Buscar

Fungos fitopatogênicos

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 21 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 21 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 21 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

FUNGOS FITOPATOGÊNICOS 
Nelson S. Massola Jr e Tasso L. Krugner
IMPORTÂNCIA DOS FUNGOS PARA A FITOPATOLOGIA
Os fungos estão entre os mais importantes agentes causais de doenças em plantas. “Existem mais de 10.000 espécies de fungos que podem causar doenças em plantas. Todas as plantas são atacadas por alguns tipos de fungos e cada fungo parasita pode atacar um ou mais tipos de plantas” - George N. Agrios em sua última edição do Plant Pathology. 
Epidemias históricas no mundo
Requeima da batata – Irlanda 1845-1846
Mancha parda do arroz (Helminthosporium oryzae) - Bengala 1943
Ferrugem do cafeeiro (Hemileia vastatrix) - Ceilão, atual Sri Lanka 1870-1890
Fogo de Santo Antônio (Claviceps purpurea) França - vários períodos da história.
No brasil
Mal-das-folha da seringueira (Microcyclus ulei) 
Carvão da cana-de-açúcar (Sporisorium scitamineum) 
Vassoura-de-bruxa do cacaueiro (Moniliophthora perniciosa) 
Sigatoka negra da bananeira (Mycosphaerella fijiensis) 
Pinta preta dos citros (Guignardia citricarpa) 
Cancro da haste da soja (Diaporthe phaseolorum f. sp. meridionalis) 
Ferrugem asiática da soja (Phakopsora pachyrhizi) 
Ferrugem alaranjada da cana-de-açúcar (Puccina kuehnii) 
Felizmente essas epidemias não atingem as proporções catastróficas observadas anteriormente na requeima da batata e na mancha parda do arroz, porém, os seus saldos não são desprezíveis.
CARACTERÍSTICAS GERAIS E MORFOLOGIA DOS
 FUNGOS FITOPATOGÊNICOS
Apesar de heterogêneo, este grupo apresenta algumas características básicas que os difere de outros seres vivos. Segundo Alexopoulos et al. 1996:
Talo eucariótico: diferem-se das bactérias por possuírem membrana nuclear envolvendo o material genético da célula.
Heterotrofismo: diferem-se das plantas por não sintetizarem seu próprio alimento, requerem carbono orgânico na sua nutrição, como os animais.
Absorção de nutrientes: através da parede celular das hifas, absorvem água e nutrientes minerais ou orgânicos do substrato onde crescem.
Formação de esporos: salvo algumas exceções, produzem esporos que são suas unidades reprodutivas, com forma e tamanho definidos que funcionam como propágulo.
O talo, corpo do fungo é constituído de dois tipos básicos de estrutura: Assimilativa/somática, responsáveis pela assimilação de nutrientes do hospedeiro e, portanto, pela colonização. Reprodutivas, responsáveis por produzir propágulos durante a fase de reprodução. Esses propágulos desempenham, também, papéis primordiais durante as fases de disseminação e infecção.
Estruturas assimilativas
A maioria dos fungos possui talo micelial, que é composto de filamentos tubulares, as hifas. Por meio delas o fugo coloniza o seu substrato absorvendo água e nutrientes. A absorção pode ser facilitada por enzimas hidrolíticas extracelulares.
A parede da hifa é composta por um componente microfibrilar (ou esqueletal) imerso numa matriz amorfa. O composto microfibrilar que confere rigidez é composto por β-glucanas e quitina na maioria dos fungos ou por β -glucanas e celulose nos oomicetos, enquanto a matriz amorfa é constituída por polissacarídeos solúveis (α-glucanas e glicoproteínas). O crescimento da hifa dá-se por suas extremidades.
Há dois tipos de hifas entre os fungos septados, as não septadas (ou cenocíticas) e as septadas (ou apocíticas). Septos são projeções internas da parede celular, que dividem a hifa em compartimentos ou células que contém um, dois ou vários núcleos. Os septos não são totalmente fechados possuem perfurações que permitem a continuidade do citoplasma e da membrana celular (plasmalema) ao longo da hifa. As perfurações variam em número, tamanho e forma, os quais variam com o grupo taxonômico do fungo.
As hifas podem sofrer modificações morfológicas, formando estruturas especializadas. Entre os fungos parasitas de plantas, pode-se encontrar as seguintes estruturas:
Haustório: estrutura ramificada ou não, especializada em absorver nutrientes a partir do citoplasma da célula do hospedeiro, no interior da qual se desenvolve.
Rizóide: estrutura parecida com raiz de planta, ramificada, filamentosa, anucleada e com paredes grossas. Atua na fixação do fungo no hospedeiro e na absorção de nutrientes.
Apressório: estrutura achatada, formada pela dilatação do tubo germinativo ou da hifa, que se adere firmemente à superfície do hospedeiro para facilitar a penetração do fungo ou a emissão de haustório.
As hifas também podem se agregar formando diferentes tipos de estruturas com diferentes funções:
Escleródio: massa de hifas de consistência firme, arredondadas ou com outro formato, com função na sobrevivência de fungos veiculados pelo solo.
Estroma: massa de hifas, com ou sem tecido do hospedeiro ou substrato, as vezes semelhante ao escleródio em forma, diferindo deste na função, que é de abrigar ou dar origem às estruturas reprodutivas.
Rizomorfo: agregado de hifa, formando uma estrutura semelhante a uma raiz de planta. É constituído de uma camada externa de células pequenas, escuras, achatadas, e uma parte interna de células hialinas e alongadas. Funções importantes na sobrevivência e disseminação do fungo, bem como na penetração de alguns hospedeiros arbóreos.
Corpos de frutificação: formação de diferentes tipos de pletênquimas (pseudotecidos) para constituição das estruturas reprodutivas macroscópicas dos basidiomicetos (cogumelos, orelhas-de-pau, etc.), dos ascomicetos (trufas, morelas, apotécios, etc.) e dos corpos de frutificação microscópicos em geral (ascomas e conidiomas).
Estruturas reprodutivas
O esporo é a estrutura básica de reprodução dos fungos, é um propágulo especializado, microscópico e contém uma ou mais células. É capaz de gerar um novo indivíduo e tem papel na sobrevivência do fungo como os clamidósporos, oósporos e zigospórios.
O esporo varia em tamanho, forma, coloração, septação, ornamentação da parede, entre os fungos, dessa forma é importante para a taxonomia.
Os fungos possuem dois ciclos de vida conhecidos, o assexuado (fase anamórfica) e o sexuado (fase teleomórfica):
Assexuado: esporos produzidos por mitose, baixa variabilidade genética, clones. É essa fase do ciclo que causa epidemias e provoca danos.
Sexuado: esporos produzidos por meiose, maior variabilidade genética e resistência a condições ambientais desfavoráveis, descendeste com diferenças genéticas entre si. Uma vez por ano, em período desfavorável ao seu desenvolvimento com objetivo de garantir sobrevivência do fungo.
Esporos Sexuais
Resultam de um processo de plasmogamia (união de citoplasmas de dois micélios), seguido de cariogamia e meiose. Após a plasmogamia o fungo adquire a condição dicariótica N+N, com 2 núcleos haploides dentro de uma mesma célula. A fase dicariótica (dicariofase) tem duração variável dependendo do tipo de fundo envolvido, é curta nos oomicetos e zigomicetos, duradoura nos basidiomicetos e de duração intermediária nos ascomicetos. Por meio da cariogamia que vem em seguida, os núcleos variados fundem-se formando o zigoto 2N. A diplofase varia também duração dependendo do fungo. Podem surgir esporos de resistência com paredes espessas como o oósporo dos oomicetos, zigósporo dos zigomicetos e os esporângios de repouso dos blastocladiomicetos e quitridiomicetos.
Outros tipos de esporos sexuais resultam tipicamente da meiose (meiósporos), sendo, pois, haploides: os ascósporos e os basidiósporos. Os ascósporos formam-se endogenamente, dentro de uma estrutura em forma de saco, o asco (asco = saco), geralmente em número de oito por asco. Os basidiósporos, por outro lado, são formados exogenamente, também a partir de estrutura especializada, o basídio (L. basidium = pequeno pedestal), geralmente em número de quatro por basídio. Ascósporos e basidiósporos são geralmente produzidos em corpos de frutificação, os ascomas ou ascocarpos e basidiomas ou basidiocarpos, respectivamente, que se apresentam em diferentes formatos. Entre os ascomas, os tipos básicos são: cleistotécio, peritécio, apotécio e ascostroma.
Esporos assexuais
São os mitósporos, resultantes de divisões mitóticas quepodem ocorrer nas diferentes fases do ciclo de vida do fungo, ou seja, na haplofase, dicariofase ou diplofase. Os esporos assexuais podem ser de diferentes tipos: zoósporos (esporos com flagelos, formados endogenamente dentro esporângio ou zoosporângio por meio de clivagem do citoplasma), aplanósporos, conídios (imóveis, formados a partir de células conidógenas encontradas em hifas modificadas, chamadas conidióforos, livremente ou em corpos de frutificação. Formação tipo tálica: conídio surge de uma célula pré-existente no talo do fungo; blástica: o conídio jovem é formado antes da formação do septo transversal através de um “estrangulamento” da extremidade da hifa.), urediniósporos (binucleados, produzidos nos soros uredinais das ferrugens), artrósporos e clamidósporos (função de sobrevivência do fungo, formado por modificação de uma u mais células da hifa, que tem a parede espessada através do desenvolvimento de uma parede secundaria interna).
Classificação dos fungos fitopatogênicos 
Os fungos possuem representantes em três reinos dos seres vivos: Protozoa, Chromista e Fungi onde se encontram os fungos verdadeiros.
Reino Protozoa
Classe Myxogastrea: ordem Physarida podem causar doenças em plantas, principalmente gênero Fuligo, Physarum, e Brefeldia. Após desenvolverem seu talo plasmodial sobre a planta, caracterizado por um crescimento viscoso branco-creme ou amarelo, estes fungos reproduzem-se, transformando o plasmódio em etálios ou esporângios, onde internamente os esporos são formados. Estes constituem uma massa pulverulenta, sendo disseminados pelo vento após o rompimento da parede do corpo de frutificação. Encontrando substrato e condições de temperatura e umidade favoráveis, os esporos tem a sua parede aberta, por uma fenda ou poro, por onde sai uma mixoameba ou uma célula nadadora, dotada de 2 flagelos, o mixoflagelado.
Classe Phytomyxea: inclui organismos tipicamente fitopatogênicos, parasitas obrigatórios, envolvendo três gêneros de importância: Plasmodiophora (hérnia das crucíferas - Plasmodiophora brassicae em repolho e couve-flor, raízes infectadas tornam-se malformadas e hipertrofiadas. Sobrevive no solo na forma de esporo de repouso), Polymyxa (doenças de raiz em gramíneas e cerais) e Spongospora (sarna pulverulenta da batata).
Reino Chromista
Classe Oomycetes: apresentam características diferentes dos fungos verdadeiros:
· Parede celular constituída principalmente de β-glucanas, contem celulose e o aminoácido hidroxiprolina. Quitina ausente.
· Síntese de lisina pela via do ácido diaminopimélico, mesma via das plantas.
· Ergoesterol não é importante na membrana plasmática. 
· As laminarinas (β-1,3 glucanas solúveis em água) constituem o principal composto de reserva.
· As cristas mitocondriais são tubulares, semelhantes às das plantas.
· O sistema de Golgi apresenta cisternas múltiplas, também semelhante ao das plantas.
· Centríolos estão presentes e desempenham importante papel como organizador das estruturas celulares durante a divisão celular e também na formação dos flagelos dos zoósporos.
· Vacúolos fingerprint estão presentes no citoplasma. Estes vacúolos apresentam, em seu interior, material eletrondenso em arranjo paracristalino lamelar, dando uma configuração semelhante a uma digital humana, donde vem seu nome.
O talo assimilativo dos oomicetos é micelial, bem desenvolvido, diploide, com hifas asseptadas. O talo diploide é outra característica que os distingue dos fungos verdadeiros, normalmente haploides.
Reprodução assexual: zoósporos biflagelados formados dentro ou a partir de esporângios por meio de clivagem citoplasmática. Os esporângios variam em forma conforme gênero e espécie de fungos.
Reprodução sexual: oogônio (gametângio feminino) e anterídio (gametângio masculino) formados por meiose gamentangial. Plasmogamia ocorre pela união desses gametângios, com passagem dos núcleos do anterídio para o interior do oogônio, por tubo de fertilização. Em seguida os núcleos de ambos os gametângios se pareiam e ocorre cariogamia, resultando na formação do oósporo, esporo de repouso diploide, de parede espessa.
Ordem Alburginales, família Albuginaceae: gênero Albugo, causador de ferrugens brancas.
Ordem Pythiales, família Pythiaceae: gênero Pythium, formação de esporangióforos. Amplamente distribuído no mundo, ataca partes subterrâneas das plantas ou próximas ao solo, causando diferentes tipos de doenças ‘podridão de sementes. Zoósporos diferenciados na vesícula do esporângio. Esporangióforos não se diferenciam das hifas assimilativas.
Ordem Peronosporales, família Peronoporaceae: gênero Phytophthora e os agentes causadores dos míldios. Este gênero possui várias espécies que causam grande variedade de doenças em todas as regiões do mundo. Causa “damping-off”, podridões de raízes em plantas jovens e adultas, podridões de tubérculo, necrose em órgãos da parte aérea das plantas incluindo podridões de colo, cancros e podridões de fruto em plantas anuais e arbóreas inclusive arvores, e queima de folhagem e ramos jovens em culturas anuais, essas ultimas conhecidas como “requeimas”. Zoósporos diferenciados no esporângio de onde são liberados. Esporangióforos ramificam-se simpodialmente, porém, ainda têm crescimento indeterminado. 
Nesse grupo estão os causadores de míldios, vários gêneros de patógenos envolvidos, todos parasitas obrigatórios e produtores de haustórios intracelulares nos seus hospedeiros. Destacam-se os gêneros Bremia, Peronospora, Pseudoperonospora, Peronosclerospora, Plasmopara, Sclerophthora, Basidiophora e Sclerospora. Estes gêneros são diferenciados com base na morfologia dos seus esporangióforos, que, ao contrário da família Pythiaceae e do gênero Phytophthora, têm crescimento determinado e forma bem definida, ramificando-se de maneira distinta para cada gênero. Os esporângios, nesse caso, são sempre formados nos ápices das ramificações dos esporangióforos. 
Germinação diferencial dos esporângios: baixa temperatura - esporângios dão origem aos zoósporos; temperaturas altas – esporângios germinam produzindo tubo germinativo. Bremia, por exemplo, germina mais comumente por meio de tubo germinativo, enquanto Peronospora e Peronosclerospora germinam exclusivamente por tubo germinativo. Os esporângios se destacam facilmente do esporangiofóro e pode ser disseminado pelos ventos e respingos de chuva, atuando como esporos e podem ser erroneamente chamados de conídios.
 Plasmopara viticola - míldio da videira.
Millardet e os ladrões de uva: calda bordalesa - século 19, 1° fungicida para controle de doenças de plantas - pulverização de videiras próximo à estrada com mistura de sulfato de cobre e cal (calda bordalesa – em homenagem à região de Bordeaux), para evitar furto por transeuntes.
Reino fungi
Fungos verdadeiros, características:
· Parede celular constituída de ~-glucanas e quitina.
· Síntese de lisina pela via do ácido alfa-aminoadípico.
· O ergosterol é o esterol mais comum na membrana plasmática.
· Glicogênio é o principal composto de reserva.
· As cristas mitocondriais são achatadas.
· O sistema de Golgi apresenta cisterna única. _
· Centríolos estão presentes somente nos fungos flagelados (Filos Blastocladiomycota e Chytridiomycota). Todos os demais fungos verdadeiros não têm centríolos. Nesses últimos, estruturas conhecidas como corpos polares dos fusos desempenham papel semelhante ao dos centríolos durante a divisão celular.
· Vacúolos fingerprint ausentes.
Filo Blastocladiomycota e Chytridiomycota: fungos inferiores e são os únicos fungos verdadeiros que se reproduzem por meio de zoósporos (uniflagelados). Veiculados pelo solo, atacam raízes ou outros órgãos subterrâneos e eventualmente parte aérea. Caracterizam-se por apresentar um talo assimilativo simples, sem micélio bem desenvolvido. Talo pode se transformar em estrutura reprodutiva (talo holocárpico) ou apresentar um sistema assimilativo rizoidal (talo eucárpico). Conforme o número de estruturas (esporângios) que contém, o talo pode ser monocêntrico ou policêntrico. Ainda, se o talose encontrar inteiramente no interior das células do hospedeiro, é chamado de endobiótico. Talo epibiótico produz as estruturas reprodutivas na superfície do hospedeiro.
Mancha parda do milho – Physoderma maydis, Filo Blastocladiomycota, ordem Blastocladiales.
Galha da coroa em alfafa – Physoderma alfafae, Filo Blastocladiomycota, ordem Blastocladiales.
Verrugose preta da batata – Synchytrium endobioticum, Filo Chytridiomycota, ordem Chytridiales, gêneros Synchytrium e Olpidium.
Filo Zygomycota: esporos imóveis, aplanósporos, formados por clivagem citoplasmática no interior de esporângios e disseminados passivamente pelo vento. Reprodução sexual: formação do zigosporângio contendo em seu interior, um zigósporo, esporo de repouso diploide. Talo assimilativo micelial, haploide, bem desenvolvido e asseptado.
Ordem Mucorales, familia Mucoraceae, gêneross Rhizopus e Mucor. Podridão mole em frutos e outros órgãos de reserva carnosos da planta nas fases de pós-colheita, durante armazenamento, transporte e comercialização destes produtos. Fase sexual: produz zigósporos, sobrevivência; Fase assexual: esporangiósporos, disseminados pelo ar. Micélio haloide, desenvolvido no interior do hospedeiro, secretando enzimas pectinolíticas e celulolíticas, o que acarreta a desintegração dos tecidos e a podridão mole. Novos esporângios são logo formados externamente a partir de esporangióforos, tendo na sua base rizóides imersos
no hospedeiro. A partir dos rizóides, desenvolvem-se hifas aéreas, os estolões, que ao tocarem o substrato formam novos rizóides e esporangióforos. A produção de novos esporangiósporos completa o ciclo assexual.
Ordem Mucorales, familia Coanephoraceae: Coanephora cucurbitarum, ataca partes florais em senescência de várias plantas, após fertilização, e a partir destas invade os tecidos carnosos do fruto, causando podridão mole - abobrinha. Fase assexuada produz esporangíolos.
Filo Ascomycota: grupo mais numeroso, característica básica é a formação após a meiose de esporos sexuais, ascósporos, dentro de ascos, que podem ser produzidos livremente (Taphrina deformans), ou no interior de ascomas.
Os ascos podem ser cilíndricos, clavados ou globosos. Há diferenças também no número e persistência das paredes celulares, ou túnicas. Os ascos que possuem uma única parede fina e delicada, que se desintegra à medida que o asco vai amadurecendo, são chamados de prototunicados (ascos expelidos para fora do ascoma passivamente, através do ostíolo, ou através da ruptura ou decomposição da parede do ascoma.) Todos os demais tipos de ascos possuem duas túnicas.
Quando essas túnicas são firmemente aderidas, dando a impressão que se trata de uma única, o asco é dito unitunicado. Quando as paredes são distinguíveis e separadas, o asco é bitunicado.
Talo assimilativo dos ascomicetos é micelial, septado bem desenvolvido, com septos perfurados por um poro simples. Frequentemente são encontrados próximos aos poros estruturas conhecidas como corpos de Woronin.
Dicarofase (ocorre nas hifas ascógenas, durante formação dos corpos de frutificação, no ciclo sexual) mais ou menos prolongada é característica dos ascomicetos não encontrada nos fungos anteriores.
Ciclo sexual inicia-se com plasmogamia, pode ocorrer de diferentes modos. Órgão sexual/gametângio feminino: ascogônio, célula multinucleada que forma oura célula terminal receptiva, o tricógio, através da qual é feita a passagem do protoplasma proveniente do gametângio masculino, o anterídio.
Ordem Taphrinales: parasitas obrigatórios causadores de doenças importantes em rosáceas como pessegueiro e amêndoas. Micélio composto por hifas septadas que podem crescer intercelularmente ou subcuticularmernte nas células do hospedeiro. Características que os distingue dos demais ascomicetos: a) as hifas assimilativas são dicarióticas, enquanto que, nos demais ascomicetos miceliais, a dicariofase ocorre somente nas hifas ascógenas, durante a formação do ascoma; b) uma camada de ascos é produzida na superfície da folha do hospedeiro, sem formar um ascoma; c) os ascósporos brotam e multiplicam-se dentro
ou fora do asco. Essa última característica é responsável pelo crescimento leveduriforme desse fungo em meio de cultura, apesar de ser considerado parasita obrigatório.
Taphina deformans – crespeira do pessegueiro.
Ordem Eurotiales: familia Trichocomaceae, gêneros Emericella, Eurotium, Eupenicillium e Talaromyces. Os dois primeiros correspondem, em suas fases anamórficas, a fungos do gênero Aspergillus, enquanto as duas últimas correspondem a Penicillium (bolor azul/verde dos citros, podridão do fruto), dois fungos conidiais agentes dos mofos/bolores, que ocorrem em diferentes substratos. Patógenos fracos, atacam órgãos de reserva, como semente e frutos. Ambos podem produzir micotoxinas em sementes. O ascoma nesta ordem é cleistotecial, com os ascos soltos na sua cavidade, sem formar himênio. Os ascos são globosos e sua parede se decompõe quando os ascósporos amadurecem.
Ordem Microascales: gênero Ceratocystis, causador de murchas vasculares, cancros e seca de ramos em árvores. Ascósporos e conídios da fase assexuada disseminados por coleópteros que fazem galerias no tronco e nos ramos de arvores. Brasil – Seca da figueira, seca da mangueira e cancro de Gmelina arborea.
Fase anamórfica de Ceratocystis corresponde a Trielaviopsis, que produz dois tipos de conídios (um produzido em fialides com longos colaretes e o outro, aleurioconideo, produzido na hifa).
Thielaviopsis paradoxa - podridão abacaxi da cana-de açúcar (emissão de odor de abacaxi).
Thielaviopsis basicola - podridão negra em raízes de alface.
Ordem Ophiostomatales: Nessa ordem encontramos o gênero Ophiostoma, muito semelhante morfologicamente, em sua fase sexuada, a Ceratocystis, no entanto, em sua fase anamórfica, produz o gênero Pesotum (Graphium), com conidióforos agrupados em sinema. Ophiostoma ulmi e Ophiostoma novo-ulmi são espécies que causam a seca do olmo.
Ordem Xylariales: gêneros Hypoxylone (cancro em árvores) e Rosellinia (podridão de raizes em árvores ou ataca tubérculos de batata), são predominantemente saprófitos, porém em determinadas situações atuam como parasitas fracos. 
Ordem Hypocreales: famílias ascomas do tipo peritécio, rostrados ou não, usualmente de coloração viva, alaranjada ou avermelhada, com textura carnosa ou cerosa, agrupados sobre ou imersos em um estroma. Os representantes fitopatogênicos dessa ordem agrupam-se nas famílias Nectriaceae e Clavicipitaceae.
Na família Nectriaceae estão reunidas as fases teleomórficas de alguns fungos de
grande importância fitopatológica, os quais, entretanto, ocorrem mais frequentemente na sua fase anamórfica (assexual). É o caso dos gêneros Haematonectria, Nectria, Giberella e Calonectria. Haematonectria haematococca corresponde, em sua fase assexuada, a Fusarium solani, agente de podridões de raízes em muitas culturas. O gênero Nectria cinnabarina, por outro lado, pode ser agente causal de cancros e "diebacks" em árvores, tendo o gênero Tubercularia como o seu anamorfo. Giberella, por sua vez, corresponde, em sua fase anamórfica, aos gêneros de Fusarium causadores de murchas vasculares (complexo Fusarium oxysporum) e deterioração de sementes, além de algumas espécies produtoras de micotoxinas em grãos armazenados (Fusarium verticillioides, Fusarium graminearum). Outro gênero importante da família Nectriaceae é Calonectria, fase teleomórfica de Cylindrocladíum, patógeno particularmente importante em espécies florestais, como agente causal e de “damping-off” podridões de raízes, podridões de estacas e manchas foliares. Na família Claviceps cuja espécie C. purpurea ataca os órgãos reprodutivos do centeio. No lugar de alguns grãos da espiga, este fungo forma uma estrutura bastante peculiar, o “ergot”, que na realidade é um escleródio de coloração púrpura. O "ergot" apresenta alta concentração de alcaloides que, se consumidos pelo homem ou pelo gado, podem causar o ergotismo, doença conhecida pelo nome de fogo de Santo Antônio.
A ordem Hypocrealespossui, ainda as famílias Hypocreaceae e Cordycipitaceae,
importantes por conterem agentes de controle biológico. Na família Hypocreaceae, encontra-se o gênero Hypocrea, fase teleomórfica de Trichoderma, fungo habitante do solo muito comum, que exerce antagonismo a vários fitopatógenos, por meio de parasitismo, competição e/ou antibiose. Em Cordycipitaceae, por sua vez, está o gênero Cordyceps, parasita de insetos. Este último gênero, durante sua reprodução sexuada, produz estromas semelhantes aos de Clavyceps, com peritécios em seu interior e também com ascos cilíndricos e ascósporos filiformes. O gênero anamorfo Myrothecium também pertence a esta ordem, baseando-se em análises moleculares. No entanto, o seu teleomorfo é incerto.
Ordem Diaporthales: caracterizada por apresentar, geralmente ascoma do tipo peritécio rostrado, imerso em estroma, e ascos com um anel apical não amiloide, que aparece ao microscópio ótico como dois corpos refrativos. Fase anamórfica gênero Phomopsis, caracterizado por produzir picnídios com dois tipos de conídios, um ovoide alfa, e outro filiforme, beta, ambos hialinos e unicelulares.
Seca da haste e da vagem na soja - Diaporthe phaseolorum var. sojae 
Cancro da haste na soja - Diaporthe phaseolorum f. sp. Meridionalis
Melanose e podridão peduncular em citros - Diaporthe citri
Ordem Phyllachorales: peritécio de parede fina, imersos no tecido do hospedeiro e agrupados sob placa estromatica, geralmente negra, achatada, denominada clípeo.
Phyllachora - comumente encontrado em associação com machas foliares em diversas plantas, causando doenças conhecidas como crosta negra ou mancha de asfalto, também causa a lixa do coqueiro.
 Apiosphaeria – crosta marrom do ipê, doença comum no Brasil principalmente no ipê amarelo (Tabebuia serratifolia).
Ordem Helotiales: escleródios bem desenvolvidos que ao germinarem formam apotécios pedicelados que produzem ascos inoperculados, geralmente com anéis apicais ameboides. Ascósporo disseminado selo vento – inoculo primário da doença.
Sclerotinia - ataca diversos órgãos suculentos de plantas, geralmente hortaliças e culturas anuais, não tem ciclo assexual.
Monilinia - podridão parda dos frutos, especialmente pessegueiro, fase assexuada: Monilia.
Botryotinia – pode atacar toda a parte aérea das plantas, principalmente folhas, hastes, flores e frutos, causando mofo cinzento; fase anamórfica: Botrytis.
Diplocarpon - espécie D. roseae, pinta preta nas folhas da roseira, ocorre mais comumente em sua fase anamórfica Marssonina.
Ordem Rhytismatales: genêros Lophodermium – parasita fraco que ataca acículas de Pinus, causando manchas e eventualmente, queima. Comum no sul e sudeste do Brasil. 
Rhytisma – mancha do asfalto em plátano.
Ordem Capnodiales: grupo numeroso e diversificado, vários agentes fitopatogênicos causadores de doença foliares. Principal família: Mycosphaerellaceae, principal gênero Mycosphaerella - a mancha foliar no morangueiro (M. fragariae), mal-de-Sigatoka (M. musicola) e Sigatoka negra
(M. fi;iensis) em bananeira, entre outras. 
Destaca-se, no Brasil, Mycrocyclus ulei, agente causal da mal-das-folhas da seringueira.
Família Davidiellaceae, representante Davidiella, encontrado comumente na fase assexuada Cladosporium, causa mancha em folhas, flores e frutos de diversas plantas.
Familia Capnodiaceae, gênero Capnodium agente das fumaginas. Fungo não parasita cresce na superfície às custas de excrementos açucarados e insetos sugadores como pulgões e cochonilhas. No entanto, ao recobrir os órgãos vegetais, pode interferir nas trocas gasosas e na fotossíntese, além e conferir aspecto depreciativo aos frutos comercializados.
Ordem Botryosphaeriales: gêneros Botryospaeria e Guignardia. Esses gêneros, em suas fases anamórficas, correspondem, respectivamente a Lasiodiplodia e Phyllosticta . Lasiodiplodia theobromae é um importante fitopatógeno, causador de podridões em frutos e secas de ramos em diversas culturas. Phyllosticta citricarpa é agente causal da pinta preta dos citros, doença limitante para a Citricultura. Essa ordem, a exemplo de Capnodiales, também produz ascos bitunicados no interior de ascostromas.
Ordem Myriangiales: gênero Elsinoe, típico agente causal de verrugoses em várias plantas, entre elas, citros e amendoim, porém, a espécie Elsinoe ampelina, causa a doença conhecida como antracnose da videira. Nos citros, duas espécies estão associadas à verrugose em nosso país, Elsinoe fawcettii e E. australis. Em sua fase assexuada, esse gênero corresponde a Sphaceloma. Produz estromas com vários lóculos, no interior dos quais são produzidos os ascos bitunicados. Os ascósporos são envoltos em camada mucilaginosa que facilita sua aderência no hospedeiro.
Ordem Pleosporales: numerosa e diversificada, geralmente produzem ascostromas uniloculares e operculados, semelhantes a peritécios denominados pseudotécios. Principais representantes fitopatogênicos dessa ordem, seguidos pelo seu anamorfo (quando houver) entre parênteses: Venturia (Spilocaea), Phaeosphaeria, Cochliobolus (Helminthosporium, Bipolaris Drechslera - Figura 8.73, Curvularia - Figura 8.74), Pyrenophora (Figura 8.34C) (Drechslera - Figura 8.73), Pleospora (Figura 8.34D) (Stemphylium – Figura 8. 75), Lewia (Alternaria- Figura 8. 76), Leptosphaerulina (Figura 8.34E), Leptosphaeria (Figura
8.34F) e Didymella (Figura 8.34G) (Phoma - Figura 8.77,Ascochyta-Figura 8.78).

Continue navegando