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Brasília-DF. ContaBiliDaDe PúBliCa Elaboração Róbison Gonçalves de Castro Produção Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração Sumário APRESENTAÇÃO ................................................................................................................................. 5 ORGANIZAÇÃO DO CADERNO DE ESTUDOS E PESQUISA .................................................................... 6 INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 8 UNIDADE I CONCEITOS BÁSICOS E CONVERGÊNCIA AOS PADRÕES INTERNACIONAIS ............................................ 9 CAPÍTULO 1 REVOLUÇÃO CONTÁBIL DO SETOR PÚBLICO ............................................................................. 9 CAPÍTULO 2 CONCEITOS BÁSICOS ............................................................................................................ 18 CAPÍTULO 3 PRINCÍPIOS CONTÁBEIS .......................................................................................................... 20 UNIDADE II CONTABILIDADE APLICADA AO SETOR PÚBLICO ................................................................................... 27 CAPÍTULO 1 PATRIMÔNIO PÚBLICO ............................................................................................................ 27 CAPÍTULO 2 SISTEMA CONTÁBIL ................................................................................................................. 29 CAPÍTULO 3 TRANSAÇÕES NO SETOR PÚBLICO E VARIAÇÕES PATRIMONIAIS ............................................... 31 CAPÍTULO 4 REGISTRO CONTÁBIL .............................................................................................................. 33 CAPÍTULO 5 PLANO DE CONTAS APLICADO AO SETOR PÚBLICO ................................................................ 38 CAPÍTULO 6 DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS ............................................................................................... 48 CAPÍTULO 7 CONSOLIDAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS ............................................................ 95 CAPÍTULO 8 AVALIAÇÃO E MENSURAÇÃO DE ATIVOS E PASSIVOS EM ENTIDADES DO SETOR PÚBLICO ......... 97 CAPÍTULO 9 DEPRECIAÇÃO, AMORTIZAÇÃO E EXAUSTÃO ........................................................................ 103 UNIDADE III RECEITA E DESPESA (ENFOQUE ORÇAMENTÁRIO X PATRIMONIAL) ....................................................... 106 CAPÍTULO 1 RECEITA E DESPESA SOB ENFOQUE ORÇAMENTÁRIO ............................................................ 106 CAPÍTULO 2 RECEITA E DESPESA SOB ENFOQUE PATRIMONIAL .................................................................. 130 REFERÊNCIAS ................................................................................................................................ 140 5 Apresentação Caro aluno A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se entendem necessários para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade. Caracteriza-se pela atualidade, dinâmica e pertinência de seu conteúdo, bem como pela interatividade e modernidade de sua estrutura formal, adequadas à metodologia da Educação a Distância – EaD. Pretende-se, com este material, levá-lo à reflexão e à compreensão da pluralidade dos conhecimentos a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos específicos da área e atuar de forma competente e conscienciosa, como convém ao profissional que busca a formação continuada para vencer os desafios que a evolução científico-tecnológica impõe ao mundo contemporâneo. Elaborou-se a presente publicação com a intenção de torná-la subsídio valioso, de modo a facilitar sua caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na profissional. Utilize-a como instrumento para seu sucesso na carreira. Conselho Editorial 6 Organização do Caderno de Estudos e Pesquisa Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, subdivididas em capítulos, de forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos básicos, com questões para reflexão, entre outros recursos editoriais que visam a tornar sua leitura mais agradável. Ao final, serão indicadas, também, fontes de consulta, para aprofundar os estudos com leituras e pesquisas complementares. A seguir, uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos Cadernos de Estudos e Pesquisa. Provocação Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor conteudista. Para refletir Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões. Sugestão de estudo complementar Sugestões de leituras adicionais, filmes e sites para aprofundamento do estudo, discussões em fóruns ou encontros presenciais quando for o caso. Atenção Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam para a síntese/conclusão do assunto abordado. 7 Saiba mais Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/conclusões sobre o assunto abordado. Sintetizando Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, facilitando o entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos. Para (não) finalizar Texto integrador, ao final do módulo, que motiva o aluno a continuar a aprendizagem ou estimula ponderações complementares sobre o módulo estudado. 8 Introdução A Contabilidade Aplicada ao Setor Público (CASP) está passando pelo processo de harmonização aos padrões internacionais. Esse processo dará a CASP uma nova roupagem, mais alinhada à contabilidade das empresas privadas e fará com que a informação produzida seja de fato utilizada no processo de tomada de decisão na gestão pública. Nesse contexto, este material baseia-se nas normas brasileiras de Contabilidade do setor público (NBC T 16), emitidas pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC), e no Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público (MCASP), emitido pela Secretaria do Tesouro Nacional (STN), além de outras bibliografias.. Assim acontece que o setor governamental, no caso brasileiro, ainda prescinde nesta matéria de reformas muito significativas. Este curso busca abordar o assunto de forma atual, absorvendo já boa parte das transformações até o momento implementadas. Muitas outras mudanças virão, já temos conhecimento. Objetivos » Identificar o Ambiente da Contabilidade. » Conhecer os Princípios de Contabilidade. » Identificar o Patrimônio Público e os Subsistemas Contábeis. » Identificar as Transações no Setor Público. » Identificar as Demonstrações Contábeis e o Processo de Consolidação. » Conhecer a Receita e a Despesa sob Enfoque Orçamentário e Patrimonial. » Conhecer o Plano de Contas Aplicado ao Setor Público. 9 UNIDADE I CONCEITOS BÁSICOS E CONVERGÊNCIA AOS PADRÕES INTERNACIONAIS CAPÍTULO 1 Revolução contábil do setor público A Contabilidade passa por um momento de transformação no Brasil: o processo de convergência às normas internacionais. Esse processo abrange tanto a área privada, quanto o setor público. O processo de convergência é a adoção das normas internacionais de Contabilidade, com o objetivo de disponibilizar aos usuários informações padronizadas e de maior qualidade. O setor privado segue as IFRS editadas pelo International Accounting Standard Board (IASB). No Brasil, o Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) edita, com base nas IFRS, os Pronunciamentos Contábeis, que são observados por diversas entidades normativas como CVM, SUSEP, RFB, entre outras. Por sua vez, o setor públicosegue as Normas Internacionais de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público (IPSAS), que são editadas pelo International Federation of Accounts (IFAC). Seguindo a tendência mundial de aperfeiçoamento da Contabilidade, o Ministério da Fazenda publicou, em 2008, a Portaria no 184, considerada o marco inicial do processo de convergência da contabilidade pública aos padrões internacionais. Como parte desse processo, a Secretaria do Tesouro Nacional (STN) edita anualmente o Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público (MCASP) com base nas IPSAS e nas normas do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), respeitando a legislação vigente. Papel importante também é desempenhado pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC) que editou, a partir de 2008, as Normas Brasileiras de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público (NBCASP), de observância obrigatória para as entidades do setor público. 10 UNIDADE I │ CONVERGÊNCIA AOS PADRÕES INTERNACIONAIS Outra ação importante no processo de convergência foi a tradução das IPSAS, que surgiu de um trabalho conduzido pelo Comitê Gestor da Convergência no Brasil, em uma ação conjunta do Conselho Federal de Contabilidade (CFC) com o Instituto dos Auditores Independentes do Brasil (Ibracon), com a cooperação técnica da STN. Visando a harmonizar a prática e a legislação contábil brasileira às normas contábeis internacionais vários passos foram realizados, entre eles os seguintes. a. Requisitos para consolidação do processo Figura 1. b. Harmonização da legislação e práticas contábeis Figura 2. c. O primeiro passo para a harmonização: criação do Comitê Gestor da Convergência 11 CONVERGÊNCIA AOS PADRÕES INTERNACIONAIS │ UNIDADE I Figura 3. d. Institucionalização: Portaria MF no 184/2008 Dispõe sobre as diretrizes a serem observadas pelos entes públicos quanto a procedimentos, práticas, elaboração e divulgação das demonstrações contábeis, de forma a torná-los convergentes com as Normas Internacionais de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público. » Identificar as necessidades de convergência às normas internacionais de contabilidade publicadas pela IFAC e às normas Brasileiras editadas pelo CFC. » Editar normativos, manuais, instruções de procedimentos contábeis e Plano de Contas Nacional, objetivando a elaboração e publicação de demonstrações contábeis consolidadas, em consonância com os pronunciamentos da IFAC e com as normas do CFC. » Adotar os procedimentos necessários para atingir os objetivos de convergência estabelecidos no âmbito do Comitê Gestor da Convergência no Brasil. e. Estrutura das Normas Brasileiras de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público (NBCASP) (NBC T SP) NBC T 16.1 – Conceituação, Objeto e Campo de Aplicação 12 UNIDADE I │ CONVERGÊNCIA AOS PADRÕES INTERNACIONAIS NBC T 16.2 – Patrimônio e Sistemas Contábeis NBC T 16.3 – Planejamento e seus Instrumentos sob o Enfoque Contábil NBC T 16.4 – Transações no Setor Público NBC T 16.5 – Registro Contábil NBC T 16.6 – Demonstrações Contábeis NBC T 16.7 – Consolidação das Demonstrações Contábeis NBC T 16.8 – Controle Interno NBC T 16.9 – Depreciação, Amortização e Exaustão NBC T 16.10 – Avaliação e Mensuração de Ativos e Passivos em Entidades do Setor Público NBC T 16.11 – Subsistema de Informação de Custos do Setor Público f. O Regime de Competência na LRF Art. 50. Além de obedecer às demais normas de contabilidade pública, a escrituração das contas públicas observará as seguintes: [...] II – a despesa e a assunção de compromisso serão registradas segundo o regime de competência, apurando-se, em caráter complementar, o resultado dos fluxos financeiros pelo regime de caixa. Art. 18, § 2o A despesa total com pessoal será apurada somando-se a realizada no mês em referência com as dos onze imediatamente anteriores, adotando-se o regime de competência. g. Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público ( MCASP) Procedimentos Contábeis Orçamentários (PCO). Procedimentos Contábeis Patrimoniais (PCP). Plano de Contas Aplicado ao Setor Público (PCASP). Demonstrações Contábeis do Setor Público (DCASP). 13 CONVERGÊNCIA AOS PADRÕES INTERNACIONAIS │ UNIDADE I h. Lei no 4.320/1964: art. 113. A prerrogativa de alteração dos demonstrativos Lei no 4.320/1964 Art. 113. Para fiel e uniforme aplicação das presentes normas, o Conselho Técnico de Economia e Finanças do Ministério da Fazenda atenderá a consultas, coligirá elementos, promoverá o intercâmbio de dados informativos, expedirá recomendações técnicas, quando solicitadas, e atualizará sempre que julgar conveniente, os anexos que integram a presente lei. DECRETO no 6.976/2009. Art. 7o Compete ao órgão central do Sistema de Contabilidade Federal: XXIV - exercer as atribuições definidas pelo art. 113 da Lei no 4.320, de 17 de março de 1964, a saber: atender a consultas, coligir elementos, promover o intercâmbio de dados informativos, expedir recomendações técnicas, quando solicitadas, e atualizar, sempre que julgar conveniente, os anexos que integram aquela Lei. i. Atualização das Demonstrações Contábeis › Balanço Orçamentário › Balanço Financeiro › Balanço Patrimonial › Demonstração das Variações Patrimoniais › Demonstrativo do Fluxo de Caixa › Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (apenas para entes que tenham Empresas Estatais Dependentes) j. Diretrizes Estratégicas para o Desenvolvimento da Contabilidade Pública no Brasil Diretriz 1 – Promover o Desenvolvimento Conceitual da Contabilidade Aplicada ao Setor Público no Brasil. Conjunto de atividades para o desenvolvimento conceitual permanente da Contabilidade Aplicada ao Setor Público no Brasil, como a elaboração das Normas Brasileiras de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público (NBCASP). 14 UNIDADE I │ CONVERGÊNCIA AOS PADRÕES INTERNACIONAIS O CFC é o órgão responsável pela observância dos procedimentos adequados à finalidade e ao objetivo da ciência contábil e suas normas também buscam a harmonização com os dispositivos emanados de órgãos reguladores, tais como Banco Central do Brasil (BCB), Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Superintendência de Seguros Privados (SUSEP), Agências Reguladoras e, no âmbito do setor público, com normas e orientações da Secretaria do Tesouro Nacional (STN) e dos Tribunais de Contas. Nessa diretriz, os macro-objetivos são: I. aprovar as Normas Brasileiras de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público (NBCASP); II. apoiar programas de Educação Continuada para os Profissionais de Contabilidade que atuam no Setor Público; III. ampliar as disciplinas de Contabilidade aplicada ao Setor Público nos Cursos de Graduação em Ciências Contábeis; IV. incentivar programas de Especialização, Mestrado e Doutorado em Contabilidade que adotem linhas de pesquisa voltadas à Contabilidade aplicada ao Setor Público; V. realizar seminários regionais e nacional para tratar de temas relacionados à Contabilidade Aplicada ao Setor Público; VI. incentivar a pesquisa e a produção científica em Contabilidade Aplicada ao Setor Público; e VII. apoiar ações que visem à divulgação do conhecimento em Contabilidade Aplicada ao Setor Público. Como parte desse processo evolutivo, o CFC publicou as dez primeiras Normas Brasileiras de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público. » Resolução CFC no 1.128/2008 – aprova a NBC T 16.1 – Conceituação, Objeto e Campo de Aplicação » Resolução CFC no 1.129/2008 – aprova a NBC T 16.2 – Patrimônio e Sistemas Contábeis » Resolução CFC no 1.130/2008 – aprova a NBC T 16.3 – Planejamento e seus Instrumentos sob o Enfoque Contábil 15 CONVERGÊNCIA AOS PADRÕES INTERNACIONAIS │ UNIDADE I » Resolução CFC n. 1.131/2008 – aprova a NBC T 16.4 – Transações no Setor Público » Resolução CFC no 1.132/2008 – aprova a NBC T 16.5 – Registro Contábil » Resolução CFC no 1.133/2008 – aprova a NBC T 16.6 – Demonstrações Contábeis » Resolução CFC no 1.134/2008 – aprova a NBC T 16.7 – Consolidação das Demonstrações Contábeis» Resolução CFC no 1.135/2008 – aprova a NBC T 16.8 – Controle Interno » Resolução CFC no 1.136/2008 – aprova a NBC T 16.9 – Depreciação, Amortização e Exaustão » Resolução CFC no 1.137/2008 – aprova a NBC T 16.10 – Avaliação e Mensuração de Ativos e Passivos em Entidades do Setor Público » – Resolução CFC no 1.366/2011 – aprova a NBC T 16.11 – Sistema de Informação de Custos do Setor Público Diretriz 2 – Estimular a Convergência às Normas Internacionais de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público (IPSAS). Motivos para a padronização da Contabilidade e da Auditoria: » globalização da economia; » disseminação de empresas multinacionais; » necessidade de alternativas de investimentos para o desenvolvimento dos países emergentes; » expansão dos mercados de capitais com a oferta de ações em bolsas de valores internacionais. Os princípios, as normas e os procedimentos contábeis padronizados, editados por organismos internacionais contábeis, garantem a comparabilidade das demonstrações contábeis de países e empresas, reduzindo os custos no processo de consolidação das demonstrações. As Normas Internacionais de Contabilidade (IPSAS) buscam a convergência dos critérios de reconhecimento de receitas e despesas, ativo e passivo, bem como da forma 16 UNIDADE I │ CONVERGÊNCIA AOS PADRÕES INTERNACIONAIS de evidenciação da situação financeira, resultados de exercício, mutações da posição financeira e mutações no patrimônio líquido no âmbito do setor público. Nessa diretriz, os macro-objetivos são: I. disseminar as Normas Internacionais de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público (IPSAS); II. promover intercâmbio de experiências; III. apoiar as ações do Comitê Gestor da Convergência no Brasil voltadas à Contabilidade aplicada ao Setor Público; e IV. fomentar iniciativas que visem à convergência às melhores práticas internacionais de Contabilidade Aplicada ao Setor Público. Diretriz 3 – Fortalecer institucionalmente a Contabilidade aplicada ao Setor Público. A institucionalização da Contabilidade aplicada ao setor público deve estar inserida no exercício pleno de cidadania, promovendo ações voltadas à boa gestão dos recursos públicos e à redução da desigualdade social. Portanto, os responsáveis pela Administração Pública são responsáveis pela: » reestruturação das áreas de contabilidade e do quadro funcional; » organização de controles administrativos e contábeis necessários à boa governança; e » definição de modelos e demonstrativos de prestação de contas dos recursos obtidos e aplicados em benefício da sociedade. Nessa diretriz, os macro- objetivos são: I. articular ações voltadas ao fortalecimento da Contabilidade Pública; II. estimular programas integrados de qualificação com órgãos de controle; III. promover o intercâmbio de experiências, nacionais e internacionais, de controle social; IV. contribuir com ações relacionadas ao controle social, à boa gestão dos recursos públicos e à redução da desigualdade social; e V. celebrar protocolos de cooperação com instituições envolvidas com a Contabilidade aplicada ao Setor Público. 17 CONVERGÊNCIA AOS PADRÕES INTERNACIONAIS │ UNIDADE I Figura 4. Fonte: Cartilha Nova Contabilidade e Gestão Fiscal ( STN). 18 CAPÍTULO 2 Conceitos básicos A Contabilidade Aplicada ao Setor Público pode ser conceituada como o ramo da ciência contábil que aplica, no processo gerador de informações, os Princípios de Contabilidade e as Normas Contábeis direcionados ao controle patrimonial de entidades do setor público. O objetivo da Contabilidade Aplicada ao Setor Público é fornecer aos usuários as informações sobre os resultados alcançados e os aspectos de natureza orçamentária, econômica, financeira e física do patrimônio da entidade do setor público e suas mutações, em apoio ao processo de tomada de decisão; a adequada prestação de contas; e o necessário suporte para a instrumentalização do controle social. Portanto, a Contabilidade pública não é um instrumento autônomo, é, pois, um ramo da Contabilidade. Por esse motivo, tem como objeto o patrimônio. Contudo, como atua na área pública, o objeto é o Patrimônio Público. O CFC define o Patrimônio Público como: o conjunto de direitos e bens, tangíveis ou intangíveis, onerados ou não, adquiridos, formados, produzidos, recebidos, mantidos ou utilizados pelas entidades do setor público, que seja portador ou represente um fluxo de benefícios, presente ou futuro, inerente à prestação de serviços públicos ou à exploração econômica por entidades do setor público e suas obrigações. A função social da Contabilidade Aplicada ao Setor Público deve refletir, sistematicamente, o ciclo da administração pública para evidenciar informações necessárias à tomada de decisões, à prestação de contas e à instrumentalização do controle social. O campo de aplicação da Contabilidade Aplicada ao Setor Público abrange todas as entidades do setor público. As entidades abrangidas pelo campo de aplicação devem observar as normas e as técnicas próprias da Contabilidade Aplicada ao Setor Público, considerando-se o seguinte escopo: » integralmente, as entidades governamentais, os serviços sociais e os conselhos profissionais; » parcialmente, as demais entidades do setor público, para garantir procedimentos suficientes de prestação de contas e instrumentalização do controle social. 19 CONVERGÊNCIA AOS PADRÕES INTERNACIONAIS │ UNIDADE I Unidade contábil A soma, agregação ou divisão de patrimônio de uma ou mais entidades do setor público resultará em novas unidades contábeis. Esse procedimento será utilizado nos seguintes casos: » registro dos atos e dos fatos que envolvem o patrimônio público ou suas parcelas, em atendimento à necessidade de controle e prestação de contas, de evidenciação e instrumentalização do controle social; » unificação de parcelas do patrimônio público vinculadas a unidades contábeis descentralizadas, para fins de controle e evidenciação dos seus resultados; » consolidação de entidades do setor público, para fins de atendimento de exigências legais ou necessidades gerenciais. A Unidade Contábil é assim classificada. » Originária – representa o patrimônio das entidades do setor público na condição de pessoas jurídicas. » Descentralizada – representa parcela do patrimônio de Unidade Contábil Originária. » Unificada – representa a soma ou a agregação do patrimônio de duas ou mais Unidades Contábeis Descentralizadas. » Consolidada – representa a soma ou a agregação do patrimônio de duas ou mais Unidades Contábeis Originárias. O quadro, a seguir, demonstra melhor as classificações de Unidade Contábil. Quadro 1. UC Consolidada UC Originária UC Unificada UC Descentralizada UC Descentralizada UC Descentralizada UC Descentralizada UC Originária UC Descentralizada UC Descentralizada UC Consolidada UC Originária UC Descentralizada UC Descentralizada UC Originária UC Descentralizada UC Descentralizada 20 CAPÍTULO 3 Princípios contábeis A Resolução CFC no 750/1993 do Conselho Federal de Contabilidade consagra os princípios de Contabilidade, que são de observância obrigatória no exercício da profissão contábil, constituindo condição de legitimidade das Normas Brasileiras de Contabilidade. Ressalta-se que a Contabilidade Aplicada ao Setor Público constitui ramo da ciência contábil e deve observar os princípios de Contabilidade, que representam a essência das doutrinas e teorias relativas a essa ciência, consoante o entendimento predominante nos universos científico e profissional do país. Isso foi reforçado com a edição da resolução CFC no 1.111/2007, a qual interpretou os princípios sob a perspectiva do setor público. Os princípios consagrados na Resolução no 750/1993 são: a. entidade; b. continuidade; c. oportunidade; d. registro pelo valor original; e. competência; e f. prudência. Na sequência cada um deles será detalhado. Entidade Art. 4o O Princípio da Entidade reconhece o patrimôniocomo objeto da Contabilidade e afirma a autonomia patrimonial, a necessidade da diferenciação de um patrimônio particular no universo dos patrimônios existentes, independentemente de pertencer a uma pessoa, um conjunto de pessoas, uma sociedade ou instituição de qualquer natureza ou finalidade, com ou sem fins lucrativos. Por consequência, nesta acepção, o patrimônio não se confunde com aqueles dos seus sócios ou proprietários, no caso de sociedade ou instituição. Parágrafo único. O PATRIMÔNIO pertence à ENTIDADE, mas a recíproca não é verdadeira. A soma ou a agregação contábil de 21 CONVERGÊNCIA AOS PADRÕES INTERNACIONAIS │ UNIDADE I patrimônios autônomos não resulta em nova ENTIDADE, mas numa unidade de natureza econômico-contábil. (Resolução CFC no 750/1993) Segundo o Apêndice II à Resolução CFC no 750/1993, o princípio da entidade afirma-se, para o ente público, pela autonomia e responsabilização do patrimônio a ele pertencente. A autonomia patrimonial tem origem na destinação social do patrimônio e a responsabilização pela obrigatoriedade da prestação de contas pelos agentes públicos. Continuidade Art. 5o O Princípio da Continuidade pressupõe que a Entidade continuará em operação no futuro e a mensuração e a apresentação dos componentes do patrimônio levam em conta esta cincunstância. (Resolução CFC no 1.282/2010) Sob a perspectiva do setor público, a continuidade está vinculada ao estrito cumprimento da destinação social do seu patrimônio, ou seja, a continuidade da entidade se dá enquanto perdurar sua finalidade (Apêndice II à Resolução CFC no 750/1993). Oportunidade Art. 6o O Princípio da Oportunidade refere-se ao processo de mensuração e apresentação dos componentes patrimoniais para produzir informações íntegras e tempestivas. Parágrafo único. A falta de integridade e tempestividade na produção e na divulgação da informação contábil pode ocasionar a perda de sua relevância, por isso é necessário ponderar a relação entre a oportunidade e a confiabilidade da informação. (Resolução CFC no 1.282/2010) Para o setor público, o princípio da oportunidade é base indispensável à integridade e à fidedignidade dos registros contábeis dos atos e dos fatos que afetam ou possam afetar o patrimônio da entidade pública, observadas as Normas Brasileiras de Contabilidade aplicadas ao Setor Público. A integridade e a fidedignidade dizem respeito à necessidade de as variações serem reconhecidas na sua totalidade, independentemente do cumprimento das formalidades legais para sua ocorrência, visando ao completo atendimento da essência sobre a forma. (Apêndice II à Resolução CFC no 750/1993) É importante destacar que, para atender ao princípio da oportunidade, a Contabilidade não pode se restringir ao registro dos fatos decorrentes da execução orçamentária, 22 UNIDADE I │ CONVERGÊNCIA AOS PADRÕES INTERNACIONAIS devendo registrar tempestivamente todos os fatos que promovam alteração no patrimônio. Essa situação é verificada em fatos que não decorrem de previsão e execução do orçamento, como, por exemplo, um incêndio ou outra catástrofe qualquer. Registro pelo valor original Art. 7o O Princípio do Registro pelo Valor Original determina que os componentes do patrimônio devem ser inicialmente registrados pelos valores originais das transações, expressos em moeda nacional. §1o As seguintes bases de mensuração devem ser utilizadas em graus distintos e combinadas, ao longo do tempo, de diferentes formas. I – Custo histórico. Os ativos são registrados pelos valores pagos ou a serem pagos em caixa ou equivalentes de caixa ou pelo valor justo dos recursos que são entregues para adquiri-los na data da aquisição. Os passivos são registrados pelos valores dos recursos que foram recebidos em troca da obrigação ou, em algumas circunstâncias, pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, os quais serão necessários para liquidar o passivo no curso normal das operações. II – Variação do custo histórico. Os passivos são registrados pelos valores dos recursos que foram recebidos em troca da obrigação ou, em algumas circunstâncias, pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, os quais serão necessários para liquidar o passivo no curso normal das operações. a) Custo corrente. Os ativos são reconhecidos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, os quais teriam de ser pagos se esses ativos ou ativos equivalentes fossem adquiridos na data ou no período das demonstrações contábeis. Os passivos são reconhecidos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, não descontados, que seriam necessários para liquidar a obrigação na data ou no período das demonstrações contábeis. b) Valor realizável. Os ativos são mantidos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, os quais poderiam ser obtidos pela venda em uma forma ordenada. Os passivos são mantidos pelos valores em caixa e equivalentes de caixa, não descontados, que se espera seriam pagos 23 CONVERGÊNCIA AOS PADRÕES INTERNACIONAIS │ UNIDADE I para liquidar as correspondentes obrigações no curso normal das operações da Entidade. c) Valor presente. Os ativos são mantidos pelo valor presente, descontado do fluxo futuro de entrada líquida de caixa que se espera seja gerado pelo item no curso normal das operações da entidade. Os passivos são mantidos pelo valor presente, descontado do fluxo futuro de saída líquida de caixa que se espera seja necessário para liquidar o passivo no curso normal das operações da entidade. d) Valor justo. É o valor pelo qual um ativo pode ser trocado, ou um passivo liquidado, entre partes conhecedoras, dispostas a isso, em uma transação sem favorecimentos. e) Atualização monetária. Os efeitos da alteração do poder aquisitivo da moeda nacional devem ser reconhecidos nos registros contábeis mediante o ajustamento da expressão formal dos valores dos componentes patrimoniais. §2o São resultantes da adoção da atualização monetária: I – a moeda, embora aceita universalmente como medida de valor, não representa unidade constante em termos do poder aquisitivo; II – para que a avaliação do patrimônio possa manter os valores das transações originais, é necessário atualizar sua expressão formal em moeda nacional, a fim de que permaneçam substantivamente corretos os valores dos componentes patrimoniais e, por consequência, o do patrimônio líquido; e III – a atualização monetária não representa nova avaliação, mas tão somente o ajustamento dos valores originais para determinada data, mediante a aplicação de indexadores ou outros elementos aptos a traduzir a variação do poder aquisitivo da moeda nacional em um dado período. (Resolução CFC no 1.282/2010) Sob a perspectiva do setor público, nos registros dos atos e fatos contábeis será considerado o valor original dos componentes patrimoniais que, ao longo do tempo, não se confunde com o custo histórico, ou seja, o registro pelo valor original corresponde ao valor resultante de consensos de mensuração com agentes internos ou externos, com 24 UNIDADE I │ CONVERGÊNCIA AOS PADRÕES INTERNACIONAIS base em valores de entrada – a exemplo de custo histórico, custo histórico corrigido e custo corrente; ou valores de saída – a exemplo de valor de liquidação, valor de realização, valor presente do fluxo de benefício do ativo e valor justo. (Apêndice II à Resolução CFC no 750/1993) Para obedecer ao princípio, é importante que os elementos patrimoniais sejam avaliados com suficiente regularidade, de maneira que o seu valor registrado não defira significativamente daquele que possa ser determinado utilizando-se os critérios pertinentes para cada elemento patrimonial na data de encerramento do balanço patrimonial. Competência Art. 9o O Princípio da Competência determina que os efeitos das transações e outros eventos sejam reconhecidos nos períodos a que se referem, independentemente do recebimento ou pagamento. Parágrafo único.O Princípio da Competência pressupõe a simultaneidade da confrontação de receitas e de despesas correlatas. (Resolução CFC no 1.282/2010) O princípio da competência é aquele que reconhece as transações e os eventos nos períodos a que se referem, independentemente do seu pagamento ou recebimento, aplicando-se integralmente ao setor público. Os fatos que afetam o patrimônio público devem ser contabilizados por competência e os seus efeitos devem ser evidenciados nas demonstrações contábeis do exercício financeiro com o qual se relacionam, complementarmente, ao registro orçamentário das receitas e das despesas públicas. (Resolução CFC no 1.111/2007) Além dos princípios de Contabilidade, a Contabilidade aplicada ao setor público deve seguir o disposto nas normas de Direito Financeiro, em especial na Lei no 4.320/1964, que instituiu um regime orçamentário misto no seu art. 35. Art. 35. Pertencem ao exercício financeiro: I – a s receitas nele arrecadadas; II – as despesas nele legalmente empenhadas. Ao mesmo tempo, no art. 89, a referida lei estabelece que: Art. 89. A Contabilidade evidenciará os fatos ligados à administração orçamentária, financeira, patrimonial e industrial. 25 CONVERGÊNCIA AOS PADRÕES INTERNACIONAIS │ UNIDADE I Observa-se que, além do registro dos fatos ligados à execução orçamentária, exige-se a evidenciação dos fatos ligados à execução financeira e patrimonial, de maneira que os fatos modificativos sejam levados à conta de resultado e que as informações contábeis permitam o conhecimento da composição patrimonial e dos resultados econômicos e financeiros de determinado exercício: Art. 100. As alterações da situação líquida patrimonial, que abrangem os resultados da execução orçamentária, bem como as variações independentes dessa execução e as superveniências e insubsistências ativas e passivas, constituirão elementos da conta patrimonial. [...] Art. 104. A demonstração das variações patrimoniais evidenciará as alterações verificadas no patrimônio, resultantes ou independentes da execução orçamentária, e indicará o resultado patrimonial do exercício. (Lei no 4.320/1964) Assim, com o objetivo de evidenciar o impacto dos fatos modificativos no patrimônio, deve haver o registro da receita sob o enfoque patrimonial (variação patrimonial aumentativa) em função do fato gerador, em obediência aos princípios da competência e da oportunidade. Ainda, no momento da arrecadação, deve haver o registro em contas específicas, demonstrando a visão orçamentária exigida no art. 35 da Lei no 4.320/1964. Logo, é possível compatibilizar e evidenciar, de maneira harmônica, as variações patrimoniais e a execução orçamentária ocorridas na entidade. Prudência Art. 10. O Princípio da Prudência determina a adoção do menor valor para os componentes do ATIVO e do maior para os do PASSIVO, sempre que se apresentem alternativas igualmente válidas para a quantificação das mutações patrimoniais que alterem o patrimônio líquido. Parágrafo único. O princípio da prudência pressupõe o emprego de certo grau de precaução no exercício dos julgamentos necessários às estimativas em certas condições de incerteza, no sentido de que ativos e receitas não sejam superestimados e que passivos e despesas não sejam subestimados, atribuindo maior confiabilidade ao processo de mensuração e apresentação dos componentes patrimoniais. (Resolução CFC no 1.282/2010) O princípio da prudência adquire relevância quando são feitas estimativas, tais como os passivos contingentes que representam obrigações possíveis, ou ativos contingentes 26 UNIDADE I │ CONVERGÊNCIA AOS PADRÕES INTERNACIONAIS que são possíveis ativos, cuja existência depende de fatores imprevisíveis, tais como resultados dos julgamentos de processos judiciais. Nesse caso, se existirem alternativas igualmente válidas para a quantificação do fato, será escolhida aquela que resultar no maior valor para o passivo e/ou o menor para o ativo. 27 UNIDADE II CONTABILIDADE APLICADA AO SETOR PÚBLICO CAPÍTULO 1 Patrimônio público O patrimônio público é conceituado como conjunto de direitos e bens, tangíveis ou intangíveis, onerados ou não, adquiridos, formados, produzidos, recebidos, mantidos ou utilizados pelas entidades do setor público, que seja portador ou represente um fluxo de benefícios, presente ou futuro, inerente à prestação de serviços públicos ou à exploração econômica por entidades do setor público e suas obrigações. O patrimônio público é estruturado em três grupos. » Ativos são recursos controlados pela entidade como resultado de eventos passados e do qual se espera que resultem para a entidade benefícios econômicos futuros ou potencial de serviços. » Passivos são obrigações presentes da entidade, derivadas de eventos passados, cujos pagamentos se esperam que resultem para a entidade saída de recursos capazes de gerar benefícios econômicos ou potencial de serviços. » Patrimônio líquido é o valor residual dos ativos da entidade depois de deduzidos todos seus passivos. Os elementos patrimoniais são classificados em “circulante” e “não circulante”, com base em seus atributos de conversibilidade e exigibilidade. Os ativos devem ser classificados como circulante quando satisfizerem a um dos seguintes critérios: a. estarem disponíveis para realização imediata; b. tiverem a expectativa de realização até o término do exercício seguinte; 28 UNIDADE II │ CONTABILIDADE APLICADA AO SETOR PÚBLICO c. tiverem a expectativa de realização até doze meses da data das demonstrações contábeis. Os demais ativos devem ser classificados como não circulante. Por sua vez, os passivos devem ser classificados como circulante quando satisfizerem a um dos seguintes critérios: a. corresponderem a valores exigíveis até o término do exercício seguinte; b. corresponderem a valores exigíveis até doze meses da data das demonstrações contábeis; c. corresponderem a valores de terceiros ou retenções em nome deles, quando a entidade do setor público for a fiel depositária, independentemente do prazo de exigibilidade; d. sejam pagos durante o ciclo operacional normal da entidade; e. sejam mantidos essencialmente para fins de negociação. Os demais passivos devem ser classificados como não circulante. 29 CAPÍTULO 2 Sistema contábil O sistema contábil representa a estrutura de informações sobre identificação, mensuração, registro, controle, evidenciação e avaliação dos atos e dos fatos da gestão do patrimônio público, com o objetivo de orientar e suprir o processo de decisão, a prestação de contas e a instrumentalização do controle social. A Contabilidade Aplicada ao Setor Público é organizada na forma de sistema de informações, cujos subsistemas, conquanto possam oferecer produtos diferentes em razão da respectiva especificidade, convergem para o produto final, que é a informação sobre o patrimônio público. O sistema contábil está estruturado nos seguintes subsistemas de informações. » Orçamentário – registra, processa e evidencia os atos e os fatos relacionados ao planejamento e à execução orçamentária. » Patrimonial – registra, processa e evidencia os fatos financeiros e não financeiros relacionados com as variações qualitativas e quantitativas do patrimônio público. » Custos – registra, processa e evidencia os custos dos bens e serviços, produzidos e ofertados à sociedade pela entidade pública. » Compensação – registra, processa e evidencia os atos de gestão cujos efeitos possam produzir modificações no patrimônio da entidade do setor público, bem como aqueles com funções específicas de controle. Cabe destacar que até a edição da NBCT 16.2, publicada em 2008, existiam quatro sistemas (patrimonial, financeiro, orçamentário, compensação). Contudo, a partir de 1o de janeiro de 2009, com a edição da referida norma, passou a existir um único sistema contábil, sendo dividido em cinco subsistemas (patrimonial, financeiro, orçamentário, compensaçãoe de custos). Em 2009, a NBC T 16.2 foi alterada, a principal alteração foi a supressão do subsistema financeiro, o qual foi incluído no subsistema patrimonial. Os subsistemas contábeis devem ser integrados entre si e a outros subsistemas de informações de modo a subsidiar a administração pública sobre: » desempenho da unidade contábil no cumprimento da sua missão; 30 UNIDADE II │ CONTABILIDADE APLICADA AO SETOR PÚBLICO » avaliação dos resultados obtidos na execução das ações do setor público com relação à economicidade, à eficiência, à eficácia e à efetividade; » avaliação das metas estabelecidas pelo planejamento; » avaliação dos riscos e das contingências; » conhecimento da composição e movimentação patrimonial. 31 CAPÍTULO 3 Transações no setor público e variações patrimoniais Transações no setor público As transações no setor público podem ser definidas como atos e fatos que promovem alterações qualitativas ou quantitativas, efetivas ou potenciais, no patrimônio das entidades do setor público, as quais são objeto de registro contábil em estrita observância aos Princípios Fundamentais de Contabilidade e às Normas Brasileiras de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público. De acordo com suas características e os seus reflexos no patrimônio público, as transações no setor público podem ser classificadas nas seguintes naturezas: » econômico-financeira – corresponde às transações originadas de fatos que afetam o patrimônio público, em decorrência, ou não, da execução de orçamento, podendo provocar alterações qualitativas ou quantitativas, efetivas ou potenciais; » administrativa – corresponde às transações que não afetam o patrimônio público, originadas de atos administrativos, com o objetivo de dar cumprimento às metas programadas e manter em funcionamento as atividades da entidade do setor público. Variações patrimoniais As variações patrimoniais são transações que promovem alterações nos elementos patrimoniais da entidade do setor público, mesmo em caráter compensatório, afetando, ou não, o seu resultado. As variações patrimoniais que afetem o patrimônio líquido devem manter correlação com as respectivas contas patrimoniais. Entende-se por correlação a vinculação entre as contas de resultado e as patrimoniais, de forma a permitir a identificação dos efeitos nas contas patrimoniais produzidos pela movimentação das contas de resultado. As variações patrimoniais classificam-se em quantitativas e qualitativas. Entendem-se como variações quantitativas aquelas decorrentes de transações no setor público 32 UNIDADE II │ CONTABILIDADE APLICADA AO SETOR PÚBLICO que aumentam ou diminuem o patrimônio líquido. Já as variações qualitativas são aquelas decorrentes de transações no setor público que alteram a composição dos elementos patrimoniais sem afetar o patrimônio líquido. Figura 5. Cabe destacar que existem variações que, simultaneamente, alteram a composição qualitativa e a expressão quantitativa dos elementos patrimoniais e são conhecidas como variações mistas ou compostas. A NBCT no 16.4 define como transações que envolvem valores de terceiros as que a entidade do setor público responde como fiel depositária e que não afetam o seu patrimônio líquido. A norma ainda destaca que essas transações devem ser demonstradas de forma segregada. 33 CAPÍTULO 4 Registro contábil Formalidades do registro contábil A entidade do setor público deve manter procedimentos uniformes de registros contábeis, por meio de processo manual, mecanizado ou eletrônico, em rigorosa ordem cronológica, como suporte às informações. São características do registro e da informação contábil no setor público, devendo observância aos princípios e às Normas Brasileiras Aplicadas ao Setor Público. » Comparabilidade – os registros e as informações contábeis devem possibilitar a análise da situação patrimonial de entidades do setor público ao longo do tempo e estaticamente, bem como a identificação de semelhanças e diferenças dessa situação patrimonial com a de outras entidades. » Compreensibilidade – as informações apresentadas nas demonstrações contábeis devem ser entendidas pelos usuários. Para esse fim, presume-se que estes já tenham conhecimento do ambiente de atuação das entidades do setor público. Todavia, as informações relevantes sobre temas complexos não devem ser excluídas das demonstrações contábeis, mesmo sob o pretexto de que são de difícil compreensão pelos usuários. » Confiabilidade – o registro e a informação contábil devem reunir requisitos de verdade e de validade que possibilitem segurança e credibilidade aos usuários no processo de tomada de decisão. » Fidedignidade – os registros contábeis realizados e as informações apresentadas devem representar fielmente o fenômeno contábil que lhes deu origem. » Imparcialidade – os registros contábeis devem ser realizados e as informações devem ser apresentadas de modo a não privilegiar interesses específicos e particulares de agentes e/ou entidades. 34 UNIDADE II │ CONTABILIDADE APLICADA AO SETOR PÚBLICO » Integridade – os registros contábeis e as informações apresentadas devem reconhecer os fenômenos patrimoniais em sua totalidade, não podendo ser omitidas quaisquer partes do fato gerador. » Objetividade – o registro deve representar a realidade dos fenômenos patrimoniais em função de critérios técnicos contábeis preestabelecidos em normas ou com base em procedimentos adequados, sem que incidam preferências individuais que provoquem distorções na informação produzida. » Representatividade – os registros contábeis e as informações apresentadas devem conter todos os aspectos relevantes. » Tempestividade – os fenômenos patrimoniais devem ser registrados no momento de sua ocorrência e divulgados em tempo hábil para os usuários. » Uniformidade – os registros contábeis e as informações devem observar critérios padronizados e contínuos de identificação, classificação, mensuração, avaliação e evidenciação, de modo que fiquem compatíveis, mesmo que geradas por diferentes entidades. Esse atributo permite a interpretação e a análise das informações, levando-se em consideração a possibilidade de se comparar a situação econômico-financeira de uma entidade do setor público em distintas épocas de sua atividade. » Utilidade – os registros contábeis e as informações apresentadas devem atender às necessidades específicas dos diversos usuários. » Verificabilidade – os registros contábeis realizados e as informações apresentadas devem possibilitar o reconhecimento das suas respectivas validades. » Visibilidade – os registros e as informações contábeis devem ser disponibilizados para a sociedade e expressar, com transparência, o resultado da gestão e a situação patrimonial da entidade do setor público. A entidade do setor público deve manter sistema de informação contábil refletido em plano de contas que compreenda: » a terminologia de todas as contas e sua adequada codificação, bem como a identificação do subsistema a que pertence, a natureza e o grau de desdobramento, possibilitando os registros de valores e a integração dos subsistemas; 35 CONTABILIDADE APLICADA AO SETOR PÚBLICO │ UNIDADE II » a função atribuída a cada uma das contas; » o funcionamento das contas; » a utilização do método das partidas dobradas em todos os registros dos atos e dos fatos que afetam ou possam vir a afetar o patrimônio das entidades do setor público, de acordo com sua natureza de informação; » a tabela de codificação de registros que identifique o tipo de transação, as contas envolvidas, a movimentação a débito e a crédito e os subsistemas utilizados. O registro deve ser efetuado em idioma e moeda corrente nacionais, em livros ou meios eletrônicos que permitam a identificação e o seu arquivamento de forma segura. Quando se tratar de transação em moeda estrangeira, esta, além do registro na moeda de origem, deve ser convertida em moeda nacional,aplicando a taxa de câmbio oficial e vigente na data da transação. O Livro Diário e o Livro Razão constituem fontes de informações contábeis permanentes e neles são registradas as transações que afetem ou possam vir a afetar a situação patrimonial. Ambos os livros devem ficar à disposição dos usuários e dos órgãos de controle, na unidade contábil, no prazo estabelecido em legislação específica. Os registros contábeis devem ser: efetuados de forma analítica, refletindo a transação constante em documento hábil, em consonância com os Princípios de Contabilidade; validados por contabilistas, com base em documentação hábil e em conformidade às normas e às técnicas contábeis. Os registros extemporâneos devem consignar, nos seus históricos, as datas efetivas das ocorrências e a razão do atraso. São elementos essenciais do registro contábil: a. a data da ocorrência da transação; b. a conta debitada; c. a conta creditada; d. o histórico da transação de forma descritiva ou por meio do uso de código de histórico padronizado, quando se tratar de escrituração eletrônica, baseado em tabela auxiliar inclusa em plano de contas; e. o valor da transação; 36 UNIDADE II │ CONTABILIDADE APLICADA AO SETOR PÚBLICO f. o número de controle para identificar os registros eletrônicos que integram um mesmo lançamento contábil. O registro dos bens, direitos e obrigações deve possibilitar a indicação dos elementos necessários à sua perfeita caracterização e identificação. Os atos da administração com potencial de modificar o patrimônio da entidade devem ser registrados nas contas de compensação. Segurança da documentação contábil As entidades do setor público devem desenvolver procedimentos que garantam a segurança, a preservação e a disponibilidade dos documentos e dos registros contábeis mantidos em sistemas eletrônicos. Os documentos em papel podem ser digitalizados e armazenados em meio eletrônico ou magnético, desde que assinados e autenticados, em observância à norma brasileira de contabilidade que trata da escrituração em forma eletrônica. Reconhecimento e bases de mensuração ou avaliação aplicáveis O patrimônio das entidades do setor público, o orçamento, a execução orçamentária e financeira e os atos administrativos que provoquem efeitos de caráter econômico e financeiro no patrimônio da entidade devem ser mensurados ou avaliados monetariamente e registrados pela contabilidade. As transações no setor público devem ser reconhecidas e registradas integralmente no momento em que ocorrerem, corroborando com o princípio da competência. Os registros da entidade, desde que estimáveis tecnicamente, devem ser efetuados, mesmo na hipótese de existir razoável certeza de sua ocorrência. Os registros contábeis devem ser realizados e os seus efeitos evidenciados nas demonstrações contábeis do período com os quais se relacionam, reconhecidos, portanto, pelos respectivos fatos geradores, independentemente do momento da execução orçamentária. Os registros contábeis das transações das entidades do setor público devem ser efetuados, considerando as relações jurídicas, econômicas e patrimoniais, prevalecendo nos conflitos entre elas a essência sobre a forma. A entidade do setor público deve aplicar métodos de mensuração ou avaliação dos ativos e dos passivos que possibilitem o reconhecimento dos ganhos e das perdas patrimoniais. 37 CONTABILIDADE APLICADA AO SETOR PÚBLICO │ UNIDADE II O reconhecimento de ajustes decorrentes de omissões e erros de registros ocorridos em anos anteriores ou de mudanças de critérios contábeis deve ser realizado à conta do patrimônio líquido e evidenciado em notas explicativas. Na ausência de norma contábil aplicada ao setor púbico, o profissional da Contabilidade deve utilizar, subsidiariamente, e nesta ordem, as normas nacionais e internacionais que tratem de temas similares, evidenciando o procedimento e os impactos em notas explicativas. Retificação do registro contábil A retificação de lançamento é o processo técnico de correção de registro realizado com erro na escrituração contábil da entidade e pode ser feito por meio de: » estorno; » transferência; e » complementação. 38 CAPÍTULO 5 Plano de contas aplicado ao setor público Conceito de plano de contas É a estrutura básica da escrituração contábil, formada por um conjunto de contas previamente estabelecido, que permite obter as informações necessárias à elaboração de relatórios gerenciais e demonstrações contábeis conforme as características gerais da entidade, possibilitando a padronização de procedimentos contábeis. Objetivo de um plano de contas O plano de contas de uma entidade tem como objetivo atender, de maneira uniforme e sistematizada, ao registro contábil dos atos e fatos praticados pela entidade. Desta forma, proporciona maior flexibilidade no gerenciamento e consolidação dos dados e alcança as necessidades de informações dos usuários. Sua entrada de informações deve ser flexível de modo a atender aos normativos, gerar informações necessárias à elaboração de relatórios e demonstrativos e facilitar a tomada de decisões e a prestação de contas. Conta contábil Conta é a expressão qualitativa e quantitativa de fatos de mesma natureza, evidenciando a composição, variação e estado do patrimônio, bem como de bens, direitos, obrigações e situações nele não compreendidas, mas que, direta ou indiretamente, possam vir a afetá-lo. As contas são agrupadas segundo suas funções, possibilitando: » identificar, classificar e efetuar a escrituração contábil, pelo método das partidas dobradas, dos atos e fatos de gestão, de maneira uniforme e sistematizada; » determinar os custos das operações do governo; » acompanhar e controlar a aprovação e a execução do planejamento e do orçamento; 39 CONTABILIDADE APLICADA AO SETOR PÚBLICO │ UNIDADE II » evidenciando a receita prevista, lançada, realizada e a realizar, bem como a despesa autorizada, empenhada, realizada, liquidada, paga e as dotações disponíveis; » elaborar os Balanços Orçamentário, Financeiro e Patrimonial, a Demonstração das Variações Patrimoniais, de Fluxo de Caixa, das Mutações do Patrimônio Líquido e do Resultado Econômico; » conhecer a composição e situação do patrimônio analisado, por meio da evidenciação de todos os ativos e passivos; » analisar e interpretar os resultados econômicos e financeiros; » individualizar os devedores e credores, com a especificação necessária ao controle contábil do direito ou obrigação; e » controlar contabilmente os atos potenciais oriundos de contratos, convênios, acordos, ajustes e outros instrumentos congêneres. Aspectos gerais do plano de contas aplicado ao setor público Motivada pela busca da convergência aos padrões internacionais, a contabilidade do setor público encontra-se em um momento de transformações. A conjuntura econômica, interna e externa, tem demandado esforços das organizações contábeis nacionais para adoção de conceitos e procedimentos reconhecidos e utilizados internacionalmente. A Lei no 4.320/1964, que estatui normas gerais de direito financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e balanços, em seu Título IX, “Da Contabilidade”, estabelece: Art. 85. Os serviços de contabilidade serão organizados de forma a permitirem o acompanhamento da execução orçamentária, o conhecimento da composição patrimonial, a determinação dos custos dos serviços industriais, o levantamento dos balanços gerais, a análise e a interpretação dos resultados econômicos e financeiros. [....] Art. 89. A contabilidade evidenciará os fatos ligados à administração orçamentária, financeira patrimonial e industrial. 40 UNIDADE II │ CONTABILIDADE APLICADA AO SETOR PÚBLICO O PCASP atende às necessidades dos entes da Federação e dos demais usuários da informação contábil e está em conformidade com os princípios da administração pública, com as leis de finanças e orçamento público e com as normas e princípios contábeis.Esse plano foi concebido para possibilitar, de maneira uniforme e sistematizada, o registro contábil de atos e fatos no setor público, proporcionando flexibilidade no gerenciamento e consolidação dos dados, atendendo assim às necessidades de informações dos que atuam na área pública. O PCASP é a estrutura primária para gerar os demonstrativos contábeis, inclusive os demonstrativos do Relatório Resumido de Execução Orçamentária e do Relatório de Gestão Fiscal e aqueles necessários à geração de informações ao público, incluindo os organismos internacionais. Essa estrutura contempla a relação de contas contábeis com suas funções, atributos, lançamentos padrões, nomenclatura e explicações gerais de uso. Diretrizes A contabilidade aplicada ao setor público deve submeter-se a mudanças conceituais em virtude do novo modelo de gestão pública, diante do objetivo de aproximação conceitual com a contabilidade patrimonial. Este objetivo encontra-se nos esforços de organismos internacionais, a exemplo da IFAC (International Federation of Accountants), que estabelece padrões internacionais de contabilidade para o setor público por meio das IPSAS (International Public Sector Accounting Standards). Assim, faz-se necessário um plano de contas padronizado para a Federação com metodologia, estrutura, conceitos e funcionalidades que o tornem versátil e abrangente, permitindo ao país obter informações orçamentárias, financeiras e patrimoniais consolidadas por esfera governamental. As diretrizes do PCASP são as seguintes. » Padronização dos registros contábeis das entidades do setor público de todas as esferas de governo, envolvendo a administração direta e indireta, inclusive fundos, autarquias, agências reguladoras e empresas estatais dependentes – de todas as esferas de governo. » Harmonização dos procedimentos contábeis com os princípios e normas de contabilidade, sempre observando a legislação vigente. 41 CONTABILIDADE APLICADA AO SETOR PÚBLICO │ UNIDADE II » Adoção de estrutura codificada e hierarquizada em classes de contas, contemplando as contas patrimoniais, de atos potenciais, de resultado e de planejamento e execução orçamentária além daquelas com funções precípuas de controle. » Flexibilidade para que os entes detalhem, conforme suas necessidades, os níveis inferiores das contas a partir do nível seguinte ao padronizado. » Controle do patrimônio e dos atos de gestão que possam afetá-lo, assim como do orçamento público, demonstrando a situação econômico-financeira da entidade. » Distinção de institutos com conceitos e regimes próprios em classes ou grupos, como no caso de patrimônio e orçamento, mantendo-se seus relacionamentos dentro de agrupamentos de mesma natureza de informação. » Preservação dos aspectos orçamentários em seus conceitos, regime de escrituração e demonstrativos, com destaque em classes ou grupos de modo a possibilitar visões sob os enfoques patrimonial, orçamentário ou fiscal. » Inexistência de necessária vinculação entre as classificações orçamentária e patrimonial. » Possibilidade de extração de informações de modo a atender seus usuários. Objetivos Os objetivos gerais do PCASP correspondem ao estabelecimento de normas e procedimentos para o registro contábil das entidades do setor público e a viabilizar a consolidação das contas públicas. Seus objetivos específicos são estes. » Atender às necessidades de informação das organizações do setor público. » Observar formato compatível com as legislações vigentes, os Princípios de Contabilidade e as Normas Brasileiras de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público (NBCASP). 42 UNIDADE II │ CONTABILIDADE APLICADA AO SETOR PÚBLICO » Adaptar-se, tanto quanto possível, às exigências dos agentes externos, principalmente às Normas Internacionais de Contabilidade do Setor Público (NICSP). Responsabilidades A Secretaria do Tesouro Nacional (STN), com o apoio do Grupo Técnico de Procedimentos Contábeis, é responsável pela administração do Plano de Contas Aplicado ao Setor Público até a implantação do Conselho de Gestão Fiscal, instituído pela LRF, a quem compete: » criar, extinguir, especificar, desdobrar, detalhar e codificar contas; » expedir instruções sobre a utilização do plano de contas, compreendendo os procedimentos contábeis pertinentes; e » promover as alterações e os ajustes necessários à atualização do plano de contas, observada sua estrutura básica, incluindo os lançamentos típicos do setor público. Campo de aplicação O campo de aplicação do Plano de Contas Aplicado ao Setor Público abrange todas as entidades governamentais, exceto as estatais independentes, cuja utilização é facultativa. O PCASP deve ser utilizado por todos os Poderes de cada ente da Federação, fundos, órgãos, autarquias, inclusive especiais, e fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, bem como pelas empresas estatais dependentes. As entidades abrangidas pelo campo de aplicação devem observar as normas e as técnicas próprias da Contabilidade Aplicada ao Setor Público. Entende-se por empresa estatal dependente, conforme disposto no art. 2o, inciso III da LRF, a empresa controlada que recebe do ente controlador recursos financeiros para pagamento de despesas com pessoal, de custeio em geral ou de capital, excluídos, no último caso, aqueles provenientes de aumento de participação acionária. Natureza da informação das contas do PCASP No Plano de Contas Aplicado ao Setor Público as contas contábeis são classificadas segundo a natureza das informações que evidenciam. 43 CONTABILIDADE APLICADA AO SETOR PÚBLICO │ UNIDADE II Contas com Informações de Natureza Patrimonial: são as contas que registram, processam e evidenciam os fatos financeiros e não financeiros relacionados com as variações qualitativas e quantitativas do patrimônio público, representadas pelas contas que integram o Ativo, Passivo, Patrimônio Líquido, Variações Patrimoniais Diminutivas (VPD) e Variações Patrimoniais Aumentativas (VPA). Contas com Informações de Natureza Orçamentária: são as contas que registram, processam e evidenciam os atos e os fatos relacionados ao planejamento e à execução orçamentária, representadas pelas contas que registram aprovação e execução do planejamento e orçamento, inclusive restos a pagar. Contas com Informações de Natureza Típica de Controle: são as contas que registram, processam e evidenciam os atos de gestão cujos efeitos possam produzir modificações no patrimônio da entidade do setor público, bem como outras que tenham função precípua de controle, seja para fins de elaboração de informações gerenciais específicas, acompanhamento de rotinas, elaboração de procedimentos de consistência contábil ou para registrar atos que não ensejaram registros nas contas patrimoniais, mas que potencialmente possam vir a afetar o patrimônio. O PCASP está dividido em 8 classes. 1. Ativo 2. Passivo e Patrimônio Líquido 3. Variações Patrimoniais Diminutivas 4. Variações Patrimoniais Aumentativas 5. Controles da Aprovação do Planejamento e Orçamento 6. Controles da Execução do Planejamento e Orçamento 7. Controles Devedores 8. Controles Credores A natureza da informação evidenciada pelas contas das quatro primeiras classes, 1 a 4, é Patrimonial, ou seja, informa a situação do patrimônio da entidade pública. A natureza da informação das contas das duas classes seguintes, 5 e 6, é Orçamentária, pois nessas classes são feitos os controles do Planejamento e do Orçamento, desde a aprovação até a execução. Por fim, a natureza da informação das contas das duas últimas classes, 7 e 8, é de Controle, pois nessas classes são registrados os atos potenciais e diversos controles. 44 UNIDADE II │ CONTABILIDADE APLICADA AO SETOR PÚBLICO O registro contábil deve ser feito pelo método das partidas dobradas e os lançamentos devem debitar e creditar contas que apresentem a mesma natureza de informação, seja patrimonial, orçamentária ou de controle. Assim,os lançamentos estarão fechados dentro das classes 1, 2, 3 e 4 ou das classes 5 e 6 ou das classes 7 e 8, conforme figura a seguir. Figura 6. Contas financeiras e permanentes A Lei no 4.320/1964, no art. 105, determina: Art. 105. O Balanço Patrimonial demonstrará: I – o Ativo Financeiro; II – o Ativo Permanente; III – o Passivo Financeiro; IV – o Passivo Permanente; V – o Saldo Patrimonial; VI – as Contas de Compensação. § 1o O Ativo Financeiro compreenderá os créditos e valores realizáveis independentemente de autorização orçamentária e os valores numerários. 45 CONTABILIDADE APLICADA AO SETOR PÚBLICO │ UNIDADE II § 2o O Ativo Permanente compreenderá bens, créditos e valores, cuja mobilização ou alienação dependa de autorização legislativa. § 3o O Passivo Financeiro compreenderá as dívidas fundadas e outros pagamentos que independam de autorização orçamentária. § 4o O Passivo Permanente compreenderá as dívidas fundadas e outras que dependam de autorização legislativa para amortização ou resgate. Essa classificação é importante para que se faça a apuração do Superavit Financeiro, necessário para a abertura de créditos adicionais no exercício seguinte, conforme disposto no art. 43 da Lei no 4.320/1964. Art. 43. A abertura dos créditos suplementares e especiais depende da existência de recursos disponíveis para ocorrer à despesa e será precedida de exposição justificativa. §1o Consideram-se recursos para o fim deste artigo, deste que não comprometidos; I. superávit financeiro apurado em balanço patrimonial do exercício anterior. [...] 2o Entende-se por superávit financeiro a diferença positiva entre o ativo financeiro e o passivo financeiro, conjugando-se, ainda, os saldos dos créditos adicionais transferidos e as operações de crédito a eles vinculadas. (Veto rejeitado no D.O. 5/5/1964) Dessa maneira, é importante que as contas do Ativo e Passivo sejam diferenciadas por um atributo específico que atenda ao critério da lei e permita separar o ativo e o passivo em financeiro e permanente. Assim, nos exemplos de lançamentos padronizados as contas de Ativo e Passivo virão acompanhadas das letras “F” ou “P”, entre parênteses, para indicar se são contas financeiras ou permanentes. As contas de Passivo que dependam de autorização orçamentária para amortização ou resgate integram o Passivo Permanente. Após o primeiro estágio de execução da despesa orçamentária, materializada na figura do empenho, passam a ter característica Financeira, integrando o Passivo Financeiro. Conforme a Lei no 4.320/1964 no art. 58, o momento dessa autorização é o empenho, pois neste se cria obrigação de natureza orçamentária, pendente ou não de implemento de condição. Trata-se da efetivação da autorização orçamentária dada pela LOA ou pelas leis de créditos adicionais: 46 UNIDADE II │ CONTABILIDADE APLICADA AO SETOR PÚBLICO “Art. 58. O empenho de despesa é o ato emanado de autoridade competente que cria para o Estado obrigação de pagamento pendente ou não de implemento de condição”. Assim, em conformidade com as regras estabelecidas na Lei no 4.320/1964, o passivo modifica sua característica, de permanente (P) para financeiro (F). Existem diversas formas de se realizar esse controle, entre elas, destaca-se a utilização da sistemática de controle por meio de conta-corrente ou a simples duplicação de contas: uma financeira e outra permanente. A escolha dessa forma será feita pelo ente. A título de exemplo, caso a unidade tenha obrigação a pagar que não esteja amparada por crédito orçamentário, ou seja, não tenha sido empenhada, esta deverá ser registrada como um passivo permanente no momento do fato gerador. Quando a obrigação a pagar for empenhada, deve-se proceder à baixa do passivo permanente em contrapartida ao passivo financeiro, conforme o art. 105 da Lei no 4.320/1964. Estrutura do plano de contas aplicado ao setor público O Plano de Contas Aplicado ao Setor público está estruturado por níveis de desdobramento, sendo estes classificados e codificados como segue. Figura 7. Os entes da Federação podem ter mais níveis de desdobramento além desses. As classes apresentam a seguinte estrutura. » Ativo » Passivo e Patrimônio Líquido » Variações Patrimoniais Diminutivas » Variações Patrimoniais Aumentativas 47 CONTABILIDADE APLICADA AO SETOR PÚBLICO │ UNIDADE II » Controles da Aprovação do Planejamento e Orçamento » Controles da Execução do Planejamento e Orçamento » Controles Devedores » Controles Credores O PCASP possui a seguinte estrutura básica, em nível de classe/grupo. Figura 8. 48 CAPÍTULO 6 Demonstrações contábeis As demonstrações contábeis das entidades definidas no campo da Contabilidade Aplicada ao Setor Público são estas. » Balanço Patrimonial » Balanço Orçamentário » Balanço Financeiro » Demonstração das Variações Patrimoniais » Demonstração dos Fluxos de Caixa » Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido Notas explicativas As demonstrações contábeis apresentam informações extraídas dos registros e dos documentos que integram o sistema contábil da entidade. Devem conter a identificação da entidade do setor público, da autoridade responsável e do contabilista. Além disso, devem ser divulgadas com a apresentação dos valores correspondentes ao período anterior. Nas demonstrações contábeis, as contas semelhantes podem ser agrupadas; os pequenos saldos podem ser agregados, desde que indicada a sua natureza e não ultrapassem 10% (dez por cento) do valor do respectivo grupo de contas, sendo vedadas a compensação de saldos e a utilização de designações genéricas. Para fins de publicação, as demonstrações contábeis podem apresentar os valores monetários em unidades de milhar ou em unidades de milhão, devendo indicar a unidade utilizada. Os saldos devedores ou credores das contas retificadoras devem ser apresentados como valores redutores das contas ou do grupo de contas que lhes deram origem. Divulgação das demonstrações contábeis A divulgação das demonstrações contábeis e de suas versões simplificadas é o ato de disponibilizá-las para a sociedade e compreende, entre outras, as seguintes formas: » publicação na imprensa oficial em qualquer das suas modalidades; 49 CONTABILIDADE APLICADA AO SETOR PÚBLICO │ UNIDADE II » remessa aos órgãos de controle interno e externo, a associações e a conselhos representativos; » a disponibilização das Demonstrações Contábeis para acesso da sociedade em local e prazos indicados; » disponibilização em meios de comunicação eletrônicos de acesso público. Balanço patrimonial O Balanço Patrimonial, estruturado em Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido, evidencia qualitativa e quantitativamente a situação patrimonial da entidade pública. » Ativo é um recurso controlado pela entidade como resultado de eventos passados e do qual se espera que fluam futuros benefícios econômicos para a entidade. » Passivo é uma obrigação presente da entidade, derivada de eventos passados, cuja liquidação se espera que resulte na saída de recursos da entidade capazes de gerar benefícios econômicos. » Patrimônio Líquido é o interesse residual nos ativos da entidade depois de deduzidos todos os seus passivos. » Contas de Compensação – compreende os atos que possam vir a afetar o patrimônio. No Patrimônio Líquido, deve ser evidenciado o resultado do período segregado dos resultados acumulados de períodos anteriores. A classificação dos elementos patrimoniais considera a segregação em “circulante” e “não circulante”, com base em seus atributos de conversibilidade e exigibilidade. Os ativos devem ser classificados como “circulante” quando satisfizerem a um dos seguintes critérios: a. estarem disponíveis para realização imediata; b. tiverem a expectativa de realização até doze meses da data das demonstrações contábeis. Os demais ativos devem ser classificados como não circulante. Os passivos devem ser classificados como circulante quandosatisfizerem um dos seguintes critérios: a. corresponderem a valores exigíveis até doze meses da data das demonstrações contábeis; b. corresponderem a valores de terceiros ou retenções em nome deles, quando a entidade do setor público for a fiel depositária, independentemente do 50 UNIDADE II │ CONTABILIDADE APLICADA AO SETOR PÚBLICO prazo de exigibilidade. Os demais passivos devem ser classificados como não circulante. As contas do ativo devem ser dispostas em ordem decrescente de grau de conversibilidade; as contas do passivo, em ordem decrescente de grau de exigibilidade. Estrutura Figura 9. 51 CONTABILIDADE APLICADA AO SETOR PÚBLICO │ UNIDADE II Compensações Figura 10. O Balanço Patrimonial será elaborado utilizando-se as classes 1 (ativo) e 2 (passivo e patrimônio líquido) do Plano de Contas Aplicado ao Setor Público, além da classe 8 (controles credores) para o quadro referente às compensações. Os ativos e passivos financeiros e permanentes e o saldo patrimonial serão apresentados pelos seus valores totais, podendo ser detalhados. No quadro referente às compensações, deverão ser incluídos os atos potenciais do ativo e do passivo que possam, imediata ou indiretamente, vir a afetar o patrimônio, como, por exemplo, direitos e obrigações conveniadas ou contratadas; responsabilidade por valores, títulos e bens de terceiros; garantias e contragarantias de valores recebidas e concedidas; e outros atos potenciais do ativo e do passivo. Anexo ao balanço patrimonial – demonstrativo do superavit/deficit financeiro apurado no balanço patrimonial Como anexo ao Balanço Patrimonial, deverá ser elaborado o demonstrativo do superavit/deficit financeiro apurado no Balanço Patrimonial do exercício. O parágrafo único do art. 8o e o art. 50 da Lei Complementar no 101/2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal) estabelece: Art. 8o Parágrafo único. Os recursos legalmente vinculados à finalidade específica serão utilizados exclusivamente para atender ao objeto de sua vinculação, ainda que em exercício diverso daquele em que ocorrer o ingresso. Art. 50. Além de obedecer às demais normas de contabilidade pública, a escrituração das contas públicas observará as seguintes: I . a disponibilidade de caixa constará de registro próprio, de modo que os recursos vinculados a órgão, fundo ou despesa obrigatória fiquem identificados e escriturados de forma individualizada (Lei Complementar no 101/2000). 52 UNIDADE II │ CONTABILIDADE APLICADA AO SETOR PÚBLICO Para atendimento desses mandamentos legais, existe o mecanismo denominado Destinação de Recursos (DR) ou Fonte de Recursos (FR). Ela identifica se os recursos são vinculados ou não e, no caso dos vinculados, indica a sua finalidade, o que poderá ser verificado por este demonstrativo. Nesse anexo, podem ser apresentadas algumas fontes com deficit e outras com superavit financeiro, de maneira que o total seja igual ao superavit financeiro apurado no balanço patrimonial do exercício. Segue a estrutura básica do demonstrativo. Figura 11. Definições Para o levantamento do Balanço Patrimonial, é necessário definir os seguintes conceitos. Ativo circulante Compreende os ativos que atendam a qualquer um dos seguintes critérios: sejam caixa ou equivalente de caixa; sejam realizáveis ou mantidos para venda ou consumo dentro do ciclo operacional da entidade; sejam mantidos primariamente para negociação; sejam realizáveis até doze meses após a data das demonstrações contábeis. O ativo circulante é dividido da seguinte maneira: » Caixa e Equivalentes de Caixa – Compreende o somatório dos valores em caixa e em bancos, bem como equivalentes, que representam recursos com livre movimentação para aplicação nas operações da entidade e para os quais não haja restrições para uso imediato. » Créditos em Curto Prazo – Compreendem os valores a receber por fornecimento de bens, serviços, créditos tributários, dívida ativa, transferências e empréstimos e financiamentos concedidos realizáveis no curso do exercício social subsequente. 53 CONTABILIDADE APLICADA AO SETOR PÚBLICO │ UNIDADE II » Demais Créditos e Valores em Curto Prazo – Compreendem os valores a receber por demais transações realizáveis até o termino do exercício seguinte. » Investimentos e Aplicações Temporárias em Curto Prazo – Compreendem as aplicações de recursos em títulos e valores mobiliários, não destinadas à negociação e que não façam parte das atividades operacionais da entidade, resgatáveis até o termino do exercício seguinte, além das aplicações temporárias em metais preciosos. » Estoques – Compreendem o valor dos bens adquiridos, produzidos ou em processo de elaboração pela entidade, com o objetivo de venda ou utilização própria no curso normal das atividades. » Variações Patrimoniais Diminutivas Pagas Antecipadamente – Compreendem pagamentos de variações patrimoniais diminutivas (VPD) antecipadas, cujos benefícios ou prestação de serviço a entidade ocorrerão até o termino do exercício seguinte. Ativo não circulante Compreende os ativos realizáveis após os doze meses seguintes à data de publicação das demonstrações contábeis, sendo composto por ativo realizável em longo prazo, investimentos, imobilizado e intangível, descritos a seguir. » Ativos Realizáveis em Longo Prazo – Compreende os bens, direitos e despesas antecipadas realizáveis após dozes meses da publicação das demonstrações contábeis. » Investimentos – Compreendem as participações permanentes em outras sociedades, bem como os bens e direitos não classificáveis no ativo circulante nem no ativo realizável em longo prazo e que não se destinem à manutenção da atividade da entidade. » Imobilizados – Compreendem os direitos que tenham por objeto bens corpóreos destinados à manutenção das atividades da entidade ou exercidos com essa finalidade, inclusive os decorrentes de operações que transfiram a ela os benefícios, os riscos e o controle desses bens. Para fins de apresentação no Balanço Patrimonial, o imobilizado será apresentado já líquido da depreciação e amortização acumuladas. 54 UNIDADE II │ CONTABILIDADE APLICADA AO SETOR PÚBLICO » Intangíveis – Compreendem os direitos que tenham por objeto bens incorpóreos destinados à manutenção da entidade ou exercidos com essa finalidade. Para fins de apresentação no Balanço Patrimonial, o intangível será apresentado já líquido da amortização acumulada. Passivo circulante Compreende as obrigações conhecidas e estimadas que atendam a qualquer um dos seguintes critérios: tenham prazos estabelecidos ou esperados dentro do ciclo operacional da entidade; sejam mantidos primariamente para negociação; tenham prazos estabelecidos ou esperados até doze meses após a data das demonstrações contábeis, sendo dividido da seguinte forma. » Obrigações Trabalhistas, Previdenciárias e Assistenciais a Pagar em Curto Prazo – Compreendem as obrigações referentes a salários ou remunerações, bem como benefícios aos quais o empregado ou servidor tenha direito, aposentadorias, reformas, pensões e encargos a pagar, bem como benefícios assistenciais, com vencimento em até doze meses, inclusive os precatórios decorrentes dessas obrigações. » Empréstimos e Financiamentos em Curto Prazo – Compreendem as obrigações financeiras da entidade a titulo de empréstimos, bem como as aquisições efetuadas diretamente com o fornecedor, com vencimentos em até doze meses. » Fornecedores e Contas a Pagar em Curto Prazo – Compreendem as obrigações junto a fornecedores de matérias-primas, mercadorias e outros materiais utilizados nas atividades operacionais da entidade, bem como as obrigações decorrentes do fornecimento de utilidades e da prestação de serviços, tais como de energia elétrica, água, telefone, propaganda, aluguéis e todas as outras contas a pagar com vencimento em até doze meses, inclusive os precatórios decorrentes dessas obrigações. » Obrigações Fiscais em Curto Prazo – Compreendem as
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