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13 - Tumores do Sistema Musculo-Esqueletico

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Tumores do Sistema Músculo-Esquelético 
Clínica 
- O tumor músculo-esquelético se manifesta com:
• Dor
• Fratura patológica

Sintomas sistêmicos (febre, inapetência, emagrecimento)
• Massa óssea ou de tecido mole palpável 
- Diagnóstico diferencial frequente: infecção ou trauma 
Exame Físico 
- Exame físico deve ser completo
- Definir a característica da massa: dor, consistência, temperatura e tamanho 
Exames de Imagem 
- Radiografia: 
• Primeiro exame a ser realizado
• Incidências: AP e perfil
• Fornece informações gerais (ex: se o tumor é primário 
ou metastático, benigno ou maligno)
• Observar se o tumor é:
• Osteolítico ou osteoplástico?
• Reação endosteal ou periosteal?
• Destrói cortical?
• Bem localizado ou difuso?
• Margens bem definidas?
• Invade partes moles?
• Calcificações? 
- Tomografia:
• Melhorou muito a avaliação dos tumores e de partes moles
• Auxilia muito na avaliação de metástases do pulmão
• Útil no planejamento terapêutico 
- Ressonância Magnética: 
• É o exame de imagem mais útil 
• Substitui em muito a TC e não expõe a radiações 
• Avalia a extensão intra e extra medular
• Com constraste pode avaliar a vascularização do tumor 
• Obs: TC + RM —> diagnóstico diferencial e planejamento cirúrgico 
- Cintilografia óssea de corpo inteiro com tecnécio 99: 
• Útil e seguro
• Avalia a extensão da lesão e lesões a distância
• Sensível mas não específica 
• Permite a pesquisa de metástases não visíveis no RX
Exames de Laboratório 
- Pouco exames estão alterados 
- VHS: normal nos benignos e inativos. Aumentado nos malignos e infecção
- PCR: normal nos benignos e inativos. Aumentado nos malignos e infecção
- Fosfatase alcalina: aumenta nos tumores malignos com atividade osteoblástica. Não 
é específico 
- Cálcio e fásforo sérico e urinário: solicitar na suspeita de lesões ostelíticas 
Estadiamento 
- É realizado através do:
• Grau histológico 
• Tamanho 
• Localização 
• Metástase regional ou a distância 
- O estadiamento mais utilizado é o de Enneking:
• Grau histológico: 
• G1: baixo grau
• G2: alto grau
• Extensão da lesão: 
• T1: intra compartimental (limitado no compartimento muscular)
• T2: extra compartmental 
• Metástases: 
• M0: sem Metástases
• M1: com metástases 
- Para tumores benignos:
• B1: latente
• B2: Ativo
• B3: Agressivo
Biópsia 
- Deve ser bem indicada
- Ajuda na confirmação da suspeita e no estadiamento histológico 
- Pode ser feita a biópsia com agulha (percutânea) ou aberta (incisional ou excisional)
- Para diagnóstico diferencial com infecção —> cultura do tumor e biópsia de 
infecção (osteomielite) 
Tumores Benignos Produtores de osso 
- Osteoma:
• Raio x: esclerose óssea
• Localização: crânio, mandíbula e face
- Osteoma osteóide:
• Lesão osteoblástica, pequena, de bordos bem definidos, nicho central bem 
vascularizado e zona periférica de neoformação óssea reativa
• Localização: 65% nos ossos longos e vértebras
• Idade: Adolescentes e adultos jovens
• Clínica: dor. Melhora com salicilatos
• Tratamento: cirúrgico com ressecção do nicho central
- Osteoblastoma (osteoma osteoide gigante):
• Maior de 1,5cm
• Mais agressivo que o osteoma osteoide 
Tumores Benignos Produtores de tecido cartilaginoso 
- Condroma:
• Forma cartilagem hialina
• Localização: mãos e pés
• Quando na parte central do osso —> endocondroma
• Quando articular —> condromatose sinovial 
• Clínica: normalmente é um achado radiológico e não causa sintomas. Dor apenas 
em fraturas patológicas por traumas banais
• RX: lesão lítica, ovóide, insuflante
• TC: fornece mais detalhes
• Tratamento: curetagem + autoenxerto 
• Vários condromas —> Encondromatose múltipla 
- Osteocondroma:
• É uma exostose óssea (crescimento ósseo coberto por capa cartilaginosa)
• Alguns autores não consideram uma neoplasia, mas sim um defeito de 
crescimento 
• Na anatomia patológica é um osso normal
• Típico da infância e adolescência
• É o mais comum dos tumores benignos 
• 2 tipos: séssil ou pediculado 
• Localização: metáfise (cresce em direção a diáfise)
• Clínica: tumor palpável, as vezes visível, e duro. Dor com trauma ou bursite
• RX: pedicéulado é típico, séssil é diagnóstico diferencial de osteossarcoma. A 
cartilagem não é visível no RX.
• TC: visualiza o tamanho real do tumor
• Tratamento: normalmente clínico. Nos casos de fratura, ressecção cirúrgica
• 0,1% de malignização para condrossarcoma 
Tumores De Células gigantes 
- É benigno porém bem agressivo
- Presença de células gigantes osteolíticas
- Localização: epífise de ossos longos (normalmente joelho)
- Idade: 20 - 40 anos
- Clínica: dor e aumento de volume
- Imagem: lesão osteolítica, insuflante, na epífise até a cartilagem articular
- Tratamento: cirúrgico (ressecção ampla em bloco + enxerto ósseo, artrodese ou 
endoprótese)
Lesões Pseudotumorais 
- Cisto ósseo simples (Cisto ósseo unicameral):
• Lesão benigna e pseudotumoral (é uma alteração do crescimento ósseo)
• Cavidade única com líquido amarelo (ou sanguinolento quando com fratura)
• idade: Infância e adolescencia
• Localização: metáfise proximal do fêmur e úmero
• Clínica: dor, tumefação e mais frequentemente fratura patológica (70%)
• Imagem: lesão radio transparente, central, bem circunscrita, margens escleróticas
• Tratamento: não deve ser exagerado. Os cistos evoluem para cura espontânea na 
maturidade do esqueleto. No MMSS o tratamento é expectante. Nos MMII, devido 
ao risco de fratura, curetagem + enxerto ósseo 
- Cisto ósseo aneurismático:
• Lesão benigna, porém agressiva
• Lesão osteolítica expansiva, cheia de sangue, multilobulado, com trabéculas, 
insuflante na metáfise de ossos longos, excêntrica, sem esclerose ao redor
• Pode invadir partes moles
• Idade: crianças, adolescentes e adultos jovens
• Clínica: dor e fraturas patológicas
• Diagnóstico: imagens e biópsia com agulha
• Tratamento cirúrgico: curetagem ampla ou ressecção em bloco + enxerto ósseo. 
Uso do fenol ou nitrogênio líquido após a remoção
• Pode recidivar 
Tumores Malignos e metástases 
- Metástases são mais frequentes que tumores primários (principalmente 
metástases de mama, próstata e pulmão)
- Mieloma múltiplo e sarcomas ósseos correspondem por 1% de todos os tumores 
malignos 
- Opções cirúrgicas:
• Ressecção intralesional
• Ressecção com margem de segurança
• Ressecção com margem ampla de segurança
• Cirurgia radical (amputação e desarticulação)
 
- Osteossarcoma:
• Tumor ósseo maligno mais comum 
• Tumor maligno de alto grau, intramedular, primários, osteoblástico e osteolítico 
• Idade: 2ª década
• Homens mais afetados (3:2)
• Localização: metáfise de ossos longos 
• Clínica: dor contínua, massa dolorosa a palpação 
• Laboratório: fosfatase alcalina e LDH aumentados 
• RX: lesão metafisária, excêntrica, blástica e lítica. Lesão da cortical, invade partes 
moles, levanta o periósteo, crescimento ósseo, “triângulo de Codman” (espículas 
ósseas em raio de sol que saem do osso)
• RM: planejamento cirúrgico
Ressecção 
intralesional
Ressecção 
com margem 
de segurança
Ressecção 
com margem 
ampla de 
segurança
Cirurgia 
radical
• TC: para cintura pélvica e escapular
• Cintilografia: pesquisa de metástases 
• Tratamento: QT pré-operatória + ressecção ampla + QT pós-operatória 
- Condrossarcoma:
• Tumor maligno formador de cartilagem + calcificações 
• idade: Mais comum após os 40 anos de idade
• Mais comum em homens 
• Pode ser primário (90%) ou secundário a um osteocondroma ou condroma
• Localização: pelve, femur proximal
• Clínica: dor
• RX: lesão lítica, insuflante, meta ou diafisária, calcificações puntiformes
• Histologicamente pode ser grau I, II ou III
• Tratamento: cirúrgico, não responde a QT ou RT
• Recidiva local não é rara
- Sarcoma de Ewing:
• Neoplasia altamente agressiva
• Pode ser óssea, de partes moles ou da parede torácica
• Idade: Acomete crianças e adolescentes (2º sarcoma mais frequenteem crianças)
• Homens 3:2
• Localização: Metáfise e diáfise de ossos longos
• Clínica: dor, aumento de volume, simula osteomielite (febre, anemia, leucocitose, 
VHS e PCR elevado) 
• RX: lesão osteolítica, diafisária, de limites imprecisos, levanta o periósteo (imagem 
em casca de cebola), envolvimento amplo de partes moles
• Tratamento:
• Se sem Metástases —> quimioterapia neoadjuvante + cirurgia (ressecção ampla 
+ endopróteses ou enxerto ósseo) + quimioterapia adjuvante (radioterapia 
quando inacessível a cirurgia)
• Com metástases: quimioterapia e radioterapia 
Lesões metastáticas 
- É a mais frequente lesão óssea neoplásica 
- Localização: coluna, costelas, pelve e fêmur
- Metástase hepáticas e pulmonares demoram mais para dar sintomas 
- Clínica: sinais de doenças consumptivas, dor, dificuldade para deambular, déficit 
neurológico, fratura patológica e diminuição da qualidade de vida
- 3 formas clínicas:
1. Câncer conhecido com múltiplas lesões —> diagnóstico fácil
2. Dor óssea + RX normal —> ressonância magnética e cintiolografia
3. Sem antecedentes + RX com lesão destrutiva —> diagnóstico diferencial com 
sarcoma ósseo primário e mieloma múltiplo 
- Raio x: 
• Lesão lítica se metástase de mama e pulmão
• Lesão blástica se metástase de próstata
• Bordos mal definidos 
• Destruição cortical 
- Tratamento:
• Visa melhorar a qualidade de vida
• Opções: quimioterapia, radioterapia, cirugia (ressecção com enxerto, cimento, 
placa, endoprótese, ou fixação intramedular) ou embolização 
• Cirurgia para mobilização precoce 
Mieloma Múltiplo 
- É a proliferação neoplásica de plasmócitos, geralmente multicêntrica
- Afeta outros órgãos além do esqueleto
- Neoplasia primária mais frequente do esqueleto 
- Idade: 60-70 anos
- Localização: vértebras, crânio, costelas, pelve e fêmur
- Clínica: lesões osteolíticas no esqueleto axial, dor óssea, anemia, hipercalcemia, 
insuficiência renal
- Doença pode ser bem controlada mas dificilmente curada 
- RX: lesões osteoliticas múltiplas ou apenas osteoporose (20%)
- diagnóstico: RX, eletroforese de proteinas, proteinuria de Bence Jones, mielograma e 
biópsia óssea 
- Tratamento: medicamentosos, radioterapia, cirurgia ortopédica para profilaxia de 
fraturas

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