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Pulpectomia e Necrose Pulpar

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DAIRA ESTER DE SOUSA – TURMA 93 – FORP/USP 
Pulpectomia 
 Pulpectomia: 
Entende-se por pulpectomia a extirpação da polpa coronária e radicular, sadio ou doente, 
porém viva. 
Remoção da polpa sadia, por meio da indicação protética, necessita da remoção do tecido 
pulpar para por o pino radicular. Isso acontece em menor incidência. 
Quando recebemos indicação de um dente que já foi feito pulpectomia, independente do que 
esteja na ficha, faremos como penetração desinfetante, fará a cirurgia de acesso com 
isolamento absoluto, pois provavelmente não foi feita com o isolamento absoluto. 
Há dois aspectos da pulpectomia, canais amplos e retos e canais atrésicos ou curvos: 
 
➔ Canais amplos e retos: a cada item exposto é impreterível que se faça a irrigação com 
hipoclorito de sódio 1% 
1- Realizar o preparo cervical – adequar o preparo cervical (nos dentes anteriores 
superiores feito com as La Axxes, ou Cp Dril) 
2- Estabelecer o CTP (CAE – 4mm) 
3- Passar o CTP para um instrumento fino – lima tipo K da série especial, 8 ou 10 
4- Promover o deslocamento do tecido pulpar – essa lima da serie especial chegará até 
ao CTP e vamos passar o instrumento em todas as paredes do canal radicular, de 
maneira bem leve, bem suave, como se fosse um movimento de vai e vem entrando e 
saindo o instrumento, mas sem necessariamente retirar todo o instrumento, o stop se 
afasta cerca de 1 mm a 1,5 mm da referência, ou seja, um movimento bem curto 
5- Selecionar o extirpa polpa (“extirpa nervo”) – deve ter um diâmetro compatível com o 
diâmetro do canal radicular, não pode travar no CTP e nem ser muito solto, pois se 
não, não irá “fisgar” todo tecido pulpar e consequentemente remove-lo do canal. 
Portanto, necessita de um extirpa nervo compatível ao volume do tecido pulpar, nem 
muito fino e nem muito grosso ao ponto de travar no canal radicular. No CTP, girar o 
extirpa polpa no sentido horário, preferencialmente, ate pegar o tecido pulpar e 
remove-lo todo de uma só vez. Atentar-se pela presença de sangramento, pois trata-se 
da retirada de um tecido que ainda pode estar com inflamação, por isso necessita de 
uma irrigação abundante com o hipoclorito de sódio 
6- Selecionar o instrumento adaptado ao CTP 
7- Realizar a odontometria eletrônica ou a odontometria convencional – colocar um 
novo instrumento no comprimento de trabalho sugerido pelo aparelho ou pela conta 
realizada para ser confirmado pela radiografia 
8- Confirmar o CT radiograficamente – confirmando o CT segue para a instrumentação, 
preferencialmente com instrumentos rotatórios, pois os manuais só serão usados caso 
o diâmetro do canal for amplo acima dos que temos rotatórios. 
 
➔ Canais atrésicos ou curvos: normalmente acontece com os dentes posteriores 
1- Curetagem da polpa coronária – como partimos inicialmente do preparo cervical, o 
tecido coronário em dentes multirradiculares impede a localização do canal e 
consequentemente a noção que devemos ter para o preparo cervical, então o primeiro 
passo é remover o tecido pulpar coronário para que se tenha a localização da 
embocadura dos canais radiculares e posteriormente a realização do preparo cervical. 
A curetagem da polpa coronária é feira com a colher de dentina ou com uma cureta, 
tirando todo o tecido e coronário, quando tiver a possibilidade de visualizar a 
embocadura dos canais, deve-se explorar os canais com o explorador reto e fazer a 
exploração do canal, seguido do preparo cervical 
2- Preparo cervical (limas rotatórias 40/10, 35/08, 30/06) 
DAIRA ESTER DE SOUSA – TURMA 93 – FORP/USP 
3- Selecionar um instrumento no CTP 
4- Realizar a odontometria eletrônica ou o método convencional – em todos os canais 
concomitante 
5- Confirmar o CT radiograficamente 
6- Iniciar a técnica de instrumentação 
7- A polpa é removida por fragmentação ao longo da instrumentação 
OBS.: 
➢ O plano de tratamento (pulpectomia) nos casos de polpa viva pode ser realizado 
em uma única sessão, pois quanto mais tempo de ficar maior a chance de se 
tornar uma penetração desinfetante 
➢ No caso da necessidade do curativo de demora deve-se utilizar a pasta de 
hidróxido de cálcio. 
 
 
Necrose Pulpar 
 
 Penetração desinfetante: 
Todo caso de necrose pulpar é necessário a penetração desinfetante. E quando recebe o 
histórico de que foi feito a pulpectomia. 
Necrose pulpar é acompanhada de infecção, contaminação dos sistemas dos canais 
radiculares. 
O objetivo da penetração desinfetante, da cervical para apical, é promover a neutralização do 
conteúdo tóxico (as bactérias eliminam toxinas que acredita os tecidos periapicais, dando 
início ao processo inflamatório chamado pericementite) e diminuição do contingente 
bacteriano do canal radicular. 
➔ Como realizar: importante em cada item – irrigação, aspiração e inundação da câmara 
pulpar com hipoclorito de sódio 
1- Após divergência das paredes e exploração do canal (adequar a cirurgia de acesso) 
2- Remoção das interferências cervicais (preparo cervical) – usado La Axxes ou limas 
rotatórias de reparo cervical 
 
OBS.: É de fundamental importância que a irrigação do canal radicular seja realizada 
ANTES, DURAMTE e APÓS os procedimentos pertinentes à penetração desinfetante. 
 
Durante o preparo cervical – à medida que se trabalha o preparo cervical, vai 
desgastando dentina, principalmente dentina voltada para a parte palatina do dente, 
pois o preparo cervical em dentes superiores anteriores visa a remoção de ombro 
cervical e ao mesmo tempo, contribui para a diminuição bacteriana na região, pois 
cada troca de instrumento está promovendo a neutralização do conteúdo tóxico e a 
diminuição do contingente bacteriano. Ao terminar o preparo cervical, a penetração 
desinfetante já foi iniciada nessa região do canal radicular (terço cervical). 
3- Penetração desinfetante nos terços médio e apical – selecionar um instrumento que 
não se prenda as paredes do canal radicular, por meio de um instrumento que fique 
solto no canal radicular, com o stop no CTP mas longe de tocar, pois adentra nos 
primeiros 5mm do canal, então com o canal inundado gira a lima no sentido horário e 
anti-horário, meia volta para direita e meia volta para a esquerda – 1/4 a meia volta 
para direita, 1/4 a meia volta para esquerda, não precisa ter ação sob a parede do 
canal radicular. Isso visa uma movimentação hidráulica do hipoclorito no sentido de 
promover a neutralização do conteúdo tóxico e a diminuição do contingente 
bacteriano 
DAIRA ESTER DE SOUSA – TURMA 93 – FORP/USP 
4- Aspira, irriga e inunda o canal, então adentra o instrumental mais um pouco, em torno 
de 1mm, desde que não tenha resistência, gira novamente no sentindo horário e 
sentindo anti-horário, de 3 a 4 vezes, de modo a promover a movimentação hidráulica 
do hipoclorito presente no canal, então remove o instrumento 
5- Aspira, irriga e inunda, então avança mais o instrumento em direção apical, então mais 
uma vez, gira o instrumento em sentido horário e anti-horário, por mais 3 ou 4 vezes, 
de modo a promover a movimentação hidráulica do hipoclorito presente no canal, 
então remove o instrumento 
6- Aspira, irriga e inunda o canal, então adentra o instrumento de modo a chegar no 
ponto de referencia do stop, atingindo o CTP, nesse momento é a hora de realizar a 
odontometria. 
Principalmente diante de penetração desinfetante, o passo a passo é fundamental para que o 
instrumento não chegue de uma vez na região apical e não ultrapasse o comprimento de 
trabalho. Por isso, penetração desinfetante é algo cauteloso, lento e demorado. Não existe 
penetração desinfetante parcial, deve ocorrer em todos os canais. 
Ao chegar no CTP faz a odontometria podendo ser a convencional (tirar a radiografia da 
odontometria, aplicar a fórmula do CRD) ou a odontometria eletrônica. É importante a 
continuidade da penetração desinfetante. 
 
OBS.: para a realização da odontometria o instrumento deve estar ajustado ao CTP. Se 
necessário, selecionar instrumento de maior diâmetroA partir do comprimento de trabalho deve-se dar sequência a penetração desinfetante. Tendo 
o CT deve irrigar, aspirar e inundar o canal, colocar o stop do instrumento no comprimento de 
trabalho e lentamente deve-se continuar a penetração desinfetante. Primeiro, ele vai um 
pouquinho além do CTP, mas sem chegar ainda no CT, novamente gira o instrumento a direita 
e a esquerda. Aspira, irriga, inunda adentra mais um pouco o instrumento e repete a 
movimentação hidráulica do hipoclorito. Repete até o stop chegar ao ponto de referência, 
chegando ao CT sugerido 
 
A partir disso, é feito a radiografia de confirmação do comprimento de trabalho ou por meio 
da odontometria eletrônica, mas mesmo o aparelho mostrando que está correto necessita da 
radiografia de confirmação. 
Depois disso, daremos inicio a fase de instrumentação. 
 
OBS.: pegando um canal atrésico em que a primeira lima já toque na parede do canal, pegue o 
instrumento mais fino possível, 8 ou 10, e ao invés de girar no sentindo horário e anti-horário, 
faz inicialmente o movimento de penetração que é ¼ a meia volta e tração e depois volta o 
instrumento no canal radicular então faz o movimento horário e anti-horário e vai repetindo 
assim por diante penetrando o instrumento até chegar ao CTP.

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