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RESUMO ANTIPARKINSONIANOS RAFAELA FIDELIS – RESUMOS PSICOLOGIA Resumo Antiparkinsonianos Doença de Parkinson: É uma doença neurodegenerativa, cujo diagnóstico é clínico. Muito prevalente em idosos. Acontece quando ocorre uma degeneração de um grupo de neurônios da substância negra (região com alta melanina). Na região substância negra existem neurônios que são responsáveis pela produção de dopamina. No indivíduo com Parkinson ocorre uma perda desses neurônios. Como esses neurônios são degenerados, o paciente apresenta uma queda dos níveis de dopamina. Como a dopamina é importante para regular os níveis de liberação de acetilcolina, quando se tem queda dos níveis de dopamina, há o aumento dos níveis de acetilcolina. Portanto, a fisiopatologia do Parkinson se dá pela queda dos níveis de dopamina e o excesso de acetilcolina, ou seja, por uma hiperatividade colinérgica e uma hipofunção dopaminérgica. A principal região onde esses neurônios são alterados é a via ou sistema nigroestrital. Normalmente, a faixa etária onde ocorre o diagnóstico de Parkinson é nas quinta e sexta décadas de vida, porém pode começar anos antes. Mas ocorre que o sujeito mais novo tem uma perda que não é tão intensa a ponto de ocorrer os sintomas. Tríade de sintomas clássicos do Parkinson: • Bradicinesia: é a perda da capacidade de iniciar os movimentos. • Tremor de repouso: principalmente nas extremidades, pés, cabeça, pernas, mãos, etc. Os tremores tendem a melhorar quando o paciente está em movimento ou durante o sono, e pioram em repouso e acordado, quando ele está parado. • Rigidez muscular: paciente tende a ficar com a postura rígida, andar arrastado e em monobloco, curvatura do tronco mais inclinada. • Além disso, também possui instabilidade postural, sintomas autonômicos, alterações emocionais, alteração de voz, espasmos dolorosos. Não necessariamente todos os pacientes irão ter os três, pode ser que um paciente tem um sintoma mais intenso que outros. Tratamento Objetivo do tratamento: Não há cura para a doença de Parkinson, portanto os medicamentos não pretender curar, mas amenizar os sintomas. Assim, todo medicamento antiparkinsoniano tem como objetivo melhorar a qualidade de vida do paciente. Dessa forma, o medicamento objetiva reverter os sintomas responsáveis por imobilidade, fraturas e infecções a que estão sujeitos os pacientes. Início do tratamento: sintomas começam a prejudicar o desempenho profissional ou as tarefas diárias dos pacientes. Esquema posológico: reavaliado e reajustado Tratamentos: Apenas o tratamento medicamentoso não trata sozinho o Parkinson, é preciso um tratamento multidisciplinar para ter uma melhora significativa. Assim além do tratamento farmacológico também existem tratamentos que envolvam: exercícios físicos, terapia ocupacional, psicoterapia, suporte familiar. Parkinsionismo secundário: quando a doença é resultado de uma outra patologia ou causa: por exemplo, alguns tratamentos antipsicóticos podem ocasionar sintomas de Parkinson, aqui, é importante tratar a causa básica para que os sintomas sejam tratados. MEDICAMENTOS Todos os medicamentos antiparkinsonianos ou aumenta a dopamina ou diminui a acetilcolina. É comum no tratamento do Parkinson, associação de fármacos. RESUMO ANTIPARKINSONIANOS RAFAELA FIDELIS – RESUMOS PSICOLOGIA Resumo Antiparkinsonianos 1)PRECURSOR DOPAMINÉRGICO: Principal medicamento: Levodopa Considerado padrão ouro: medicamento de primeira escolha. Pensando na fisiopatologia do Parkinson, poderíamos pensar que um comprimido de dopamina seria ideal. Porém, a dopamina não ultrapassa a barreira hematoencefálica, assim ela não chega no SNC, que é onde os neurotransmissores são deficientes no Parkinson. Precursora de dopamina: substância necessária para síntese de dopamina. A levodopa sofre a ação de uma enzima chamada de dopa-descarboxilase, que é a enzima que transforma a levodopa em dopamina. A levodopa ultrapassa a barreira hematoencefálica. Mecanismo de ação: Ao ser ingerida, a levodopa cai na corrente sanguínea, ultrapassa a barreira hematoencefálica e se depara com a dopa- descarboxilase central, que a transforma em dopamina. Aumentando assim, a dopamina no SNC. Porém, a dopa-descarboxilase ela existe no SNC, também a nível periférico. Dessa forma, a dopa-descarboxilase periférica faz a síntese da dopamina também a nível periférico, e essa dopamina não chega no SNC, pois a dopamina não ultrapassa a barreira hematoencefálica. Além disso, como ocorre o aumento de dopamina no sangue, o paciente pode ter arritmia, hipotensão postural, náusea. E agora? A alternativa que a indústria farmacêutica teve foi associar inibidores de dopa-descarboxilase periférica, como a carbidopa e a benserazida. Assim, no mesmo comprimido possui levodopa e carbidopa e benserazida, dessa forma só sobrará dopa- descarboxilase central. Mecanismo de ação resumido: A levodopa é um pró-fármaco que consegue atravessar a barreira hematoencefálica, atuando contra a diminuição dos níveis de dopamina resultante da degeneração da substância negra e a interrupção da via nigroestriatal. Ao chegar ao sistema nervoso central (SNC) e periferia é convertida em dopamina pela dopa- descarboxilase, então ativa receptores dopaminérgicos pós-sinápticos, reduzindo os efeitos da diminuição da dopamina endógena. A levodopa é comumente associada com a carbidopa ou a benserazida, inibidores da enzima dopa-descarboxilase periférica, impedindo efeitos colaterais dopaminérgicos periféricos, como náuseas e vômitos. 2) ANTICOLINÉRGICOS Principais medicamentos: Triexifenidil, Biperideno, Benztropina. Mecanismo de ação: Os medicamentos anticolinérgicos são fármacos que bloqueiam os receptores de acetilcolina. Como o paciente com Parkinson tem alta de acetilcolina no SNC, esses fármacos diminuem esses neurotransmissores. Reações adversas: Como a acetilcolina possui receptores em vários locais do corpo e não somente no SNC, ocorre efeitos colaterais, como retenção urinária, constipação intestinal, boca seca, etc. Associação de precursor dopaminérgico e anticolinérgico: Como mencionado, existem receptores de acetilcolina em vários locais, como o intestino por exemplo. Quando o anticolinérgico bloqueia os receptores de acetilcolina no intestino, há a diminuição dos movimentos peristálticos, causando a constipação. O levodopa tem seu principal local de absorção o intestino. Quando há a associação dos dois (que costuma ser comum), pode haver prejuízos na absorção do levodopa, pois a atividade intestinal estará diminuída. Com isso, muitos médicos aumentam a dose de levodopa. 3) INIBIDORES DE MAO B Principais medicamentos: Selegilina e Rasagelina. Mao B: enzima que degrada dopamina. Encontrada principalmente no SNC. RESUMO ANTIPARKINSONIANOS RAFAELA FIDELIS – RESUMOS PSICOLOGIA Resumo Antiparkinsonianos Mecanismo de ação: Ao inibir a Mao B, a degradação de dopamina é diminuída, com isso, há o aumento da disponibilidade de dopamina no SNC, auxiliando nos sintomas de Parkinson. 4) INIBIDORES DA COMT Principais medicamentos: Tolcapone e Entacapone COMT (Catecol O-Metiltransferase): Outra enzima responsável por degradar dopamina. Ao ter a Mao B inibida, a comt pode assumir ainda mais a degradação de dopamina. Por isso, muitos pacientes que tomam inibidor de Mao B, pode não ter melhora clínica, se mesmo associando outros medicamentos não haver melhora, o médico pode prescrever um inibidor de COMT. Um detalhe: no organismo, também há COMT periférica que podem degradar levodopa antes dela chegar ao SNC. Quanto menos levodopa for degradada, sobra mais desse medicamento no SNC. Por isso, também é importante inibir a COMTperifericamente. O entacapone inibe apenas COMT periférica, enquanto o tolcapone inibe central e perifericamente. Porém, o tolcapone é mais hepatotóxico, e o paciente que faz uso dele precisa fazer monitoração dos níveis séricos. Lembrar que pacientes com problemas hepáticos não é adequado o uso de um medicamente hepatotóxico. 5) LIBERADOR DE DOPAMINA Principal medicamento: Amantadina Mecanismo de ação: Aumenta a liberação de dopamina na fenda sináptica. Porém ela não é muito utilizada, sendo usada mais em Parkinson inicial, com sintomas leves. 6) AGONISTAS DOPAMINÉRGICOS Principal medicamento: Bromocriptina, Pergolida. Mecanismo de ação: Esse medicamento se liga ao receptor de dopamina e imitam a ação desse neurotransmissor. Vantagem: os medicamentos possuem maior afinidade pelos receptores de dopamina do SNC, gerando menos efeitos colaterais.
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