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Morfofuncional | UC XVII | SP 4 Civd Coagulação intravascular disseminada - CIVD é um distúrbio trombo hemorrágico agudo, subagudo ou crônico caracterizado pela ativação excessiva da coagulação, que leva à formação de trombos na microvasculatura do organismo Crônico eu tenho apenas evento trombótico, a menos que ele evolua Consequências da diátese trombótica: - consumo de plaquetas - consumo de fator de coagulação - consuma de fibrina - ativação da fibrinólise - toda vez que formo trombo, ativador do plasminogênio tecidual; O que é microcirculação? Tenho capilares e vênulas pós capilares que formam o leito capilar; tenho só endotélio e lâmina basal Na inflamação tenho contração do endotélio, fica mais fácil perder líquido → favorece estase → favorece interação plaqueta endotélio → forma trombo O que desencadeia a CIVD? 1. Liberação do fator tecidual ou de outros fatores tromboplásticos na circulação 2. Lesão difusa das células endoteliais - para de liberar fator anti-trombótico e começa liberar fator pró-trombótico Lesão endotelial → tenho exposição da MEC; → acompanhando a lesão tecidual, tenho uma inflamação → aumenta TNF (ele age na célula endotelial, lesionada ou não e aumenta expressão de fator tecidual, e diminui trombomodulina). Relembrando trombomodulina: regulador de atividade de trombina (se liga a trombina e diminui a sua atividade pró-coagulante), participa da ativação de proteína C; proteína C ativada precisa do de um segundo cofator, que é a proteína S; após ser formado o complexo das 2 → degradam as formas ativas do fator V e do fator VIII (fenômeno antitrombótico); → TNF aumenta a ativação da via extrínseca e diminui o bloqueio da intrínseca e comum → favorece um evento trombótico → TNF aumenta a expressão de moléculas de adesão de leucócitos; se minha célula endotelial aumentar a expressão de PCAN, etc; favorece a parada do leucócito na superfície do endotélio; se ele para ali, ativa na superfície do endotélio, libera protease, enzima lisossomal que degrada o próprio endotélio vascular → Infecção bacteriana: alguma bactérias liberam endotoxinas (proteína da própria parede bacteriana, que quando ela lisa é liberada); endotoxinas podem levar a lesão direta do endotélio e diminuir trombomodulina e aumentar TNF; posso ter também exotoxinas, enterotoxina → Deposição de complexos Ag-Ac: favorece ativação de leucócitos, ativação via clássica do sistema complemento; imunocomplexos tendem a depositar no vaso, principalmente pulmonar e renal; quando ele deposita → ele marca a célula para chegar macrófago, linfócito t citotóxico ou neutrófilos → gera lesão endotelial; essa deposição de complexos ocorre em doenças autoimunes, como lúpus. - se ativar sistema complemento via clássica; ativa a formação da MAC no endotélio onde está depositado o complexo; e ainda tenho a liberação dos fragmentos do complemento, que ativam mastócitos, linfócitos, etc, e isso induz inflamação na região (inflamou → lesionou) Sem considerar infecções, mas considerar causas obstétricas → fatores liberados pela placenta - placenta em complicações obstétricas (pré-eclampsia): - aumenta endoglina e diminui VEGF e TGF-beta; endoglina faz vasoconstrição e diminui renovação do endotélio pois são substâncias que inibem TGF e VEGF; - pode aumentar tromboplastina que é o fator tecidual e então aumenta via extrínseca - na pré eclâmpsia tenho aumento de fator anti-angiogênicos → hipercoagulabilidade - em abortos retidos: - liberação espontânea de fatores de coagulação ou líquidos amniótico para a corrente sanguínea da gestante, - embolia amniótica: - libero pequenas quantidade de líquido amniótico na corrente e isso ativa a cascata de coagulação - placenta hipóxica por si só aumenta a fator tecidual/tromboplastina - aborto séptico Gabriela de Oliveira | T3 | 6º período 1 Morfofuncional | UC XVII | SP 4 Independente de onde vem o estímulo/distúrbio, a consequência é a mesma; → aumenta fator tecidual → trombo na microvasculatura → oclusão da microvasculatura → esquizócito → característico de anemia hemolítica microangiopática - Se eu tenho trombose microvascular generalizada eu tenho ativação de plasmina → fibrinólise → aumenta d-dímero - D-dímero aumentado: pior fica a coagulação no restante da circulação; D-dímero inativa a trombina que é pró-coagulante e além disso ele inibe agregação plaquetária; - D-dímero faz proteólise de fator VIII e V; no final diminui de novo a quantidade de trombina - Na microvasculatura faz trombose e no restante da vasculatura prejudica a coagulação → Isso tudo explicado anteriormente é de CIVD aguda → Na crônica a formação do trombo é mais lentificada; consigo diminuir D-dímero e repor fator de coagulação órgãos mais acometidos ● cérebro ● coração ● pulmões ● rins ● adrenais ● baço ● fígado - Reação transfusional faz hemólise → forma imunocomplexo; - Leucemia promielocítica aguda e neoplasias glandulares: produz mucina, ativa fator 10 independente. - Atualmente, maior causa de CIVD é COVID - Se eu não tratar causa de base, eu não reverto a CIVD; excetuando-se casos de neoplasias que o tratamento é mais longo Gabriela de Oliveira | T3 | 6º período 2 Morfofuncional | UC XVII | SP 4 Aspectos clínicos - pacientes obstétricas com complicações na gravidez (50%) - pacientes com carcinomatose - É extremamente variável; - Dispneia- obstrução da microvasculatura pulmonar; septo interalveolar não consegue segurar o edema, e isso induz um quadro semelhante a desconforto respiratório agudo, além de cianose, hipoxemia, etc. - Obstrução de microvasculatura de SNC- convulsão e coma - Choque cardiogênico - Obstrução de glomérulo: não consigo formar filtrado → oligúria Algoritmo Caso Clínico Um homem de 44 anos com história médica de hepatite C, cirrose e doença renal crônica procurou atendimento no pronto-socorro por estado mental alterado e nível de amônia acima de 400 umol/L (11-51 umol/L). O paciente recebeu lactulose; no entanto, seu estado mental piorou a ponto de precisar de intubação. Os sinais vitais na admissão na unidade de terapia intensiva (UTI) em 23 de outubro foram: pressão arterial, 120/84 mmHg; frequência cardíaca, 107 batimentos/min; frequência respiratória, 18/min; e temperatura, 36,5 °C. Os seguintes resultados laboratoriais foram obtidos na admissão: WBC, 20,1x 10º (3,7- 10;3 × 10º); sódio, 111 mmol/L (136-145 mmol / L); potássio, 5,7 mmol/L (3,7-4,8 mmol/L); hemoglobina (Hb), 13,5 g/dL (13,7-17,5 g/dL em homens); contagem de plaquetas, 253 x 10%/L (155-369 × 10 9/EU); razão normalizada internacional (INR), 1,4 (0,9-1,2); tempo de protrombina (PT) 13,5 segundos (9,6-12,5 segundos); tempo de tromboplastina ativada (aPTT), 34 segundos (19-30 segundos); e creatinina, 5,8 mg / dL (0,8-1,3 mg /dL). Em 23 de outubro, o paciente começou a tomar vancomicina, piperacilina / tazobactam e fluidos devido à preocupação com sepse associada à síndrome da resposta inflamatória sistêmica e falência de múltiplos órgãos, bem como valores laboratoriais mostrando uma alta contagem de leucócitos. Seus sinais vitais pioraram nas 24 horas seguintes, e ele ficou hipotenso, necessitando de tratamento com norepinefrina e 6 L de solução salina normal em 24 de outubro. Sua função renal continuou a declinar, para a qual ele recebeu terapia de substituição renal contínua em 25 de outubro. Uma paracentese foi realizada para descartar sangramento peritoneal e um líquido vermelho (que mostraram ser eritrócitos no laboratório) foi notado na torneira. Aparentemente o paciente havia desenvolvido hemoperitônio multifocal espontâneo. Ele recebeu concentrados de hemácias, plasma fresco congelado, plaquetas e vitamina K para tratar seu sangramento peritoneal, que parou em 26 de outubro. Alguns dias depois, ele continuou a precisar de norepinefrina, mas eventualmente seus sinais vitais e valores laboratoriais se estabilizaram. Durante os próximos dias, ele pareceu melhorar clinicamente, mas descobriu-se que tinha cultura de sangue positiva com isolamento de enterococos resistentes à vancomicina (VRE).Gabriela de Oliveira | T3 | 6º período 3 Morfofuncional | UC XVII | SP 4 Em 29 de outubro, ele começou a tomar daptomicina, linezolida, trimetoprima - sulfametoxazol e fluconazol para tratar sua infecção atual, e sua vancomicina piperacilina / tazobactam foram suspensas. Ele permaneceu hemodinamicamente estável, então foi retirado dos compressores e extubado no dia 1° de novembro. Ele estava em processo de transferência para fora da UTI, mas infelizmente durante a noite o paciente ficou obtuso e hipotenso. Os seguintes valores laboratoriais (intervalo de referência) foram obtidos pouco depois da meia-noite de 4 de novembro: INR, 2,6 (0,9-1,2); PT, 25,9 segundos (9,6-12,5 segundos); aPTT, 44 segundos (19-30 segundos); Hb, 5,8 g / dL (13,7-17,5 g / dL); contagem de plaquetas, 34 x 10 9 / L (155- 369 × 10 9/L); D-dímero, 8,6 mg / L (<1,5 mg / L); e fibrinogênio, 53 mg / dL (150-450 mg / dL). Houve ressangramento do peritônio. Foram solicitados plasma fresco congelado, crioprecipitado, plaquetas e concentrados de hemácias, mas o paciente teve parada cardíaca e morreu antes que todos os hemoderivados pudessem ser administrados 1. Qual a provável hipótese diagnóstica para o caso apresentado? Sepse. CIVD é um distúrbio secundário. Para fazer diagnóstico de CIVD está faltando fazer: D'dímero e fibrinogênio para realmente ver se é CIVD. O Tap em pacientes com cirrose vai estar alargado (e nesse caso está 1 segundo aumentado). Creatinina está aumentada por doença renal crônica. HD: Encefalopatia hepática, renal, sepse e peritonite aguda. 2. Qual a explicação mais provável para o estado mental alterado do paciente? Amônia alta e sódio baixo. Toda vez que temos amônia acima de 400 já é indicativo de encefalopatia hepática ou amonica. (amônia alta = encefalopatia). Ureia é importante por as vezes a alteração do estado mental não é nem por conta do problema hepático e sim por conta da insuficiência renal. Pensando nisso é importante fazer dosagem de ureia para ver de onde vem o aumento de amônia. Hiponatremia pode alterar o estado mental. O paciente é cirrótico, e a hiponatremia pode ocorrer de forma dilucional (pois o paciente está retendo líquido, está saindo líquido, sai sódio também, sódio fica baixo). Sódio baixo então está mais relacionado com a insuficiência hepática. Lactulose: Pq faz em primeiro momento? Pois é um laxante, diminui a absorção de amônia, diminui a microbiota que geralmente faz a conversão de amônia. É a primeira escolha para paciente com amônia alta. WBC está aumentado: Leucocitose Antibioticoterapia: Vancomicina e piperacilina. Tratamento conforme o resultado do leucograma, Amplo espectro. Preocupar sempre com sepse HD: Encefalopatia hepática, encefalopatia renal, sepse e peritonite aguda. A explicação para o estado mental alterado é a amônia aumentada. Suspeitar de Choque. Enterococos que causou a sepse 3. Qual a explicação do hemoperitônio? Ele já estava com o leucócito alto, enterococo estava presente quando ele chegou. Já evoluiu para choque séptico. A sepse pode levar a CIVD. Paciente está em choque, que leva a aumento de viscosidade, de disfunção de hemostasia, pois está favorecendo a formação de trombos. Está com TNF (principal) aumentado. Nesse caso, provavelmente é um caso de CIVD instalada. 4. A partir de quais parâmetros podemos diagnosticar o CIVD nesse caso? Plaqueta, Tap, fibrinogénio e D'Dímero. 5. Trata-se de um CIVD agudo ou crônico? Agudo. Crônico só tem trombose Agudo tem Diátese hemorrágica 6. Qual o provável fator desencadeante de CIVD nesse paciente? Explique. Sepse, por enterococo. Vou ter aumento de liberação de TNF. Saber a fisiopato 7. Qual outro fator para causar CIVD? Adenocarcinoma de pulmão (tumor de glândulas, secretoras de muco) Gabriela de Oliveira | T3 | 6º período 4
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