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O câncer de tireoide é raro, mas é a neoplasia endócrina maligna mais frequente. Podem se originar de três diferentes tipos de células: foliculares, parafoliculares e outras células existentes na tireoide. Células foliculares: - carcinomas bem diferenciados (mais de 90%) = papilíferos, foliculares e os de células de Hurthle; - carcinomas indiferenciados ou anaplásticos (menos de 5%) Células parafoliculares: - carcinomas medulares (3-4%) Tumores mais raros (até 5% do total): - linfomas, sarcomas, metástases, teratomas e hemangioendoteliomas Carcinoma papilífero É o carcinoma de tireoide mais comum, ocorrendo em qualquer faixa etária mas predominantemente entre a terceira e quinta década da vida. Sendo mais comum em mulheres, de crescimento lento com prognóstico bom. Disseminação pelos linfáticos intraglandulares, evoluindo do foco inicial para as outras partes da tireoide e para linfonodos cervicais, lesões multicêntricas na tireoide são comuns. Ao diagnóstico: 25% metástases cervicais, 20% invasão extratireoidiana e 5% metástase a distância 5 a 10 % que evoluem para morte: idade > 45 anos com lesões aderentes às estruturas adjacentes, com metástases invasivas cervicais ou à distância e que apresentam variantes histológicas mais agressivas (variante de células altas ou colunares) ou com invasão vascular. As manifestações clínicas dependem do estágio tumoral, normalmente está eutireoidiano, com massa de crescimento lento e não doloroso. Presença de linfonodo palpável!!!! Em casos avançados surgem sintomas compressivos como disfagia e rouquidão. Carcinoma folicular Corresponde a até 10% de todos os carcinomas tireoidianos, com maior prevalência em regiões onde a ingestão de iodo é deficiente, predominante em faixa etária mais avançada (mais de 40 anos) e mais comum em mulheres. A principal via de disseminação é hematogênica, com metástases a distância para pulmões e ossos, e ocorre com maio frequência do que o papilífero. A metástase linfonodal é infrequente CÂNCER DA TIREOIDE Carcinoma de células de Hurthle É variante do carcinoma folicular e comporta – se como carcinoma folicular exceto pelo fato de raramente captar o iodo radioativo. CDT – Tratamento e seguimento Tratamento: Cirúrgico: - Tireoidectomia total : é o tratamento de escolha na maioria dos casos, principalmente se o tumor for maior que 4cm, extensão extratireoidiana grosseira, metástases linfonodais, ou presença de metástase a distância; - Lobectomia: indicada em tumores menores que 1cm e unifocais, sem extensão extratireoidiana e sem acometimento linfonodal pode ser considerada em tumor de baixo risco com 1 a 4 cm (os riscos citados a cima); Radioterapia: Radioterapia com iodo 131 e a supressão do TSH com LT4 dependendo do estadiamento clínico 1- estadiamento TNM prediz mortalidade e estadiamento ATA prediz risco de recorrência tumoral. A terapia com iodo 131 pode ser realizada após a tireoidectomia total com os objetivos de ablação dos remanescentes tireoidianos, terapia adjuvante e tratamento de doença persistente Terapia supressiva com levotiroxina Objetivo de reduzir o TSH evitando potencial estímulo do TSH ao crescimento tumoral.. Na fase inicial, a indicação de terapia supressiva e os níveis de supressão do TSH devem ser individualizados de acordo com a estratificação de risco da ATA. CDT alto risco – supressão completa com TSH < 0,1 Mui/L CDT de risco intermediário – supressão leve, TSH entre 0,1 e 0,5 Mui/L CDT de baixo risco – não é recomendada terapia supressiva, TSH entre 0,5 e 2,0 Mui/L Seguimento (exames): - Tireoglobulina e anti – Tg - US cervical Sistema TNM é utilizado na estratificação de risco inicial pós operatória, com sobrevida estimada para o estádios: I – 98 – 100%, II – 85 – 95%, III – 60 – 77% e IV <50% Carcinoma medular da tireoide (CMT) Origina –se das células parafoliculares ou células C, secretoras de calcitonina, cerca de 75 a 80% são de formas esporádicas e 20 – 25% de formas hereditárias ou familiares; Entre as formas familiares do CMT a mais comum é a MEN – 2A. seguida do CMT familiar isolado e a MEN 2B. As formas hereditárias do CMT são causadas por mutações ativadoras no proto – oncogene RET e 50% dos CMT esporádicos são mutações somáticas no gene RET Predominância no sexo feminino!!! Característica: nódulo palpável, duro, nos dois terços superiores da tireoide, o esporádico é indolente e solitário e o hereditário é multicêntrico; Tem metástases linfonodais em 50% dos casos ao diagnóstico Por ser um tumor neuroendócrino, pode secretar, além da calcitonina, diversas substâncias bioativas como: CEA, cromogranina A, prostaglandinas, peptídeo intestinal vasoativo (VIP), serotonina, ACTH, etc. Tais substâncias bioativas justificam manifestações clínicas como: diarréia aquosa ou rubor (flushing) facial e torácico. Diagnóstico: PAAF Laboratorial: calcitonina > 100 pg/ml são altamente sugestivos de CMT. Calcitonina e CEA úteis para o diagnóstico, prognóstico e seguimento. Rastreamento: Todos os pacientes com CMT devem ser submetidos à pesquisa genética de mutação germinativa no gene RET. Se positiva rastreamento nos familiares (diagnóstico precoce e cirurgia profilática). Tratamento: Tireoidectomia total associada a esvaziamento cervical central (dissecção dos linfonodos do compartimento central). Esvaziamento cervical ipsilateral ou bilateral se metástases linfonodais diagnosticadas no pré ou intraoperatório. Carcinoma indiferenciado ou anaplásico É uma das neoplasias mais letais, sendo muito raro e predominantemente em idosos sendo mais frequente nas mulheres, mais prevalente em áreas deficientes de iodo e a maioria se origina de uma lesão benigna ou de um CDT de longa duração É uma das formas mais agressivas e resistentes de cânceres, com crescimento rápido, invasão local e precoce (traqueostomia é frequentemente necessária) e prognóstico extremamente desfavorável. Cursa com frequência com metástases linfonodais cervicais e metástases a distância (sobretudo pulmões). Praticamente todos morrem da doença Tratamento: Terapia multimodal: ◦ cirurgia precoce + quimioterapia e radioterapia. ◦ Sobrevida mediana de 3,9 meses para o tratamento usual e 10,5 meses para terapia multimodal. Linfoma primário da tireoide É raro, 2-3x mais comum em mulheres e habitualmente ocorre em mulheres idosas com tireoidite de Hashimoto de longa duração tipo não Hodgkin.
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