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RESUMÃO PSICOFARMACOLOGIA P2 RAFAELA FIDELIS – RESUMOS PSICOLOGIA Resumão Psicofarmacologia P2 ANTICONVULSIVANTES Epilepsia: é uma afecção na qual uma pessoa apresenta crises epilépticas recorrentes desencadeadas por um processo subjacente crônico. Crise convulsiva: excesso de despolarização neuronal. Há muita carga positiva. A crise ocorre devido uma atividade elétrica anormal e excessiva dos neurônios, geralmente causada por alterações estruturais e/ou bioquímicas que envolvem o córtex cerebral. Nem todo paciente com crise convulsiva é epiléptico! A epilepsia é diferente das crises convulsivas. Enquanto a primeira é uma patologia, a segunda é um sintoma principal na epilepsia. A epilepsia pode ser limitante, pois alguns pacientes podem apresentar mais de dez crises ao dia. No entanto, ela não é incapacitante. CRISES CONVULSIVAS CLASSIFICAÇÃO Das convulsões generalizadas, a tônico-clônica é a mais comum. Nesses casos, a pessoa perde a consciência. Na crise de ausência típica a pessoa não cai, não tem perda de consciência, apresenta olhas fixo. É mais comum em crianças. Na crise de ausência atípica a pessoa pode apresentar crise motora, por cerca de 20s, 30s... Na crise mioclônica a pessoa pode ter perda de memória, e apresentar pequenos choques. Crises focais: nesse tipo de crise, o excesso de despolarização ocorre em uma área específica do SNC, ao contrário da generalizada, onde o excesso de despolarização ocorre em várias áreas. Aqui, o paciente não tem perda de consciência. O exame utilizado para verificar o tipo de crise, e se há epilepsia é o eletroencefalograma. ANTICONVULSIVANTES • São fármacos que deprimem seletivamente o SNC, são usados na supressão de crises convulsivas. • Ou são inibidores da despolarização neuronal (bloqueiam a carga +) ou são potencializadores da hiperpolarização neuronal (aumentam carga -). FÁRMACOS QUE TRATAM CRISES FOCAIS E GENERALIZADAS, EXCETO CRISE DE AUSÊNCIA ANTICONVULSIVANTES ANTIGOS Todos são indutores das enzimas do Citocromo P450 FENITOÍNA Mecanismo de ação: bloqueia os canais de sódio na membrana dos neurônios, impedindo a entrada de carga positiva no neurônio. • Usada por via oral; • Alta fração ligada, se liga mais de 90% na albumina. • Pode se envolver em muitas interações medicamentosas a nível de distribuição; • Compete com valproato (inibindo o metabolismo) • Alguns medicamentos podem deslocar a fenitoína aumentando sua fração livre, com isso aumentando os efeitos colaterais. Efeitos colaterais RESUMÃO PSICOFARMACOLOGIA P2 RAFAELA FIDELIS – RESUMOS PSICOLOGIA Resumão Psicofarmacologia P2 • Hisurtismo: crescimento de pelos no corpo; deve ser evitado em mulheres jovens. • Hiperplasia gengival: (aumento de volume da gengiva); aumenta produção de colágeno na gengiva. • Aumenta risco de osteoporose: porque diminui a fixação de cálcio pelos ossos, enfraquecendo o osso, podendo causar o problema no futuro. • Teratogênico: pode ocasionar má formação fetal, principalmente, se usado em doses altas por gestantes e juntos com outros fármacos teratogênicos. o Fenda palatina, lábio leporino, nariz em sela, deficiência de crescimento e retardo mental. • Diminui eficácia de contraceptivo oral: a fenitoína é um indutor de enzimas, como a CYP 3A4. FERNOBABITAL (Gardenal ®) Mecanismo de ação: Liga-se a um sítio regulador de GABA e prolonga a abertura dos canais de cloreto. • Pouco seguro, pode causar intoxicação mais facilmente. • É sedativo, o que pode piorar a qualidade de vida. • Vantagem: meia vida de duração longa. • Absorção por via oral, tem absorção rápida. CARBAMAZEPINA (Tegretol®) Mecanismo de ação: Bloqueia os canais de sódio na membrana nos neurônios, impedindo a carga positiva no neurônio. • Mesmo mecanismo que o da fenitoína; • Vantagem: não é sedativo, portanto, não causa sono. • Desvantagem: ao ser metabolizado, gera um metabólito chamado 10-11 epóxido; sendo esse o metabólito que causa efeitos colaterais. • Redução de níveis sanguíneos de contraceptivos orais, haloperidol, valproato, etossuximida e fenobarbital. • Inibidores do metabolismo: eritromicina, cimetidina, verapamil e diltiazem Novo produto: Oxcarbazepina • Não gera efeitos colaterais como a carbamazepina; • Outra vantagem: não induz as enzimas do citocromo P450, portanto, não produz tantas interações medicamentosas. • É considerada menos potente que a carbamazepina, por isso precisa ser usada em doses mais altas para produzir o mesmo efeito farmacológico. ANTICONVULSIVANTES MAIS NOVOS VIGABATRINA Mecanismo de ação: Potencializa a ação do GABA ao inibir a degradação do GABA, através da inibição da GABA transaminase (enzima que degrada o GABA), dessa forma, aumentando a disponibilidade de GABA. Vantagens: • Produz menos efeitos colaterais; • Não necessita do fígado para ser biotransformado, ou seja, é 100% eliminado pelos rins (urina), sem passar pelo processo de biotransformação. TIAGABINA Mecanismo de ação: Inibe GAT-1 (transportador de GABA), com isso, inibindo a recaptação de GABA, aumentando assim, a quantidade de GABA na fenda sináptica e sua ligação ao receptor. Vantagens: • Nem induz, nem inibe as enzimas do Citocromo P450, por isso, envolve menos em interações medicamentosas a nível de biotransformação. • Porém, a tiagabina se liga amplamente nas proteínas plasmáticas, principalmente na RESUMÃO PSICOFARMACOLOGIA P2 RAFAELA FIDELIS – RESUMOS PSICOLOGIA Resumão Psicofarmacologia P2 albumina, apresentando assim uma alta fração ligada, dessa forma, pode causar interação medicamentosa a nível de distribuição. Além disso, diferente da vigabatrina, a tiagabina depende do fígado para ser metabolizada. TOPIRAMATO Muito eficaz como anticonvulsivante e é usado para tratar outras patologias. Possui três mecanismos de ação: 1) Bloqueia canais de sódio; 2) Potencializa a ação do GABA; 3) Bloqueia receptores de Glutamato (neurotransmissor excitatório). Vantagens: • Interage muito pouco com outros medicamentos a nível de distribuição, pois possui uma baixa fração ligada. CRISE DE AUSÊNCIA ETOSSUXIMIDA Mecanismo de ação: Bloqueia canal de cálcio presentes nos neurônios, sem bloquear canais de cálcio em outros tecidos como coração, intestino, nem nos vasos sanguíneos, ou seja, é um medicamento com efeito no SNC, sem produzir grandes efeitos colaterais a nível periférico. É utilizado exclusivamente para crise de ausência! Principais queixas de pacientes que usam etossuximida: • Distúrbios no TGI, por exemplo, irritação gástrica, que pode ser tratada/evitada diminuindo a dose, consumindo os medicamentos com alimentos, ou utilizando antiácidos. ÁCIDO VALPRÓICO (Depakene®) Mecanismo de ação: 1) Bloqueia canal de cálcio; 2) Bloqueia canal de sódio; 3) Potencializa ação do GABA; • É utilizado para todos os tipos de crises convulsivas; • A longo prazo pode ser hepatotóxico; Único medicamento inibidor enzimático, pode interagir com outros anticolvulsivantes inibindo o metabolismo de fármacos como: fernobabital, fenitoína, carbamazepina. ANTIPARKISONIANOS Doença de Parkinson: É uma doença neurodegenerativa, cujo diagnóstico é clínico. Muito prevalente em idosos. Acontece quando ocorre uma degeneração de um grupo de neurônios da substância negra (região com alta melanina). Na região substância negra existem neurônios que são responsáveis pela produção de dopamina. No indivíduo com Parkinson ocorre uma perda desses neurônios. Como esses neurônios são degenerados, o paciente apresenta uma queda dos níveis de dopamina. Como a dopamina é importante para regular os níveis de liberação de acetilcolina, quandose tem queda dos níveis de dopamina, há o aumento dos níveis de acetilcolina. Portanto, a fisiopatologia do Parkinson se dá pela queda dos níveis de dopamina e o excesso de acetilcolina, ou seja, por uma hiperatividade colinérgica e uma hipofunção dopaminérgica. A principal região onde esses neurônios são alterados é a via ou sistema nigroestrital. Normalmente, a faixa etária onde ocorre o diagnóstico de Parkinson é nas quinta e sexta décadas de vida, porém pode começar anos antes. Mas ocorre que o sujeito mais novo tem uma perda que não é tão intensa a ponto de ocorrer os sintomas. Tríade de sintomas clássicos do Parkinson: • Bradicinesia: é a perda da capacidade de RESUMÃO PSICOFARMACOLOGIA P2 RAFAELA FIDELIS – RESUMOS PSICOLOGIA Resumão Psicofarmacologia P2 iniciar os movimentos. • Tremor de repouso: principalmente nas extremidades, pés, cabeça, pernas, mãos, etc. Os tremores tendem a melhorar quando o paciente está em movimento ou durante o sono, e pioram em repouso e acordado, quando ele está parado. • Rigidez muscular: paciente tende a ficar com a postura rígida, andar arrastado e em monobloco, curvatura do tronco mais inclinada. • Além disso, também possui instabilidade postural, sintomas autonômicos, alterações emocionais, alteração de voz, espasmos dolorosos. Não necessariamente todos os pacientes irão ter os três, pode ser que um paciente tem um sintoma mais intenso que outros. Tratamento Objetivo do tratamento: Não há cura para a doença de Parkinson, portanto os medicamentos não pretender curar, mas amenizar os sintomas. Assim, todo medicamento antiparkinsoniano tem como objetivo melhorar a qualidade de vida do paciente. Dessa forma, o medicamento objetiva reverter os sintomas responsáveis por imobilidade, fraturas e infecções a que estão sujeitos os pacientes. Início do tratamento: sintomas começam a prejudicar o desempenho profissional ou as tarefas diárias dos pacientes. Esquema posológico: reavaliado e reajustado Tratamentos: Apenas o tratamento medicamentoso não trata sozinho o Parkinson, é preciso um tratamento multidisciplinar para ter uma melhora significativa. Assim além do tratamento farmacológico também existem tratamentos que envolvam: exercícios físicos, terapia ocupacional, psicoterapia, suporte familiar. Parkinsionismo secundário: quando a doença é resultado de uma outra patologia ou causa: por exemplo, alguns tratamentos antipsicóticos podem ocasionar sintomas de Parkinson, aqui, é importante tratar a causa básica para que os sintomas sejam tratados. MEDICAMENTOS Todos os medicamentos antiparkinsonianos ou aumenta a dopamina ou diminui a acetilcolina. É comum no tratamento do Parkinson, associação de fármacos. 1) PRECURSOR DOPAMINÉRGICO: Principal medicamento: Levodopa Considerado padrão ouro: medicamento de primeira escolha. Pensando na fisiopatologia do Parkinson, poderíamos pensar que um comprimido de dopamina seria ideal. Porém, a dopamina não ultrapassa a barreira hematoencefálica, assim ela não chega no SNC, que é onde os neurotransmissores são deficientes no Parkinson. Precursora de dopamina: substância necessária para síntese de dopamina. A levodopa sofre a ação de uma enzima chamada de dopa- descarboxilase, que é a enzima que transforma a levodopa em dopamina. A levodopa ultrapassa a barreira hematoencefálica. Mecanismo de ação: Ao ser ingerida, a levodopa cai na corrente sanguínea, ultrapassa a barreira hematoencefálica e se depara com a dopa- descarboxilase central, que a transforma em dopamina. Aumentando assim, a dopamina no SNC. Porém, a dopa-descarboxilase ela existe no SNC, também a nível periférico. Dessa forma, a dopa-descarboxilase periférica faz a síntese da dopamina também a nível periférico, e essa dopamina não chega no SNC, pois a dopamina não ultrapassa a barreira hematoencefálica. Além disso, como ocorre o aumento de dopamina no sangue, o paciente pode ter arritmia, hipotensão postural, náusea. E agora? A RESUMÃO PSICOFARMACOLOGIA P2 RAFAELA FIDELIS – RESUMOS PSICOLOGIA Resumão Psicofarmacologia P2 alternativa que a indústria farmacêutica teve foi associar inibidores de dopa-descarboxilase periférica, como a carbidopa e a benserazida. Assim, no mesmo comprimido possui levodopa e carbidopa e benserazida, dessa forma só sobrará dopa- descarboxilase central. Mecanismo de ação resumido: A levodopa é um pró-fármaco que consegue atravessar a barreira hematoencefálica, atuando contra a diminuição dos níveis de dopamina resultante da degeneração da substância negra e a interrupção da via nigroestriatal. Ao chegar ao sistema nervoso central (SNC) e periferia é convertida em dopamina pela dopa- descarboxilase, então ativa receptores dopaminérgicos pós-sinápticos, reduzindo os efeitos da diminuição da dopamina endógena. A levodopa é comumente associada com a carbidopa ou a benserazida, inibidores da enzima dopa-descarboxilase periférica, impedindo efeitos colaterais dopaminérgicos periféricos, como náuseas e vômitos. 2) ANTICOLINÉRGICOS Principais medicamentos: Triexifenidil, Biperideno, Benztropina. Mecanismo de ação: Os medicamentos anticolinérgicos são fármacos que bloqueiam os receptores de acetilcolina. Como o paciente com Parkinson tem alta de acetilcolina no SNC, esses fármacos diminuem esses neurotransmissores. Reações adversas: Como a acetilcolina possui receptores em vários locais do corpo e não somente no SNC, ocorre efeitos colaterais, como retenção urinária, constipação intestinal, boca seca, etc. Associação de precursor dopaminérgico e anticolinérgico: Como mencionado, existem receptores de acetilcolina em vários locais, como o intestino por exemplo. Quando o anticolinérgico bloqueia os receptores de acetilcolina no intestino, há a diminuição dos movimentos peristálticos, causando a constipação. O levodopa tem seu principal local de absorção o intestino. Quando há a associação dos dois (que costuma ser comum), pode haver prejuízos na absorção do levodopa, pois a atividade intestinal estará diminuída. Com isso, muitos médicos aumentam a dose de levodopa. 3) INIBIDORES DE MAO B Principais medicamentos: Selegilina e Rasagelina. Mao B: enzima que degrada dopamina. Encontrada principalmente no SNC. Mecanismo de ação: Ao inibir a Mao B, a degradação de dopamina é diminuída, com isso, há o aumento da disponibilidade de dopamina no SNC, auxiliando nos sintomas de Parkinson. 4) INIBIDORES DA COMT Principais medicamentos: Tolcapone e Entacapone COMT (Catecol O-Metiltransferase): Outra enzima responsável por degradar dopamina. Ao ter a Mao B inibida, a comt pode assumir ainda mais a degradação de dopamina. Por isso, muitos pacientes que tomam inibidor de Mao B, pode não ter melhora clínica, se mesmo associando outros medicamentos não haver melhora, o médico pode prescrever um inibidor de COMT. Um detalhe: no organismo, também há COMT periférica que podem degradar levodopa antes dela chegar ao SNC. Quanto menos levodopa for degradada, sobra mais desse medicamento no SNC. Por isso, também é importante inibir a COMT perifericamente. O entacapone inibe apenas COMT periférica, enquanto o tolcapone inibe central e perifericamente. Porém, o tolcapone é mais hepatotóxico, e o paciente que faz uso dele precisa fazer monitoração dos níveis séricos. Lembrar que pacientes com problemas hepáticos não é adequado o uso de um medicamente hepatotóxico. RESUMÃO PSICOFARMACOLOGIA P2 RAFAELA FIDELIS – RESUMOS PSICOLOGIA Resumão Psicofarmacologia P2 5) LIBERADOR DE DOPAMINA Principal medicamento: Amantadina Mecanismo de ação: Aumenta a liberação de dopamina na fenda sináptica. Porém ela não é muito utilizada, sendo usada mais em Parkinson inicial, com sintomasleves. 6) AGONISTAS DOPAMINÉRGICOS Principal medicamento: Bromocriptina, Pergolida. Mecanismo de ação: Esse medicamento se liga ao receptor de dopamina e imitam a ação desse TRATAMENTO DO ALZHEIMER Doença de Alzheimer: É uma doença neurodegenerativa onde o paciente apresenta perda dos neurônios de regiões como o córtex cerebral e o hipocampo. Essas regiões são importantes para a manutenção da função cognitiva do paciente. Histologicamente, o paciente com Alzheimer apresenta acúmulo de proteínas mal enoveladas no SNC, que constitui a primeira alteração do Alzheimer, formando placas chamadas de placas beta-amiloides. Essas placas irão interferir negativamente na transmissão de impulsos nervosos, contribuindo para os sintomas da doença. A segunda alteração no Alzheimer é a nível de neurotransmissores. O paciente com Alzheimer tem uma hiperfunção do glutamato, ou seja, o excesso desse neurotransmissor. Isso fará com que muitos íons de cálcio entrem nos neurônios causando um excesso de excitabilidade neuronal. Além disso, o excesso de cálcio no neurônio irá favorecer para morte neuronal, diminuindo ainda mais a função cognitiva do paciente. A terceira alteração no SNC do paciente com Alzheimer: perda dos neurônios colinérgicos (acetilcolina). Assim, esse paciente tem queda ou redução dos níveis de acetilcolina no SNC. CLASSES DE MECICAMENTOS: 1)CLASSE: Principal medicamento: Memantina Mecanismo de ação: É capaz de bloquear os receptores de glutamato. Com isso, esse medicamento impede a entrada excessiva de cálcio no neurônio. Por isso, ela é classificada como antagonista de glutamato. 2) INIBIDORES DE ACETILCOLINESTERASE Principais medicamentos: Rivastigmina, Donepezila. Acetilcolinesterase: enzima que degrada acetilcolina. ANALGÉSICOS OPIOIDES: Analgésico opioides: são medicamentos utilizados para tratar dores de moderada à intensa. Se o paciente tiver uma dor leve ele utiliza analgésico periférico como exemplo: dipirona, paracetamol, ibuprofeno. Uso clínico: Os opioides podem ser usados para analgesia, tosse, diarreia e anestesia. Contra indicações: Gravidez: os opioides ultrapassam a placenta. Pacientes etilistas crônicos: pois como frequentemente usam naltrexona o opioide não faz efeito, pois os receptores estão bloqueados. Paciente dependentes de opioides: Os opioides são conhecidos como analgésicos de ação central, pois agem no SNC. Por agirem no SNC podem causar dependência. Nos Estados Unidos esse se constitui um grande problema. Os opioides são derivados de uma planta chamada papoula, e dessa planta se extrai o ópio. E do ópio são feitos os analgésicos opioides. O nosso organismo de forma endógena como as endorfinas, dimorfinas e encenfalinas. O problema é quando há dor intensa, essas substâncias endógenas não são suficientes para tratar a dor. RESUMÃO PSICOFARMACOLOGIA P2 RAFAELA FIDELIS – RESUMOS PSICOLOGIA Resumão Psicofarmacologia P2 Dessa forma, nosso corpo contém receptores dessas substâncias: as endorfinas se ligam aos receptores do tipo mi, as dimorfinas se ligam aos receptores do tipo kappa e as encenfalinas aos receptores do tipo delta. A indústria farmacêutica então produziu substâncias agonistas das substâncias opioides endógenas. Dessa forma, os analgésicos opioides nada mais são do que agonistas dos receptores opioides. Todos os analgésicos existentes hoje se ligam aos receptores mi, porém eles precisam ter uma atividade analgésica maior. Contudo, além de causar a analgesia também podem causar: • euforia e diminui a disforia, causando sensação de bem estar; • depressão respiratória; • miose (contração da pupila); • retenção urinária; • constipação intestinal; • induzir náuseas e vômitos; • inibe o centro da tosse no SNC; • diminui a frequência cardíaca levando a parada cardiorrespiratória. As substâncias opioides são classificadas em quatro grupos: 1) Agonistas puros ou agonistas totais: se ligam ao receptor e imitam a substância endógena; se ligam principalmente nos receptores mi. Morfina: é considerada protótipo dos opioides, tanto que os outros medicamentos são mensurados de acordo com ela. Por ex: oxicodona é duas vezes a potência da morfina enquanto a Meperidina tem potência dez vezes menor. Metadona: mais utilizada para tratar paciente com abstinência por opioide. Vantagens: possui meia vida de eliminação longa, assim, um comprimido por dia é eficiente. A dependência causada por ele é mais lenta. Meperidina: também usada em ambulatórios para tratar dor, ela é mais potente que a dipirona e menos do que a morfina (10 vezes menos) Codeína: normalmente é associada com paracetamol para tratar dor. (ex: PACO, Tilex). A codeína é usada de forma pura como antitussígenos. Oxicodona: mais potente que a morfina; causa dependência mais rapidamente. Tempo médio de uso deve ser 15 dias, acima disso é necessário que tenha acompanhamento médico. (ex: OxyContin) Fentanil: tem sido muito utilizado como adesivo no tratamento de dor oncológica. Além disso, também é utilizado para analgesia em bloco cirúrgico, assim como outros medicamentos, como: fentanil, alfentanil, remifentanil, sufentanil. Propoxifeno: menos potente que a morfina; e é associado com AAS para tratar a dor. Dinofexilato: Loperamida: esse é um opioide que não trata dor, pois só age perifericamente, não ultrapassando a barreira hemato encefálica. Como existem receptores opioides no intestino, o loperamida é muito utilizado para tratar diarreia, pois ele age diminuindo o peristaltismo intestinal, causando constipação. O loperamida só age nos receptores mi do intestino. 2) Antagonistas: p.ex: Naloxona, naltrexona, nalmefeno Naloxona: Nos EUA é bem comercializada devido a epidemia por uso de opioide, é utilizada como spray. No Brasil, seu uso é só endovenoso. Utilizado para tratamento de intoxicação por opioide. Bloqueia os receptores dentro de um a três minutos. Tem meia vida de eliminação curta. Metabolizado inicialmente pelo fígado, e excretado pela urina. Naltrexona: no Brasil, por via oral. É utilizada para tratamento de alcoolismo. 3) Agonista-antagonistas: agonista de receptor kappa, e antagonista de receptor mi. Tem efeito analgésico, mas não tem alto risco de depressão respiratória. Utilizado quando o RESUMÃO PSICOFARMACOLOGIA P2 RAFAELA FIDELIS – RESUMOS PSICOLOGIA Resumão Psicofarmacologia P2 paciente já possui um problema respiratório. Por ex: Nalbufina e Butorfanol 4) Agonistas parciais: Se liga ao receptor, mas não é totalmente como os agonistas totais. São muito utilizados para tratamento de abstinência. Por ex: Buprenorfina Para fixar: • Qual a diferença entre a Naloxona e Metadona? A Naloxona é utilizada para tratar intoxicação, quando o paciente tá tendo parada respiratória pelo uso de opioide, por exemplo. Já a Metadona é utilizada para tratar abstinência.
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