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Direito do Trabalho I - 03 Terceirização, Trabalho do Menor e Trabalho da Mulher - Gabriela Curi

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TERCEIRIZAÇÃO 
1. Relação direta. 
  
2. Relação triangular. 
  
3. Empregador aparente. 
  
4. Terceirização (Lei n. 6.019/74 / Súmula n. 331 do TST) 
  
4.1 Conceito 
  
Art. 4o-A. Considera-se prestação de serviços a terceiros a 
transferência feita pela contratante da execução de quaisquer de 
suas atividades, inclusive sua atividade principal, à pessoa jurídica de 
direito privado prestadora de serviços que possua capacidade 
econômica compatível com a sua execução. 
  
4.2 A Empresa Contratada ou Prestadora de Serviços 
  
- Art. 4º-A 
  
§ 1º A empresa prestadora de serviços contrata, remunera e dirige o trabalho realizado por seus 
trabalhadores, ou subcontrata outras empresas para realização desses serviço. (Incluído pela Lei 
nº 13.429, de 2017) 
  
§ 2º Não se configura vínculo empregatício entre os trabalhadores, ou sócios das empresas 
prestadoras de serviços, qualquer que seja o seu ramo, e a empresa contratante. (Incluído pela 
Lei nº 13.429, de 2017) 
  
Art. 5o-C. Não pode figurar como contratada, nos termos do art. 4o-A desta Lei, a pessoa 
jurídica cujos titulares ou sócios tenham, nos últimos dezoito meses, prestado serviços à 
contratante na qualidade de empregado ou trabalhador sem vínculo empregatício, exceto se 
os referidos titulares ou sócios forem aposentados. 
 
Art. 5o-D. O empregado que for demitido não poderá prestar serviços para esta mesma 
empresa na qualidade de empregado de empresa prestadora de serviços antes do decurso de 
prazo de dezoito meses, contados a partir da demissão do empregado.” 
 
 
4.2.1 Requisitos para funcionamento. 
  
Art. 4o-B. São requisitos para o funcionamento da empresa de prestação de serviços a 
terceiros: 
 
I - prova de inscrição no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ); 
II - registro na Junta Comercial;   
III - capital social compatível com o número de empregados, observando-se os seguintes 
parâmetros:   
a) empresas com até dez empregados - capital mínimo de R$ 10.000,00 (dez mil reais); 
b) empresas com mais de dez e até vinte empregados - capital mínimo de R$ 25.000,00 (vinte e 
cinco mil reais);   
c) empresas com mais de vinte e até cinquenta empregados - capital mínimo de R$ 45.000,00 
(quarenta e cinco mil reais); 
  
d) empresas com mais de cinquenta e até cem empregados - capital mínimo de R$ 100.000,00 
(cem mil reais); e  
e) empresas com mais de cem empregados - capital mínimo de R$ 250.000,00 (duzentos e 
cinquenta mil reais). 
4.3 A Pessoa Contratante ou Tomadora de Serviços 
  
- Art. 5o-A. Contratante é a pessoa física ou jurídica que celebra contrato com empresa de 
prestação de serviços relacionados a quaisquer de suas atividades, inclusive sua atividade 
principal. 
  
§ 1o É vedada à contratante a utilização dos trabalhadores em atividades distintas daquelas 
que foram objeto do contrato com a empresa prestadora de serviços. 
  
§ 2o Os serviços contratados poderão ser executados nas instalações físicas da empresa 
contratante ou em outro local, de comum acordo entre as partes. 
§ 3o É responsabilidade da contratante garantir as condições de segurança, higiene e 
salubridade dos trabalhadores, quando o trabalho for realizado em suas dependências ou local 
previamente convencionado em contrato. 
  
§ 4o A contratante poderá estender ao trabalhador da empresa de prestação de serviços o 
mesmo atendimento médico, ambulatorial e de refeição destinado aos seus empregados, 
existente nas dependências da contratante, ou local por ela designado. 
  
§ 5o A empresa contratante é subsidiariamente responsável pelas obrigações trabalhistas 
referentes ao período em que ocorrer a prestação de serviços, e o recolhimento das 
contribuições previdenciárias observará o disposto no art. 31 da Lei no 8.212 
4.4 Atividade-fim x Atividade-meio 
  
4.4.1 A realidade da Súmula n. 331 do TST 
  
Súmula nº 331 do TST - CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. LEGALIDADE (nova redação 
do item IV e inseridos os itens V e VI à redação) - Res. 174/2011, DEJT divulgado em 27, 30 e 
31.05.2011 
  
I - A contratação de trabalhadores por empresa interposta é ilegal, formando-se o vínculo 
diretamente com o tomador dos serviços, salvo no caso de trabalho temporário (Lei nº 6.019, 
de 03.01.1974). 
 
II - A contratação irregular de trabalhador, mediante empresa interposta, não gera vínculo de 
emprego com os órgãos da Administração Pública direta, indireta ou fundacional (art. 37, II, 
da CF/1988). 
 
III - Não forma vínculo de emprego com o tomador a contratação de serviços de vigilância 
(Lei nº 7.102, de 20.06.1983) e de conservação e limpeza, bem como a de serviços 
especializados ligados à atividade-meio do tomador, desde que inexistente a pessoalidade e 
a subordinação direta. 
4.4.2 A realidade da Lei n. 13.467/2017 
  
Art. 4o-A. Considera-se prestação de serviços a terceiros a transferência feita pela 
contratante da execução de quaisquer de suas atividades, inclusive sua atividade 
principal, à pessoa jurídica de direito privado prestadora de serviços que possua 
capacidade econômica compatível com a sua execução. 
  
Art. 5o-A. Contratante é a pessoa física ou jurídica que celebra contrato com empresa 
de prestação de serviços relacionados a quaisquer de suas atividades, inclusive sua 
atividade principal. 
4.5 O Local de prestação dos serviços 
  
- Art. 5º-A, §2º, da Lei n. 6.019/74: Os serviços contratados poderão ser executados nas 
instalações físicas da empresa contratante ou em outro local, de comum acordo 
entre as partes. 
  
4.6 Direitos dos Trabalhadores Terceirizados 
  
4.6.1 Direitos Iguais Obrigatórios 
  
Art. 4o-C. São asseguradas aos empregados da empresa prestadora de serviços a 
que se refere o art. 4o-A desta Lei, quando e enquanto os serviços, que podem ser de 
qualquer uma das atividades da contratante, forem executados nas dependências 
da tomadora, as mesmas condições: 
  
I - relativas a: 
  
a) alimentação garantida aos empregados da contratante, quando oferecida em refeitórios; 
  
b) direito de utilizar os serviços de transporte; 
  
c) atendimento médico ou ambulatorial existente nas dependências da contratante ou local 
por ela designado; 
  
d) treinamento adequado, fornecido pela contratada, quando a atividade o exigir. 
  
II - sanitárias, de medidas de proteção à saúde e de segurança no trabalho e de instalações 
adequadas à prestação do serviço. 
  
§ 2o Nos contratos que impliquem mobilização de empregados da contratada em número 
igual ou superior a 20% (vinte por cento) dos empregados da contratante, esta poderá 
disponibilizar aos empregados da contratada os serviços de alimentação e atendimento 
ambulatorial em outros locais apropriados e com igual padrão de atendimento, com vistas a 
manter o pleno funcionamento dos serviços existentes.” 
OBS: A FACULTATIVIDADE PREVISTA NO ART. 5º-A, §4º, DA LEI N. 6.019/74: 
  
Art. 5o-A. Contratante é a pessoa física ou jurídica que celebra contrato com empresa de 
prestação de serviços relacionados a quaisquer de suas atividades, inclusive sua atividade 
principal. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017) 
  
§ 4o A contratante poderá estender ao trabalhador da empresa de prestação de serviços o 
mesmo atendimento médico, ambulatorial e de refeição destinado aos seus empregados, 
existente nas dependências da contratante, ou local por ela designado. (Incluído 
pela Lei nº 13.429, de 2017) 
  
4.6.2 Salário Igual (Equivalente) Facultativo 
  
Art. 4º-C, § 1o Contratante e contratada poderão estabelecer, se assim entenderem, que os 
empregados da contratada farão jus a salário equivalente ao pago aos empregados da 
contratante, além de outros direitos não previstos neste artigo. 
  
> CUIDADO COM A HIPÓTESE ESPECÍFICA DA OJ 383 
  
OJ 383. TERCEIRIZAÇÃO. EMPREGADOS DA EMPRESA PRESTADORA DE SERVIÇOS E DA 
TOMADORA. ISONOMIA. ART. 12, “A”, DA LEI Nº 6.019, DE 03.01.1974.(mantida) - Res. 
175/2011, DEJT divulgado em 27, 30 e 31.05.2011 
A contratação irregular de trabalhador, mediante empresa interposta, não gera vínculo de 
emprego com ente da Administração Pública, não afastando, contudo, pelo princípio da 
isonomia, o direito dos empregados terceirizados às mesmas verbas trabalhistas legais e 
normativas asseguradas àqueles contratados pelo tomador dos serviços, desde que 
presente a igualdade de funções. Aplicação analógica do art. 12, “a”, da Lei nº 6.019, de 
03.01.1974. 
  
4.6.3 A Responsabilidade da Empresa Contratante/Prestadora de Serviços 
4.6.3.1 A Realidade da Súmula n. 331 do TST 
  
a) Responsabilidade do Ente Privado (Súmula n. 331, IV, do TST) 
 
IV - O inadimplemento das obrigações trabalhistas, por parte do empregador, implica a 
responsabilidade subsidiária do tomador dos serviços quanto àquelas obrigações, desde que 
haja participado da relação processual e conste também do título executivo judicial. 
 
b) Responsabilidade do Ente Público (Súmula n. 331, V, do TST) 
  
V - Os entes integrantes da Administração Pública direta e indireta respondem subsidiariamente, 
nas mesmas condições do item IV, caso evidenciada a sua conduta culposa no cumprimento 
das obrigações da Lei n.º 8.666, de 21.06.1993, especialmente na fiscalização do cumprimento 
das obrigações contratuais e legais da prestadora de serviço como empregadora. A aludida 
responsabilidade não decorre de mero inadimplemento das obrigações trabalhistas assumidas 
pela empresa regularmente contratada. 
 
c) Abrangência da responsabilidade (Súmula n. 331, VI, do TST) 
 
VI – A responsabilidade subsidiária do tomador de serviços abrange todas as verbas decorrentes 
da condenação referentes ao período da prestação laboral. 
 
 
4.6.3.2 A Realidade da Lei n. 6.019/74 
  
- Art. 5º-A, § 3º, da Lei n. 6.019/74: É responsabilidade da contratante garantir as condições de 
segurança, higiene e salubridade dos trabalhadores, quando o trabalho for realizado em suas 
dependências ou local previamente convencionado em contrato. (Incluído pela Lei nº 13.429, 
de 2017) 
  
- Art. 5º-A, § 4º, da Lei n. 6.019/74: A contratante poderá estender ao trabalhador da empresa 
de prestação de serviços o mesmo atendimento médico, ambulatorial e de refeição destinado 
aos seus empregados, existente nas dependências da contratante, ou local por ela designado. 
(Incluído pela Lei nº 13.429, de 2017) 
  
- Art. 5º-A, § 5º, da Lei n. 6.019/74: A empresa contratante é subsidiariamente responsável pelas 
obrigações trabalhistas referentes ao período em que ocorrer a prestação de serviços, e o 
recolhimento das contribuições previdenciárias observará o disposto no art. 31 da Lei no 8.212, 
de 24 de julho de 1991 (Incluído pela Lei nº 13.429, de 2017) 
4.6.6.3 O dono da obra (OJ n. 191, da SDI-1, do TST) 
 
OJ 191. CONTRATO DE EMPREITADA. DONO DA OBRA DE CONSTRUÇÃO CIVIL. 
RESPONSABILIDADE. (nova redação) - Res. 175/2011, DEJT divulgado em 27, 30 e 31.05.2011 
Diante da inexistência de previsão legal específica, o contrato de empreitada de 
construção civil entre o dono da obra e o empreiteiro não enseja responsabilidade 
solidária ou subsidiária nas obrigações trabalhistas contraídas pelo empreiteiro, salvo sendo 
o dono da obra uma empresa construtora ou incorporadora. 
ATENÇÃO AO RECURSO DE REVISTA REPETITIVO Nº 06 DO TST 
 
TEMA 06 (INFORMATIVO 159) - Incidente de Recursos de Revista Repetitivos. “Tema nº 0006 – 
Responsabilidade subsidiária. Dona da obra. Aplicação da OJ 191 da SBDI-I limitada à pessoa física ou 
micro e pequenas empresas”. 
A SBDI-I definiu as seguintes teses jurídicas para o Tema Repetitivo nº 0006 – RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA. 
DONA DA OBRA. APLICAÇÃO DA OJ 191 DA SBDI-I LIMITADA À PESSOA FÍSICA OU MICRO E PEQUENAS 
EMPRESAS: I) A exclusão de responsabilidade solidária ou subsidiária por obrigação trabalhista a que se 
refere a Orientação Jurisprudencial n.º 191 da SBDI-I do TST não se restringe à pessoa física ou micro e 
pequenas empresas, compreende igualmente empresas de médio e grande porte e entes públicos 
(decidido por unanimidade); II) A excepcional responsabilidade por obrigações trabalhistas prevista na 
parte final da Orientação Jurisprudencial n.º 191 da SBDI-I do TST, por aplicação analógica do art. 455 da 
CLT, alcança os casos em que o dono da obra de construção civil é construtor ou incorporador e, portanto, 
desenvolve a mesma atividade econômica do empreiteiro (decidido por unanimidade); III) Não é 
compatível com a diretriz sufragada na Orientação Jurisprudencial n.º 191 da SBDI-I do TST jurisprudência 
de Tribunal Regional do Trabalho que amplia a responsabilidade trabalhista do dono da obra, 
excepcionando apenas a pessoa física ou micro e pequenas empresas, na forma da lei, que não exerçam 
atividade econômica vinculada ao objeto contratado (decidido por unanimidade); IV) Exceto ente 
público da Administração Direta e Indireta, se houver inadimplemento das obrigações trabalhistas 
contraídas por empreiteiro que contratar, sem idoneidade econômico-financeira, o dono da obra 
responderá subsidiariamente por tais obrigações, em face de aplicação analógica do art. 455 da CLT e 
culpa in eligendo (decidido por maioria, vencido o Ministro Márcio Eurico Vitral Amaro). TST-
IRR-190-53.2015.5.03.0090, SBDI-I, rel. Min. João Oreste Dalazen, 11.5.2017 
1. TRABALHO DO MENOR 
 
1.1 Idade mínima para trabalhar 
 
> Realidade a partir da EC n. 20/1998 
 
Art. 7º, XXXIII, da CRFB/88: 
 
“proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de qualquer 
trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze 
anos; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)” 
 
. A ratificação da Convenção n. 138 da OIT 
Art. 2º, 3, da Convenção n. 138 da OIT (Promulgada pelo Decreto n. 4.134/2002) 
 
Artigo 2º 
 
1. Todo Membro que ratificar esta Convenção especificará, em declaração anexa à 
ratificação, uma idade mínima para admissão a emprego ou trabalho em seu território e nos 
meios de transporte registrados em seu território; ressalvado o disposto nos Artigos 4º e 8º desta 
Convenção, nenhuma pessoa com idade inferior a essa idade será admitida a emprego ou 
trabalho em qualquer ocupação. 
 
2. Todo País-membro que ratificar esta Convenção poderá notificar ao Diretor-Geral da 
Repartição Internacional do Trabalho, por declarações subseqüentes, que estabelece uma 
idade mínima superior à anteriormente definida. 
 
3. A idade mínima fixada nos termos do parágrafo 1º deste Artigo não será inferior à idade de 
conclusão da escolaridade obrigatória ou, em qualquer hipótese, não inferior a quinze anos. 
. A EC n. 59/2009 
 
Art. 1º Os incisos I e VII do art. 208 da Constituição Federal, passam a vigorar com as seguintes 
alterações: 
 
"Art. 208. ................................................................................. 
 
I - educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete) anos de idade, 
assegurada inclusive sua oferta gratuita para todos os que a ela não tiveram acesso na idade 
própria; (NR) 
 
Art. 6º O disposto no inciso I do art. 208 da Constituição Federal deverá ser implementado 
progressivamente, até 2016, nos termos do Plano Nacional de Educação, com apoio técnico e 
financeiro da União. 
. A Lista TIP (trabalho infantil proibido – piores formas de trabalho infantil) 
 
> A ratificação, pelo Brasil, da Convenção n. 182 da OIT (Promulgada pelo Decreto n. 
3.597/2000) 
 
> A elaboração da Lista TIP brasileira (Promulgada pelo Decreto n. 6.481/2008) 
 
Art. 1o Fica aprovada a Lista das Piores Formas de Trabalho Infantil (Lista TIP), na forma do 
Anexo, de acordo com o disposto nos artigos 3o, “d”, e 4o da Convenção 182 da 
Organização Internacional do Trabalho - OIT, aprovada pelo Decreto Legislativo no 178, de 
14 de dezembro de 1999 e promulgada pelo Decreto no 3.597, de 12 de setembro de 2000.Art. 2o Fica proibido o trabalho do menor de dezoito anos nas atividades descritas na Lista 
TIP, salvo nas hipóteses previstas neste decreto. 
> A Lei Complementar n. 150/2015 e a idade mínima para o trabalho doméstico 
 
Art. 1o Ao empregado doméstico, assim considerado aquele que presta serviços de forma 
contínua, subordinada, onerosa e pessoal e de finalidade não lucrativa à pessoa ou à 
família, no âmbito residencial destas, por mais de 2 (dois) dias por semana, aplica-se o 
disposto nesta Lei. 
 
Parágrafo único. É vedada a contratação de menor de 18 (dezoito) anos para desempenho 
de trabalho doméstico, de acordo com a Convenção no 182, de 1999, da Organização 
Internacional do Trabalho (OIT) e com o Decreto no 6.481, de 12 de junho de 2008. 
> A realidade da CLT sobre o trabalho do menor 
 
- Art. 402. Considera-se menor para os efeitos desta Consolidação o trabalhador de quatorze até dezoito 
anos (Redação dada pela Lei nº 10.097, de 2000) 
 
Parágrafo único - O trabalho do menor reger-se-á pelas disposições do presente Capítulo, exceto no 
serviço em oficinas em que trabalhem exclusivamente pessoas da família do menor e esteja este sob a 
direção do pai, mãe ou tutor, observado, entretanto, o disposto nos arts. 404, 405 e na Seção II. 
(Redação dada pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967) 
 
- Art. 403. É proibido qualquer trabalho a menores de dezesseis anos de idade, salvo na condição de 
aprendiz, a partir dos quatorze anos. (Redação dada pela Lei nº 10.097, de 2000) 
 
Parágrafo único. O trabalho do menor não poderá ser realizado em locais prejudiciais à sua formação, 
ao seu desenvolvimento físico, psíquico, moral e social e em horários e locais que não permitam a 
freqüência à escola. (Redação dada pela Lei nº 10.097, de 2000) 
- Art. 404 - Ao menor de 18 (dezoito) anos é vedado o trabalho noturno, considerado este o que for 
executado no período compreendido entre as 22 (vinte e duas) e as 5 (cinco) horas. 
 
- Art. 405 - Ao menor não será permitido o trabalho: 
 
I - nos locais e serviços perigosos ou insalubres, constantes de quadro para êsse fim aprovado pelo 
Diretor Geral do Departamento de Segurança e Higiene do Trabalho; (Incluído pelo 
Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967) 
 
II - em locais ou serviços prejudiciais à sua moralidade. 
 
- § 2º O trabalho exercido nas ruas, praças e outros logradouros dependerá de prévia autorização do 
Juiz de Menores, ao qual cabe verificar se a ocupação é indispensável à sua própria subsistência ou à 
de seus pais, avós ou irmãos e se dessa ocupação não poderá advir prejuízo à sua formação moral. 
§ 3º Considera-se prejudicial à moralidade do menor o trabalho: 
 
a) prestado de qualquer modo, em teatros de revista, cinemas, buates, cassinos, 
cabarés, dancings e estabelecimentos análogos; 
 
b) em emprêsas circenses, em funções de acróbata, saltimbanco, ginasta e outras 
semelhantes; 
 
c) de produção, composição, entrega ou venda de escritos, impressos, cartazes, 
desenhos, gravuras, pinturas, emblemas, imagens e quaisquer outros objetos que possam, 
a juízo da autoridade competente, prejudicar sua formação moral; 
 
d) consistente na venda, a varejo, de bebidas alcoólicas. 
 
§ 4º Nas localidades em que existirem, oficialmente reconhecidas, instituições destinadas 
ao amparo dos menores jornaleiros, só aos que se encontrem sob o patrocínio dessas 
entidades será outorgada a autorização do trabalho a que alude o § 2º. 
(Incluído pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967) 
- Art. 406 - O Juiz de Menores poderá autorizar ao menor o trabalho a que se referem as 
letras "a" e "b" do § 3º do art. 405: (Redação dada pelo Decreto-lei nº 229, de 
28.2.1967) 
 
I - desde que a representação tenha fim educativo ou a peça de que participe não possa 
ser prejudicial à sua formação moral; (Redação dada pelo Decreto-lei nº 229, 
de 28.2.1967) 
 
II - desde que se certifique ser a ocupação do menor indispensável à própria subsistência 
ou à de seus pais, avós ou irmãos e não advir nenhum prejuízo à sua formação moral. 
(Redação dada pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967) 
1.2 Contratação de trabalhadores com idade inferior a 16 anos: Teoria Trabalhista de 
Nulidades / art. 182, par. único, do C.C/2002 – pagamento de indenização equivalente 
 
Art. 182. Anulado o negócio jurídico, restituir-se-ão as partes ao estado em que antes dele 
se achavam, e, não sendo possível restituí-las, serão indenizadas com o equivalente. 
 
1.3 Quitação do contrato x Recibo de Pagamento 
 
- Necessidade de assistência dos pais para quitação do contrato (art. 439 da CLT) 
 
Art. 439 - É lícito ao menor firmar recibo pelo pagamento dos salários. Tratando-se, porém, 
de rescisão do contrato de trabalho, é vedado ao menor de 18 (dezoito) anos dar, sem 
assistência dos seus responsáveis legais, quitação ao empregador pelo recebimento da 
indenização que lhe for devida. 
1.4 Regras de duração do trabalho 
 
1.4.1 vedação de prorrogação, salvo em caso de compensação prevista em norma coletiva ou 
força maior (art. 413 da CLT) 
 
Art. 413 - É vedado prorrogar a duração normal diária do trabalho do menor, salvo: 
(Redação dada pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967) 
 
I - até mais 2 (duas) horas, independentemente de acréscimo salarial, mediante convenção ou 
acôrdo coletivo nos têrmos do Título VI desta Consolidação, desde que o excesso de horas em 
um dia seja compensado pela diminuição em outro, de modo a ser observado o limite máximo 
de 48 (quarenta e oito) horas semanais ou outro inferior legalmente fixada; (Incluído 
pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967) 
 
II - excepcionalmente, por motivo de fôrça maior, até o máximo de 12 (doze) horas, com 
acréscimo salarial de, pelo menos, 25% (vinte e cinco por cento) sôbre a hora normal e desde 
que o trabalho do menor seja imprescindível ao funcionamento do estabelecimento. 
(Incluído pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967) 
 
Parágrafo único. Aplica-se à prorrogação do trabalho do menor o disposto no art. 375, no 
parágrafo único do art. 376, no art. 378 e no art. 384 desta Consolidação. (Incluído 
pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967) 
1.4.2 Trabalho em mais de um estabelecimento 
 
Art. 414 - Quando o menor de 18 (dezoito) anos for empregado em mais de um 
estabelecimento, as horas de trabalho em cada um serão totalizadas. 
 
1.4.3 As férias do menor 
 
a) concessão em um só período > a revogação do art. 134, §2º, CLT 
 
b) coincidência com as férias escolares (art. 136, §2º, CLT): § 2º - O empregado estudante, 
menor de 18 (dezoito) anos, terá direito a fazer coincidir suas férias com as férias escolares. 
(Redação dada pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977) 
 
1.5 Prescrição 
 
1.5.1 O menor empregado 
 
Art. 440 - Contra os menores de 18 (dezoito) anos não corre nenhum prazo de prescrição. 
1.5.2 O menor herdeiro 
 
Art. 198. Também não corre a prescrição: 
 
I - contra os incapazes de que trata o art. 3o; 
 
 Art. 3o São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil os 
menores de 16 (dezesseis) anos. (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) 
(Vigência) 
 
Art. 1.791. A herança defere-se como um todo unitário, ainda que vários sejam os 
herdeiros. 
> Turma declara prescrição em ação de herdeiro ajuizada seis anos depois da morte do pai 
 
A Quinta Turma do Tribunal Superior do Trabalho considerou prescrita a pretensão do filho de um 
trabalhador vítima fatal de acidente de trabalho. O herdeiro tinha 11 anos à época do acidente, mas 
somente ajuizou a ação com o pedido de indenização seis anos depois, quando já tinha completado 18 
anos. 
O Tribunal Regional do Trabalhoda 3ª Região (MG) não considerou a prescrição com base no artigo 440 
da CLT, que suspenderia o prazo de dois anos previsto para ajuizamento de ação trabalhista até o herdeiro 
chegar à maioridade (18 anos). 
O ministro Caputo Bastos, relator do processo na Quinta Turma, afirmou, no entanto, que o artigo 440 da 
CLT, ao estabelecer a suspensão da prescrição, o faz apenas para empregado menor de 18 anos. No caso, 
o processo trata de herdeiro de vítima de acidente. Segundo o relator, aplica-se o artigo 198, inciso I, do 
Código Civil, que determina a suspensão do prazo prescricional "para os menores absolutamente 
incapazes, ou seja, para os menores de 16 anos". 
O acidente fatal ocorreu em 2006, e a família ajuizou a ação de indenização em 2012. Com base no 
Código Civil, portanto, a prescrição estaria suspensa somente até o herdeiro completar 16 anos, ou seja, 
até 2010. "A partir de então, passou a correr a prescrição de dois anos prevista no artigo 7º, inciso XXIX, da 
Constituição Federal", concluiu o ministro. 
No caso do processo, três familiares da vítima, que era empregado da Orteng Equipamentos e Sistemas 
Ltda., entraram com o pedido de indenização. O TRT aplicou a prescrição a dois familiares, e não quanto 
ao filho, determinando o pagamento de indenização por danos morais somente a este. 
A empresa recorreu ao TST contra a decisão regional. A Quinta Turma acolheu o recurso e declarou a 
prescrição total da pretensão. 
Processo: ARR-963-31.2012.5.03.0114 
1.6 O menor na Justiça do Trabalho 
 
1.6.1 A representação do empregado 
 
Art. 793. A reclamação trabalhista do menor de 18 anos será feita por seus representantes 
legais e, na falta destes, pela Procuradoria da Justiça do Trabalho, pelo sindicato, pelo 
Ministério Público estadual ou curador nomeado em juízo. 
 
1.6.2 A competência em razão do lugar 
 
TST-RR-377-37.2010.5.15.0079 - RECURSO DE REVISTA. JUSTIÇA DO TRABALHO. COMPETÊNCIA 
TERRITORIAL.DISSÍDIO INDIVIDUAL. ACIDENTE DE TRABALHO. FALECIMENTO DO EMPREGADO. 
AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAL E MATERIAL. HERDEIRAS MENORES DE IDADE. 
PRETENSÃO DEDUZIDA EM NOME PRÓPRIO. 
1. A determinação da competência territorial para o dissídio individual típico, no processo do trabalho, define-se, 
em regra, pelo local da prestação dos serviços do empregado, seja ele reclamante ou reclamado (art. 651, 
caput, da CLT), norma de cunho protecionista e ditada pela observância do princípio constitucional da 
acessibilidade (art. 5º, inciso XXXV). Excepcionalmente, toma em conta o juízo da localidade da contratação (§ 
3º do art. 651 da CLT). 
2. Em alguns casos, as regras objetivas de fixação da competência territorial do art. 651 da CLT revelam-se 
insuficientes, sobretudo em virtude de não abarcarem o complexo mosaico de lides hoje confiadas à 
competência material da Justiça do Trabalho, mormente a partir da Emenda Constitucional nº 45/04. Nesses 
casos, à falta de norma específica definidora da competência territorial, cumpre ao órgão jurisdicional colmatar 
a lacuna mediante a aplicação de norma compatível com o princípio da acessibilidade por que se norteia o 
sistema processual trabalhista. 
3. Ação de indenização movida por filhas menores de idade de ex-empregado falecido, na defesa de direito 
próprio e não fruto de transmissão do "de cujus". Ausente disciplina legal específica na CLT. Admite-se a fixação 
da competência territorial, no caso, pelo foro do local de domicílio das Reclamantes, por aplicação analógica 
do disposto no art. 147, I, do Estatuto da Criança e do Adolescente. A prevalência do foro da localidade de 
prestação de serviços do falecido empregado, além de contemplada para lide de natureza diversa em que o 
próprio empregado figure como demandante ou demandado, poderia implicar denegação de justiça em 
situações que tais. 
4. Recurso de revista do Reclamado de que se conhece, no particular, e a que se nega provimento. 
> Art. 147. A competência será determinada: 
 
I - pelo domicílio dos pais ou responsável; 
 
II - pelo lugar onde se encontre a criança ou adolescente, à falta dos pais ou responsável. 
2. TRABALHO DA MULHER 
 
2.1 Vedações legais 
 
Art. 373-A. Ressalvadas as disposições legais destinadas a corrigir as distorções que afetam o acesso da 
mulher ao mercado de trabalho e certas especificidades estabelecidas nos acordos trabalhistas, é 
vedado: (Incluído pela Lei nº 9.799, de 26.5.1999) 
 
I - publicar ou fazer publicar anúncio de emprego no qual haja referência ao sexo, à idade, à cor ou 
situação familiar, salvo quando a natureza da atividade a ser exercida, pública e notoriamente, assim o 
exigir; (Incluído pela Lei nº 9.799, de 26.5.1999) 
 
II - recusar emprego, promoção ou motivar a dispensa do trabalho em razão de sexo, idade, cor, 
situação familiar ou estado de gravidez, salvo quando a natureza da atividade seja notória e 
publicamente incompatível; (Incluído pela Lei nº 9.799, de 26.5.1999) 
 
III - considerar o sexo, a idade, a cor ou situação familiar como variável determinante para fins de 
remuneração, formação profissional e oportunidades de ascensão profissional; (Incluído pela Lei 
nº 9.799, de 26.5.1999) 
 
IV - exigir atestado ou exame, de qualquer natureza, para comprovação de esterilidade ou gravidez, na 
admissão ou permanência no emprego; (Incluído pela Lei nº 9.799, de 26.5.1999) 
 
V - impedir o acesso ou adotar critérios subjetivos para deferimento de inscrição ou aprovação em 
concursos, em empresas privadas, em razão de sexo, idade, cor, situação familiar ou estado de 
gravidez; (Incluído pela Lei nº 9.799, de 26.5.1999) 
 
VI - proceder o empregador ou preposto a revistas íntimas nas empregadas ou funcionárias. 
(Incluído pela Lei nº 9.799, de 26.5.1999) 
 
Parágrafo único. O disposto neste artigo não obsta a adoção de medidas temporárias que visem ao 
estabelecimento das políticas de igualdade entre homens e mulheres, em particular as que se destinam 
a corrigir as distorções que afetam a formação profissional, o acesso ao emprego e as condições gerais 
de trabalho da mulher. 
 
Art. 390 - Ao empregador é vedado empregar a mulher em serviço que demande o emprego de força 
muscular superior a 20 (vinte) quilos para o trabalho continuo, ou 25 (vinte e cinco) quilos para o 
trabalho ocasional. 
 
Parágrafo único - Não está compreendida na determinação deste artigo a remoção de material feita 
por impulsão ou tração de vagonetes sobre trilhos, de carros de mão ou quaisquer aparelhos 
mecânicos. 
Art. 2º da Lei n. 9.029/95: Constituem crime as seguintes práticas discriminatórias: 
 
I - a exigência de teste, exame, perícia, laudo, atestado, declaração ou qualquer outro procedimento 
relativo à esterilização ou a estado de gravidez; 
 
II - a adoção de quaisquer medidas, de iniciativa do empregador, que configurem; 
 
a) indução ou instigamento à esterilização genética; 
 
b) promoção do controle de natalidade, assim não considerado o oferecimento de serviços e de 
aconselhamento ou planejamento familiar, realizados através de instituições públicas ou privadas, 
submetidas às normas do Sistema Único de Saúde (SUS). 
 
Parágrafo único. São sujeitos ativos dos crimes a que se refere este artigo: 
 
I - a pessoa física empregadora; 
 
II - o representante legal do empregador, como definido na legislação trabalhista; 
 
III - o dirigente, direto ou por delegação, de órgãos públicos e entidades das administrações públicas 
direta, indireta e fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios. 
 
2.2 Normas Relativas à Duração do Trabalho 
 
. A revogação do art. 384 da CLT 
 
 Art. 384 - Em caso de prorrogação do horário normal, será obrigatório um descanso de 15 
(quinze) minutos no mínimo, antes do início do período extraordinário do trabalho. 
(Revogado pela Lei nº 13.467, de 2017) 2.3 Obrigações legais específicasArt. 389 - Toda empresa é obrigada: (Redação dada pelo Decreto-lei nº 229, de 
28.2.1967) 
 
I - a prover os estabelecimentos de medidas concernentes à higienização dos métodos e 
locais de trabalho, tais como ventilação e iluminação e outros que se fizerem necessários à 
segurança e ao conforto das mulheres, a critério da autoridade competente; 
(Incluído pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967) 
 
II - a instalar bebedouros, lavatórios, aparelhos sanitários; dispor de cadeiras ou bancos, em 
número suficiente, que permitam às mulheres trabalhar sem grande esgotamento físico; 
(Incluído pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967) 
 
III - a instalar vestiários com armários individuais privativos das mulheres, exceto os estabelecimentos 
comerciais, escritórios, bancos e atividades afins, em que não seja exigida a troca de roupa e outros, 
a critério da autoridade competente em matéria de segurança e higiene do trabalho, admitindo-se 
como suficientes as gavetas ou escaninhos, onde possam as empregadas guardar seus pertences; 
(Incluído pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967) 
 
IV - a fornecer, gratuitamente, a juízo da autoridade competente, os recursos de proteção individual, 
tais como óculos, máscaras, luvas e roupas especiais, para a defesa dos olhos, do aparelho 
respiratório e da pele, de acordo com a natureza do trabalho. (Incluído pelo Decreto-lei nº 
229, de 28.2.1967) 
 
§ 1º - Os estabelecimentos em que trabalharem pelo menos 30 (trinta) mulheres com mais de 16 
(dezesseis) anos de idade terão local apropriado onde seja permitido às empregadas guardar sob 
vigilância e assistência os seus filhos no período da amamentação. (Incluído pelo Decreto-lei 
nº 229, de 28.2.1967) 
 
§ 2º - A exigência do § 1º poderá ser suprida por meio de creches distritais mantidas, diretamente ou 
mediante convênios, com outras entidades públicas ou privadas, pelas próprias empresas, em regime 
comunitário, ou a cargo do SESI, do SESC, da LBA ou de entidades sindicais. (Incluído pelo 
Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967) 
2.3 Normas de proteção à maternidade 
 
Art. 391 - Não constitui justo motivo para a rescisão do contrato de trabalho da mulher o fato de 
haver contraído matrimônio ou de encontrar-se em estado de gravidez. 
Parágrafo único - Não serão permitidos em regulamentos de qualquer natureza contratos coletivos 
ou individuais de trabalho, restrições ao direito da mulher ao seu emprego, por motivo de 
casamento ou de gravidez. 
 
Art. 391-A. A confirmação do estado de gravidez advindo no curso do contrato de trabalho, ainda 
que durante o prazo do aviso prévio trabalhado ou indenizado, garante à empregada gestante a 
estabilidade provisória prevista na alínea b do inciso II do art. 10 do Ato das Disposições 
Constitucionais Transitórias. (Incluído pela Lei nº 12.812, de 2013) 
Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo aplica-se ao empregado adotante ao qual 
tenha sido concedida guarda provisória para fins de adoção. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 
2017) 
Art. 392. A empregada gestante tem direito à licença-maternidade de 120 (cento e 
vinte) dias, sem prejuízo do emprego e do salário. (Redação dada pela Lei 
nº 10.421, 15.4.2002) (Vide Lei nº 13.985, de 2020) 
 
§ 1o A empregada deve, mediante atestado médico, notificar o seu empregador da 
data do início do afastamento do emprego, que poderá ocorrer entre o 28º (vigésimo 
oitavo) dia antes do parto e ocorrência deste. (Redação dada pela Lei nº 
10.421, 15.4.2002) 
 
§ 2o Os períodos de repouso, antes e depois do parto, poderão ser aumentados de 2 
(duas) semanas cada um, mediante atestado médico. (Redação dada pela 
Lei nº 10.421, 15.4.2002) 
 
§ 3o Em caso de parto antecipado, a mulher terá direito aos 120 (cento e vinte) dias 
previstos neste artigo. (Redação dada pela Lei nº 10.421, 15.4.2002) 
§ 4o É garantido à empregada, durante a gravidez, sem prejuízo do salário e demais direitos: 
(Redação dada pela Lei nº 9.799, de 26.5.1999) 
 
I - transferência de função, quando as condições de saúde o exigirem, assegurada a retomada da 
função anteriormente exercida, logo após o retorno ao trabalho; (Incluído pela Lei nº 9.799, 
de 26.5.1999) 
 
II - dispensa do horário de trabalho pelo tempo necessário para a realização de, no mínimo, seis 
consultas médicas e demais exames complementares. (Incluído pela Lei nº 9.799, de 
26.5.1999) 
 
Art. 392-A. À empregada que adotar ou obtiver guarda judicial para fins de adoção de criança ou 
adolescente será concedida licença-maternidade nos termos do art. 392 desta Lei. (Redação dada 
pela Lei nº 13.509, de 2017) 
 
§ 4o A licença-maternidade só será concedida mediante apresentação do termo judicial de guarda 
à adotante ou guardiã. (Incluído pela Lei nº 10.421, 15.4.2002) 
 
§ 5o A adoção ou guarda judicial conjunta ensejará a concessão de licença-maternidade a apenas 
um dos adotantes ou guardiães empregado ou empregada. (Incluído pela Lei nº 12.873, 
de 2013) 
Art. 392-B. Em caso de morte da genitora, é assegurado ao cônjuge ou 
companheiro empregado o gozo de licença por todo o período da licença-
maternidade ou pelo tempo restante a que teria direito a mãe, exceto no caso 
de falecimento do filho ou de seu abandono. (Redação dada pela Lei nº 
12.873, de 2013) (Vigência) 
 
 Art. 392-C. Aplica-se, no que couber, o disposto no art. 392-A e 392-B ao 
empregado que adotar ou obtiver guarda judicial para fins de adoção. 
(Incluído pela Lei nº 12.873, de 2013) 
LEI Nº 14.311, DE 9 DE MARÇO DE 2022 
 
Altera a Lei nº 14.151, de 12 de maio de 2021, para disciplinar o afastamento da 
empregada gestante, inclusive a doméstica, não imunizada contra o 
coronavírus SARS-Cov-2 das atividades de trabalho presencial quando a 
atividade laboral por ela exercida for incompatível com a sua realização em 
seu domicílio, por meio de teletrabalho, trabalho remoto ou outra forma de 
trabalho a distância, nos termos em que especifica. 
 
Art. 1º Durante a emergência de saúde pública de importância nacional decorrente do 
coronavírus SARS-CoV-2, a empregada gestante que ainda não tenha sido totalmente 
imunizada contra o referido agente infeccioso, de acordo com os critérios definidos pelo 
Ministério da Saúde e pelo Plano Nacional de Imunizações (PNI), deverá permanecer 
afastada das atividades de trabalho presencial. 
 
§ 1º A empregada gestante afastada nos termos do caput deste artigo ficará à 
disposição do empregador para exercer as atividades em seu domicílio, por meio de 
teletrabalho, trabalho remoto ou outra forma de trabalho a distância, sem prejuízo de sua 
remuneração. 
 
§ 2º Para o fim de compatibilizar as atividades desenvolvidas pela empregada gestante 
na forma do § 1º deste artigo, o empregador poderá, respeitadas as competências para 
o desempenho do trabalho e as condições pessoais da gestante para o seu exercício, 
alterar as funções por ela exercidas, sem prejuízo de sua remuneração integral e 
assegurada a retomada da função anteriormente exercida, quando retornar ao trabalho 
presencial. 
 
§ 3º Salvo se o empregador optar por manter o exercício das suas atividades 
nos termos do § 1º deste artigo, a empregada gestante deverá retornar à 
atividade presencial nas seguintes hipóteses: 
 
I - após o encerramento do estado de emergência de saúde pública de 
importância nacional decorrente do coronavírus SARS-CoV-2; 
 
II - após sua vacinação contra o coronavírus SARS-CoV-2, a partir do dia em 
que o Ministério da Saúde considerar completa a imunização; 
 
III - mediante o exercício de legítima opção individual pela não vacinação 
contra o coronavírus SARS-CoV-2 que lhe tiver sido disponibilizada, conforme o 
calendário divulgado pela autoridadede saúde e mediante o termo de 
responsabilidade de que trata o § 6º deste artigo; 
§ 6º Na hipótese de que trata o inciso III do § 3º deste artigo, a empregada gestante 
deverá assinar termo de responsabilidade e de livre consentimento para exercício do 
trabalho presencial, comprometendo-se a cumprir todas as medidas preventivas adotadas 
pelo empregador. 
 
§ 7º O exercício da opção a que se refere o inciso III do § 3º deste artigo é uma expressão 
do direito fundamental da liberdade de autodeterminação individual, e não poderá ser 
imposta à gestante que fizer a escolha pela não vacinação qualquer restrição de direitos 
em razão dela." (NR) 
 
2.4 Labor em ambiente insalubre 
 
Art. 394-A. Sem prejuízo de sua remuneração, nesta incluído o valor do adicional de insalubridade, a 
empregada deverá ser afastada de: (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017) 
 
I - atividades consideradas insalubres em grau máximo, enquanto durar a gestação; (Incluído 
pela Lei nº 13.467, de 2017) 
 
II - atividades consideradas insalubres em grau médio ou mínimo, quando apresentar atestado de 
saúde, emitido por médico de confiança da mulher, que recomende o afastamento durante a 
gestação; (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) (Vide ADIN 5938) 
 
III - atividades consideradas insalubres em qualquer grau, quando apresentar atestado de saúde, 
emitido por médico de confiança da mulher, que recomende o afastamento durante a lactação. 
(Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) (Vide ADIN 5938) 
 
§ 3o Quando não for possível que a gestante ou a lactante afastada nos termos do caput deste artigo 
exerça suas atividades em local salubre na empresa, a hipótese será considerada como gravidez de 
risco e ensejará a percepção de salário-maternidade, nos termos da Lei no 8.213, de 24 de julho de 
1991, durante todo o período de afastamento. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) 
2.5 Aborto não criminoso 
 
Art. 395 - Em caso de aborto não criminoso, comprovado por atestado médico oficial, a mulher terá um 
repouso remunerado de 2 (duas) semanas, ficando-lhe assegurado o direito de retornar à função que 
ocupava antes de seu afastamento. 
 
2.6 Intervalo para amamentação 
 
Art. 396. Para amamentar seu filho, inclusive se advindo de adoção, até que este complete 6 (seis) 
meses de idade, a mulher terá direito, durante a jornada de trabalho, a 2 (dois) descansos especiais de 
meia hora cada um. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017) 
 
§ 1o Quando o exigir a saúde do filho, o período de 6 (seis) meses poderá ser dilatado, a critério da 
autoridade competente. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017) 
 
§ 2o Os horários dos descansos previstos no caput deste artigo deverão ser definidos em acordo 
individual entre a mulher e o empregador. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)

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