pegajosidade (aderência) ou estrutura. Quanto maior for a viscosidade de um produto, maior será sua resistência para fluir. ›Elasticidade – é uma propriedade ligada principalmente a materiais sólidos, enquanto a viscodidade é uma propriedade mais relacionada a líquidos. ›Viscoelasticidade é um fenômeno observado em materiais que exibem simultaneamente comportamentos elástico e viscoso (géis de polímeros – ex: carbopol) Essas formas farmacêuticas devem apresentar características reprodutíveis lote a lote (consistência e extensibilidade). Bases dermatológica pelo grau de penetração cutânea: 1) Bases epidérmicas – apresentam nenhuma ou muito pouca penetração na pele (bases oleosas – vaselina sólida) 2) Bases endodérmicas – apresentam a força para penetrar nas camadas epidérmicas, atinge a derme (bases de absorção – petrolato hidrofílico) 3) Bases diadérmicas – apresentam grande habilidade de penetração na pele e facilitam absorção dos ingredientes ativos no sistema circulatório, atravessa toda a pele (emulsões, pomadas hidrossolúveis Critérios de escolha de uma base de preparação semissólida: ação ou do efeito desejado; área de aplicação; natureza do fármaco incorporado (biodisponibilidade, estabilidade, compatibilidade). ›3 funções principais de uma forma farmacêutica de uso tópico: I – Proteger ferimentos cutâneos do meio ambiente e permitir sua cicatrização; II – Promover a hidratação ou possibilitar uma ação emoliente; III – Prover meios de transporte para um medicamento, com o objetivo de obter-se um efeito terapêutico tópico ou sistêmico. ›A quantidade de sólidos que penetra na pele depende: da intensidade da pressão exercida ou do vigor da fricção; da área de aplicação; da condição da pele; da base utilizada; do uso de curativos oclusivos. Pomadas ›São preparações semissólidas desenvolvidas para aplicação externa na pele ou membranas mucosas que amolecem ou se fundem na temperatura corporal. ›Pomadas devem apresentar aspecto homogêneo, não produzir irritação ou sensibilização na pele e nem retardar sua cicatrização. ›Utilizadas como veículos para fármacos que destinam a produzir efeito no local ou próximo do sítio de aplicação. ›Ação emoliente = agente que amolece a pele ou suaviza a irritação na pele ou membrana mucosa. ›Ação protetora = substância que protege a superfície da pele danificada ou exposta a um estímulo lesivo ou pertubador ›Desvantagens das pomadas: separação dos componentes; degradação do fármaco; descoloração; rancificação. ›Composição básica das pomadas: I – Ativo farmacêutico (fármaco); II – Excipiente III – Antioxidantes (BHT, vitamina E, bissulfito de sódio) IV – Conservantes (ácido benzóico, ácido sórbico, cloreto de benzalcônio, Benzoato de sódio, metil e propilparabeno) ›Preparação de pomadas por meio de incorporação / fusão ›Pomadas hidrobóbicas ou lipófilas (bases oleosas): são aquelas que normalmente não absorvem ou que só podem absorver pequenas quantidades de água e com dificuldade. São usadas por seus efeitos emolientes – Agem como curativos oclusivos. ›Bases para pomadas: 1) Bases de hidrocarbonetos ou bases oleosas; Curativos oclusivos – não contém água, efeito emoliente, difícil remoção, funde-se entre 38 a 60ºC – Vaselina sólida + 5% de cera de abelha. 2) Bases de absorção (lanolina); São emolientes (diminuição da concentração de água) – Lanolina anidra 30% + Vaselina sólida 70% 3) Bases removíveis com água (agente emulsificante); Emulsão O/A são denominadas ‘cremes evanescentes’ – Creme Eucerina 4) Bases hidrossolúveis (sem gorduras – PEGs) Mistura de polietilenoglicóis, incorporação de componentes sólidos Pastas ›Pomada contendo grande quantidade de sólidos em dispersão (pelo menos 25%) – são menos gordurosas que as pomadas ›São compactas e firmes e servem de resvetimentos protetores das áreas nas quais são aplicadas ›Possui duas fases distintas: 1) Excipientes gordurosos (base) 2) Pós ›Com o calor da pele, a fase gordurosa tende a se fundir – o que facilita a tendência à fusão das gorduras caso a pele estiver inflamada devido ao aumento da temperatura. ›Fase oleosa = ocorre a transferência de calor dos tecidos lesados para a gordura e, como consequência, diminui a temperatura na área afetada. ›Fase sólida = fase pulverizada das pastas contribui a dispersão do calor cedido pela fase graxa Tipos de pastas: ›Pasta preparada com excipientes hidrófilos: Géis de gelatina- glicerinada (bota de UNNA) e pasta d’água (óxido de zinco + talco + glicerina + água destilada) ›Pasta prepradas com excipientes gordurosos: vaselina sólida, vaselina líquida, lanolina, ceras, silicones Géis ›Forma farmacêutica semi-sólida com um ou mais princípios ativos, que contém um agente gelificante para fornecer firmeza a uma solução ou dispersão coloidal ›Gel pode conter partículas suspensas. ›Dispersões coloidais são misturas heterogêneas - cotém dispersante (solvente) e disperso (soluto). ›Possuem baixo poder de penetração na pele, por isso, são mais adequados para tratamentos superficiais nos tecidos ›Atuam como base e em sua maioria são laváveis com água, hidrossolúveis, higroscópicos e não gordurosos. ›Géis transdérmicos – empregados como veículos para permeação percutânea Composição básica de um gel: 1) Agente geleificante (derivados de celulose, carbopol, aristoflex) 2) Conservantes (cloreto de benzalcônio, benzoato de sódio, metilparabeno + propilparabeno) 3) Umectantes (glicerina, propilenoglicol, sorbitol) 4) Veículo (água, álcool) ›Aplicação de géis: via’s oral, tópica, nasal, retal e vaginal Hidroxietilcelulose (Natrozol / Cellosize) – possui caráter não iônico, solúvel em água fria ou quente, tolera pH ácido mas não extremos pois podem causar alterações na viscosidade. Plastibase / Jelene ou gel Prolato-polietileno (Unigel) – é uma mistura de polietileno (baixo peso molecular) e óleo mineral que pode ser aquecido cerca de 60ºC sem perda substancial de consistência, incorpora princípios ativos lipossolúveis O gel petrolato proporciona à pomada maior brilho e melhor espalhamento, minimizando o odor original e diminuição da irritação cutânea (ideal para produtos infantis, peles sensíveis, pomadas oftálmicas) Resinas carboméricas (Carbopol) – polímeros derivados do ácido acrílico, dispersão aquosa (resina/água) e com capacidade espessante limitada (precisa de neutralização com bases inorgânicas – trietanolamina ou hidróxido de sódio – polímero “estica” devido a neutralização dos grupos carboxilas) Emulsões ›Forma farmacêutica líquida de um ou mais princípios ativos que consiste de um sistema de duas fases que envolvem pelo menos dois líquidos imiscíveis e na qual um líquido é disperso na forma de pequenas gotas (fase interna ou dispersa) através de outro líquido (fase externa ou contínua) – estabilizada através de um ou mais agentes emulsificantes. *Creme* é uma forma farmacêutica semi-sólida que consiste de uma emulsão formada por uma fase lipofílica e uma fase aquosa – aplicação externa na pele ou nas membranas mucosas. Tipos de emulsão: 1) Natural – emulsionadas naturalmente (leite, gema de ovo, látex) 2) Artificial – empregode agente emulgente para se obter uma emulsão (O/A ou A/O) *O/A = quando o óleo está disperso sob a forma globular em água (fase dispergente) *A/O = se for o contrário ›Emulsões podem ser simples (A/O ou O/A) ou múltiplas (O/A/O ou A/O/A) ›Emulsões para uso oral – pertencem exclusivamente ao tipo O/A, usada quando o medicamento tem paladar e odor desagradável (acrescenta edulcorantes e aromatizantes – Emulsão de Scott) ›Emulsões para aplicação externa – tanto podem ser do tipo O/A ou A/O (cremes, loções hidratante corporais, condicionadores) Fases da emulsão: I) Fase interna – fase dispersa ou descontínua II) Interfase – agente emulsivo (tensoativo) III) Fase externa – fase dispergente ou contínua ›Desvantagens das emulsões = são sistemas termodinamicamente instáveis, cujas fases tendem a separar- se com o decorrer do tempo Agentes emulsivos: 1) Naturais: Vegetal (gomas arábica e caraia, amido, agar, pectina, lecitina de soja) / Animal (colesterol, lanolina e derivados) / Mineral (leite de magnésio, trissilicato de magnésio, bentonita) 2) Sintéticos: Aniônicos – parte ativa é o ânion (sabões alcalinos, trietalonamina) Catiônicos – parte ativa é o cátion (compostos de amônia quaternário) Não iônicos – não se dissociam na água, Span, Tween (são os únicos emulsificantes sintéticos considerados próprio para uso interno) 3) Anfóteros Agentes emulsivos primários – reduz a tensão superficial (tween, span, LSS, trietanolamina) Agente emulsivos secundários – não reduz a tensão superficial mas aumenta a viscosidade da emulsão (gelatina, gomas, carbopol) Emolientes – função de lubrificação, formação de um filme evitando ressecamento, confere maciez Ceras autoemulsionantes: -NÃO IÔNICA: Polowax / Base croda -ANIÔNICA: Lanette •Conservantes: ácido benzóico / benzoato de sódio / nipagin / nipazol / phenonip •Antioxidantes: BHT / alfa-tocoferol •Sequestrante: EDTA •Umectante: glicerina / propilenoglicol / sorbitol / polietilenoglicol •Modificadores das propriedades organoléoticas: essência e corante Ténica de preparação de emulsões = Aquecer todos os componentes da fase aquosa e logo após aquecer todos os componentes da fase oleosa. Adicionar uma fase a outra com agitação e quando estiver abaixo de 30ºC adiciona-se corantes, essências, hormônios, vitaminas, etc. Fatores que interferem na estabilidade: densidade, viscosidade, tensão superficial, temperatura, tempo, agitação. Causas mais comuns da instabilidade das emulsões: causas relacionadas com formulação ou matéria prima; causas relacionadas com a técnica de prepração; causas relacionadas com a armazenagem. Pomadas – Veículo oleoso (exceto pomada PEG) Pastas – mínimo de 25% de pós Emulsões – 2 fases imiscíveis + agente emulsivo Géis – Resina, polímero ou derivados de celulose + água / veículo não oleoso (exceto Plastibase) Supositórios e óvulos ›Formas farmcêuticas sólidas para inserção nas cavidades inferiores do corpo ›Adm: retal (suposutórios) / vaginal (óvulos) / uretral (velas) Tipos de excipientes: 1) Bases gordurosas, lipossolúveis ou oleosas (manteiga de cacau, novata) – Fundem com a temp corporal 2) Bases hidrossolúveis ou hidromiscíveis (polietilenoglicol, gelatina e glicerina) – Efeitos osmótico, amolecem ou se dissolvem no organismo 3) Bases mistas (combinações de substâncias lipofílicas e hidrofílicas) – A/O ›Veículos para óvulos = glicerina-gelatina 15 / Massas de PEG Pós ›Pós são misturas íntimas e secas de fármacos e ou outras substâncias finamente divididas que podem ser para uso interno (pó oral) ou para uso externo (pó tópico). ›Pós – aerossol, efervescente, para solução, suspensão, colutório. ›Pó tópico – efeito local na pele (ex: pó cicatrizante, desodorante para os pés) ›Pó para uso interno – dispensar fármacos pulverizados de baixa potência biológica, cujas doses requerem grandes volumes (anti-ácidos, laxativos, reidratantes, orais, medicações anti-diarréicas, suplementos alimentares) ›Pó simples (resultam na divisão de uma única droga) X Pó composto (obtidos da mistura de dois ou mais pós simples – todos com a mesma tenuidade a fim de obter uma mistura homogênea) ›Pós deliquescentes – são substâncias higroscópicas que ao absorvem a umidade do ar, liquefazem-se parcialmente ou totalmente (alta solubilidade em água) ›Pós higroscópicos – são pós que tem tendência para absorver a umidade do ar ›Pós eflorescentes – são substâncias cristalinas ou hidratadas que ao serem pulverizadas liberam água de cristalização ou de hidratação ›Pós são definidos como: -Muito grosso (nº8) -Grosso (nº20) -Moderadamente grosso (nº40) -Fino (nº60) -Muito fino (nº80) ›Partículas reduzidas facilitam a preparação de um pó mais homogêneo e aumentam a capacidade absortiva (ex: antiácidos, antidiarréicos e pós tópicos) // Homogeneidade // Tenuidade homogênea das partículas Diluição de fármacos: Usado para fármacos muito potentes (dificuldade na pesagem) que por segurança deve-se diluí-los para que o risco de sobredose seja minimizado – Quanto maior a potencia, menor será a janela terapêutica, ou seja, maior risco de toxicidade. Diluição Geométrica 1:10 (1g fármaco + 9g diluente) Exemplo: 2g fármaco + 2g diluente // 4g fármaco + 4g diluente // 8g fármaco + 2g diluente = Homogeneizar Passo a passo: 1) Pesar 1g do fármaco e 1g de diluente 2) Adicionar 1g do diluente no gral e triturar bem para preencher os poros do gral 3) Adicionar 1g do fármaco no gral e triturar bem com o diluente 4) Adicionar 2g do diluente no gral, misturar bem, observando a homogeneização 5) Adicionar 4g do diluente misturando bem e complete adicionando mais 2g do diluente 6) Tamisar sobre o papel pardo e transferir o pó tamisado para um saco plástico inerte, enchedo-o com ar (não soprar), agitando vigorosamente por 2min 7) Analisar a homogeneização do pó e embalar em pote e rotular o produto com o valor da diluição 1:10 e o fator de correção = 10 Tamisação = operação que tem por finalidade obter pós cujas partículas tenham um determinado tamanho médio (mesma tenuidade) Levigação = processo empregado para a redução de partículas Pulverização por intervenção (recristalização) = substâncias que não permitem a trituração direta Pasta d’água Fórmula: Óxido de zinco (12,5%) – ação antisséptica, secativa, antiinflamatória (protetor mecânico da barreira da pele) Talco (12,5%) – secativo Glicerina (12,5%) – umectante Água purificada (12,5%) – veículo Preparo: Triturar óxido de zinco até obter pó fino, acrescentar a glicerina e manter a trituração até obter uma mistura uniforme. Adicionar água de cal e misturar, logo após, adicionar talco e misturar para obter uma pasta homogênea.
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