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UPSTREAM-EXPLORAÇÃO

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DISCIPLINA: UPSTREAM – EXPLORAÇÃO
Prof. Emanuel Junior
CAPÍTULO 1
Petróleo (do latim petroleum, petrus = pedra e oleum = óleo, o grego 
πετρέλαιον [petrélaion], "óleo da pedra", do grego antigo πέτρα [petra], pedra + 
έλαιον [elaion] óleo de oliva, qualquer substância oleosa, no sentido de óleo 
bruto), é uma substância oleosa, inflamável, geralmente menos densa que a 
água, com cheiro característico e coloração que pode variar desde o incolor ou 
castanho claro até o preto, passando por verde e marrom (castanho). Trata-se 
de uma combinação complexa de hidrocarbonetos, composta na sua maioria 
de hidrocarbonetos alifáticos, alicíclicos e aromáticos, podendo conter também 
quantidades pequenas de nitrogênio, oxigênio, compostos de enxofre e íons 
metálicos, principalmente de níquel e vanádio. Esta categoria inclui petróleos 
leves, médios e pesados, assim como os óleos extraídos de areias 
impregnadas de alcatrão. Materiais hidrocarbonatados que requerem grandes 
alterações químicas para a sua recuperação ou conversão em matérias-
primas para a refinação do petróleo, tais como óleos de Xisto crus, óleos de 
xisto enriquecidos e combustíveis líquidos não se incluem nesta definição.
O petróleo é um recurso natural abundante, porém sua pesquisa envolve 
elevados custos e complexidade de estudos. É também atualmente a principal 
fonte de energia, servindo também como base para fabricação dos mais 
variados produtos, dentre os quais destacam-se benzinas, 
óleo diesel, gasolina, alcatrão,polímeros plásticos e até 
mesmo medicamentos. Já foi causa de muitas guerras e é a principal fonte de 
renda de muitos países, sobretudo no Oriente Médio.
Além de gerar a gasolina que serve de combustível para grande parte dos 
automóveis que circulam no mundo, vários produtos são derivados do petróleo 
como, por exemplo, a parafina, GLP, produtos 
asfálticos, nafta petroquímica, querosene, solventes, óleos combustíveis, óleos 
lubrificantes, óleo diesel e combustível de aviação.
ORIGEM
A hipótese mais aceita leva em conta que, com o aumento da temperatura, as 
moléculas do querogênio começariam a ser quebradas, gerando compostos 
orgânicos líquidos e gasosos, num processo denominado catagênese. Para se 
ter uma acumulação de petróleo seria necessário que, após o processo de 
geração (cozinha de geração) e expulsão, ocorresse a migração do óleo e/ou 
gás através das camadas de rochas adjacentes e porosas, até encontrar 
uma rocha selante e uma estrutura geológica que detenha seu caminho, sobre 
a qual ocorrerá a acumulação do óleo e/ou gás em uma rocha porosa 
chamada rocha reservatório.
É de aceitação para a maioria dos geólogos e geoquímicos, que ele se forme 
a partir de substâncias orgânicas procedentes da superfície terrestre (detritos 
orgânicos), mas esta não é a única teoria sobre a sua formação.
Uma outra hipótese, datada do século XIX, defende que o petróleo teve 
uma origem inorgânica, a partir dos depósitos de carbono que possivelmente 
foram formados com a formação da Terra.
Resumindo, há inúmeras teorias sobre o surgimento do petróleo, porém a 
mais aceita é que ele surgiu através de restos orgânicos de animais e vegetais 
depositados no fundo de lagos e mares, sofrendo transformações químicas ao 
longo de milhões de anos. Substância inflamável, possui estado físico oleoso e 
com densidade menor do que a água. Sua composição química é uma 
combinação de moléculas de carbono e hidrogênio (hidrocarbonetos).
Antiguidade
Registros históricos da utilização do petróleo remontam a 4000 a.C. devido a 
exsudações e afloramentos frequentes no Oriente Médio. Os povos 
da Mesopotâmia, do Egito, da Pérsia e da Judeia já utilizavam o betume para 
pavimentação de estradas, calafetação de grandes construções, aquecimento 
e iluminação de casas, bem como lubrificantes e até laxativo. Os chineses já 
perfuravam poços, usando hastes de bambu, no mínimo em 347 a.C.
Amiano Marcelino, historiador do período final do Império Romano, menciona 
o óleo da Media, usado em flechas incendiárias, e que não era apagado com 
água, apenas com areia; um outro óleo, mais viscoso, era produzido 
na Pérsia, e chamado na língua persa de nafta.
No início da era cristã, os árabes davam ao petróleo fins bélicos e de 
iluminação. O petróleo de Baku, no Azerbaijão, já era produzido em escala 
comercial, para os padrões da época, quando Marco Polo viajou pelo norte da 
Pérsia, em 1271.
Origens da indústria petrolífera
A moderna indústria petrolífera data de meados do século XIX. Em 1850, 
James Young, na Escócia, descobriu que o petróleo podia ser extraído 
docarvão e xisto betuminoso, e criou processos de refinação. O primeiro poço 
moderno foi perfurado em Bibiheybət (Bibi-Heybat), próximo a Baku, 
noAzerbaijão, no ano de 1846. O Azerbaijão foi o maior produtor de petróleo 
no século XIX e no final do século XIX sua produção era de mais da metade 
da produção mundial.O primeiro poço comercial da Romênia foi perfurado em 
1857. O primeiro poço nas Américas foi perfurado no Canadá, em 1858. Em 
agosto de 1859 o norte-americano Edwin Laurentine Drake perfurou o primeiro 
poço nos Estados Unidos para a procura do petróleo (a uma profundidade de 
21 metros), no estado da Pensilvânia. O poço revelou-se produtor e a data 
passou a ser considerada, pelos norte-americanos, a do nascimento da 
moderna indústria petrolífera. A produção de óleo cru nos Estados Unidos, de 
dois mil barris em 1859, aumentou para aproximadamente três milhões em 
1863, e para dez milhões de barris em 1874.
O petróleo no Brasil
No Brasil, a primeira sondagem foi realizada no município de Bofete no estado 
de São Paulo, entre 1892 e 1896, por iniciativa Eugênio Ferreira de Camargo. 
Foi responsável pela primeira perfuração, até à profundidade de 488 metros, 
que teve como resultado apenas água sulfurosa.
Em 1932 foi instalada a primeira refinaria de petróleo do país, a Refinaria Rio-
grandense de Petróleo, em Uruguaiana, a qual utilizava petróleo importado 
doChile, entre outros países.
Foi somente no ano de 1939 que foi descoberto óleo em Lobato (Salvador), no 
estado da Bahia.
Desde os anos 1930 o tema do petróleo foi amplamente discutido no Brasil, 
polarizado entre os que defendiam o monopólio da União e os que defendiam 
a participação da iniciativa privada na exploração petrolífera. Entretanto, 
naquele período, o país ainda dependia das empresas privadas 
multinancionais para todas as etapas da exploração petrolífera, desde a 
extração, refino até a distribuição de combustíveis.
Mossoró, segunda maior cidade do estado do Rio Grande do Norte, é maior 
produtor de petróleo em terra do Brasil.
Após a Segunda Guerra Mundial iniciou-se no país um grande movimento em 
prol da nacionalização da produção petrolífera. Naquela época o Brasil era um 
grande importador de petróleo e as reservas brasileiras eram pequenas, quase 
insignificantes. Mesmo assim diversos movimentos sociais e setores 
organizados da sociedade civil mobilizaram a campanha "O petróleo é nosso!", 
que resultou na criação da Petrobrás em 1953, no segundo Governo 
de Getúlio Vargas. A Lei 2.004 de 3 de outubro de 1953 também garantia ao 
Estado o monopólio da extração de petróleo do subsolo, que foi incorporado 
como artigo da Constituição de 1967 (Carta Política de 1967) através da 
Emenda nº 1, de 1969. O monopólio da União foi eliminado em 1995, com a 
EC 9/1995 que modificou o Art. 177 da Constituição Federal.
Após a crise petrolífera de 1973, a Petrobrás modificou sua estratégia de 
exploração petrolífera, que até então priorizava parcerias internacionais e a 
exploração de campos mais rentáveis no exterior. Entretanto, naquela época 
o Brasil importava 90% do petróleo que consumia e o novo patamar de preços 
tornou mais interessante explorar petróleo nas áreas de maior custo do país, e 
a Petrobrás passou a procurar petróleo em alto mar. Em 1974 a Petrobrás 
descobre indícios de petróleo na Bacia de Campos, confirmados com aperfuração do primeiro poço em 1976. Desde então esta região da Bacia de 
Campos tornou-se a principal região petrolífera do país, chegando a responder 
por mais de 2/3 do consumo nacional até o início dos anos 1990, e 
ultrapassando 90% da produção petrolífera nacional nos anos 2000.
Em 2007 a Petrobrás anunciou a descoberta de petróleo na camada 
denominada Pré-sal, que posteriormente verificou-se ser um grande campo 
petrolífero, estendendo-se ao longo de 800 km na costa brasileira, do estado 
do Espírito Santo ao de Santa Catarina, abaixo de espessa camada de sal 
(rocha salina) e englobando as bacias sedimentares do Espírito Santo, de 
Campos e de Santos. O primeiro óleo do pré-sal foi extraído em 2008 e alguns 
poços como Tupi estão em fase de teste, devendo iniciar a produção comercial 
em 2010.
GEOLOGIA
O petróleo está associado a grandes estruturas que comunicam a crosta e 
o manto da terra, sobretudo nos limites entre placas tectônicas.
O petróleo e gás natural são encontrados tanto em terra quanto no mar, 
principalmente nas bacias sedimentares (onde se encontram meios mais 
porosos - reservatórios), mas também em rochas do embasamento cristalino. 
Os hidrocarbonetos, portanto, ocupam espaços porosos nas rochas, sejam 
eles entre grãos ou fraturas. São efetuados estudos das potencialidades das 
estruturas acumuladoras (armadilhas ou trapas), principalmente através 
de sísmica que é o principal método geofísico para a pesquisa dos 
hidrocarbonetos.
Durante a perfuração de um poço, as rochas atravessadas são descritas, 
pesquisando-se a ocorrência de indícios de hidrocarbonetos. Logo após a 
perfuração são investigadas as propriedades radioativas, elétricas, magnéticas 
e elásticas das rochas da parede do poço através de ferramentas especiais 
(perfilagem) as quais permitem ler as propriedades físicas das rochas, 
identificar e avaliar a ocorrência de hidrocarbonetos.
Rocha carbonática é um tipo de rocha sedimentar cuja composição primária 
são os carbonatos. Os principais tipos de rochas carbonáticas são o calcário, 
composto dominantemente por calcita(CaCO3) e o dolomito, composto pelo 
mineral dolomita (CaMg(CO3)2). Outros tipos de rochas carbonáticas são 
o cré e o tufo.
Para a Geologia do Petróleo, um reservatório de petróleo ou zona de 
produção é uma formação rochosa permeável, porosa ou fraturada, em 
subsuperfície, que contém hidrocarbonetos em fase contínua, dentro de um 
mesmo campo, em quantidade e qualidade com aproveitamento econômico e 
de explotação tecnologicamente viável.
A caracterização de um reservatório envolve a definição de:
 Rocha Geradora - rocha que gera o petróleo a partir de matéria 
orgânica
 Rocha Reservatório - rocha permoporosa que acumula o petróleo
 Rocha Selante - rocha que mantém o petróleo em profundidade, dada 
suas características de porosidade e permeabilidade, e permite a 
preservação do óleo
 Soterramento - processo de aprofundamento da rocha rica em matéria 
orgânica (> 2%), que vai converter o querogênio em óleo, condensado ou 
gás termoquímico, pelo aumento da temperatura e da pressão, 
principalmente na etapa de catagênese.
 Migração - processo que mobiliza o petróleo de sua zona de geração 
até a rocha reservatório
 Armadilha Estrutural ou "trapa" - arranjo estrutural-geométrico (dobras, 
falhas ou fraturas) de rochas que permite a acumulação de petróleo, isto é, 
barreira interna ou externa que impede a sua migração
 Tempo ou timing - sucessão cronológica dos eventos de geração, 
migração e acumulação do petróleo
	O petróleo no Brasil

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