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Luciana Santos ATM 2023/2 1 Oncologia pediátrica Tumores ósseos em pediatria o Primários: desenvolvem-se originalmente no próprio tecido ósseo – mais frequentes em crianças a adultos jovens – podem ser benignos ou malignos. Secundários: provenientes de outro local. o Benignos: evolução lenta; diagnóstico por imagem sem precisar de biópsia osteocondroma, encondroma, osteoblastoma, osteoma osteoide, cisto aneurismático, displasia fibrosa. o Malignos: evolução rápida e progressiva com aumento de volume doloroso, sem alívio com analgésicos comuns – maioria já tem metástases ao diagnóstico 8% das neoplasias malignas da infância Osteossarcoma e Tumor de Ewing são os mais comuns. Osteossarcoma o Tumor ósseo maligno mais comum em crianças e adolescentes - >60% dos casos. o Pico na 2ª década de vida mais comum no estirão da puberdade; mais no sexo masculino. o O de alto grau é derivado da linhagem osteoblástica; pacientes com retinoblastoma hereditário, Sd de Li - Fraumeni, Werner e Rothmund-Thomson tem uma predisposição maior. o Três subtipos convencionais: osteoblástico, condroblástico e fibroblástico – conforme predominância da matriz do tecido tumoral – tratamento e evolução dos três subtipos é igual. o Queixas são dor e aumento do volume do local acometido, com piora progressiva e em geral sem melhora com uso de analgésicos ou AINEs de rotina. Dor no período noturno, sintomas associados como febre e perda de peso devem alertar para urgente avaliação. o Geralmente na porção metafisária de ossos longos – mais no fêmur distal, tíbia proximal, seguida de úmero proximal e fêmur proximal. o 50% têm o tumor no fêmur. o 20% têm metástases detectáveis ao diagnóstico – pulmão é o local mais comum (90%). Pode acometer outros ossos e causar linfonodomegalias associadas em menos casos. o RX simples do osso afetado: lesões osteoblásticas, osteolíticas ou mistas. Há componente de tecidos moles como calcificações irregulares; espículas ósseas; área triangular de calcificação periosteal = triângulo de Codman (característico de osteossarcoma). o RNM verifica as partes moles, relação do tumor com tecidos adjacentes, vasos, nervos e extensão intramedular. Deve incluir articulações próximas. o TC de tórax: metástases pulmonares + Cintilografia óssea: metástases ósseas o Hemograma + função renal + função hepática + desidrogenase lática (LDH) + fosfatase alcalina (FA) + ecocardio + ECG + audiometria. o NÃO TEM MARCADOR ESPECÍFICO. o LDH e FA elevadas – pior prognóstico. Tratamento: o Analgesia (forte intensidade = opióides) + quimioterapia neoadjuvante (contribui para a diminuição do tumor facilitando a ressecção tumoral Metotrexato, Doxorrubicina, Cisplatina, Ifosfamida) + cirurgia (ressecção completa) + quimioterapia adjuvante (tempo global de tratamento é 1 ano – com o mesmo quimioterápico da neo). o Metástases DEVEM SER RESSECADAS PARA A POSSIBILIDADE DE CURA. o Radioterapia é pouco eficaz. o Doença não metastática – sobrevida de 65-75% em 5 anos. o Metástases pulmonares ou ósseas – sobrevida de 25-50% em 5 anos. Sarcoma de Ewing o Tumor neuroectodérmico primitivo (PNET), sarcoma de Ewing (e extraósseo) e PNET toracopulmonar (tumor de Askin) tumores da família Ewing (TFE) sugere-se que tenham a mesma origem células progenitoras mesenquimais da medula óssea. o O sarcoma de Ewing ósseo é mais comum e acomete ossos longos, pelve e esqueleto axial. o 2º tumor primário ósseo maligno mais comum na pediatria. 9x mais comum em caucasianos com predominância no sexo masculino (1,1:1) o Pequenas células, redondas, azuis, citoplasma eosinofílico e nucléolos não evidentes. No PNET – pseudorrosetas. o 80% dos sarcomas de Ewing e de PNET expressam marcador imunohistoquímico CD99. o Sintomas: dor e aumento do volume do local acometido, piora progressiva, que pode limitar movimentos. Comprometimento da coluna sintomas neurológicos por compressão de raízes nervosas. Febre, hiporexia, perda de peso, astenia, anemia – diagnósticos tardios. Luciana Santos ATM 2023/2 2 o Sarcoma de Ewing ossos longos, chatos, planos. 40% em membros inferiores, 26% na pelve, 16% na parede torácica, 9% em membros superiores... o 25% apresentam metástases ao diagnóstico pulmão (assintomático) e ossos são os locais mais acometidos, seguidos da medula óssea. Metástases pulmonares tem melhor prognóstico do que as outras metástases. o RX simples: destruição óssea com margens pouco definidas com descolamento de periósteo – aspecto de CASCA DE CEBOLA. o RNM é o exame mais adequado para complementar o RX simples. o Estadiamento: TC de tórax, cintilografia óssea e biópsia de medula óssea. o Diagnóstico diferencial: osteomielite pode ter clínica e RX semelhante ao sarcoma de Ewing. Febre e queda do estado geral podem sugerir septicemia. <5 anos com doença disseminada podem ter sintomas de leucemia aguda. Prognóstico o Metástases – baixa cura, sobrevida em 5 anos de 20-40%. Doença metastática é mais prevalente quando tumores >8cm e no esqueleto axial. Grupos de risco: o Favorável: <14 anos com tumor localizado (exceto pelve) o Intermediário: >14 anos com tumor localizado ou pélvico o Desfavoráveis: metástase pulmonar isolada ou metástases extrapulmonares NÃO existe marcador específico para sarcoma de Ewing (nem para osteossarcoma). LDH elevada está relacionada a pior prognóstico. Tratamento: o Quimioterapia antes da cirurgia local – 4-6 ciclos de combinação de drogas como Ifosfamida, Etoposídeo, Vincristina, Dactinomicina, Ciclofosfamida e Doxorrubicina. o Margens comprometidas ou ressecção incompleta: radioterapia. o Quimioterapia pós cirurgia – tratamento global por 12 meses. o Paliativos: pode ser feita radioterapia para controle local da doença.
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