Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
RASCUNHO DE APONTAMENTOS DE MATEMATICA FINANCEIRA / Imelde Jauane Fonte: Rogério Matias (2004) Cálculo Financeiro, Teoria e Prática, Escolar Editora Rogério Matias (2006) Cálculo Financeiro, Teoria e Prática, Escolar Editora Alves Mateus (2006), Calculo Financeiro, 5ª Ed., Edições Silabo AULA TEÓRICA (TAXAS DE JURO) 3 TAXAS DE JURO - CONCEITOS E CARACTERIZAÇÃO Quando se fala de taxas de juro temos que saber a que tipo de taxas se refere, sobretudo no R. J. C. Dizer apenas que a taxa é de 10% ao ano pode ser insuficiente. Uma taxa pode ser – Nominal e Efectiva . Isto acontece porque vigora o R. J. C em que o período da taxa era diferente da periodicidade a que eram efectuadas as capitalizações – havia mais do que uma capitalização no período ao qual estava reportada a i - a i era anual e as capitalizações eram semestrais. 3.1. TAXAS NOMINAIS E TAXAS EFECTIVAS Em R.J.C, quando a i é anual e as capitalizações são feitas em sub-períodos do ano, o Jt obtido após 1 ano dessas capitalizações é superior ao que seria obtido se houvesse apenas uma capitalização no ano. No ex: com 100 Mt e a i = 20% ao ano (a.a.), obtém-se, após um ano, Jt = 20 Mt a i = 10% ao semestre obtém-se, após um ano, um Jt = 21 Mt. No 1 o caso como a i é anual e as capitalizações são anuais, à i = 20% a.a é simultaneamente nominal e efectiva (não a verdadeira distinção, uma vez que, só há uma capitalização, nunca chega a haver juros de juros). No 2 o caso a i = 20% a.a é capitalizada 2 vezes no ano, à i semestral de 10% o que conduz a uma taxa anual efectiva de 21%. Diz-se que a i = 20% é nominal – não leva em conta o efeito de capitalizações, enquanto a i = 21% é efectiva já leva em consideração o efeito das capitalizações sucessivas. Deste modo, diz-se que a taxa anual nominal de 20% com capitalizações semestrais corresponde (está subjacente) a taxa anual efectiva de 21%. A diferença reside no facto de reflectirem ou não as capitalizações sucessivas. RASCUNHO DE APONTAMENTOS DE MATEMATICA FINANCEIRA / Imelde Jauane Fonte: Rogério Matias (2004) Cálculo Financeiro, Teoria e Prática, Escolar Editora Rogério Matias (2006) Cálculo Financeiro, Teoria e Prática, Escolar Editora Alves Mateus (2006), Calculo Financeiro, 5ª Ed., Edições Silabo Esta distinção existe em R.J.C., quando simultaneamente o período a que esta reportada a taxa não coincide com o período a que são efectuadas as capitalizações. Quando tal ocorre é fundamental saber desde logo se a taxa anunciada é efectiva ou nominal. Sendo efectiva, significa que já leva em conta o efeito das sucessivas capitalizações, pelo que a taxa periódica é calculada segundo uma relação de equivalência; sendo nominal, significa que não leva em conta as sucessivas capitalizações, pelo que a taxa periódica é calculada segundo uma relação de proporcionalidade. 3.1.1 TAXAS PROPORCIONAIS E TAXAS EQUIVALENTES Quando a razão (quociente) entre duas taxas é a mesma que existe entre os períodos do tempo a que elas se referem, essas taxas dizem-se proporcionais. Assim, 10% ao ano e 5% ao semestre são taxas proporcionais, já que 2 5,0 1 05,0 10,0 Duas Taxas dizem-se equivalentes quando, reportando-se a períodos de tempo diferentes, fazem com que um mesmo capital produza o mesmo J após um mesmo intervalo de tempo, sendo as capitalizações efectuadas de acordo com o período a que cada uma das taxas está referida. Simples: Duas taxas são ditas equivalentes quando, embora referidas a unidades de tempo diferentes, aplicadas sobre o mesmo capital, durante o mesmo período, produzem o mesmo valor. Por ex: 21% ao ano e 10% ao semestre são taxas equivalentes (em R.J.C) já que, como vimos no exemplo anterior, o juro produzido por 100 Mt ao fim de um ano, é de 21 Mt, quer em capitalização anual a taxa anual de 21%, quer em capitalização semestral a taxa semestral de 10% (O juro do 1 o semestre é de 10 Mt e o J do 2 o semestre é de 11mt (10 + 11= 21 a.a). Simbologia: i = taxa anual efectiva i (k) = taxa anual efectiva composta k vezes por ano; Ex: i (2) = taxa anual efectiva composta semestralmente; i (3) = taxa anual efectiva composta quadrimestralmente; i(k) = taxa anual nominal composta (capitalizada) k vezes por ano; Ex: i(4) = taxa anual nominal capitalizada trimestralmente ( cabem 4 trimestres no ano). ik = taxa periódica efectiva, isto é, reportada ao mesmo período a que são efectuadas as capitalizações; Ex: i6 = taxa bimestral; i12 = taxa mensal. k – número de períodos de capitalização por ano. RASCUNHO DE APONTAMENTOS DE MATEMATICA FINANCEIRA / Imelde Jauane Fonte: Rogério Matias (2004) Cálculo Financeiro, Teoria e Prática, Escolar Editora Rogério Matias (2006) Cálculo Financeiro, Teoria e Prática, Escolar Editora Alves Mateus (2006), Calculo Financeiro, 5ª Ed., Edições Silabo 3.1.2 CÁLCULO DAS TAXAS PARTINDO DE UMA TAXA ANUAL EFECTIVA PARA TAXA PERIÓDICA EFECTIVA Usa-se a relação de equivalência (1+i) 1 (uma capitalização anual à taxa anual – horizonte temporal = a um ano) = (1+ik) k (k capitalizações durante um ano à taxa periódica ik - horizonte temporal = a um ano) 1111 11 kkkk iiii Ex: dada a taxa anual efectiva de 10%, quais as equações que permitem obter as taxas equivalentes (ou efectivas) para os seguintes períodos? a) Semestre 110110)8809,41(100%)101(100048809,011,0111 212 1 2 2 2 1 iii b) Trimestre 110110%)4114,21(100%)101(100024114,011,0111 414 1 4 4 4 1 iii c) Bimestre 110110%)016012,11(100%)101(100016012,011,0111 6166 6 6 1 iii d) Mês 110110%)7974,01(100%)101(100007974,011,0111 1211212 12 12 1 iii Se usássemos 5% ao semestre (metade de 10%) após 2 capitalizações semestrais (um ano), o Cn seria: 25,110%)51(100 2 e não 110 Mt. 5% ao semestre e 10% ao ano são taxas proporcionais, mas não são taxas equivalentes. PARTINDO DE UMA TAXA ANUAL NOMINAL COM k CAPITALIZAÇÕES DURANTE O ANO [ )(ki ] Como a taxa é anual nominal não reflecte o efeito das capitalizações. É fundamental começar por calcular a taxa efectiva periódica reportada ao mesmo período a que são efectuadas as capitalizações. Usa-se a relação de proporcionalidade: k i i k k Por ki estar reportada ao mesmo período a que são efectuadas as capitalizações é para esse período, uma taxa efectiva. A obtenção da taxa efectiva reportada a outro período será por equivalência. Ex: Qual é a taxa anual efectiva subjacente à taxa anual nominal de 12%, composta semestralmente? RASCUNHO DE APONTAMENTOS DE MATEMATICA FINANCEIRA / Imelde Jauane Fonte: Rogério Matias (2004) Cálculo Financeiro, Teoria e Prática, Escolar Editora Rogério Matias (2006) Cálculo Financeiro, Teoria e Prática, Escolar Editora Alves Mateus (2006), Calculo Financeiro, 5ª Ed., Edições Silabo 1º: %6 2 12 2 i k i i k k e 2º %36,1216,0111 2 2 2 2 1 iii Quando as capitalizações são anuais, a taxa anual nominal e a taxa anual efectiva coincidem. PARTINDO DE UMA TAXA PERIÓDICA EFECTIVA 1º Para obter a taxa anual nominal, multiplicamos aquela pelo número de períodos que existem no ano; 2º Para obter a anual efectiva será por equivalência. Ex: Dada a taxa trimestral de 3%, qual é: a) A taxa anual nominal subjacente? i(4) = 4 * 0,03 = 0,12 = 12% b) A taxa anual efectiva subjacente? %5509,121125509,0103,011 22 41 ii Ex1: Dada a taxa trimestral de 3%, qual é: a) A taxa mensal proporcional subjacente? %1 3 03,0 12 i b) A taxa semestral proporcional subjacente? i2 = 2 * 0,03 = 0,06 = 6% c) A taxa mensal equivalente? %9902,0009902,0103,0103,0113 1 12 13 12 ii d) %09,6103,0103,011 22 21 2 ii Ex2: Considere a taxa anual nominal de 9% composta trimestralmente e calcule as seguintes taxas efectivas: a) Mensal = 0,007444 = 0,7444% mas 1º calcular a taxa trimestral proporcional a 9% = 0,0225 b) Semestral = 4,5506% c) Trimestral = 2,25% d) Anual = 9,3083% RASCUNHO DE APONTAMENTOS DE MATEMATICA FINANCEIRA / Imelde Jauane Fonte: Rogério Matias (2004) Cálculo Financeiro, Teoria e Prática, Escolar Editora Rogério Matias (2006) Cálculo Financeiro, Teoria e Prática, Escolar Editora Alves Mateus (2006), Calculo Financeiro, 5ª Ed., Edições Silabo Ex3: Considere a taxa anual efectiva de 9%, composta trimestralmente, calcule as seguintes taxas: a) Mensal efectiva = 0,7207% b) Semestral efectiva = 4,4031% c) Trimestral efectiva = 2,1778% d) Anual nominal = 2,21778%* 4 = 8,7112% Aplicação Um aforrador pretende aplicar determinada quantia. O banco A propõe-lhe remunerá-la à taxa anual efectiva bruta de 10%, permitindo-lhe optar por capitalizações semestrais ou mensais (juros sujeitos a imposto à taxa liberatória de 20%). O banco B propõe ao aforrador a taxa anual efectiva líquida de 8%. Por que hipótese deve optar o aforrador? 1º Calcular a taxa ilíquida do período de capitalização 2º Calcular a taxa efectiva líquida, eliminando o imposto. Elementos Notação Taxa que quero calcular .................................................. iq Taxa que tenho ............................................................... it Unidade da taxa que quero calcular ................................ q Unidade da taxa que tenho ............................................. t Cálculo da taxa equivalente: 3.2 TAXAS ILIQUIDAS E TAXAS LIQUIDAS Tem a ver com o facto de reflectirem ou não o efeito da fiscalidade sobre os juros produzidos. Os J produzidos em qualquer processo de capitalização estão sujeitos a impostos, i.e., sempre que há juro, há imposto. Geralmente aplica-se uma taxa de 20% ao montante do juro produzido, o que quer dizer que o aforrador fica com apenas 80% do juro produzido em cada período de capitalização. É chamada também taxa liberatória (não incluir na declaração de y). RASCUNHO DE APONTAMENTOS DE MATEMATICA FINANCEIRA / Imelde Jauane Fonte: Rogério Matias (2004) Cálculo Financeiro, Teoria e Prática, Escolar Editora Rogério Matias (2006) Cálculo Financeiro, Teoria e Prática, Escolar Editora Alves Mateus (2006), Calculo Financeiro, 5ª Ed., Edições Silabo Chama-se Taxa Ilíquida (ou taxa bruta) a taxa que não leva em consideração o efeito fiscal e Taxa Liquida que já se reflecte o efeito fiscal. Iliq: taxa de juro líquido Iiliq: taxa de juro ilíquido Timp: taxa do imposto Iliq=Iiliq-Timp*iiliq Ex: Calcule o juro líquido produzido por um capital de 1.000 Mt aplicado durante 1 ano, a taxa de juro anual nominal ilíquida de 10% (juros sujeitos a taxa liberatória de 20%), admitindo que as capitalizações são: a) Anuais b) Semestrais a) Só a uma capitalização Jiliq=C.n.iliq=1000 * 1*0,10=100 Mt Iliq=(1-timp) iiliq Temos retirar o imposto Iliq=(1-0,2) * 0,10 Imposto=0,20*100=20 iliq=0,08 Jliq=Jiliq-imposto=100-20=80 Mt Jiliq=C.n.Iliq = 1000*0,08*1 = 80Mt b) Capitalizações semestrais Calcula-se o juro 2 vezes ao ano R.J.C 1º R.J.C J1iliq=1000*6/12*0,10=50 Mt J1liq=1000*6/12*0,10=50Mt Imposto= 0,2*50=10 Mt Imposto=0,2*50=10 J1liq=50-10=40mt J1liq=50-10=40 J2liq=1000*6/12*0,08=40mt J2iliq=1040*6/12*0,10=52mt Jtliq=J1liq=40+40=80mt Imposto=0,2*52=10,4 J liq=52-10,4=41,6 Jtliq=40+41,6=81,6 2º R.J.C isemestraliliq = 10/2 = 5% é porque i = 10% é nominal a.a Isem liq = ( 1-0,20) * 0,05 = 0,04 J1liq = 1000*1*0,04 = 40MT J2liq = 1040*1*0,04 = 41,6MT 1º Calcular a ilíquida reportada ao mesmo período a que são efectuadas as capitalizações. 2º Calcular a ilíquida subjacente. A Taxa líquida deve ser calculada depois de a taxa ilíquida já estar reportada ao mesmo período a que são efectuadas as capitalizações! RASCUNHO DE APONTAMENTOS DE MATEMATICA FINANCEIRA / Imelde Jauane Fonte: Rogério Matias (2004) Cálculo Financeiro, Teoria e Prática, Escolar Editora Rogério Matias (2006) Cálculo Financeiro, Teoria e Prática, Escolar Editora Alves Mateus (2006), Calculo Financeiro, 5ª Ed., Edições Silabo 3.3 TAXAS CORRENTES E TAXAS REAIS Taxa corrente é aquela que não reflecte o efeito da inflação. Taxa real é aquela que reflecte o efeito da inflação. Taxa real (ir) = 1 1 1 i = 1 i
Compartilhar